A lei do preço único para o livro no Brasil que se discute já há bastante tempo nas reuniões da ANL parece ter tomado fôlego nos últimos dias… foi matéria de capa da Revista Panorama Editorial e foi também contemplado no editorial da Presidente da CBL.
A lei do preço único, grosso modo, é estabelecer um desconto padrão para todo o mercado editorial, livrarias, distribuidores, enfim toda a cadeia de venda de livros – pequenos, médios, grandes, como feito já em alguns países europeus e também nossa vizinha – a Argentina. Lá, por exemplo, o desconto é de 5% do preço sugerido, estabelecido desde 2002, depois que grandes magazines chegaram por lá e ofereciam até 50% do preço sugerigo. Aqui no Brasil a ANL se mobiliza para que este desconto seja no máximo 10% do preço sugerido em toda a cadeia do livro.
Mas a grande questão é a seguinte: em várias reuniões anuais da ANL a discussão do preço único surgia quando se falava dos descontos de uma feira que acontce em São Paulo em novembro, promovida pela Reitoria da USP que oferece 50% de desconto nos 3 dias do que eles chamam “Festa do Livro da USP”. Para a ANL esta feira é um verdadeiro tiro no pé das editoras que participam dela, pois os distribuidores, as livrarias, enfim toda a cadeia do livro sentem-se desmotivados de venderem livros destas editoras – a grande maioria, no começo desta “festa” eram editoras universitárias, que sentiam que os seus livros eram boicotados nas distribuidoras, livrarias, etc com a pecha de serem livros apenas para a “academia”… ou resumindo: as editoras queriam vender os livros com 50% para o público diretamente por que não se sentiam contemplados na cadeia do livro e o outro lado não se mobilizavam para atender este público das editoras universitárias por achar que as edições contemplavam apenas a “academia”… enfim… parece aquela discussão do ovo e da galinha… da bolacha tostines…. e blá… blá…
Minha opinião é que preço único no Brasil não funciona… nossa realidade social, econômica, difere sobremaneira da dos países europeus, a nossa educação difere muito também da educação do nosso vizinho… os descontos que são oferecidos ajudam e muito o já combalido mercado editorial brasileiro…
Vamos opinar gente!!!