Arquivos da categoria: Música

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Etnografia da música

12 maio, 2015 | Por Isabela Gaglianone

Rondó Suyá, fotografia de Anthony Seeger, 1982

Interessante lançamento no Brasil, o livro Por que cantam os Kisêdjê, do antropólogo Anthony Seeger, apresenta um profundo estudo da música e de seu papel enquanto elemento relevante ao processo social da comunidade Kisêdjê. O estudo é resultado de mais de quinze anos de pesquisa de Seeger, que, nascido no seio de uma família de músicos respeitados, sempre interessou-se por música e performances rituais, e chegou ao Brasil, especificamente à comunidade dos Kisêdjê, como um dos pesquisadores do Harvard Central Brazil Project, coordenado por Maybury-Lewis. Seeger conviveu com os Kisêdjê por extensos períodos, ao longo dos quais pode produzir descrições etnográficas detalhadas e originais sobre eles. Os apontamentos de Seeger inovaram o estudo da música e do ritual nas sociedades ameríndias.

Seu pensamento e pesquisa são profundamente influenciados e inspirados pelas análises desenvolvidas por Lévi-Strauss nas Mitológicas. Continue lendo

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Uma prosa rítmica e política

25 fevereiro, 2015 | Por Isabela Gaglianone
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Paul Klee

Referência literária colombiana, Andrés Caicedo (1951-1977) recebe pela primeira vez uma edição brasileira: Viva a música! chega às livrarias pela editora Rádio Londres.

Foi o único romance publicado por Caicedo, mas ainda assim responsável por uma revolução na produção literária da Colômbia. O jornal colombiano El espectador elegeu-o o segundo romance mais relevante do país no século XX, logo após Cem anos de solidão, de Gabriel García Marques.

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Um depósito de ferragens transformado em Lira

12 setembro, 2014 | Por Isabela Gaglianone

“Era ali que as coisas aconteciam… Era uma espécie de catacumba, onde se faziam muitas coisas que não aconteciam na superfície” (Luiz Tatit).

Festa do Lira Paulistana, 1983.

Entre 1979 e 1986, na rua Teodoro Sampaio, funcionou o lendário Teatro Lira Paulistana que agora, depois de ter-se tornado documentário em novembro do ano passado, ganha registro impresso no livro Lira Paulistana – Um delírio de porão, escrito por Riba de Castro, lançado ontem à noite em São Paulo. Quem perdeu o lançamento, pode, hoje à noite, ver a exibição do documentário Lira Paulistana e a Vanguarda Paulista, seguida de um bate-papo, na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, na Rua Henrique Schaumann, 777, em Pinheiros, São Paulo.

Riba de Castro foi um dos sócios do Lira Paulistana e, no livro, conta a história daquele significativo pólo cultural paulistano. O volume é ilustrado por vasto material iconográfico, entre fotografias, cartazes de divulgação, capas de livros, discos e jornais produzidos pelo teatro, além de depoimentos de artistas, produtores culturais e jornalistas. Realizado com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, o livro tem patrocínio da Natura Musical: o resultado dos incentivos é o preço, quase simbólico do livro (na 30porcento, só 14,00).  Continue lendo

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Música epistolar

6 agosto, 2014 | Por Isabela Gaglianone

Igor Stravinsky e Jocy de Oliveira

A pianista e compositora Jocy de Oliveira lança hoje em São Paulo seu livro Diálogos com cartas, composto por um conjunto de cento e doze cartas, recebidas por ela ao longo de quarenta anos. Uma correspondência preciosa, pois testemunho vivo da exposição de ideias, vivências e realizações de alguns dos maiores músicos eruditos do século XX. São cartas de Igor Stravinsky, Robert Craft, John Cage, Luciano Berio, Karlheinz Stockhausen, Iannis Xenakis, Eleazar de Carvalho, Claudio Santoro, Lukas Foss, Robert Craft e Olivier Messiaen, trocadas ao longo de décadas com a pianista. Além das cartas em fac-símile, o livro reproduz algumas primeiras versões de partituras manuscritas e não editadas. Esse raríssimo material é inteiramente originário do acervo pessoal de Jocy de Oliveira, que ao longo do livro contextualiza os fatos mencionados e explica circunstâncias, comenta as cartas, de modo a oferecer ao leitor um panorama interessante e completo de sua vivência artística e pessoal junto a esses compositores. Jocy, que foi solista em duas ocasiões sob a batuta de Stravinsky, recebeu, na qualidade de pianista e amiga, peças especialmente escritas para ela por compositores como Berio, Cage, Xenakis e Santoro. Como pianista, ela gravou para os selos Vox e Polygram dos EUA, grande parte da obra de Messiaen.

O lançamento em São Paulo ocorrerá hoje, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, às 19h30. Continue lendo

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Segura ele

24 abril, 2014 | Por Isabela Gaglianone

Pixinguinha. Um dos maiores compositores da música brasileira, responsável por dar forma definitiva ao choro, um instrumentista excepcional, quer como saxofonista, ou flautista. Além de um arranjador brilhante. Buscando privilegiar precisamente este aspecto de seu trabalho musical, o Instituto Moreira Salles, a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e as Edições Sesc São Paulo lançam agora a caixa Pixinguinha – Outras pautas, que reúne quarenta e quatro partituras de arranjos de Pixinguinha, sendo, dezenove deles, escritos para suas próprias composições, como os clássicos “Lamentos” e “Ainda me recordo”, o arranjo sinfônico para “Carinhoso” e até uma composição inédita, a polca “Cercando frango”.

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Artes Plásticas

Melodia

19 dezembro, 2013 | Por Isabela Gaglianone

Paul Klee foi um artista revolucionário. Suas obras possuem um humor seco, ao mesmo tempo inventivo e também mágico, que, aliado à perspectiva abstrata, as preenchem com uma singular musicalidade. Seu trabalho penetra o inconsciente, a infância, é singularmente lúdico, desvenda a absoluta subjetividade da arte. Seu objetivo não era representar, mas visualizar: evitando a mera transposição, para a formalidade de uma linguagem, daquilo que se traduz em fenômeno na realidade, substituiu com refinamento gráfico único a compreensão dos objetos em sua consistência maciça pela materialidade ambígua do signo, frágil e incorpórea. A imagem, em seu trabalho, transmite-se em sua subjetividade absoluta.

O crítico de arte Giulio Carlo Argan, no livro Arte moderna, analisa: “[…] inteiramente dedicado a perscrutar as profundezas do ser para captar as raízes primeiras e mais secretas da consciência, Klee nunca sucumbe à vertigem […]. Não traduz a imagem em conceito, o que equivaleria a destruí-la; limita-se a torna-la visível, pois a percepção já é consciência”.

Tão talentoso quanto pintor, Klee também o foi enquanto músico. E é sobretudo interessante o entroncamento único, entre música e pintura, por ele desenvolvido e que representa a tônica de sua fabulosa expressão artística. Violinista, transformou sua leitura dos ritmos e estruturas musicais em arte abstrata Continue lendo

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Literatura

Como um solo de violas

2 maio, 2013 | Por Isabela Gaglianone

como um solo de viola, grande sertão veredas - ilustração de Isabela Gaglianone

Digo-lhe, que se perguntarem, me diga um livro muito bonito para ler, minha memória cairá nas vertentes do viver de Grande sertão: veredas. Explanações pareceriam reles, o livro jorra beleza desde sua primeira palavra, Nonada. Derrama-se, goteja-se, verte-se. Caudaloso. A prosa demora-se em sua própria poesia, são veredas no texto as suas construções poéticas: líricas, inesperadas, vivas como um curso de água: os abundantes travessões dão a imagem, na página impressa – veredas –, vertentes em meio à prosa, comentários em meio à narrativa. Inúmeras variações sobre o próprio título. Os dois pontos fluem o texto em sucessivos riachos de poesia, que, por suas frases, umas nas outras, deságuam-se. Águas fortes, plácidas ou dramáticas, pela chuva ou pelos rios, a narrativa vai e volta levada pelas sensações das águas na lembrança de Rio baldo; o próprio narrador é como um rio de curso longo e tortuoso.

“ – “… Pois a minha não conheci…” – Diadorim prosseguiu no dizer. E disse com certeza simples, igual quisesse falar: barra – beiras – cabeceiras… Fosse cego de nascença”.

A beleza e o estranhamento dos entroncamentos de águas, enraizadas na língua viva da poesia. A língua poética não serve a um propósito – ainda que siga servindo –, não é um meio, mas um fim em si mesma. Remexidas como as pequenas pedras soltas pela correnteza do fundo de um rio, as palavras ganham vida ambivalente: deslocadas, agrupam em si novas maneiras de significância e de relação com as que lhes margeiam: poesia em prosa. “Sabe o senhor: sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar”. Esse sertão, por onde rolam, fugidas, as braças águas, tem a beleza e a tristeza de um solo de violas. Timbre deslocado da harmonia para a melodia, corredeira doce, voz a um tempo aguda e grave, chora e canta, em largas águas, derramando-se em serena vereda. O sertão que há dentro de um texto, entrecortado pela poesia das palavras, pelo movimento vivo da própria linguagem, a melodia tocada por um breve solo de viola amanhece.

_________________

Talvez a melhor tradução musical a essa ideia seja a Suíte Nordestina, de Guerra Peixe. Outros bons exemplos são também as peças de Radamés Gnattali, como o Concerto para viola e orquestra e a Sonata para viola e piano.

A edição 59 do programa Clave de Solencabeçado por Irineu Franco Perpétuo, apresentou gravações destas peças realizadas pelo violista Perez Dworeckio húngaro-brasileiro que foi um dos maiores instrumentistas do Brasil, um dos mais sensíveis intérpretes à viola, em grata homenagem após sua morte.

 

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Harmonia Funcional e a Indústria Fonográfica Brasileira

10 agosto, 2009 | Por admin

Dois lançamentos da Editora da Unicamp desta semana tratam da música em duas diferentes esferas: um propõe um estudo da parte técnica – especificamente a harmonia – e teórica da produção musical popular e o outro analisa a comercialização e recepção da música – neste caso, voltado para a análise da indústria do disco no Brasil durante os anos de 1970.

Harmonia funcional, de Carlos Almada (mestre em musicologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), aborda a Teoria Musical, a Harmonia Funcional e dedica uma seção à Harmonia Aplicada, tendo como referência o samba e o choro.
Almada já havia publicado pela Editora da Unicamp o livro Arranjo.

 

Indústria Fonográfica – um estudo antropológico, é uma reedição do livro de Rita C. L. Morelli, professora da Unicamp, publicado originalmente em 1991. O texto possui um foco bastante específico: a atuação da indústria do disco no Brasil durante os anos de 1970. As carreiras de Fagner e Belchior são usadas como modelo para a análise crítica da construção da imagem pública do artista, e espera “poder nos oferecer um novo olhar sobre o cenário atual” através da construção da indústria fonográfica brasileira.

 

Rita Morelli também publicou Arrogantes, anônimos, subversivos: Interpretando o acordo e a discórdia na tradição autoral brasileira, pela Mercado de Letras, mas está esgotado.

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Literatura

Mário de Andrade – Cabocolinhos

9 fevereiro, 2009 | Por admin

Em seu diário de viagem de 1928, a bordo da caravana da descoberta do Brasil que Mário de Andrade chamou de trabalho etnográficas, que foi publicado em livro pela Editora Itatiaia e que recebeu o nome de O Turista Aprendiz, há uma entrada no dia 5 de fevereiro de 1928, às 23 horas, na Paraíba:

“Uma das nossas danças dramáticas de que menos se tem falado são os Cabocolinhos. A culpa dessa ausência de documentação vem dos nossos folcloristas, quase todos exclusivamente literários. O que se tem registrado nos nossos livros de folclore é quase que unicamente a manifestação intelectual do povo, rezas, romances, poesias líricas, desafios, parlendas. O resto, moita.
Ora, os Cabocolinhos são caracteziadamente um bailado. Se dança. Não tem cantigas e só de longe em longe uma fala, tão esquematizada, tão pura que atinge o cúmulo da força emotiva. Imaginem só: fazia já mais de uma hora que o pessoal estava dançando, dançando sem parada, com fúria. Matroá é uma das figuras importantes do baile. É o caboclo-velho, de-certo, espécie de pajé da figuração tribal da dança. De-repente Matroá principiou uma coreografia de arquejo, brutal, braço esquerdo engruvinhado, com o arco por debaixo, duas mãos no peito, segurando a vida. Cada vez mais. Curvando, curvando, já levantava os pés custoso. O apito bateu duas feitas, parou tudo. O Reis falou pra Piramingu, Caboclo menino:
‘- Piramingu!
– Sinhô.
– Mataram nosso Matroá.
Tururu, tarára, tururu, tarára…’ A solfa continuou. O bailado se moveu de novo e Matroá foi enrolando uma perna na outra, já não levantava pé do chão mais não. Levou uns 10 minutos se movendo em pé, difícil de morrer como em todos os teatros e na vida.
Isso é que é perfeição! Fiquei tonto. Aquelas palavras puras, só aquilo. Fiquei com dó, não sei como fiquei, fiquei tonto, está certo, numa comoção danada.”

A documentação sobre os Cabocolinhos está nas Danças Dramáticas do Brasil, da Editora Itatiaia; pode ser adquirido na Livraria Cultura por R$100,00.

Há também um vídeo no Youtube cujo título ostenta o nome Cabocolinho. Entretanto, após a leitura do texto descritivo de Mário de Andrade, fica difícil crer que a tal interpretação do Coral Lourdes Guilherme, regido por Ana Judite, aproxime-se sequer da força da dança que Mário de Andrade presenciou naquele 1928.

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Literatura

Vitor Ramil no Sesc Pompéia

2 fevereiro, 2009 | Por admin

Vitor Ramil foi lançado pela editora Cosac Naify em junho de 2008, com o livro Satolep (palíndromo da palavra “Pelotas”), que é a cidade construída pelo escritor para onde o fotógrafo Selbor, protagonista e narrador do romance homônimo, retorna no dia do seu aniversário de trinta anos.

A própria editora, em seu site oficial, considera que Vitor Ramil, de estilo denso e poético, é a nova aposta da Cosac Naify em literatura brasileira. Não é para menos. Ramil foi um dos autores convidado da FLIP 2008 e, de uma tiragem inicial de 3000 exemplares, já teve em 2008 a 1ª reimpressão.

E agora, dia 6 de fevereiro de 2008, no Sesc Pompéia em São Paulo, Vitor Ramil apresenta o repertório de seu disco Satolep Sambatown, gravado em parceria com o percussionista Marcos Suzano. O resultado é um som cheio de experimentações em que cabem samba, choro e milonga, gêneros que recebem uma base eletrônica, unindo-se a letras de grande poesia. O CD valeu a Vitor Ramil o Prêmio Tim de Música 2008, na categoria Melhor Cantor por Voto Popular.

Vitor Ramil e Marcos Suzano no Sesc Pompéia
6 de fevereiro, sexta-feira, às 21h.
Rua Clélia, 93, Pompéia – São Paulo (SP)
Ingressos: R$ 16 e R$ 8

Satolep, de Vitor Ramil. Cosac Naify.

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Música

Jornalismo Cultural OnLine

14 janeiro, 2009 | Por admin

São 3 os comentários deste artigo sobre jornalismo:
1: Na primeira semana de maio será realizado o I Congresso de Jornalismo Cultural no TUCA, em São Paulo. As inscrições  começam dia 15 de janeiro; para inscrever-se fale com Flávia Moreira (11) 3385-3385 ou eventos@revistacult.com.br. Não sei se vai ser muito produtivo, mas vale a pena tentar.

TUCA, em São Paulo

TUCA, em São Paulo

2: O suplemento +Mais da Folha de São Paulo de domingo passado (11 de janeiro de 2009) tratava sobre a Batalha da Informação, usando como ponto de partida o “ataque a Gaza, acompanhado de intensa campanha midiática de Israel, que expõe dilemas do jornalismo na guerra e cacofonia da internet”. (em breve colocarei o link para que se possa ler as matérias do +mais do dia 11)

Quem acompanhou os primeiros dias da invasão terrestre israelense aqui neste blog deve recordar-se da batalha ideológica travada no Twitter e a proliferação de blogs posicionados dos dois lados da guerra.

3: Li o artigo O futuro do jornalismo num blog chamado träsel – o autor é jornalista, professor de Comunicação Digital da Famecos/PUCRS – que me fez lembrar da iniciativa da TV Cultura em “abraçar o webjornalismo participativo”, como disse träsel, no programa semanal Roda Viva. As transmissões acontecem ao vivo pela internet, com uma câmera exclusiva dos bastidores da gravação, um feed do Twitter com a tag #rodaviva e um chat para que os internautas possam fazer perguntas ao sabatinado da noite.

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gaza

Orquestra West-Eastern Divan (Daniel Barenboim)

13 janeiro, 2009 | Por admin

Orquestra Wes-Eastern Divan
Aproveitando os acontecimentos recentes na conturbada Faixa de Gaza, a seção de música do UOL soltou um artigo da BBC Brasil sobre a orquestra West-Eastern Divan. A matéria (Israelenses e palestinos tocam juntos em orquestra) é enxuta e não tem nenhum link. Portanto, aqui vai um complemento.

No site oficial da orquestra, http://west-easterndivan.artists.warner.de/, há uma nota do maestro argentino (e judeu) Daniel Barenboim onde ele esclarece o propósito da orquestra: The orchestra is a humanitarian idea, ou: A orquestra é uma idéia humanitária. O site é pouco atualizado e, aparentemente, o texto de boas vindas foi escrito em 2006.

No site oficial do maestro, http://www.danielbarenboim.com, há um texto recente que:

“Eu disse no passado sobre a necessidade de instituir mais programas não-políticos como a Orquestra West-Eastern Divan. Em Oslo, eu também disse sobre os problemas que os músicos enfrentam quando voltam para casa após a euforia de 6 semanas em turnê, sem checkpoints israelenses, ataques terroristas, ou restrições de viagem. Se um Israelense faz amizade com um Sírio na orquestra, eles não poderão se visitar durante o ano. Até mesmo a comunicação por email é limitada. O mesmo problema se aplica a amizades entre Israelenses e Libaneses. Todo verão, por 6 semanas, esses jovens músicos podem conviver como se fossem cidadãos da mesma nação, que eu gosto de chamar de República Soberana Independente da West-Eastern Divan. Entretanto, quando acaba o verão, as fronteiras reaparecem.

Esta orquestra só alcançará seu potencial máximo quando puder apresentar-se em todos os países representados pelos membros da orquestra. Atualmente, estes países são Espanha, Turquia, Israel, Líbano, Síria, Irã, Jordânia, Egito e a Palestina.”

O maestro argentino esteve no Brasil em 2008 para reger a sétima sinfonia de Bruckner na Sala São Paulo. Uma crítica extremamente elogiosa – e com razão – do jornalista Arthur Nestrovski saiu na Folha de São Paulo: Barenboim é sobrenatural ao reger Bruckner em São Paulo.

“No extremo oposto da esfuziante abertura da “Abertura” de Wagner estava o climático silêncio do “Scherzo” do Bruckner: um dos mais dramáticos, irrespiráveis silêncios já ouvidos na Sala São Paulo. A música parecia ter sido sugada para dentro. Depois disso, até as suspensões e prolongamentos
ou, por outro lado, até as oitavas abertas na orquestra inteira em uníssono
pareciam um alívio, senão uma solução.”

PS: No vídeo que o artigo da BBC Brasil possui, logo após a fala de um violinista da orquestra, há uma entrevista com Ramzi Aburedwan, e a legenda mostra a posição do músico na orquestra: “tocador de viola”; provavelmente ficaram com receio de errar colocando violista.

Orquestra West-Eastern Divan, regida pelo argentino Daniel Barenboim.

Orquestra West-Eastern Divan, regida pelo argentino Daniel Barenboim.

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Música

Filarmônica de Berlim Ao Vivo

7 janeiro, 2009 | Por admin

A famigerada Filarmônica de Berlim, em parceria com o Deutsche Bank, lançaou um serviço inédito em seu website: por €9,90 você pode assistir ao vivo os concertos da filarmônica através da internet, em sua casa, no seu confortável computador, aonde quer que você esteja no mundo.

Além dos concertos ao vivo – o próximo será dia 11 de janeiro, as 19h (horário de Brasília), com o maestro Zubin Mehta e o pianista Murray Perahia (+ info) – a Filarmônica de Berlim oferece a assinatura do pacote da temporada. São €89, que dão direito a todos os concertos ao vivo da temporada 2009 e o acesso irrestrito ao arquivo de concertos da temporada 2008/2009.

Imagem de um concerto da Filarmônica de Berlim

Filarmônica de Berlim

Programa

Filarmônica de Berlim – Ao Vivo

11/01/2009
Zubin Mehta maestro
Murray Perahia piano

Elliott Carter
Three Illusions

Ludwig van Beethoven
Piano Concerto n.4 em Sol Maior

Richar Strauss
Symphonia Domestica

17/01/2009
Bernard Haitink maestro

Gustav Mahler
Sinfonia N. 7

24/01/2009
Sakari Oramo maestro
Isabelle Faust violino

Bernd Alois Zimmermann
Photoptosis

Robert Schumann
Concerto para Violino em Ré menor

Robert Schumann
Sinfonia N. 2 em Dó maior

OSESP

A OSESP só volta em março. O primeiro concerto será dia 05 de março, na Sala São Paulo, com o ainda maestro John Neschling regendo o oratório Paulus Op. 36 de Felix Mendelssohn.

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lançamentos

Manguebeat revisitado em show e livro

26 setembro, 2008 | Por admin

Na última página do caderno ilustrada na Folha de São Paulo de hoje fiquei sabendo de uma série de apresentações que começam hoje e vão até domingo no Sesc Pompéia e que fazem referência ao Manguebeat, gênero marcante dos anos 90 na cena musical brasileira.

Diz a reportagem que os shows fazem parte da série Era Iluminada, um projeto do Sesc que se propõe apresentar um panorama de movimentos da música brasileira. Esta é a nona edição e o tema é o Manguebeat.

Hibridismos Musicais de Chico Science & Nação Zumbi

Coincidência ou não, a Ateliê Editorial lançou no primeiro semestre deste ano um livro que trata dos Hibridismos Musicais de Chico Science & Nação Zumbi, respondendo à perguntas como: “Que importância e significados teve o Manguebeat para a cultura de Pernambuco e para a música brasileira?”, ou “Como se estruturam as letras e músicas do grupo Chico Science & Nação Zumbi, um dos principais expoentes da cena musical recifense dos anos 1990?” e também “Quais foram as polêmicas causadas pelas mesclas poético-musicais entre tradição e modernidade que o grupo produziu?“.  As respostas são dadas através de análises de letras de músicas do movimento. O autor é Herom Vargas que, segundo o site da Ateliê Editorial, é doutor em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e professor e é também membro da seção latino-americana da International Association for Study of Popular Music.

Para adquirir o livro basta clicar neste link e pagar R$23,10.

E para o show, basta ir ao Sesc Pompéia (Rua Clélia, 93, Lapa) hoje ou amanhã às 21h ou domingo às 18h. Ingressos de R$6 a R$24.

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Música

Poesia Sonora – A Voz Instrumento de Criação

17 junho, 2008 | Por admin

Visitei hoje cedo o blog da revista modo de usar & co. e me deparei com o artigo de 15 de junho sobre Nelly Larguier: uma jovem poeta sonora francesa. O tema do artigo me levou a tirar da estante a edição número 8-9 da Sibila que possui duas matérias e um cd sobre este exato tema: A Voz Intrumento de Criação: Dos Futuristas à Poesia Sonora, por Enzo Minarelli, e A Poesia Sonora Hoje no Mundo (uma parte da matéria pode ser lida neste site: http://sibila.com.br/live2hoje.html) que se propõe a rediscutir pontos do Manifesto da Polipoesia publicado pela primeira vez em Valência, 1987.

Links

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