Após 4 dias de muito calor – Toledo estava muito quente e na UNIOESTE também esquentava o debate político para as eleições do dia 25 próximo, 3a. feira, para reitor, diretor de cada unidade da Unioeste e também, no caso de Toledo, diretor do Centro de Ciências Sociais e Humanas. Há uma disputa entre o candidato da Filosofia, que é o atual diretor e está pleiteando a reeleição, e o candidato das Ciências Sociais que, nestes 4 dias, circulou muito por onde eu estava, atrás de votos. Talvez por esta razão, o pessoal de Ciências Sociais estivesse tão “ausente” no Simpósito Paranaense de Ciências Sociais para o qual fui convidada para expor e comercializar os livros das editoras que trabalho – levei grande número de edições da UNESP na área de sociologia e filosofia e também alguns títulos da Editora 34, Unicamp, Ateliê e Paulistana.
O saldo da visita, em termos de vendas e em termos de marketing para as editoras, não foi bom, pois a grande maioria dos alunos, salvo algumas exceções, não se interessavam nem em folhear, olhar, perguntar, conversar, ver,… enfim, o fato de eu estar ali presente com uma bancada – eram duas mesas de tamanhos médios, cheia de livros, não significou nada para muitos deles. O saldo positivo ficou por conta do Colegiado de Filosofia que me deu toda a atenção – em especial quero agradecer ao Prof. Wilson Frezatti, que tive o imenso prazer de rever, e agradecer a todos os outros professores que se empenharam para que o Departamento ou Colegiado, como eles chamam por lá, adquirisse vários títulos das editoras que ora representava.
A questão mais importante da minha estadia em Toledo, na UNIOESTE se resume a uma constatação, muito preocupante. Vamos aos fatos: Quando me predispus a fazer a viagem para Toledo, na minha cabeça passou o seguinte: é uma universidade pública, vou encontrar estudantes interessados em adquirir conhecimento, em trocar idéias, informações sobre os títulos que estava levando e as novidades do mercado editorial, etc… No entanto a realidade que encontrei foi outra, os estudantes – reitero que houve exceções – não se interessavam, não chegavam perto dos livros, e alguns até se distanciavam… pareciam ter medo deles….
Eu tenho testemunhado este desinteresse em algumas universidades públicas – digamos periféricas – e em variadas universidades privadas que visito em eventos e a coisa tá se complicando…. Já cheguei a ouvir de alunos de 30. ano de pedagogia que não sabem, pasmem! quem foi Paulo Freire…. argh.. chega me dá arrepio…. e alunos de letras dentro de São Paulo que nunca ouviram falar de Antônio Cândido!
Quero discutir!!! Vamos gente!!!
ALÔ FERNANDO HADDAD!!!! TÁ ME OUVINDO!!!!