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Literatura

O testemunho de Czesław Miłosz

10 dezembro, 2013 | Por Isabela Gaglianone

Czesław Miłosz nasceu na Lituânia, em 1911, época em que o país pertencia ao Império Russo. Mudou-se de sua cidade de origem para completar seus estudos na cidade de Wilno, atual Vilnius, na Lituânia, que, então, era território polonês. Aos vinte e um anos, publicou seu primeiro livro de poemas, Poema sobre o tempo congelado (Poemat o czasie zastygłym). Não demorou a integrar o grupo de poetas conhecidos como “catastrofistas“, designação devida a previsões que as poesias faziam de iminentes desastres mundiais. Escrever, para Czesław Miłosz , deveria ser um ato político.

Durante a ocupação nazista na Polônia, ele participou ativamente do movimento de Resistência e, nesta época, editou, escreveu e traduziu textos clandestinos, dentre os quais permanece mais famoso seu poema Canção Invencível, publicado em 1942. Ao final da Segunda Guerra Mundial, uma coletânea de suas poesias intitulada Resgate, foi um dos primeiros livros publicados na Polônia comunista, em 1945. Pelos serviços prestados durante a Resistência, Czesław Miłosz  foi recompensado pelo novo governo comunista com cargos políticos, primeiro como adido cultural, em Washington e, em seguida, como primeiro-secretário para assuntos culturais, em Paris.

Desiludido com os rumos da política em seu país e com o regime comunista, em 1951 solicitou asilo na França e, nove anos mais tarde, emigrou para os Estados Unidos, tornou-se professor de literaturas eslavas na Universidade de Berkeley e continuou a escrever sobre a fragilidade, crueldade e a corruptibilidade humana. Em 1970, naturalizou-se norte-americano. Ainda vivendo na França, em 1953, publicara A mente cativa, uma coletânea de ensaios sobre a submissão dos intelectuais poloneses ao comunismo. Ao longo dos anos de exílio norte-americano, os textos de Czesław Miłosz foram traduzidos e seus poemas e ensaios atingiram sólido reconhecimento internacional. Em 1980, ganhou o prêmio Nobel de Literatura.

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