Novamente a (falta de) organização do Prêmio Jabuti cometeu a deselegância de revogar a decisão final, após formalmente anunciada, dos vencedores em algumas categorias. Um deles, que vencera em segundo lugar, mas que foi retirado dos três finalistas dentre os livros de arte, é o ótimo Marcello Grassmann 1942-1955. Tratando-se de um dos principais prêmios do país, francamente, a recorrência de nova apuração, decorrente de falha organizacional, é algo pouco plausível.
O livro em questão cobre um significativo período da produção de um dos mais importantes e interessantes gravadores brasileiros. Grassmann, morto no ano passado, aos seus 88 anos, é conhecido pela poética que desenvolveu através da invenção de um universo próprio, povoado por seres fantásticos remissivos às histórias de cavalarias medievais: suas figuras, muitas vezes criaturas monstruosas, tem uma delicadeza lúdica, compostos por traços que formam desenhos tão trabalhados quanto luminosos. Continue lendo