No livro Diante da imagem – Questão colocada aos fins de uma história da arte, o historiador da arte Georges Didi-Huberman – professor da École des Hautes Études, em Sciences Sociales, em Paris – pergunta: o que ocorre quando nos colocamos diante da imagem?
O autor, no ensaio “Diante do tempo” – conforme publicado na revista Polichinelo – , apresenta a discussão que guia a argumentação desenvolvida em Diante da imagem: “Diante da imagem, estamos sempre diante do tempo. Como o pobre iletrado da narrativa de Kafka, estamos diante da imagem como Diante da Lei: como diante do vão de uma porta aberta. Ela não nos esconde nada, bastaria entrar nela, sua luz quase nos cega, ela nos impõe respeito. Sua própria abertura – não falo do guardião – nos faz parar: olhá-la é desejar, é estar à espera, é estar diante do tempo. Mas de que gênero de tempo? Que plasticidades e que fraturas, que ritmos e que choques do tempo podem estar em questão nesta abertura da imagem?”. Continue lendo