O historiador Carlo Ginzburg, em Olhos de Madeira – Nove Reflexões Sobre a Distância, parte da premissa aceita pelo senso comum de que as fronteiras do nosso mundo parecem estar diminuindo, dadas as proporções da globalização. O convívio com diferentes culturas é uma dificuldade latente a este processo, apesar de que, historicamente, gera estranhamentos intelectualmente profícuos: há uma longa tradição, que encontra no olhar do estranho – do selvagem, do cego, do animal –, a capacidade de mostrar incoerências da sociedade. Nessas “Reflexões sobre a distância”, Carlo Ginzburg reflete sobre essa tradição e aponta a impossibilidade da narrativa da história europeia que desconsidera os seus contatos com outras civilizações.
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