“Os primeiros historiadores do cinema escreviam com a emoção de contemporâneos do nascimento de uma nova arte. Não somos propriamente testemunhas de sua morte, mas assistimos ao fim da conjuntura que acondicionou. Estamos na situação privilegiada de espectadores e personagens de um encerramento. Houve nascimento, desenvolvimento e morte de um cinema e seu público”.
O cinema no século, de Paulo Emílio Sales Gomes, traz uma coletânea de artigos sobre clássicos do cinema. Muitos dos textos aqui reunidos foram escritos para uma possível programação da então inciante Cinemateca Brasileira, cuja implantação foi fruto da concepção e do trabalho de Paulo Emílio.
O último capítulo traz reflexões gerais sobre o encantamento que o cinema exerceu no século XX e sobre sua tão inevitável quanto libertadora decadência. Ao longo dos outros ensaios, alguns dos cineastas que tem nesses seus trabalhos analisados são Sergei Eisenstein, Charles Chaplin, D. W. Griffith, Orson Welles, Federico Fellini e Jean Renoir. Os textos de Paulo Emílio são dotados de interpretações lúcidas e não só interessantes, como verdadeiramente esclarecedoras. Continue lendo