– Vá embora – disse Sandra, mas deixou a porta aberta.
Arrecife, de Juan Villoro, conta a história de Tony Góngora, que, tendo perdido boa parte da memória em consequência do abuso de todo tipo de drogas na juventude, aceita o convite de seu melhor amigo, Mario Müller, para trabalhar num resort no Caribe mexicano. Lá, tornou-se conhecido por oferecer aos clientes uma experiência extrema: o perigo controlado. Os turistas passam a ir ao luxuoso hotel dispostos a encarar situações-limite e violência em pequenas doses, numa programação recreativa que inclui sequestros-relâmpago e encontros com guerrilheiros. Até que um mergulhador do hotel aparece morto com um arpão atravessado nas costas. Uma história de crime, de amizade, amor e redenção.
A narrativa acontece em dois planos: um, o México dos anos 60, 70, da contracultura; outro, nos dias de hoje, no país em que o turismo rompe limites. O livro é político e questiona o turismo narcótico que, em última instância, Villoro entende como uma busca por perigo.