cinema

Phaidon compra a Cahiers du Cinéma

9 fevereiro, 2009 | Por admin

Recebi uma ótimo notícia através do twitter. José Afonso Furtado– @jafurtado-, diretor da biblioteca de arte da Fundação Calouste Gulbenkian, relatou a compra da famosa revista de crítica cinematografica Cahiers du Cinéma pela editora Phaidon. Aos poucos que não conhecem a Phaidon, é uma editora que foi fundada em Viena em 1923, e é reconhecida mundialmente por seu primor gráfico, publicando principalmente livros de artes-visuais.

Muitos acham que a Cahiers du Cinéma estava em franca decadência. A revista foi fundada em 1951 por André Bazin, Jacques Doniol-Valcroze e Joseph-Marie Lo Duca.

A revista passou por períodos conturbados durante sua história. Serge Toubiana, atual diretor da Cinemateca Francesa e antigo redator-chefe dos Cahiers du cinéma, conta, num prefácio do livro A Rampa, de Serge Daney, que “entre os anos de 1971 e 1973, os Cahiers du cinéma conheceram um período muito politizado: ruptura com o partido comunista, influência ideológica da China e da Revolução Cultural proletária, aprendizagem trabalhosa do marxismo-leninismo – versão althusseriana. Ao mesmo tempo, essa concordância ou simultaneidade teve repercussões essenciais sobre o modelo de escrita da época, juntamente com o fascínio dos redatores por teóricos como Jacques Lacan, Roland Barthes e Louis Althusser. Era o chamado período “estruturalista” dos Cahiers. (…)

Registrou-se, no fim do verão de 1973, uma grave crise nos Cahiers du cinéma. De um lado, os que se mantêm na linha dura marxista-leninista; de outro, vários redatores, entre eles Serge Daney, que desejam romper com o dogmatismo político.”

Em 1998 a revista foi comprada pelo grupo Le Monde. A Cahiers du cinéma passou por uma reformulação em 1999 para conquistar novos leitores, tornando-se uma revista que contemplava todas as artes-visuais de abordagem pós-modernista.

Richard Schlagman, dono da Phaidon e editor, disse estar determindo a “mais uma vez fazer com que a Cahiers du cinéma tenha um papel principal no mundo da cinematografia e indispensável aos seus participantes e aspirantes.”

A revista está no número 642, e traz na capa uma foto do diretor Clint Eastwood, com uma análise crítica de seu recente Gran Torino, além de artigos sobre o Curioso Caso de Benjamin Button e Shirin, do iraniano Abbas Kiarostami.

Cahiers du cinéma 642

A Rampa, de Serge Daney. Cahiers du cinéma, 1970-1982. Cosac Naify.
A Rampa – Cahiers du cinéma [1970-1982] de Serge Daney. Por R$45,50 na Livraria 30PorCento.

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