“Era o círculo eterno sem começo nem fim. […] A perplexidade do moço diante de certas considerações tão ingênuas, a mesma perplexidade que um dia senti. Depois, com o passar do tempo, a metamorfose na maquinazinha social azeitada pelo hábito: hábito de rir sem vontade, de chorar sem vontade, de falar sem vontade, de fazer amor sem vontade… O homem adaptável, ideal. Quanto mais for se apoltronando, mais há de convir aos outros, tão cômodo, tão portátil”
– trecho de “Eu era mudo e só” [Telles, Antes do baile verde]
Reunião de narrativas escritas entre 1949 e 1969, publicada em originalmente em 1970, Antes do baile verde, de Lygia Fagundes Telles, é uma das obras mais marcantes da carreira da autora, pontuada por uma sensibilidade singular.
Send to Kindle