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lançamentos

Um conto, uma peça, um poema

10 novembro, 2016 | Por Isabela Gaglianone

gravura de Iberê Camargo

A editora 34 acaba de lançar Sul, de Veronica Stigger. O volume reúne três textos literários, três gêneros distintos de uma das vozes mais fortes da literatura brasileira atual. Um conto, uma peça teatral curta e um poema formam um instigante quebra-cabeça em que, surpreendentemente, todas as peças se encaixam.

O primeiro texto, “2035”, é um relato de tom kafkiano e sombrio situado num futuro distópico. Já na peça “Mancha”, duas personagens com o mesmo nome, Carol 1 e Carol 2, travam um diálogo entre cômico e absurdo em torno de uma mancha de sangue no chão de um apartamento. Por fim, o longo poema “O coração dos homens” se constrói sobre memórias de infância em que se confundem verdade e mentira, fato e ficção. Ligando os três textos, sangue, muito sangue, e um uso extremamente consciente e singular da linguagem, que, do trágico ao cômico, do melancólico ao escatológico, encontra sempre a forma e o tom precisos. Publicado originalmente na Argentina, em 2013, Sul é lançado agora em português – porém, acrescido de um texto oculto, que caberá ao leitor desvelar.

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Literatura

Literatura de orelhada

21 agosto, 2014 | Por Isabela Gaglianone

Hieronymus Bosch

Delírio de Damasco, de Veronica Stigger, é uma reunião de fragmentos de conversas alheias, ouvidas ao acaso pelo caminhante urbano. Segundo a autora, o livro forma uma “espécie de arqueologia da linguagem do presente, em busca da poesia inesperada − dura ou terna, ingênua ou irônica − que pudesse haver em meio a nossos costumeiros diálogos sobre a tríade sangue, sexo, grana”.

Como aponta Flávia Cera, na apresentação do livro:  “É difícil passar indiferente à leitura dos textos de Veronica Stigger. Seja pela forma ou pela força de seus textos, seja pelo contorcionismo ou despedaçamentos dos corpos que os habitam. Em Delírio de Damasco, não é diferente. Nele, Veronica se arrisca em uma literatura-limite. No limite da ficção, da narrativa, do sentido, no limite da literatura”. Continue lendo

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