Para saber é preciso tomar posição. Gesto nada simples. Tomar posição é situar-se pelo menos duas vezes, em pelo menos duas frentes que toda posição comporta, pois toda posição é, fatalmente, relativa.

Hannah Höch, colagem, 1919
A figura do poeta e dramaturgo Bertolt Brecht serve de guia para Georges Didi-Huberman caminhar por entre as encruzilhadas da estética no século XX, através de uma reflexão que perpassa temas como a guerra, o exílio, as vanguardas estéticas e o nascimento da indústria cultural e apresenta questionamentos de romancistas, poetas, filósofos e artistas, para refletir acerca do lugar da imagem e das condições de uma possível política da imaginação. O olho da história [L’oeil de l’histoire], é composto por cinco volumes publicados entre 2009 e 2015. Traduzido por Cleonice Paes Barreto Mourão, o primeiro volume, Quando as imagens tomam posição, acaba de ser publicado pela Editora UFMG.
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Escritos ao longo de trinta anos, de 1926 a 1956, ano da morte de Brecht, os textos aqui reunidos, são todos relacionados à personagem do sr. Keuner – uma figura inusitada, misto de filósofo, professor e homem de ação, considerado por muitos como um alter ego do autor, combina em doses iguais Karl e Groucho Marx, empregando a dialética e o humor para afinar sua ironia.