
Hermann Broch
Grandioso lançamento deste mês, o livro Espírito e espírito de época – Ensaios sobre a cultura da modernidade [Geist und Zeitgeist: Essays zur Kultur der Moderne), reúne seis ensaios do austríaco Hermann Broch, um dos mais relevantes escritores do século XX.
Traduzidos por Marcelo Backes, os ensaios foram escritos entre os anos de 1933 e 1949 e versam sobre arte, mito e direitos humanos, contextualizados pela decadência dos valores, característica do fin-de-siècle – época marcada pelo fim do império dos Habsburgo –, cujo ápice foram os horrores do nazismo.
Unindo diversas frentes intelectuais, pensando a literatura em relação à filosofia, à história, à política, Broch, por exemplo, foi um dos primeiros intelectuais a reconhecer o trabalho de James Joyce, a respeito de quem escreveu o ensaio “James Joyce e o presente”, incluído neste volume. Continue lendo
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“O poeta está mais próximo do mundo quando carrega em seu íntimo um caos; no entanto, e este foi nosso ponto de partida, sente responsabilidade por esse caos – não o aprova, não se sente bem com ele, não se crê importante por ter em si espaço para tanta coisa contraditória e desconexa, mas odeia o caos e não perde jamais a esperança de dominá-lo em prol dos outros e de si mesmo. Para dizer algo sobre este mundo que tenha algum valor, o poeta não pode afastá-lo de si ou evitá-lo. Tem de carregá-lo em si enquanto caos, a despeito de todas as metas e planejamentos, pois o mundo se move com velocidade crescente rumo à própria destruição. […] Contudo, não se pode permitir sucumbir ao caos, mas, a partir justamente da experiência que dele possui, precisa combatê-lo, contrapondo a ele a impetuosidade de sua esperança”.