Arquivo da tag: Auerbach

Guia de Leitura

Livros que usam passagens ou personagens da Odisseia como argumento  

19 março, 2015 | Por Isabela Gaglianone

Fala-me, Musa, do homem astuto que tanto vagueou,
depois que de Troia destruiu a cidadela sagrada [i].

 

adorno e horkheimer

Adorno e Horkheimer, “Dialética do esclarecimento”

Na Dialética do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer tomam a Odisseia como paradigma das buscas e errâncias humanas, uma vez que, grosso modo, a  figura de Ulisses é compreendida como prototípica do movimento mito-esclarecimento-mito, cuja problematização articula a crítica desenvolvida pelos dois filósofos ao longo do livro: eles descobrem, na história de Ulisses e de seu retorno a Ítaca, a primeira alegoria da constituição do sujeito. Assim, a Odisseia é interpretada, por um lado, como história da razão desencantada dos artifícios míticos; por outro lado, mostra como a emancipação do mito que leva à idade da razão é resultado de uma gênese violenta. Continue lendo

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Literatura

A erudição da experiência literária

2 janeiro, 2014 | Por Isabela Gaglianone

auerbach_ensaios de literatura ocidental_detalhe

A erudição de Erich Auerbach traduz-se na abrangência e clareza quase artística de suas análises críticas literárias, cuja contribuição passa pela sociologia da literatura, pela escrita da história e principalmente pelos estudos filológicos, amparados, esses, pela filosofia e pela história das ideias. Auerbach é uma das mais significativas referências nos estudos de caráter hermenêutico e de exegese literária do Ocidente e indagam o âmago da experiência humana histórica. Seu legado intelectual perpetua-se intensamente presente com o passar das gerações acadêmicas.

Em Ensaios de literatura ocidental, publicado pela editora 34, com organização de Davi Arrigucci Jr. e Samuel Titan Jr. e traduzido por Samuel Titan Jr. e José Marcos Mariani de Macedo, são reunidos quinze estudos publicados entre 1927 e 1954, quase todos inéditos em português. São ensaios dedicados às perspectivas dos estudos literários e do humanismo no contexto da cultura globalizada, à ideia cristã de “estilo humilde”, às obras de Dante e Vico, à literatura francesa de Montaigne a Proust, passando por Pascal, Rousseau, Racine e Baudelaire. Continue lendo

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