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lançamentos

Arqueologia da política

18 março, 2016 | Por Isabela Gaglianone

gravura de Arthur Briscoe, “O orador”, 1926

Arqueologia da política, de Paulo Butti de Lima, acaba de ser lançado no Brasil pela editora Perspectiva. O livro é uma leitura profundamente interessante da República platônica. Foi originalmente escrito em italiano, sob o título Archeologia della politica: letture della “Repubblica” di Platone, em 2012, pois Butti é professor da Univerisdade de Bari e responsável científico da Scuola Superiore di Studi Storici da Univerisdade de San Marino.

Butti indica, no início de sua introdução, que o argumento deste estudo “é a ‘natureza’ da política”, conforme compreendida por Platão. Sua reflexão desenvolve-se sobre a análise do poder e do conhecimento que a ele se dedica.

O discurso político é, neste argumento, central e, junto com sua teoria, “devem ser considerados segundo um processo que é, ao mesmo tempo, formal e temporal”: é nesse sentido que o autor pode falar de uma “arqueologia” da política, enquanto viés investigativo tanto das formas revestidas pelo discurso político, quanto do reconhecimento do momento inicial deste discurso como fundador de toda a tradição política vindoura.

Butti mostra o problema que surge quando Platão recorre ao vocabulário da cidade [pólis], pois, diz o professor, entre ela e o cidadão [polítes], “o termo politikós não se explica facilmente, quer atribuindo-o a formas de conhecimento (arte ou ciência política), quer a alguns cidadãos (homem ‘político’)”.   Continue lendo

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história

Joaquim Nabuco: Brasileiro, Cidadão do Mundo

18 agosto, 2009 | Por admin

Este é o título da exposição que será aberta amanhã no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, em homenagem aos 160 anos de nascimento de Joaquim Nabuco.

Nabuco é conhecido como um personagem histórico de vida aparentemente paradoxal, como fica evidente na descrição de Angela Alonso em seu Joaquim Nabuco, da Cia. das Letras: “Os funerais de Nabuco narraram sua vida ao contrário, revelando suas múltiplas identidades. Ele gostava de se referir às duas faces de Jano, uma mirando o passado; outra o futuro. A imagem lhe serve perfeitamente. Vivendo numa era de mudanças, expressou-a existencialmente, oscilando entre a devoção à sociedade aristocrática e o empenho em reformas modernizadoras, que fatalmente a destruiriam. Foi simultaneamente cortesão frívolo, apegado à boa vida, e um corajoso homem público, golpeando autoridades políticas e hierarquias sociais. No estilo de vida, no ativismo político, na prática intelectual, equilibrou-se entre reforma e tradição.”

Além da reconhecida atuação política, Joaquim Nabuco também escrevia. Publicou, além do famoso O Abolicionismo, uma série de artigos no Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, analisando o mandato do presidente chileno José Manuel Balmaceda no fim do século XIX. Essa coletânea de artigos foi reunida e publicada em forma de ensaio (Balmaceda – A revolução chilena de 1891) pela Cosac Naify na coleção Prosa do Observatório, dirigida por Davi Arrigucci Jr.

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