Arquivo da tag: Michael Löwy

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Unidos, venceremos

19 outubro, 2016 | Por Isabela Gaglianone

Amilcar de Castro

São inúmeros os casos de conflitos, conspirações sórdidas, traições sujas e confrontos armados entre marxistas e anarquistas. Porém, em Afinidades revolucionárias: nossas estrelas vermelhas e negras – Por uma solidariedade entre marxistas e libertários, Olivier Besancenot e Michael Löwy buscam, justamente, salientar a solidariedade histórica entre militantes anticapitalistas de todas as vertentes.

O livro foi publicado pela Editora Unesp, com tradução de João Alexandre Peschanski e Nair Fonseca, e será lançado pelos autores no próximo dia 24. O lançamento, promovido pela Editora Unesp em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, promoverá um debate, que além de Löwy e Besancenot, contará com pensadores de esquerda como Isabel Loureiro, Fabio Mascaro Querido, Francisco Foot Hardman. O evento acontecerá na segunda-feira, às 19h, no auditório da Editora Unesp [Praça da Sé, 108]. Continue lendo

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Guia de Leitura

Utopia

21 agosto, 2015 | Por Isabela Gaglianone

Utopia política: será, esta expressão, pleonástica?

O alicerce ideológico fundamental da utopia é bem representado pela figura mitológica de Prometeu – a ideia humanista da formação de si e, consequentemente, formação de seu entorno, de sua polis, sua sociedade, sua política.

As ficções e os comentários filosóficos aqui reunidos tem em comum partirem de críticas ao sistema econômico mercantil e suas decorrências sociais, morais, estéticas, propondo-lhe um espelhamento negativo.

“[…] assim, pouco a pouco, para onde quer que olhemos, tudo no mundo torna-se uma versão de certa figura primordial, uma manifestação daquele movimento em direção ao futuro e à identidade derradeira com um mundo transfigurado que é a Utopia, cuja presença vital, por trás de qualquer distorção, sob qualquer nível de repressão, pode ser sempre detectada, não importa quão fragilmente, pelos instrumentos e dispositivos da esperança” – Fredric Jameson, Marxismo e Forma Teorias dialéticas da literatura no séc XX [Hucitec, 1985].

 

 

Tommaso Campanella, "A cidade do sol"

Tommaso Campanella, “A cidade do sol” [disponível apenas em sebos]

Tommaso Campanella escreveu A cidade do sol em 1602, enquanto encontrava-se preso, em Nápoles. É sua mais conhecida obra política, na qual ele desenvolve a ideia de uma república ideal, baseada numa interpretação da filosofia da natureza de Bernardino Telésio, teocrática e ao mesmo tempo aristocraticamente comunista. Em 1607 um exemplar manuscrito da obra foi entregue a Caspar Schoppe, que a divulgou, realizando várias cópias, na Itália e na Alemanha.

O texto completo, “Appendice della politica detta La Città del Sole di fra’ Tommaso Campanella – Dialogo poetico”, ainda é inédito em português – a tradução está sendo desenvolvida por Carlos Eduardo Ornelas Berriel, professor de Teoria Literária da Unicamp. Em tempo: também é de Berriel a organização da “coleção Mundus Alter”, publicada pela editora da Unicamp, dedicada a traduções de utopias literárias que, diz o professor, são “essenciais para a compreensão do imaginário político moderno. […] Longe de servirem para o escapismo político, as utopias são, comumente, retratos irônicos, cáusticos e satíricos da época de seus autores”. A tradução publicada na coleção Os pensadores tem como texto de base a séria transcrição de Norberto Bobbio, feita em 1941, texto confiável e bem representativo, fundamentado na leitura de dez dos onze manuscritos então conhecidos.

A cidade do sol teria seu Estado regido por um príncipe sacerdote, o “Sol” – um “Vigário do Sol” ou Metafísico. A cidade é uma criação racional, hiper-ordenada, em que cada coisa tem seu lugar. Para manter sua ordem, o príncipe teria à sua disposição a ajuda de três sacerdotes e sábios, a Potência, a Sapiência e o Amor: o poder é a potência, o saber é a sabedoria, o querer é o amor que passou pela sabedoria – três virtudes fundamentais. A ordem e a hierarquia sociais, rígidas e eclesiais, tem toda sua organização inspirada na astrologia e devem servir à harmonia e êxito na produção coletiva.

Baseado na ideia de ordem e desígnio naturais, possivelmente de inspiração humanista e representada sobretudo pelas ideias filosóficas de Giordano Bruno – mas também de filósofos renascentistas como Marsílio Ficino, Pico de la Mirandola, Telesio e Patrizzi –, responsável pela existência coesa dos objetos – que não se deixam vencer pelo nada e a dispersão –, Campanella concebe sua Cidade de modo que nela todos aspirem ao “sol”, ou seja, ao centro do sistema.  A utopia camapanelliana é ordenada portanto por uma ideia de “religião”, no sentido de uma corrente intelectual que une todas as coisas, porém, como uma “Igreja da Natureza”, regida pelo “Sol”. De acordo com o comentário de Ernst Bloch: o pathos da ordem é o que constitui a unidade da utopia de Campanella.  Continue lendo

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Romantismo e revolução

22 maio, 2015 | Por Isabela Gaglianone
Goya, gravura da série "Os desastres da guerra"

Goya, gravura da série “Os desastres da guerra”

O livro Revolta e melancolia: O romantismo na contracorrente da modernidade, de Michael Löwy e Robert Sayre, estava esgotado no Brasil há alguns anos e acaba de ser reeditado pela Boitempo. Os sociólogos analisam a vertente revolucionária da tradição romântica.

Segundo eles, o romântico é uma visão de mundo complexa que persiste até nossos dias, enquanto resposta ao modo de vida da sociedade capitalista.

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Revoluções

14 abril, 2015 | Por Isabela Gaglianone

“Estou convencido de que as fotos de revoluções – sobretudo se foram interrompidas ou vencidas – possuem uma poderosa carga utópica” – Michael Löwy.

Revolução Mexicana - "Mujer con bandera", fotografia de Tina Modotti, 1928

Revolução Mexicana – “Mujer con bandera”, fotografia de Tina Modotti, 1928

Revoluções é uma compilação de fôlego, desenvolvida por Michael Löwy, dos principais registros fotográficos de processos revolucionários, do final do século XIX até a segunda metade do século XX. Além da documentação iconográfica, este interessante livro traz textos que narram os acontecimentos, escritos por intelectuais como Gilbert Achcar, Rebecca Houzel, Enzo Traverso, Bernard Oudin, Pierre Rousset, Jeanette Habel e o próprio Löwy.  Continue lendo

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