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Intelectual radical

19 junho, 2015 | Por Isabela Gaglianone
Susan Sontag

Susan Sontag

A vontade radical é segunda coletânea de ensaios de Susan Sontag e foi concebida como continuidade às investigações empreendidas em seu livro anterior, Contra a interpretação [L&PM, 1987, esgotado].

Trata-se da reunião de textos escritos entre 1966 e 1969 que tratam de cinema, literatura, política e, caso do mais célebre deles, pornografia.

Felizmente de volta às livrarias, reeditado pela Companhia das Letras, desta vez em edição de bolso. A tradução é de João Roberto Martins Filho

Nos textos, Sontag analisa a obra dos cineastas Ingmar Bergman e Jean-Luc Godard, do dramaturgo Samuel Beckett, comenta os escritores Rainer Maria Rilke e William Burroughs. Compõem ainda o volume suas reflexões agudas sobre o pensamento do filósofo romeno Emil Cioran, bem como o clássico libelo contra a guerra do Vietnã, escrito por ocasião da sua visita a Hanói.  Continue lendo

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fotografia

Textos de intelectuais do séc. XX, sobre a fotografia como símbolo, signo, conceito

10 abril, 2015 | Por Isabela Gaglianone

Levantamos aqui significativos ensaios sobre a fotografia, que a desdobram enquanto símbolos e signos de conceitos: aprofundamento em sua significância, artística e filosófica. O que define um intelectual, entre outros, é o caráter contemporâneo e abrangente de seu pensamento. Trata-se de uma constante renovação do interesse, pela qual a atualidade se reconhece em um passado longínquo, recupera-se no interior de ordem inusitada à vista desarmada. Pensamento que expande os horizontes da especialização e desdobra os elementos de suas análises em ricas metáforas conceituais, criando ramificações profundas, aptas a inaugurar questões, apontar problemas latentes, identificar percursos, iluminar relações.

 

Walter Benjamin, “Magia e técnica, arte e política”

Walter Benjamin é autor de dois dos mais citados ensaios sobre fotografia. “Pequena história da fotografia” e “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica” encontram-se ambos no volume Magia e técnica, arte e política. As reflexões sobre a fotografia permitiram ao filósofo problematizar a noção de aura, bem como traçar a história das transformações irreversíveis da reprodutibilidade, responsáveis por transformar a obra de arte. A aura traduz a essência transcendente, inesgotável e distante da obra de arte, a distância intransponível do objeto artístico. A análise sobre a fotografia encaminha o desenvolvimento do conceito; a imagem fotográfica, como imagem técnica, suficientemente verossímil, feita a partir da realidade e apta à reprodutibilidade, inaugurou possibilidades interpretativas históricas, sociológicas e filosóficas. “Pela primeira vez no processo de reprodução da imagem, a mão foi liberada das responsabilidades artísticas mais importantes, que agora cabiam unicamente ao olho” [“A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”]. Continue lendo

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fotografia

“O fotógrafo saqueia e também preserva”

19 setembro, 2014 | Por Isabela Gaglianone

“A humanidade permanece, de forma impenitente, na caverna de Platão, ainda se regozijando, segundo seu costume ancestral, com meras imagens da verdade”.

Susan Sontag, fotografia de Chris Felver

Sobre fotografia, de Susan Sontag, originalmente publicado em 1977, reúne ensaios que se tornaram clássicos pela originalidade com que extrapolam a reflexão sobre a história da fotografia e aprofundam-se na análise da nova ética da visão instaurada pelo advento da máquina fotográfica. Uma reflexão filosófica, sociológica e artística, sobre o mundo em que as relações humanas passaram a ser mediadas por imagens – “mundo-imagem”, como define Sontag.

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matraca

Um belo sentido à escrita

21 fevereiro, 2014 | Por Isabela Gaglianone

“O poeta está mais próximo do mundo quando carrega em seu íntimo um caos; no entanto, e este foi nosso ponto de partida, sente responsabilidade por esse caos – não o aprova, não se sente bem com ele, não se crê importante por ter em si espaço para tanta coisa contraditória e desconexa, mas odeia o caos e não perde jamais a esperança de dominá-lo em prol dos outros e de si mesmo. Para dizer algo sobre este mundo que tenha algum valor, o poeta não pode afastá-lo de si ou evitá-lo. Tem de carregá-lo em si enquanto caos, a despeito de todas as metas e planejamentos, pois o mundo se move com velocidade crescente rumo à própria destruição. […] Contudo, não se pode permitir sucumbir ao caos, mas, a partir justamente da experiência que dele possui, precisa combatê-lo, contrapondo a ele a impetuosidade de sua esperança”.

– Do ensaio “O ofício do poeta”.

  

Elias Canetti, prêmio Nobel de Literatura de 1981, foi um dos escritores mais influentes do século XX. Além do premiado romance Auto-de-Fé, escreveu magníficos ensaios, como o denso trabalho de teoria social Massa e Poder – considerado, ao lado de Auto-de-fé, uma das obras magnas das letras no século XX –, ensaios político-literários extremamente lúcidos, como A consciência das palavras e, Continue lendo

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