Arquivo da tag: Literatura

lançamentos

Um não lugar em tempo algum

20 março, 2017 | Por Isabela Gaglianone

A Utopia de Thomas More completou 500 anos de publicação no ano passado. Em comemoração, a editora Autêntica acaba de publicar uma edição bilíngue da obra, a primeira tradução brasileira da obra diretamente do latim, realizada por Márcio Meirelles Gouvêa Júnior e revisada por Guilherme Gontijo Flores.

O tradutor, na apresentação do livro, fala sobre como a compreensão da personagem principal da trama de Thomas More é chave importante para a tradução de seu latim humanista: “O navegante de pele atrigueirada pelo sol, barba comprida e roupas de marinharia foi, de modo expresso, anunciado por aquele que o apresentava ao narrador não como um Palinuro, mas como um Ulisses, ou antes, mesmo como um Platão. Desse modo, ao recusar-lhe a semelhança com o piloto do navio de Eneias, e aproximá-lo de Ulisses ou de Platão, o autor não caracterizou seu protagonista como um marinheiro profissional, mas precisamente como um explorador de novas regiões da Terra, em um mundo que expandia suas fronteiras geográficas na esteira das grandes navegações”.

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Guia de Leitura

Sociedade do cansaço

16 setembro, 2016 | Por Isabela Gaglianone

Já não vivemos em uma sociedade imunológica: a violência imanente ao sistema é neuronal e, portanto, não desenvolve uma reação de rejeição no corpo social.

 

Byung-Chul Han, “Sociedade do cansaço”

“A sociedade do trabalho e a sociedade do desempenho não são sociedades livres. Elas geram novas coerções. A dialética do senhor e escravo está, não em última instância, para aquela sociedade na qual cada um é livre e que seria capaz também de ter tempo livre para o lazer. Leva, ao contrário, a uma sociedade do trabalho, na qual o próprio senhor se transformou num escravo do trabalho. Nessa sociedade coercitiva, cada um carrega consigo seu campo de trabalho. A especificidade desse campo de trabalho é que somos ao mesmo tempo prisioneiro e vigia, vítima e agressor. Assim, acabamos explorando a nós mesmos. Com isso, a exploração é possível mesmo sem senhorio”.

O filósofo sul-coreano radicado na Alemanha, professor universitário de filosofia e estudos culturais na Universidade de Artes em Berlim, Byung-Chul Han, teve o livro Sociedade do cansaço publicado no Brasil em 2015, com tradução de Enio Paulo Gianchini, pela editora Vozes.

Han tem atualizado os temas da filosofia alemã de maneira simples e original: analisando o homem contemporâneo, a subjetividade, as novas formas de dominação, a depressão e as esperanças, seus escritos parecem definir diretamente o que somos, no mundo em que vivemos.

A sociedade do cansaço que Han problamatiza é efeito de uma sociedade do desempenho. “A sociedade de hoje é uma sociedade de academias de fitness, prédios de escritórios, bancos, aeroportos, shopping centers e laboratórios de genética. A sociedade do século XXI é uma sociedade de desempenho”. Nela, o discurso motivacional e seus efeitos colaterais estão crescendo desde o início do século XXI e este discurso não mostra sinais de desaquecimento. Religiões tradicionais estão perdendo adeptos para novas igrejas que trocam o discurso do pecado pelo encorajamento e autoajuda. As instituições políticas e empresariais mudaram o sistema de punição, hierarquia e combate ao concorrente pelas positividades do estímulo, eficiência e reconhecimento social pela superação das próprias limitações. Byung-Chul Han mostra que a sociedade disciplinar e repressora do século XX, descrita por Michel Foucault na década de 1970, perde espaço para uma nova forma de organização coercitiva: a violência neuronal. “A violência neuronal não parte mais de uma negatividade estranha ao sistema. É antes uma violência sistêmica, isto é, uma violência imanente ao sistema”. As pessoas  cobram-se cada vez mais para apresentarem melhores resultados, tornando-se, elas próprias, vigilantes, e carrascas, de suas ações. A ideologia da positividade é perversa, nos faz submetermos-nos a trabalhar mais e a receber menos.

Uma das principais consequências é um aumento significativo de doenças como depressão, transtornos de personalidade, síndromes como hiperatividade. Na sociedade do desempenho todas as atividades humanas decaem para o nível do trabalho e o homem se torna “hiperativo e hiperneurótico”. Continue lendo

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Literatura

O que se pode saber de um homem

9 fevereiro, 2015 | Por Isabela Gaglianone

“Flaubert representa, para mim, exatamente o contrário da minha própria concepção da literatura: um alienamento total e a procura de um ideal formal que não é, de modo algum, o meu…” – Sartre.

 

– Caricatura de Flaubert, por Eugène Giraud

A última obra escrita por Sartre, O idiota da família, é um verdadeiro monumento. Publicado em três volumes, aos quais se seguiria ao menos mais um, rascunhado, porém inacabado pelo avanço da cegueira e de problemas de saúdes do filósofo, trata-se de um profundo e abrangente estudo sobre a vida e obra de Flaubert, através de um método investigativo que articula existencialismo, psicanálise e crítica literária. É, pois, considerado síntese de todo o pensamento filosófico sartreano.

À época da publicação do primeiro volume, Sartre, indagado sobre a natureza de seu interesse por Flaubert, disse que o escritor representava seu avesso e que era justamente este o motivo de sua admiração. O filósofo reconstrói os fundamentos psicológicos de Flaubert a partir de reflexões sobre seu meio familiar, entre uma mãe fria e um pai autoritário. O título, Sartre explica: “Uma testemunha conta que o menino aprendeu a ler muito tarde e que seus familiares o tinham então por criança retardada”Continue lendo

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Últimas

O riso como instrumento crítico

10 dezembro, 2014 | Por Isabela Gaglianone

Honoré Daumier, “Le passé´. Le présent. L’avenir”

Concetta D’Angeli e Guido Paduano, professores da Faculdade de Línguas e Literatura Estrangeiras da Universidade de Pisa, no livro O cômico articulam conceitos estéticos, literários e psicanalíticos para pensar algumas dimensões críticas da risada. Os autores partem do cômico como aspecto fundador da história da literatura, seja através de textos de autores como Shakespeare e Cervantes, seja enquanto subversão popular carnavalesca. Sua análise passa por aspectos do riso levantados por Freud, que o compreendia como um importante mecanismo de defesa, de constituição de autonomia e individualidade. Ao decorrer do livro, perspectiva-se um panorama do cômico na literatura, mostrando como ele satirizou manias, vícios e incoerências políticas e sociais, como ridicularizou a estupidez, possibilitou transgressões, tangenciou a loucura, serviu como via de questionamento sobre a moral, a razão, a morte. Um guia para a classificação e análise dos aspectos retóricos e linguísticos relacionados ao cômico nos textos literários.

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Guia de Leitura

Artistas plásticos brasileiros contemporâneos que escrevem romances, prosa em contos, versos em prosa.

11 outubro, 2014 | Por Isabela Gaglianone

A literatura dialoga naturalmente com as artes plásticas, ao passo que ambas criam imagens e narrativas que desenham diferentes sentidos, desvendam e suscitam inusitadas relações. As imagens, entre economia verbal e objetividade, criam correspondências ricas entres o que as palavras dizem e o que os olhos vêem. Um artista plástico que escreve literatura tem à mão a possibilidade de intercalar ambos os trabalhos.  

 

Nuno Ramos, “Ó”

Nuno Ramos, principal referência contemporânea brasileira quando se pensa em artista plástico escritor, cria uma fantasia rapsódica com seu Ó. Vertiginosamente, seus capítulos compõem um labirinto em torno desta letra palavra tão ambivalente, por vezes quase material, num dedo que aponta, ou substantivada, para expressar desdém, ou como prelúdio a uma resposta inesperada e não convencional. Ó: uma palavra quase corpórea, quase sempre indicial. Encabeçado por ela – que mesmo só é palavra na medida em que compreendida num contexto cultural popular –, o livro de Nuno Ramos é sensorial.

 

Alberto Martins, “Lívia e o cemitério africano”

No livro Lívia e o cemitério africano, o artista Alberto Martins criou uma composição de capítulos curtos que tanto se completam quanto se contrapõem bruscamente, criando, na passagem e no confronto entre eles, novas possibilidades de leitura e, entre eles, inseriu dezesseis páginas de xilogravuras, em momentos cruciais da narrativa, que desempenham a mesma função ambivalente.  A movimentação das histórias reverberam nos passeios das personagens, uma metalinguagem da própria dificuldade de estabelecer verdades internas. Em seus trabalhos, Alberto Martins consegue que as expressões literária e plástica preservem suas autonomias, apesar de se impregnarem mutuamente. Nos poemas, nas gravuras e nos romances – e principalmente nos seus encontros – Alberto Martins trabalha quase no limite da sugestão.

 

Giselda Leirner, “Naufrágios”

Giselda Leirner, em Naufrágios, constrói um livro de fragmentos e destroços de história. Nesta coletânea de contos, fragmentos de vida escritos na primeira pessoa, autora, narradora e protagonistas muitas vezes se confundem, amalgamam-se ao mesmo tempo que são estranhas a si mesmas, sombras de sombras: simbolizam o esquecido e recalcado e encaminham ficção e realidade a mostrarem-se inextricáveis. A escritura e a vida duplicam-se mutuamente, e somos lembrados disso ao longo do livro, uma metaliteratura, a movimentar sentidos de existência. A escrita é uma roupa mortuária, que conserva a existência; de uma vida que naufraga, restam as palavras, concretudes de nostalgias.

 

Fernando Vilela, “Lampião e Lancelote”

 

O pintor e xilogravurista Fernando Vilela é também autor de contos infantis, como o belíssimo Lampião e Lancelote, publicado pela CosacNaify, vencedor do prestigioso prêmio Bologna Ragazzi, menção honrosa conferida na Feira do Livro de Bolonha. Esta obra extremamente original mescla linguagens diversas: verso, na sextilha do cordel sertanejo; prosa, no tom das narrativas épicas da cultura medieval; carimbo e xilogravura.

 

 

Livros polimórficos, que desdobram o caráter mágico da linguagem e resguardam em si o reino dos simulacros e dos reflexos – enquanto simulacro, a linguagem é o próprio símbolo da materialização da ideia, plasticidade que interioriza as condições de realidade vivida, ou como diria Deleuze, “é a instância que compreende uma diferença em si”.

 

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Literatura

Narrativa profunda, poética densa

7 agosto, 2014 | Por Isabela Gaglianone

“Sim, claro, se amanhã fizer bom tempo.”

Fotografia de Jean Guichard

Ao farol, de Virginia Woolf, é uma transcriação artística das experiências vividas pela escritora na casa de praia de sua família, na baía St. Ives, na Cornualha, Inglaterra, de onde ela podia avistar o farol da ilha de Godrevy. No romance, através das personagens Sr. e Sra. Ramsay, ela problematiza, desloca e formula sua relação com seu pai, Leslie Stephen, um “espartano, ascético, puritano”, e com sua amada e belíssima mãe, Julia Stephen que morreu quando Virginia Woolf tinha apenas treze anos – tragédia pessoal que desencadeou então o primeiro dos colapsos nervosos que atormentariam a escritora ao longo de toda sua vida. A própria Virginia ganha vida no livro como a pintora Lily Briscoe, que passa as férias de verão na Ilha de Skye, na Escócia, ao invés de St Ives. Sua memória, porém, é apenas a matéria bruta, que a autora esculpe para dar forma a este magnífico romance.

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Crítica Literária

lirismo metalinguístico, poética acadêmica

19 março, 2014 | Por Isabela Gaglianone

[…] A experiência da imagem, anterior à da palavra, vem enraizar-se no corpo. A imagem é afim à sensação visual. O ser vivo tem, a partir do olho, as formas do sol, do mar, do céu. O perfil, a dimensão, a cor. A imagem é um modo da presença que tende a suprir o contato direto e a manter, juntas, a realidade do objeto em si e a sua existência em nós. O ato de ver apanha não só a aparência da coisa, mas alguma relação entre nós e essa aparência: primeiro e fatal intervalo. Pascal: ‘Figure porte absence et présence’.

O belo livro O ser e o tempo da poesia, do professor e crítico literário Alfredo Bosi, foi publicado originalmente em 1977, pela Editora da Universidade de São Paulo. Em 2000, foi trazido de volta ao mercado editorial brasileiro pela Companhia das Letras. Interessado pela investigação do “ser” e da “origem” da poesia, numa chave de leitura que retoma ideias desenvolvidas pelo filósofo italiano Vico, ele procura pensar o primado da linguagem poética em uma nova ordem de valores – a alteridade estranha das coisas e dos homens, o pensamento humano enquanto sonoro, a formação de imagens, o ritmo do discurso poético a música na linguagem.

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matraca

Desdobramentos do realismo

27 fevereiro, 2014 | Por Isabela Gaglianone

Novos Realismos, organizado por Izabel Margato e Renato Cordeiro Gomes, põe em questão o conceito de realismo na literatura, analisando suas novas elaborações e desdobramentos contemporâneos. O livro é composto por diversos textos em que são discutidas as novas configurações que caracterizam o realismo nas obras literárias escritas a partir da segunda metade do século XX, propondo uma análise que articule a história do realismo na arte às suas novas concepções e às maneiras de sua inovação.

Na orelha do livro  Mariana Nascimento escreve – “Com abordagens distintas, este livro recupera o debate sobre as expressões artísticas que de algum modo se articularam com as dimensões do realismo. Partindo das proposições de Marcel Gromaire, de que o real não está circunscrito apenas ao domínio da nossa mão ou da nossa vista, mas compreende também o âmbito do nosso espírito e o que ainda não é do nosso espírito, foi proposta aos autores uma análise mais ampla do conceito de real e consequentemente das formas de arte realista”. Continue lendo

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história

Uma leitura histórico-social do texto literário

16 janeiro, 2014 | Por Isabela Gaglianone

A leitura minuciosa de um conto, de um poema, de um romance, concentram em si sínteses históricas sob a pena erudita de Alfredo Bosi.

O livro Entre a literatura e a história, reúne cerca de quarenta textos, entre ensaios inéditos, entrevistas, prefácios e artigos de intervenção que versam sobre a literatura brasileira romântica, moderna e contemporânea, sobre as vanguardas latino-americanas, sobre Vico e também Leopardi. O volume conta ainda com uma série de textos em que Bosi revê etapas de sua própria formação, traçando o perfil de intelectuais como Otto Maria Carpeaux – sobre quem Bosi afirma ter seguido a esteira, examinando “as relações dialéticas entre ideologia e poesia e ideologia e narrativa, o que lhe abriu caminho para o seu conceito de literatura como resistência” –, Celso Furtado, entre outros, e discute questões contemporâneas, como, por exemplo, os desafios da educação no Brasil, ou a necessidade da poesia hoje: “A poesia seria hoje particularmente bem-vinda porque o mundo onde ela precisa subsistir tornou-se atravancado de objetos, atulhado de imagens, aturdido de informações, submerso em palavras, sinais e ruídos de toda parte”. A crítica literária e o pensamento sobre a literatura encaminham, assim, análises profundas, sobre a sociedade, sobre a história, enquanto trajeto e enquanto presente: uma leitura histórico-social do texto literário.

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Literatura

German Book Prize e Jabuti 2009

20 agosto, 2009 | Por admin

Hoje foram divulgadas, quase que ao mesmo tempo, as listas de candidatos – concorrentes, competidores ou então aspirantes a colher os louros literários – de dois importantes prêmios; um é brasileiro, o Jabuti, que perdeu apelo financeiro depois da criação do Prêmio São Paulo de Literatura, e o German Book Prize, alemão.

Apesar de figuras importantes como a crítica literária alemã Maike Albath – esteve em São Paulo ano passado, quando falou sobre a Geração Berlim e a literatura alemã contemporânea – insistem que a cultura literária tornou-se bestsellerizada, os prêmios tomam força.

Dos 20 nomes finalistas no German Book Prize somente 2 autores já foram traduzidos para o Português: Herta Muller e Peter Stamm, sendo que o único de Stamm, Agnes, publicado em 2002 pela Berlendis & Vertecchia, está esgotado.

Do lado brasileiro, na categoria de melhor romance, domínio disparado da Cia. das Letras (disfarçada de Schwarcz Ltda. na lista oficial publicado no site do Jabuti). Nesta categoria, Milton Hatoum já ganhou em 1990, 2003 e 2006; Silviano Santiago ganhou em 1982 e 1993 ; Moacyr Scliar foi laureado em 1993 e 2000. O mais jovem da lista é Daniel Galera, concorrendo com Cordilheira, pela Cia. das Letras.

A torcida fantasiada de aposta do autor deste blog é para Vitor Ramil que está no páreo com o romance Satolep, publicado pela Cosac Naify. Ramil esteve na FLIP 2008, onde falou na mesa “A Estética do Frio”.

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Literatura

A voz de Virginia Woolf

20 agosto, 2009 | Por admin

“Presume-se que este seja o único registro da voz de Virginia Woolf. Foi gravado em 29 de Abril de 1937 para a transmissão de uma série chamada “Words Fail Me”, da rádio BBC. Woolf tinha 55 anos na época.

Esta leitura foi posteriormente publicada no conjunto póstumo de ensaios The Death of the Moth and Other Essays (sem tradução para o português). Você pode ler a transcrição da gravação no blog Star Stuff (e se alguém está a procura – ou se interessa – por algo mais bizarro, aqui está uma versão animada onde Woolf parece estar falando)

O que me chama a atenção quando deparo-me com gravações como essa é a impossibilidade de não clicá-las e ouvi-las. Há algo de curioso quando se ouve Virginia Woolf lendo seus próprios escritos: as palavras que ela escolhe para enfatizar, as que ela não escolhe; o ponto onde ela faz uma pausa entre sentenças; o modo como ela diz as palavras “multitudinous seas”. Entretanto – e digo isso como um tributo à sua magnificência como escritora -, no final, tudo isso parece irrelevante. Talvez para um biógrafo isso adicione uma nova dimensão para a visão parcial que se tem do caráter de uma pessoa. Mas ao ler a transcrição, lembro-me de como me senti quando, pela primeira vez, tive que ler The Death of the Moth nas aulas de inglês do colegial: mesmo sem amplificação, a escrita de Woolf fala por si só.”

Este texto foi uma tradução livre do artigo Virginia Woolf: Words Fail Me, publicado no blog sobre livros da The New Yorker.

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Literatura

Mário de Andrade por José Luís Jobim no IEB

5 agosto, 2009 | Por admin

A coleção pessoal de Mário de Andrade foi adquirida pela USP em 1968 da família do colecionador e destinada ao IEB. A coleção, como descrita no site do IEB, é “composta por livros, separatas, revistas e partituras que abordam temas variados tais como modernismo brasileiro, vanguardas européias, música, folclore e etnografia. Destacam-se na coleção as principais revistas modernistas editadas no início do século XX, livros de arte e livros de luxo ricamente ilustrados.”

A partir deste rico acervo os pesquisadores estudam o processo de criação de Mário de Andrade, estudo este que deu origem a esta conferência que faz parte de um projeto temático FAPESP/IEB/FFLCH-USP. Daí a origem da próxima conferência O Original e o próprio, o derivado e o impróprios: Mário de Andrade e as teorizações sobre trocas e transferências literárias e culturais.

O conferencista é o Prof. Dr. José Luís Jobim, diretor do Instituto de Letras e professor titular da UERJ desde 1994 e professor da UFF. Para mais detalhes acesse sua página na Plataforma Lattes: José Luís Jobim de Salles Fonseca.

Local e Data

10 de agosto de 2009, às 10h
Instituto de Estudos Brasileiros
Av. Prof. Mello Moraes, trav. 8, 140
Cidade Universitária, São Paulo, SP
Tel. 11.3091.3199 / 3091.1149
www.ieb.usp.br
difusieb@usp.br

Livros relacionados

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Literatura

Prêmio São Paulo de Literatura 2009

3 agosto, 2009 | Por admin

Foi entregue a pouco o Prêmio São Paulo de Literatura 2009, segunda edição do prêmio literário mais rentável do país. A premiação aconteceu no Museu da Casa Brasileira e elegeu:

Galiléia, de Ronaldo Correia de Brito, publicado pela Objetiva, como o Melhor Livro do Ano (de 2008);

A parece no escuro, de Altair Martins, que saiu pela editora Record, como o Melhor Livro de Autor Estreante.

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lançamentos

Hanif Kureishi – Tenho Algo a te Dizer

25 fevereiro, 2009 | Por admin

O escritor londrino Hanif Kureishi ganhou a matéria de capa do Caderno 2 do Estadão de hoje. Kureishi, que quando jovem tinha vergonha de ser descendente de paquistaneses, teve seu último romance – considerado seu mais ambicioso livro pelo autor da matéria – traduzido e publicado pela Companhia das Letras.

A editora acompanha a carreira do escritor desde seu primeiro romance lançado. O Buda do Subúrbio chegou às livrarias inglesas em 1990 e foi traduzido para o português em março de 1992. Seguiram-se O Álbum Negro, Intimidade, O Dom de Gabriel, O Corpo e o recém-lançado Tenho Algo a Te Dizer. [clique nos links acima para ler um trecho de cada obra no site da Cia. das Letras]

O escritor possui um site oficial que, infelizmente, não é atualizado desde 2001, na época do lançamento d’O Dom de Gabriel. Porém, há uma coletânea de contos e ensaios disponíveis, em inglês, que valem a visita: hanifkureishi.com

Síndrome de Marienbad

O artigo publicado no Estadão faz uma referência, no primeiro parágrafo, à Síndrome de Marienbad, “Os personagens de seu novo romance, Tenho Algo a te Dizer, sofrem da síndrome de Marienbad, fazendo tudo para esquecer o que aconteceu lá atrás – e quanto mais tentam, mais lembram.” Se você fizer uma busca na internet provavelmente será infecundo. A única informação disponível que talvez esclareça a comparação do jornalista, é esta:

Ano Passado em Marienbad, filme de Alain Resnais. “Ambientado em um hotel europeu, este filme tem três personagens principais: o Narrador, que faz o voice-over do filme; a Mulher, por quem o Narrador é obcecado; e o Outro Homem, com que a Mulher veio para o hotel. O Narrador fala repetidamente para a Mulher, que eles passaram o ano anterior juntos e implora que ela parta com ele. A Mulher se mantém dizendo que desconhece o que ele está falando, mas seu comportamento demonstra o contrário.

Ainda sobre o artigo, vale a pena buscar “a tradição satírica de Jonathan Swift”, escritor irlandês do século XVII, cuja compilação de escritos satíricos Modesta Proposta e Outros Textos Satíricos foram publicados pela editora Unesp.

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Literatura

Artigos sobre John Updike

17 fevereiro, 2009 | Por admin

Há 21 dias John Updike, escritor norte-americano, morreu. Já foi tempo suficiente (perdoem-me desde já a falta de sensibilidade) para ínumeros artigos, críticas e semi-biografias serem publicados na mídia impressa e digital. Compilei aqui algumas das principais matérias sobre Updike, a maioria em inglês:

John Updike

Leia trecho do romance ‘Terrorista’, de John Updike. (Estadão)

Leia o obtuário de “John Updike, a Lyrical Writer of the Middle-Class Man, Dies at 76”, no The New York Times.

Veja um conjunto de imagens (128) em memória de John Updike, no Flickr.

Ouça um Podcast onde o próprio John Updike comenta sobre seu livro Terrorist, gravado em 6 de junho de 2007 na Free Library of Philadelphia.

Ouça um Podcast onde Roger Angell lê o conto “Playing with Dynamite”, de John Updike, e conversa com a editora chefe de ficção da revista The New Yorker, Deborah Treisman.

Leia um excelente artigo escrito pelo escritor britânico Ian McEwan: “On John Updike”, publicado no The New York Review of Books.

Leia uma matéria sobre a rotina de escritor de John Updike, considerados um dos mais prolíficos escritores modernos.

Leia aqui um outro obtuário, desta vez do editor de John Updike, Alfred A. Knopf Jr., que faleceu -infeliz coincidência – no dia 14 de fevereiro de 2009.

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