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O sentido da vanguarda (Antonio Cicero)

6 maio, 2008 | Por admin

Leia aqui o artigo escrito pelo poeta e colunista da Folha de S. Paulo Antonio Cicero publicado no último sábado, dia 4 de maio. Eis a seguir meu comentário em seu blog e sua resposta:

Antonio Cicero,

Lendo este artigo publicado na FSP me lembrei de uma entrevista do dia 1 de março deste ano no Estadão, onde o entrevistado (Lee Siegel) dizia (clique aqui para ler o artigo. O título da matéria foi: “A Ansiedade de Exposição“, no Caderno 2) :
“Quando todos têm o mesmo direito de falar, acaba a discordância. É o igualitarismo antidemocrático. Vivemos um clima de hostilidade ao mérito e ao talento que destaca certas pessoas.”

Esta é a modernidade onde não há nenhum caminho a ser indicado ou aberto por alguns poucos, para ser seguido pelos outros muitos? Não há mais vanguarda?

Tiago Pavan

Resposta:

Não há por que pensar que “Quando todos têm o mesmo direito de falar, acaba a discordância”. Nem há por que pensar que o igualitarismo seja antidemocrático. O fato de que todos têm o mesmo direito de falar não significa que leiamos e escutemos a todos ou que demos o mesmo peso a todas as opiniões. Eu, pelo menos, não sou hoje menos seletivo no que leio ou ouço do que era no passado. Sempre foi preciso saber selecionar. Ademais, longe de ter hostilidade ao mérito ou ao talento que destaca certas pessoas, considero a admiração um dos sentimentos mais nobres que há, e admiro muita gente. E o fato de não haver mais vanguarda não significa que não haja distinção de valor entre as obras de arte. Nem sempre houve vanguarda e sempre houve tais distinções. Como sempre, há obras geniais, obras boas, obras medíocres, obras ruins e obras péssimas. Não vejo por que seria de outro modo.

Antonio Cicero

Avant-Garde

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