Numa prosa que se equilibra entre o ensaio e a auto-biografia, As pequenas virtudes, de Natalia Ginzburg (Palermo 1916 – Roma 1991), é uma pequena joia literária. O livro, que reúne onze textos, é tido como um dos maiores da escrita memorialística do século XX. A tradução para o português, feita por Maurício Santana Dias, acaba de ser lançada pela Cosac Naify; a edição conta com posfácio de Cesare Garboli.
Lançado originalmente em 1962, é conhecido desde então pela escrita elegante e clara da escritora. Um dos textos é o belo “Retrato de um amigo”, um perfil do poeta e amigo Cesare Pavese. Também são tema para suas reflexões as relações entre as gerações, sua experiência de medo e pobreza em tempos de guerra, sua visão, irônica e cômica, sobre Londres, cidade que lhe parece inóspita. Sua visão, de sensibilidade profundamente humana, dota esses textos de uma beleza perturbadora. Continue lendo