Acaba de ser lançado, em primorosa edição, Impressões de Michel Foucault, pela interessante editora n-1.
Roberto Machado, professor titular do Departamento de Filosofia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, é considerado, tanto no meio acadêmico quanto fora dele, um dos mais brilhantes intérpretes no Brasil das obras de Michel Foucault e Gilles Deleuze, notório sobretudo pela organização de Microfísica do poder. Machado conta que, após ter publicado trabalhos sobre Friedrich Nietzsche, Gilles Deleuze e Marcel Proust, pretendeu “se reinventar pela escrita”, contando a história de sua longa relação com Michel Foucault, vivida nos cursos do Collège de France e nas vindas do filósofo francês ao Brasil. Trata-se, segundo o autor, da união entre “desejo de reflexão e desejo de ficção”, sem detrimento do rigor conceitual.
Como diz Peter Pál Pelbart, no livro, Roberto Machado “conduz o leitor à atmosfera parisiense que rodeava Foucault, povoada de cineastas, escritores, polêmicas e anedotas. Pelas lentes desse filósofo nascido no Recife e radicado no Rio, apreendemos fragmentos da vida pública e privada de um dos mais importantes pensadores do século XX. O que surge daí não é um monumento, mas uma aventura intelectual e vital, graças à capacidade que Foucault possuía de se deslocar, se desprender de si, mudar, surpreender”. Para o filósofo húngaro, trata-se do “testemunho vivo do encontro entre nossos trópicos nem sempre tristes e a efervescência intelectual de uma geração radical de pensadores franceses que marcou definitivamente nossa própria maneira de viver e de pensar”.