Minha vida sem banho, de Bernardo Ajzenberg, lançado no mês passado pela Rocco, vem de um jeito inusitado de encontro às discussões, ultimamente tão frequentes, sobre a escassez de água e seu uso radicalmente racionado.
Seu protagonista, Célio, num dia de inverno acovarda-se frente a um banho frio, pois seu aquecedor quebrara, e resolve não tomar banho. Nem naquele dia, tampouco nos seguintes. A decisão de parar de tomar banho deu início a um verdadeiro projeto de vida. Que, paradoxalmente, reverteu-se na repentina aceitação social do protagonista, a partir de então, notado e respeitado. O autor constrói assim, com humor, uma crítica à superficialidade das relações e utopias contemporâneas, além de mostrar a canibalização da comunicação que é realizada através das redes sociais.