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Artes Plásticas

Melodia

19 dezembro, 2013 | Por Isabela Gaglianone

Paul Klee foi um artista revolucionário. Suas obras possuem um humor seco, ao mesmo tempo inventivo e também mágico, que, aliado à perspectiva abstrata, as preenchem com uma singular musicalidade. Seu trabalho penetra o inconsciente, a infância, é singularmente lúdico, desvenda a absoluta subjetividade da arte. Seu objetivo não era representar, mas visualizar: evitando a mera transposição, para a formalidade de uma linguagem, daquilo que se traduz em fenômeno na realidade, substituiu com refinamento gráfico único a compreensão dos objetos em sua consistência maciça pela materialidade ambígua do signo, frágil e incorpórea. A imagem, em seu trabalho, transmite-se em sua subjetividade absoluta.

O crítico de arte Giulio Carlo Argan, no livro Arte moderna, analisa: “[…] inteiramente dedicado a perscrutar as profundezas do ser para captar as raízes primeiras e mais secretas da consciência, Klee nunca sucumbe à vertigem […]. Não traduz a imagem em conceito, o que equivaleria a destruí-la; limita-se a torna-la visível, pois a percepção já é consciência”.

Tão talentoso quanto pintor, Klee também o foi enquanto músico. E é sobretudo interessante o entroncamento único, entre música e pintura, por ele desenvolvido e que representa a tônica de sua fabulosa expressão artística. Violinista, transformou sua leitura dos ritmos e estruturas musicais em arte abstrata Continue lendo

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