Arquivo da tag: crítica de arte

Artes Plásticas

Exercício experimental de liberdade crítica

17 junho, 2015 | Por Isabela Gaglianone

Lygia Clark

Mário Pedrosa (1900 – 1981) foi uma das mais relevantes figuras da crítica da arte brasileira. Incentivou o desenvolvimento da poética de muito artistas, novos na afirmação do abstracionismo, tais como Lygia Clark, Hélio Oiticica Alfredo Volpi e Franz Weismann.

Sua obra completa, dispersa e parte fora dos catálogos das livrarias brasileiras, está sendo reeditada pela Cosac Naify. A proposta editorial é mostrar em paralelo duas dimensões da obra crítica de Mário Pedrosa, a artística e a política.

Este volume, intitulado Arte – Ensaios, reúne 31 artigos sobre artes visuais escritos entre 1933 e 1978, nos quais Pedrosa discute os fundamentos de sua postura crítica. Permeiam seus textos inúmeras facetas, entre a do teórico marxista, a do pesquisador da Gestalt e apoiador do construtivismo, a do interessado pela arte dos alienados e das crianças. Mário Pedrosa foi um defensor da aproximação entre ciência e arte e, ao mesmo tempo, o pesquisador apaixonado pela arte primitiva e popular.

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Arquitetura

Arte tectônica

24 março, 2015 | Por Isabela Gaglianone
Frank Gehry, Museu Guggenheim Bilbao

Frank Gehry, Museu Guggenheim Bilbao

O crítico de arte Hal Foster identifica no conceito de “complexo” e na condição de inerência da arte e da arquitetura elementos que definem a cultura contemporânea. Em O complexo arte-arquitetura, lançamento no Brasil pela Cosac Naify, ele aponta que a arquitetura e a arte estão intrinsecamente unidas, desde o final do século passado, até o início deste século XXI. A arte, com suas instalações e obras em larguíssima escala, remete à arquitetura; obras de arquitetos, vendidas como de artistas a colecionadores, lembram que parte fundamental da arte é o chamado projeto.

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matraca

Filosofia e arte

4 agosto, 2014 | Por Isabela Gaglianone

Marcel Duchamp

O descredenciamento filosófico da arte, de Arthur C. Danto, desenvolve interessantes considerações estéticas, suscitadas pelas análises da filosofia e da arte, tanto modernas quanto contemporâneas, envolvendo sobretudo o problema do esmaecimento das distinções claras para a definição de uma obra enquanto artística.

Publicado no Brasil pela editora Autêntica, com tradução realizada pelo professor Rodrigo Duarte, o livro representa relevante contribuição para as discussões estéticas em torno da arte contemporânea.

A obra traz nove ensaios, que abrangem diferentes perspectivas, porém tendo como pano de fundo a filosofia da história da arte. Continue lendo

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matraca

“A imagem tem mais memória e porvir do que o ente que a olha”

24 junho, 2014 | Por Isabela Gaglianone

Fra Angelico

No livro Diante da imagem – Questão colocada aos fins de uma história da arte, o historiador da arte Georges Didi-Huberman – professor da École des Hautes Études, em Sciences Sociales, em Paris – pergunta: o que ocorre quando nos colocamos diante da imagem?

O autor, no ensaio “Diante do tempo” – conforme publicado na revista Polichinelo – , apresenta a discussão que guia a argumentação desenvolvida em Diante da imagem: “Diante da imagem, estamos sempre diante do tempo. Como o pobre iletrado da narrativa de Kafka, estamos diante da imagem como Diante da Lei: como diante do vão de uma porta aberta. Ela não nos esconde nada, bastaria entrar nela, sua luz quase nos cega, ela nos impõe respeito. Sua própria abertura – não falo do guardião – nos faz parar: olhá-la é desejar, é estar à espera, é estar diante do tempo. Mas de que gênero de tempo? Que plasticidades e que fraturas, que ritmos e que choques do tempo podem estar em questão nesta abertura da imagem?”. Continue lendo

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Artes Plásticas

Posteridade, presente

12 março, 2014 | Por Isabela Gaglianone

O crítico e historiador da arte Hal Foster é conhecido por suas reflexões sobre as vanguardas artísticas do pós modernismo. Em O retorno do real, propôs um modelo das recorrências históricas das vanguardas, em que reconhece um movimento cíclico, no qual as vanguardas sobrepõem-se, colocando-se em relação a inevitáveis falhas das anteriores. Para Foster, esses ciclos são complementares, não opostos. Analisando os modelos críticos na arte e na teoria a partir de 1960 por meio de uma nova narrativa da vanguarda histórica e da neovanguarda, ele argumenta que a vanguarda retorna para nós do futuro, reposicionada por práticas inovadoras do presente. Segundo Foster, vivenciamos, agora, um retorno ao real, em que arte e teoria voltam-se para a materialidade de corpos reais e de lugares concretos. O livro, originalmente publicado em 1996, agora é lançado no Brasil pela Cosacnaify, com tradução de Célia Euvaldo e texto de orelha de Sônia Salzstein.

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