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Um tempo ininterrupto de linguagem

26 fevereiro, 2014 | Por Isabela Gaglianone

Invenção de Orfeu, escrito em 1952, é um dos grandes poemas da língua portuguesa e testamento literário de Jorge de Lima, considerado o mais imagético dos poetas brasileiros. Retomando o antigo mito de Orfeu, o poema, mistura de épico e lírico, reflete sobre a criação artística, através de imagens poderosas e estranhas, em versos de musicalidade única que dialogam com a lírica de Camões.

Em parceria, as editoras CosacNaify e Jatobá, homenageando a data de sessenta anos de morte do poeta alagoano, publicaram no final do ano passado esta edição especial, que conta com texto e posfácio de Fábio de Souza Andrade – professor da USP –, além de ensaios de Murilo Mendes, João Gaspar Simões e Mário Faustino. A edição traz ainda documentos inéditos: datiloscritos anotados pelo autor, carta de Ezra Pound e reproduções de época.

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Literatura

Um acesso aos lugares mais remotos

22 janeiro, 2014 | Por Isabela Gaglianone

– página do manuscrito original de “Murphy”

“O sol brilhava, sem alternativa, sobre o nada de novo”.

Murphy foi o primeiro romance de Samuel Beckett; escrito na década de 1930, antecipa aspectos que foram aprofundados ao longo de sua obra. Publicado no Brasil pela Cosacnaify, o livro conta com posfácio escrito por Nuno Ramos e foi traduzido por Fábio de Souza Andrade, também responsável pelas notas. Murphy representa, na obra de Beckett, “uma versão mais ramificada e menos concentrada de algumas de suas obsessões filosóficas e temáticas persistentes”, como analisa o tradutor – que, além de renomado estudioso da obra beckettiana, é também o tradutor das peças Fim de Partida, Dias Felizes e Esperando Godot, além do ensaio Proust, todos publicados pela Cosacnaify.

Conforme apontado em um artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo por ocasião do lançamento da tradução, Fábio de Souza Andrade analisa que “não se pode falar de minimalismo no Beckett inicial, ao menos não em Murphy. Rigor, sim, mas aqui ainda estamos no universo das multiplicações de mundos e possibilidades, processo de fragmentação e montagem experimental característicos do modernismo heroico” Continue lendo

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