Arquivo da tag: antropologia

Literatura

Partitura literária

14 março, 2014 | Por Isabela Gaglianone

Frans Krajcberg, Sem Título.

a pedra lisa tem

escamas

 

O interessante livro Totens, de Sérgio Medeiros, foi semifinalista do Prêmio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, na categoria Poesia. Seu trabalho desenvolve-se a partir de um inusitado entroncamento, que ele encontra entre a poesia e a antropologia.

Totens reúne dois dos trabalhos mais recentes de Sérgio Medeiros: “Enrique Flor”, que recria uma passagem do Ulysses de Joyce, em que aparece o músico português Flor, especialista em “música vegetal”; o segundo trabalho, “Os eletoesqus”, reinventa uma lenda da fronteira do Brasil com o Paraguai sobre um totem que é o bafo do verão, um sopro ardente.

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fotografia

Mais que uma catalogação de fôlego

23 dezembro, 2013 | Por Isabela Gaglianone

Vencedor do prêmio Jabuti deste ano, na categoria de Artes e Fotografia, o livro Estou Aqui. Sempre Estive. Sempre Estarei: Indígenas do Brasil suas Imagens (1505-1955), de Carlos Eugênio Marcondes de Moura apresenta uma vasta pesquisa iconográfica da pintura e dos grafismos dos grupos indígenas brasileiros. Publicado pela Editora da Universidade de São Paulo, o livro mostra como as cores, símbolos ou imagens foram por diferentes tribos aplicadas em diversos suportes, como pedra, cerâmica, cascas ou mesmo papel e, com frequência, no corpo humano.

A pintura indígena foi desde os primórdios da colonização relatada por cronistas, retratada por pintores e por viajantes, mas é historicamente recente sua compreensão antropológica e sociológica enquanto fundamentais manifestações simbólicas, estéticas e inclusive políticas nas vidas tribais. As imagens do livro são compostas também de pinturas sobre tela, desenhos, aquarelas, gravuras, litografias, esculturas e fotografia dos grafismos indígenas – reproduções de obras de artistas viajantes e naturalistas, que estiveram no Brasil em diferentes épocas, entre eles, os desenhistas da expedição comandada pelo jovem naturalista baiano Alexandre Rodrigues Ferreira, a conhecida Viagem Filosófica, que durou cerca de oito anos e percorreu parte da Amazônia e do Mato Grosso.

O livro conta com ensaios que analisam e demonstram como, nos contextos tribais, a arte funciona como meio de comunicação, expressão de categorias sociais e materiais, manifestações ritualísticas e mensagens referentes à ordem cósmica. Uma interessante introdução do autor contextualiza a iconografia e a edição conta também com prefácio escrito pela antropóloga Betty Mindlin.

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Resenhas

CLASTRES, A sociedade contra o Estado

13 agosto, 2012 | Por Isabela Gaglianone

(CosacNaify, tradução de Theo Santiago)

 1) O que é o poder político? Isto é: o que é a sociedade?

2) Como e por que se passa do poder político não-coercitivo ao poder político coercitivo? Isto é: o que é a história? 

 Os fundamentos filosóficos presentes na antropologia política de Pierre Clastres desvelam-se desde o título do primeiro artigo do livro A sociedade contra o estado: “Copérnico e os selvagens“. Clastres articula filosofia e antropologia políticas, calcado em pesquisas etnográficas realizadas em sociedades amazônicas, de modo a desenvolver um projeto crítico à contaminação etnocêntrica latente na antropologia europeia, sugerindo-lhe uma nova orientação, que pudesse estabelecê-la legitimamente como ciência. Continue lendo

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poesia

Antropologia e Poesia – Michel Deguy

5 fevereiro, 2009 | Por admin

Um ensaio de 9 páginas que foi publicado na revista Inimigo Rumor número 7, de 1999, foi disponibilizado na internet pela editora Cosac Naify. Trata-se da análise da obra do antropólogo Claude Levi-Strauss e seus desdobramentos nas relações entre antropologia e poesia, como explica Michel Deguy, o autor:

“O que me interessa mais, de qualquer modo, é menos levantar os lugares abertos especialmente para poemas e para o poético, exíguos nessa obra formidável [de Lévi-Strauss], porque não é seu objeto, do que escutar atentamente o tom das grandes páginas do tipo “ouverture” ou “finale” que entram em ressonância com os interesses da poética – se posso me permitir isso, em direção contrária, evidentemente, à escuta científica que Lévi-Strauss espera e requer que seja concedida a seus livros.”
(leia o texto completo)

O edição 7 da revista foi publicado pela editora carioca 7Letras e foi o último número dirigido pela dupla de poetas Carlito Azevedo e Júlio Castañon. A partir de então, a revista está a cargo da dupla Carlito Azevede e Augusto Massi.

O site especial que a Cosac Naify criou para o lançamento da edição de número 20 da Inimigo Rumor ressalta a qualidade deste número 7:

“Entre outros números especiais, destacam-se o número 7, apresentando cinco novos poetas argentinos, indicados por Aníbal Cristobo, que se tornou um membro efetivo da revista, traduzindo e trazendo poemas de autores hispano-americanos pouco divulgados no Brasil;”

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lançamentos

Fetichismos Visuais – Corpos Erópticos e Metrópole Comunicacional

2 fevereiro, 2009 | Por admin

Indicado neste último domingo, 01 de fevereiro de 2009, pelo suplemento  +Mais da Folha de São Paulo, o livro Fetichismos Visuais – Corpos Erópticos e Metrópole Comunicacional, escrito por Massimo Canevacci, professor de Antropologia na Faculdade de Ciências da Comunicação – Universidade de Roma “La Sapienza”, aborda os fluxos comunicacionais carregados de fetichismos visuais, disseminados, sobretudo, pela tecnologia digital que incorpora os atratores; as várias linguagens do corpo-bodyscape que difundem e, ao mesmo tempo, representam os vários gêneros e subgêneros na cultura ocidental; o clássico conceito de Fetisch, elaborado por Marx e etc.

“A trajetória de Massimo Canevacci, como grande leitor de Karl Marx, Adorno, Weber e, sobretudo, de Walter Benjamin, traz aqui, agora, em português, análises únicas que sintetizam filosoficamente a proposta de unir o humano às coisas ou encontrar, nas coisas, o humano. Ou ainda, as coisas transmutadas em humano, ou como queria Benjamin, humanizadas.” – (por Osvando J. de Morais)

Fetichismos Visuais - Corpos Erópticos e Metrópole Comunicacional

Compre o livro na Livraria 30PorCento por R$ 31,50.

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lançamentos

Mulheres brasileiras imigrantes na Holanda

14 janeiro, 2009 | Por admin

“Depois de visitar a Holanda algumas vezes, Luciane Pinho de Almeida ficou bastante intrigada ao observar que o grupo de brasileiras que viviam naquele país aumentava e decidiu investigar a razão disso.”

A editora UNESP é conhecida por possuir publicações dos mais variados assuntos, pois edita principalmente pesquisas acadêmicas. O último lançamento que recebemos hoje através do boletim que a editora envia por email trata, por um lado, de uma análise sociológica da vida na sociedade holandesa, e também de um diagnóstico antropológico, através de entrevistas, da vida das imigrantes brasileiras.

Para além das nossas fronteiras: mulheres brasileiras imigrantes na Holanda.

O livro examina as relações entre a globalização e as correntes migratórias, o mercado regularizado de prostituição
e as dificuldades com a língua e o clima.

A autora, Luciane Pinho de Almeida, é professora nos cursos de Serviço Social e Pedagogia e diretora de Assuntos Comunitários da Serviço Social e Pedagogia pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), e doutora em Serviço Social pela Unesp.

Na Internet

 
No blog da Daniela Alves, cujo subtítulo é: base de dados sobre o tráfico da vida humana, há a seguinte informação: “as principais rotas do tráfico de brasileiras para os Países Baixos partem da região amazônica, com escala no Suriname, país que faz fronteira com os estados do Pará e Amapá. Um relatório da ONG Fórum da Amazônia Oriental revela que das 241 rotas de tráfico de seres humanos identificadas no Brasil, 76 passam pela região Norte.”

Apesar da prostituição ser uma profissão legalizada na Holanda, os atos criminosos estão relacionados à imposição da prostituição das imigrantes ilegais e o estelionato, como mostra uma reportagem de outubro de 2008, do Globo: Polícia da Holanda prende três acusados de obrigar brasileiras a se prostuírem

No site do Consulado-Geral do Brasil em Roterdã, http://www.brazilianembassy.nl, há uma lista de instituições que prestam apoio social e psicológico a mulheres brasileiras. São elas: Basisberaard Rijnmond, Dona Daria, Fundação contra o tráfico de mulheres (Stichting tegen Vrouwenhandel) e o Instituto de Psiquiatria Intercultural (I-Psy).

Por fim, um site com informações diversas sobre a população brasileira na Holanda é: http://www.brasileirosnaholanda.com/; onde, provavelmente, o mais interessante é a lista de blogs de pessoas que estão por lá, como o http://drinaholanda.blogspot.com/.

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