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A Morte de Aleksandr Solzhenitsyn

4 agosto, 2008 | Por admin

O escritor russo Aleksandr Solzhenitsyn faleceu na última semana aos 87 anos de idade. O nome do escritor é conhecido mundialmente pelas denúncias em relação aos horrores do regime soviético e, segundo o editor da revista The New Yorker, David Remnick, “pelo incomparável efeito que o escritor causou na sociedade e no destino da Rússia”. Veja abaixo uma entrevista com o editor:

[youtube]http://br.youtube.com/watch?v=Ojp7mLVzGuc[/youtube]

(Nota retirada do site OpenCulture: você pode ler o discurso de Solzhenitsyn no recebimento do Prêmio Nobel em 1970, e escutar seu discurso de 1978 em sua graduação em Harvard.)

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Abertura com transmissão ao vivo da FLIP 2008

2 julho, 2008 | Por admin

Não percam daqui a pouco, as 19hrs, a abertura da FLIP 2008 com transmissão ao vivo pelo site http://flip.oi.com.br/. A conferência será dada por Roberto Schwarz, e tem como tema a poesia envenenada de Dom Casmurro. Veja:

“Na conferência dedicada ao homenageado da FLIP, um dos mais importantes críticos em atividade no Brasil e o mais destacado intérprete da obra de Machado de Assis fala sobre Dom Casmurro, por ele considerado “o romance possivelmente mais refinado e composto da literatura brasileira”. Com base em texto inédito, uma versão preliminar do ensaio depois publicado em Duas meninas, Schwarz mostra que uma das armas de que dispõem os narradores de Machado é o preconceito social. Machado teria conseguido iludir o leitor por ser capaz de construir personagens que compartilham seus preconceitos – e Bentinho é um dos exemplos mais bem-acabados desse tipo de conduta.
Local: Tenda dos Autores”

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Guia da Folha – Livros, Discos, Filmes [95 dicas]

27 junho, 2008 | Por admin

O jornal Folha de São Paulo lançou hoje um guia com periodicidade mensal com dicas sobre livros, discos e filmes. Diz o editorial de lançamento que a folha selecionou ” títulos que merecem atenção especial a partir de um levantamento das principais novidades de editoras, gravadoras e distribuidoras” e convidou “especialistas para avaliarem essas obras.

No time de “especialistas” da área editorial estão: Carlos Felipe Moisés, Cíntia Moscovich, Cristovão Tezza, Heitor Ferraz Mello, Joca Reiners Terron, Luiz Ruffato, Marcelo Coelho, Michel Laub, Paulo Astor Soethe, Ivan Marques e Paulo Portela.

Da livraria 30PorCento, apareceram títulos, em ordem crescente de quantidade, da Ateliê Editorial, da Editora 34 e da CosacNaify. Eles são:

  • Sôbô: Uma saga da imigração japonesa. Edição da Ateliê Editorial avaliado como bom por Cíntia Moscovich. Compre com 30% de desconto aqui.
  • Celular – 13 Histórias á moda antiga. Primeiro livro publicado no Brasil, pela CosacNaify, da nova geração de escritores da nova literatura alemã, mereceu uma seção especial no guia,  e foi avaliado como ótimo por Paulo Astor Soethe. Compre com 30% de desconto aqui.
  • Livro das Perguntas, de Pablo Neruda. CosacNaify; ótimo, por Cíntia Moscovich. Compre com 30% de desconto aqui.
  • O Segredo é não ter medo. Literatura infanto-juvenil da Editora 34. Outro avaliado como ótimo por Heitor Ferraz Mello. Compre com 30% de desconto aqui.
  • A Invenção do mundo pelo Deus-Curumim. Novo livro de Bráulio Tavares pela Editora 34. Ótimo, por Paulo Portella. Compre com 30% de desconto aqui.
  • Angelo Venosa. Artista Plástico da chamada Geração 80, o livro trata da obra escultória do artista. CosacNaify; ótimo para Paulo Portella. Compre com 30% de desconto aqui.
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Maria Bonomi – Da gravura à arte pública

24 junho, 2008 | Por admin

Hoje as 19:30 tem batepapo com a gravurista Maria Bonomi, na Livraria da Vila da Al. Lorena. A artista foi tema da coluna do Jorge Coli do dia 11 de maio, clique aqui para conferir o artigo. Coli resumiu com uma frase da própria autora o tema do debate de hoje: “‘A arte tem que alcançar o maior número possível de pessoas.’ Essa frase simples de Maria Bonomi une suas duas atividades mais importantes: a gravura, que é um múltiplo, e a arte pública, que se destina a todos.”

Bonomi tem um livro lançado pela EDUSP que documenta a trajetória da artista plástica desde seu início nos anos de 1950 até os dias atuais. Pela 30PorCento o livro sai de R$140 por R$98. Clique aqui para ir à loja.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=CHNFU_3VWDU[/youtube]

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Patrimônio e Restauração

20 junho, 2008 | Por admin

A página de Diversão & Arte da UOL divulgou uma notícia curta hoje a tarde a respeito de uma candidata brasileira à Patrimônio da Humanidade. A candidata –  a Praça de São Francisco, que fica na cidade de São Cristóvão (SE) – tem 41 concorrentes, procedentes de países como a Espanha, Argentina, Bolívia, Cuba, México e a Nicarágua e será julgada pelo Comitê do Patrimônio Mundial, que se reune em julho em Québec (Canadá).

Este acontecimento tem apelo ufanista e também turístico como todos os outros patrimônios da humanidade, tanto naturais quanto culturais, que existem pelo mundo. Porém, é muito pequeno o número, pelo menos no Brasil, de pesquisadores e profissionais ligados à área de preservação e restauração do Patrimônio.

O baixo interesse pelo assunto reflete a baixa publicação de livros especializados. Do catálogo da livraria 30PorCento descobrimos 4 títulos pertinentes:

  • A Alegoria do Patrimônio, de Françoise Choay (UNESP).  Historiadora das teorias e das formas urbanas e arquitetônicas na Universidade de Paris VIII, a autora reconstitui a concepção, ao longo do tempo, do que vem a ser patrimônio histórico. Isso inclui um mergulho no conceito de monumento histórico e nas diferenças entre conservação e restauração. Verifica também como a indústria cultural convive com o patrimônio e como ele se relaciona com o turismo. A divisão dos capítulos é a seguinte:
    • Introdução – MONUMENTO E MONUMENTO HISTÓRICO
    • Capítulo I – OS HUMANISMOS E O MONUMENTO ANTIGO
    • Capítulo II – A ÉPOCA DOS ANTIQUÁRIOS – MONUMENTOS REAIS E MONUMENTOS FIGURADOS
    • Capítulo III – A REVOLUÇÃO FRANCESA
    • Capítulo IV – A CONSAGRAÇÃO DO MONUMENTO HISTÓRICO (1820-1960)
    • Capítulo V – A INVENÇÃO DO PATRIMÔNIO URBANO
    • Capítulo VI – O PATRIMÔNIO HISTÓRICO NA ERA DA INDÚSTRIA CULTURAL
    • Capítulo VII – A COMPETÊNCIA DE EDIFICAR
  • Restauração, de E. E. Viollet-le-Duc (ATELIÊ EDITORIAL). O verbete “Restauração” é um texto essencial para se entender a concepção do teórico sobre o tema. A obra fornece meios para se analisar as atuações sobre monumentos históricos no passado e as transformações por que passaram as teorias de restauro no decorrer do tempo. Auxilia, ainda, na compreensão das diversas vertentes teóricas atuais relacionadas à proteção de bens culturais.
  • Os Restauradores, de Camillo Boito (ATELIÊ EDITORIAL).  Os Restauradores é uma das conferências do autor, apresentada durante a exposição de Turim em 1884. São nela apresentadas experiências sobre restauração que se acumularam no decorrer do tempo, apesar de ter se negado, como crítico de arte, à apropriação acrítica dos estilos do passado. Camillo Boito foi um dos responsáveis pela atual teoria de restauração de bens culturais.
  • Teoria da Restauração, de Cesare Brandi (ATELIÊ EDITORIAL).  Nesta obra, Brandi articula sua excepcional capacidade intelectual com sua experiência na direção do ICR, para produzir um texto rigoroso, embasado em princípios sólidos e coesos. Fonte inesgotável para questões ligadas à preservação de bens culturais.
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“a mente, para estar em forma, precisa testar e rejeitar cinco hipóteses antes do café da manhã”

18 junho, 2008 | Por admin

Na seção “Revista das Revistas” do suplemento dominical de cultura do Estadão,
do dia 15 de junho, há uma citação do zoólogo austríaco Konrad Lorenz sobre a saúde
do pensamento humano: “a mente, para estar em forma, precisa testar e rejeitar
cinco hipóteses antes do café da manhã.”
Esta serviu de introdução ao tema
propriamente dito da matéria que trata do lançamento de um revista, publicada
pelo Instituto de Formação e Educação, sobre filosfia, poesia, literatura, cinema,
música, artes plásticas e que propõe “estimular a reflexão na época em que o ato
de ler é considerado uma renúncia ao viver.”

É inevitável realizar um paralelo com um trecho do livro Um Diário Russo, da CosacNaify; escrito pelo romancista norte-americano John Steinbeck e ilustrado com fotos do fotógrafo húngaro Robert Capa, o livro narra uma visita de 40 dias, em 1947, à extinta União Soviética.

Na página 86 no início do capítulo 5, quando, recém chegados à URSS, numa manhã hospedados num quarto hotel de Kiev, Steinbeck descreve uma tática elaborada
por ele que estabelece uma relação bastante estreita com a citação do Lorenz:

 

“O despertar de Capa pela manhã é um processo lento e delicado, como o de uma crisálida transformando-se em borboleta. Durante uma hora após acordar, ele fica sentado num silêncio espantado e tateante, entre o sono e a vigília. Meu problema era impedi-lo de levar um livro ou um jornal para o banheiro, pois então lá ficaria pelo menos uma hora. Comecei então a preparar três perguntas teóricas para lhe apresentar a cada manhã, questões de sociologia, história, filosofia, biologia, perguntas concebidas para dar um choque em sua mente e fazer com que despertasse para o dia que se iniciava.
No primeiro dia em que fiz esse experimento, coloquei-lhe as seguintes questões: Qual dramaturgo grego tomou parte na batalha de Salamina? Quantas pernas tem um inseto? E, por último, qual era o nome do papa que promoveu e reuniu os cantos gregorianos? Capa saltou da cama com uma expressão de dor no rosto, ficou um instante sentado e olhando pela janela, em seguida correu para o banheiro com um jornal russo que era incapaz de ler. E lá ficou por uma hora e meia.
Todas as manhãs, durante duas ou três semanas, tive o trabalho de preparar essas questões, e ele nunca respondeu nenhuma delas. Mas passou a murmurar consigo mesmo grande parte do dia, reclamando amargamente que já não conseguia mais dormir só de pensar nas perguntas que viriam pela manhã. Ele alegou que o horror despertado em sua mente por minhas perguntas o fizera regredir intelectualmente quarenta anos ou, aproximadamente, para antes dos dez anos de idade.”

Mais a frente no livro, na página 175, numa queixa – o capítulo chama-se Uma
Queixa Justificada
– escrita por Robert Capa, ele esclarece:

“Meus dias são longos e começam com o Steinbeck matinal. Ao acordar, abro os olhos com todo o cuidado, e o encontro sentado à mesa. Diante de um grande caderno, ele finge que trabalha. Na realidade, está apenas esperando, atento aos meus menores movimentos. Ele está desmaiando de fome. Mas o Steinbeck matinal é um indivíduo muito tímido, absolutamente incapaz de usar o telefone e empreender a menor tentativa de articular uma conversa com garçonetes russas. Portanto, chega uma hora em que desisto, levanto da cama, agarro o telefone e peço o café da manhã em  inglês, francês e russo. Isso o reanima a tal ponto que se torna arrogante. Seu rosto assuma a expressão de um filósofo de aldeia bem pago, e ele diz: ‘Tenho algumas questões para você esta manhã’. Evidentemente, ele passara três horas esfomeado preparando as malditas questões, que iam desde os hábitos à mesa dos antigos gregos até a vida sexual dos peixas. Eu me comporto como um bom americano  e, ainda que pudesse responder a suas perguntas de maneira simples e clara, recorro aos meus direitos civis, recuso-me a esclarecê-lo, e deixo que a coisa seja enviada à Suprema Corte. Mas ele não desiste com facilidade, fica se vangloriando
de seus conhecimentos universais, tenta me provocar com dicas e simpatia, e tudo isso me força ao exílio. Busco refúgio no banheiro, um lugar que simplesmente detesto, e me forço a permanecer na banheira revestida de lixa e cheia de água fria até a chegada do café da manhã.”

 

Robert Capa e John Steinbeck

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Call for Papers – Colóquio(s) Kant

17 junho, 2008 | Por admin

Colóquio Kant na USP

“Organizado pelo Grupo de Filosofia Alemã, do Departamento de Filosofia da USP, o colóquio terá por temas principais o problema da coisa em si e a questão da linguagem em Kant, mas serão aceitas comunicações que versem sobre outros temas do pensamento kantiano. Haverá duas mesas abertas às comunicações, comportando um total máximo de oito participantes, além de outras mesas e conferências com a participação de convidados. Quem quiser submeter um trabalho para apresentar no colóquio deve enviar um resumo, com no mínimo 1.000 e no máximo 3.000 toques, até o dia 30 de junho, para o e-mail eventosdf@usp.br” (fonte: FFLCH-USP)

III Colóquio Kant na Unesp de Marília

“No período de 1°. de Junho a 31 de Julho de 2008 serão aceitos resumos com propostas de comunicação para apresentação oral no III Colóquio Kant, a realizar-se na Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp, campus de Marília, de 8 a 11 de Setembro de 2008. Serão consideradas somente as propostas dedicadas ao pensamento kantiano, cuja aceitação será comunicada aos autores por meio de mensagem eletrônica enviada até o dia 31 de Julho de 2008.

A apresentação do trabalho selecionado não poderá ultrapassar 15 minutos, sendo reservados outros 10 minutos para o eventual debate, ressalvando-se que tais períodos não são nem comutáveis nem complementares entre si. Por outro lado, tal apresentação estará condicionada ao recolhimento do valor da taxa de inscrição respectiva e à conseqüente inscrição no evento (cf. abaixo).

As propostas de comunicação deverão ser encaminhadas para o único endereço eletrônico do evento (IIICol.Kant@marilia.unesp.br), através do qual serão feitos os contatos entre a organização do Colóquio e os que dele participarem. Junto ao material encaminhado deverá constar o nome completo do autor, sua condição acadêmica e a instituição à qual pertença, se for o caso, além de um endereço eletrônico habilitado pelo qual possa ser contatado. ” (fonte: Unesp)

Bibliografia Kantiana na 30PorCento:

Educacao e liberdade: kant e fichte
De 25.0 Por 17.5
UNESP
Luc Vincenti

Escritos pre-criticos
De 39.0 Por 27.3
UNESP
Immanuel Kant

grandes filosofos:serie kant-kant e a lei moral
De 11.0 Por 7.7
UNESP

vida sexual de immanuel kant, A
De 13.0 Por 9.1
UNESP
Jean-Baptiste Botul

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Debate: Mímeses e ficcionalidade na literatura contemporânea

11 junho, 2008 | Por admin

Das acepções de mímese do dicionário Houaiss da língua portuguesa:

2 Rubrica: literatura.
recriação, na obra literária, da realidade, a partir dos preceitos platônicos, segundo os quais o artista, ao dar forma à matéria, imita o mundo das Idéias [É na Poética, de Aristóteles, que se encontra a primeira teorização acerca desse procedimento da arte; no entanto, para este filósofo, a mimese seria a imitação da vida interior dos homens, suas paixões, seu caráter, seu comportamento etc.]
3 Rubrica: literatura.
a partir do Classicismo (sXV), princípio que orientou os artistas quinhentistas e seiscentistas que acreditavam ter a arte greco-latina qualidades superiores, devendo por isso ser imitada

O ensaista Luiz Costa Lima, professor-emérito da PUC/RJ e pesquisador nas áreas de História da Cultura Brasileira e das Poéticas da modernidade, é o palestrante e João Adolfo Hansen, livre-docente da USP, o debatedor. O debate, Mímeses e ficcionalidade na literatura contemporânea, acontece as 19 horas de hoje, 11 de junho de 2008, na sala 107 do prédio da Letras, na FFLCH.

Para conhecer Luiz Costa Lima há uma entrevista publicada na edição número 9 da revista Ipotesi, Publicação do Programa de Pós-Graduação em Letras e Estudos Literários da Universidade Federal de Juiz de Fora. Clique aqui para acessar a entrevista. Já João Adolfo Hansen possui 2 títulos a venda na livraria 30PorCento. Ambos são da editora da Unicamp; o primeiro deles,  Alegoria – construção e interpretação da metáfora“, apresenta um panorama dos diferentes tipos de alegoria empregados por autores da Antiguidade, da Idade Média e do Renascimento; o segundo, “A Sátira e o Engenho: Gregório de Matos e a Bahia do século XVII, aborda os poemas satíricos de Gregório de Matos, tratados retóricos da época e documentos históricos.

Não se esqueça de assistir ao debate as 19 horas de hoje, 11 de junho de 2008, na sala 107 do prédio da Letras, na FFLCH.

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Também ainda sobre as vanguardas

2 junho, 2008 | Por admin

Seguindo as discussões levantadas pelo poeta Antônio Cícero em sua coluna sabática na Folha de S. Paulo e em seu blog sobre o crepúsculo das vanguardas, acrescento uma pertinente definição de vanguarda dada pelo poeta e crítico uruguaio Eduardo Milán – que, segundo Regis Bonvicino “ainda não encontrou espaço adequado para seu talento no Brasil, embora seja um ícone no mundo hispânico” – durante uma entrevista à revista Sibila – os entrevistadores foram Antonio Ochoa, Gabriel Bernal Granados, José Luis Molina, Ernesto Lumbreras, Hugo Gola e Bonvicino -, publicada no número 8-9 de 2005. (Você pode comprar este número da revista, publicada pela Ateliê Editorial, no site da 30PorCento por R$22.40).

No início da entrevista, Hugo Gola pede a opinião de Milán a respeito da declaração proferida pelos porta-vozes da pós-modernidade sobre a morte das vanguardas:

“Os porta-vozes da pós-modernidade declaram enfaticamente que a vanguarda morreu (como se a busca de respostas inéditas para a passagem do homem pela terra pudesse morrer). Reduzir a vanguarda às inovações do primeiro quarto do século XX, e sustentar sua vigência atual, é um anacronismo, mas reinvindicar uma atitude crítica frente à realidade e diante da linguagem não é introduzir uma dinâmica válida para a literatura e a arte de qualquer época? Qual o seu ponto de vista?”

Eduardo Milán respondeu:

“Sem dúvida, a atitude crítica frente à realidade e diante da linguagem não parece ser uma opção, mas sim a única possibilidade de que a poesia e a arte continuem ativas, vivas. Mas esta não é uma atitude específica de vanguarda. O que é específico da vanguarda é a antecipação e a invenção somadas à transformação social vital. A outra, crítica da realidade e crítica da linguagem, é uma manisfestação inequivoca da arte da modernidade. Nesse sentido, estabelece-se aquela ‘duplicidade’ de ação que Baudelaire via na arte moderna: um pé no eterno, outro na vertigem. É um paradoxo: para ser eterno, há que criticar a eternidade sem renunciar a ela e ganhar, diga-se de passagem, um lugar aqui como pertencente a este presente histórico. Creio que é pertinente não esquecer que as vanguardas são uma crítica não somente à tradição, mas também à modernidade. Refiro-me às primeiras vanguardas – dadá, cubo-futurismo, construtivismo. E uma técnica que é, certamente, quase o espírito das primeiras vanguardas: a collage. Evidentemente, não teria podido haver vanguarda sem modernidade por trás. Hoje, vinculamos a atitude crítica diante da linguagem e frente à realidade a uma atitude de vanguarda. Mas são gestos anteriores. Hölderlin, Baudelaire, Rimbaud e, sem dúvida, especialmente Malarmé, são poetas críticos nos dois âmbitos; e Laforgue e Corbière. E Rabelais, Sterne e Carroll na narrativa. O barroco poético espanhol é especialmente crítico à realidade e à linguagem. Insisto em que é uma atitude que tem uma história anterior às vanguardas. Aí tudo eclode. Não sei se Baudelaire queria mudar o mundo, creio que não, mesmo sendo sensível frente à miséria humana. E era muito crítico à realidade e à linguagem – sobretudo em seus poemas em prosa. Parece-me coerente que os pensadores pós-modernos declarem com insistência a morte da vanguarda. Em termos reais, não há vanguarda. O que há são extratos, extrapolações do corpo da vanguarda que se transformam em atitudes críticas a uma realidade como a presente, tanto artística como da própria vida. Mas são atitudes de vanguarda fora do tempo da vanguarda. Há que ter cuidado com a consideração intemporal da vanguarda, como queria Beuys. Manter o espírito crítico é a melhor maneira de manter o espírito vivo. Isso aprendemos bem da modernidade ilustrada (não sei se não foi a única coisa que aprendemos). Em todo caso, quando propomos a vigência da vanguarda para além dos procedimentos artísticos, estamos propondo a vanguarda como símbolo: de rebeldia, de transformação, de crítica à hipocrisia e à desatenção da vida. Mas é um símbolo. Outra coisa é a importância das vanguardas para a América Latina, que coincide com a nossa emancipação como arte poética, com a nossa autonomia para a participação. Darío, Vallejo, Girondo, Huidobro, Parra, a Poesia Concreta brasileira, entre outros, explicam isso.”

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Tipos Latinos 2008 – Terceira Bienal de Tipografia Latino-Americana

1 junho, 2008 | Por admin

Logo da Terceira Bienal de Tipos Latinos 2008

Inaugurou-se ontem, sábado, a terceira bienal de tipografia latino-america, no Centro Cultural de São Paulo, CCSP, as 15hrs. Houve distribuição do catálogo gratuito da bienal, água com gás, champagne e damasco. Estão preenchidos dois corredores do centro cultural, dividindo-se a exposição em 7 temas, que são:

  1. Fontes orientadas para a composição de textos breves em corpos grandes;
  2. fontes destinadas à composição de texto corrido;
  3. sistema composto por duas ou mais variantes de estilo;
  4. fontes que não priorizam a leitura;
  5. fontes desenvolvidas exclusivamente para utilização em suportes digitais;
  6. fontes não alfabéticas;
  7. trabalhos realizados utilizando fontes desenvolvidas por tipógrafos latino-americanos (em modelo exlusivo ou em combinação com outras fontes não latino-americanas).

A bienal acontece simultaneamente, além de São Paulo, em Bogotá, Buenos Aires, Caracas, Lima, Montevidéu, Santiago do Chile, Veracruz. Como define Cecilia Consolo, do comitê organizador da Tipos Latinos Brasil, a Tipos Latinos “se configura como um espaço de estudo, divulgação e fórum permanente das questões que envolvem o desenho tipográfico e o design latino-americano como uma das formas de identidade das várias culturas e nações.”

Vale a pena entrar no site e acompanhar algumas das palestras e oficinas que acontecerão durante o evento. As palestras são gratuitas e vão fornecer certificados de participação. Clique aqui para ver a programação e não se perder.

A editora cosacnaify possui um crescente número de título ligados à tipografia e ao design em geral.  Na livraria 30PorCento os principais destaques de venda são:

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Geração Berlim – A nova literatura alemã

29 maio, 2008 | Por admin

O Instituto Goethe cediou na noite de ontem, quinta feira, dia 28 de maio de 2008, uma conferência proferida em alemão – provida de tradução simultânea – pela crítica literária Maike Albath, seguida por uma rápida conversa com os editores Augusto Massi (Cosacnaify) e Maria Emília Bender (Cia. das Letras).

A conferência teve como tema a atual geração de escritores alemães rotulados de Geração Berlim. Este nome tem dupla origem: a primeira vem do fato de que a maioria dos escritores desta nova geração vivem em Berlim; a segunda surge da constatação de que são escritores que surgiram após a transferência da capital alemã de Bonn para Berlim. Em contraste à geração atual, os antigos escritores representados por Günter Grass, Hermann Lenz, Martin Walser, Christa Wolf, Hans Magnus Enzensberger e Botho Strauß foram apelidados de Geração Bonn.

A lista dos novos autores citados por Albath foi extensa. Os destaques foram o escritor Wilhelm Genazino – que lançou em 2007 Medíocre Nostalgia -, a escritora Judith Hermann – recordista de vendas – e Ulrich Peltzer (clique aqui para ler um trecho de seu livro recém lançado chamado Parte da solução ).

Para mais detalhes sobre este tema, vale a pena ler um artigo do Professor Doutor Thomas Anz ( professor titular de literatura contemporânea alemã na Philipps-Universität, em Marburg, e diretor do TransMIT-Zentrum, um instituto especializado em difusão literária nas mídias ) chamado Literatura alemã contemporânea: Gerações, tema e formas.

 -Maike Albath escreve para o Neue Zürcher Zeitung, para o Frankfurter Rundschau e para o Süddeutsche Zeitung.

Clique aqui para acessar o catálogo de literatura alemã da livraria 30PorCento.

A lista completa de autores é a seguinte: Wilhelm Genazino, Katja Lange-Müller, Ulrich Peltzer, Ingo Schulze, Antje Rávic Strubel, Jenny Erpenbeck, Ernst-Wilhelm Händler, Judith Hermann, Daniel Kehlmann, Sibylle Lewitscharoff, Terésia Mora, Kathrin Röggia, Frank Schätzing, Fatah Sherko, Peter Stamm, Thomas von Steinaecker, Markus Wener e Feridun Zaimoglu.

Rebeldia

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Centro Ángel Rama – Seminário Roberto Schwarz

28 maio, 2008 | Por admin

Divulgação do Seminário Roberto Schwarz:

“Solicito ampla divulgação (a alunos, professores, funcionários, imprensa, portal, etc.) dos eventos anexados a esta mensagem. São atividades promovidas pelo Centro Ángel Rama (FFLCH-USP), todas gratuitas. Agradeço antecipadamente.
Marlene Petros Angelides
Secretária do Centro Ángel Rama”

Seminário Roberto Schwarz 

Programação:

10, 11 e 12 de junho, das 14 às 17h

Prédio de Letras, Sala 201

10/6O avesso do atraso. Maria Elisa Cevasco (DLM-FFLCH)

Obs.: O texto O avesso do atraso: notas sobre Roberto Schwarz está disponível na pasta 360 do xerox para leitura dos interessados.

11/6 – Mesa Redonda: Duas Meninas
André Bueno (UFRJ) e Edu Teruki Otsuka (FFLCH-DTLLC)
Mediação: Maria Elisa Cevasco (FFLCH-DLM)

Obs. Os interessados deverão ter lido Duas Meninas, de Roberto Schwarz, que está disponível na pasta 360 do xerox.

12/6Roberto Schwarz e a cultura política brasileira
Francisco Alambert (FFLCH-DH)

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Palestra “Geração Berlim: a nova literatura alemã”

28 maio, 2008 | Por admin

Palestra “Geração Berlim: a nova literatura alemã”

Segue a descrição da palestra retirada do site do Goethe Institut de São Paulo:

“A Alemanha foi, durante muito tempo, uma “história do pós-Guerra”. A Reunificação Alemã, as gerações do pós-Guerra protagonistas do cenário político e social, a integração européia, a responsabilidade pela política internacional e a internacionalização da cultura alemã representam agora novos horizontes para o país. Isto se traduz também na literatura alemã atual.

Uma nova geração surge. O contínuo olhar sobre si e o perfil intelectual conhecidamente difícil e denso da literatura alemã cedem lugar a novas perspectivas: jovens autores fazem sucesso, principalmente as mulheres; bem-sucedidos são os autores de procedência não-alemã e, igualmente, assuntos não-alemães de atualidade global. Com estilo cativante, a geração Berlim tem tratado de assuntos atraentes e obtido sucesso de crítica, público e respaldo internacional.

Nesta palestra, Maike Albath apresenta o panorama atual da literatura alemã, fala sobre as tendências, assuntos e autores mais importantes, analisa o motivo do sucesso internacional e conversa com Augusto Massi, editor-executivo da Cosacnaify e Maria Emília Bender, diretora editorial da Cia das Letras.”

 

Dia 28 de maio, quarta-feira, às 19h
Entrada franca

Goethe-Institut São Paulo
Rua Lisboa, 974 – Pinheiros
Tel. 11 3296-7000

Realização:
Goethe-Institut São Paulo
Kulturfest – Estação Alemã 2007/08

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O Centenário de Claude Levi-Strauss

25 maio, 2008 | Por admin

Em comemoração ao centernário do antropólogo francês Claude Levi-Strauss, a agência de fotografias de arte Scala – Scala Istituto Fotografico Editoriale – disponibilizou 200 imagens representando Levi-Strauss e seu trabalho. Segundo a agência, essa iniciativa marca a publicação dos escritos do antropólogo da Bibliothèque de la Pléiade, a prestigiosa coleção de livros da editora francesa Gallimard, e também para celebrar os 100 anos de Levi-Strauss a serem completados no dia 28 de novembro deste ano. Clique aqui para acessar o arquivo.

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Profecia de um antropólogo francês (Durkheim)

21 maio, 2008 | Por admin

Emile Durkheim (1858 – 1917) é considerado um dos fundadores da antropologia fracesa, criador do famoso periódico “O ano antropológico” e das reflexões acerca da “consciência coletiva”. Em uma resenha de um livro alemão que tratava da “psicologia dos povos” e cuja tese central era a idéia de um futuro idêntico para toda a humanidade, Durkheim, em desacordo, escreveu:

“Nada nos autoriza a acreditar que os diferentes tipos de povos vão todos no mesmo sentido; alguns seguem caminhos muito diversos. O desenvolvimento humano deve ser ilustrado não sob a forma de uma linha em que as sociedades viriam se colocar umas depois das outras como se as mais avançadas não fossem senão a continuação e a sequência das mais rudimentares, mas como uma árvore com ramos múltiplos e divergentes. Nada nos diz que a civilização de amanhã será apenas o prolongamento da existente atualmente para uma mais elevada; talvez ao contrário, ela terá como agentes povos que nós julgamos inferiores como a China, por exemplo, e que lhe darão uma direção nova e inesperada.” (O Ano Sociológico, tomo XII, 1913, p. 60 – 61)

Este trecho foi extraído do interessantíssimo livro A noção de cultura nas ciências sociais, escrito pelo professor e pesquisador do Laboratório de Etnologia da Universidade de Paris V, Denys Cuche. Publicado e traduzido pela EDUSC.

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