“Tem-se a impressão de que a esquerda está imobilizada, no nível da teoria e por conseguinte no da prática, pela ideia de que deve ficar o tempo todo revolvendo as entranhas do presente em busca de sinais de catástrofe e salvação”.
Por uma esquerda sem futuro, do historiador e crítico de arte marxista britânico T. J. Clark, analisa a encruzilhada em que se encontra a esquerda, incapaz até agora de propor respostas à crise econômica e social deste início de século XXI. O ensaio foi originalmente publicado na “New Left Review” – periódico sobre política fundado na década de 1960 – e pensa a utopia e o pragmatismo no pensamento de esquerda, defendendo que a esquerda deve reinventar sua resistência através do combate à desigualdade e à injustiça social, não através de ideias utópicos. Segundo ele, se a esquerda quiser permanecer existindo como geradora de ideais políticos relevantes, deve realizar uma revisão dos totalitarismos do passado e renunciar, nesta era de consumo e crescimento insustentáveis, a toda noção messiânica de futuro. Continue lendo