A página de Diversão & Arte da UOL divulgou uma notícia curta hoje a tarde a respeito de uma candidata brasileira à Patrimônio da Humanidade. A candidata – a Praça de São Francisco, que fica na cidade de São Cristóvão (SE) – tem 41 concorrentes, procedentes de países como a Espanha, Argentina, Bolívia, Cuba, México e a Nicarágua e será julgada pelo Comitê do Patrimônio Mundial, que se reune em julho em Québec (Canadá).
Este acontecimento tem apelo ufanista e também turístico como todos os outros patrimônios da humanidade, tanto naturais quanto culturais, que existem pelo mundo. Porém, é muito pequeno o número, pelo menos no Brasil, de pesquisadores e profissionais ligados à área de preservação e restauração do Patrimônio.
O baixo interesse pelo assunto reflete a baixa publicação de livros especializados. Do catálogo da livraria 30PorCento descobrimos 4 títulos pertinentes:
- A Alegoria do Patrimônio, de Françoise Choay (UNESP). Historiadora das teorias e das formas urbanas e arquitetônicas na Universidade de Paris VIII, a autora reconstitui a concepção, ao longo do tempo, do que vem a ser patrimônio histórico. Isso inclui um mergulho no conceito de monumento histórico e nas diferenças entre conservação e restauração. Verifica também como a indústria cultural convive com o patrimônio e como ele se relaciona com o turismo. A divisão dos capítulos é a seguinte:
- Introdução – MONUMENTO E MONUMENTO HISTÓRICO
- Capítulo I – OS HUMANISMOS E O MONUMENTO ANTIGO
- Capítulo II – A ÉPOCA DOS ANTIQUÁRIOS – MONUMENTOS REAIS E MONUMENTOS FIGURADOS
- Capítulo III – A REVOLUÇÃO FRANCESA
- Capítulo IV – A CONSAGRAÇÃO DO MONUMENTO HISTÓRICO (1820-1960)
- Capítulo V – A INVENÇÃO DO PATRIMÔNIO URBANO
- Capítulo VI – O PATRIMÔNIO HISTÓRICO NA ERA DA INDÚSTRIA CULTURAL
- Capítulo VII – A COMPETÊNCIA DE EDIFICAR
- Restauração, de E. E. Viollet-le-Duc (ATELIÊ EDITORIAL). O verbete “Restauração” é um texto essencial para se entender a concepção do teórico sobre o tema. A obra fornece meios para se analisar as atuações sobre monumentos históricos no passado e as transformações por que passaram as teorias de restauro no decorrer do tempo. Auxilia, ainda, na compreensão das diversas vertentes teóricas atuais relacionadas à proteção de bens culturais.
- Os Restauradores, de Camillo Boito (ATELIÊ EDITORIAL). Os Restauradores é uma das conferências do autor, apresentada durante a exposição de Turim em 1884. São nela apresentadas experiências sobre restauração que se acumularam no decorrer do tempo, apesar de ter se negado, como crítico de arte, à apropriação acrítica dos estilos do passado. Camillo Boito foi um dos responsáveis pela atual teoria de restauração de bens culturais.
- Teoria da Restauração, de Cesare Brandi (ATELIÊ EDITORIAL). Nesta obra, Brandi articula sua excepcional capacidade intelectual com sua experiência na direção do ICR, para produzir um texto rigoroso, embasado em princípios sólidos e coesos. Fonte inesgotável para questões ligadas à preservação de bens culturais.