“Eu te amo, diz o texto. Talvez entre o eu te amo e o amor propriamente dito haja um espaço intransponível. Talvez o tempo que passa. Mas não apenas. Talvez um inevitável desencontro. Essa incoerência. Leio o texto como se fosse parte de um romance. Talvez seja isso, e quando o amor acaba resta apenas a ficção”.
Carola Saavedra está colocada entre os vinte melhores jovens escritores brasileiros escolhidos pela revista Granta. Naturalizada brasileira aos três anos de idade, considera a língua portuguesa como sua pátria.
Tendo já publicados, no Brasil, três romances – Toda terça (2007), Flores azuis (2008) e Paisagem com dromedário (2010), todos também publicados pela Companhia das Letras – em O inventário das coisas ausentes, ela manteve a forma de fazer literatura exploradas nos trabalhos anteriores: “Quando conto uma história, com ela vem outra”, diz a autora. Aqui, há duas histórias, ligadas pela questão que é tema do livro: a conjugação da vida e da narrativa ao longo da escrita de um romance. Continue lendo