“Toda arte aspira constantemente à condição de música”.
Para Walter Pater (1839-94), a Renascença foi um movimento motivado pelo “amor pelas coisas do intelecto e da imaginação por elas mesmas”. Seu estudo, O Renascimento, mostra que durante o período em questão buscou-se meios de “fruição intelectual ou imaginativa”, nas fontes antigas, os textos clássicos e medievais.
Pater foi professor de Oxford, especialista em arte e história do Renascimento, e notório sobretudo por seu estilo refinado. Seus ensaios visam, sobretudo, compreender os efeitos caudados pela recepção da pintura, da escultura e das obras literárias renascentistas. Seu esforço ensaístico principal parece ser olhar os objetos como se vistos pela primeira vez: para tanto, ele usa suas próprias impressões pessoais, para que, a partir delas, possa encontrar a gênese das sensações e emoções estéticas, que procura traduzir. O resultado é uma linguagem que, para falar da criação artística, acaba tornando-se uma por si só. Pater toma seu objeto de análise não como matéria inerte, mas preservando sua autonomia, enquanto ideia, antes do que realidade efetiva.