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Arquitetura

Lina Bo Bardi por escrito

16 agosto, 2009 | Por admin

Duas páginas inteiras da Folha de São Paulo de hoje foram dedicadas à memória de Lina Bo Bardi, renomada arquiteta italiana modernista, sempre (e só) lembrada por seu projeto do MASP. Apesar do legado arquitetônico desprezado (na reportagem há um quadro com duas fotos, uma delas é a de um restaurante que não funciona e a da Ladeira da Misericórdia, no Pelourinho, abandonada, ambas em Salvador), um projeto recente da editora Cosac Naify publicou em livro um conjunto de textos (33) escritos por Bardi e recolhidos em periódicos brasileiros e italianos, onde se evidencia a posição da arquiteta como “peça-chave na constituição de um olhar moderno sobre a cultura”.

De temática variada, o conjunto de artigos reunidos “repassam e propõem novos conceitos para temas como habitação, mobiliário, arte popular, museologia, restauro, educação e políticas culturais.” O livro faz parte da Coleção Face Norte, dedicada à teoria e história da arquitetura e coodernada por Cristina Fino.

O MASP, o Sesc Pompéia, o Museu de Arte Moderna da Bahia, a Casa de Vidro no Morumbi e o Teatro Oficina são alguns dos principais projetos de Lina Bo Bardi que podem ser vistos, conservados, pelo Brasil.

Para mais informações sobre o assunto visite o site oficial do Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi.

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Agenda

Seminário Mindlin 2009 – Livros, Leitura e Novas Tecnologias

16 junho, 2009 | Por admin

Ao contrário do que afirma a matéria publicada no Estadão de hoje, o evento Mindlin 2009 – Livros, Leitura e Novas Tecnologias, ocorrerá no MASP, Museu de Arte de São Paulo, devido à greve na Universidade de São Paulo.

O evento é imperdível tanto pela temática quanto pela gratuidade das inscrições, que serão feitas no local.

A programação completa e o caderno de títulos e resumos das comunicações podem ser consultados no site oficial da Brasiliana.

livros relacionados

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Artes Plásticas

Nicolas Poussin

9 fevereiro, 2009 | Por admin

Escrevi recentemente um artigo sobre a restauração da maior obra de Poussin, Hymenaeus Travestido Durante Um Sacrifício a Príapo (leia aqui). Lendo um ensaio no volume 1, O mito da pintura, da coleção A Pintura, textos essenciais, da editora 34, deparei-me com um texto de um antiquário italiano, Giovanni Pietro Bellori, que havia entrado em contato com os pintores da pequena “colônia” francesa em Roma – Nicolas Poussin e Charles-Alphonse Du Fresnoy.

Diz o texto introdutório que Bellori teve a oportunidade de observar Nicolas Poussin, seus habitos e sua vida cotidiana. Transcrevo o texto de Bellori que é um trecho de seus escritos Le vite de’ pittori, scultori et architetti moderni:

Vida de Nicolas Poussin

[…] Dessa maneira, Poussin trabalhava suas belas concepções e, solicitado de todos os lados a pintar, recusava-se, aceitando somente aqueles trabalhos que pudesse produzir num determinado tempo, pois não queria despender mais anos com os quadros do que havia prometido, nem costumava prolongar-lhes a execução. Tinha ele um estilo de vida extremamente ordenado, porque muitos são aqueles que pintam por capricho e, durante algum tempo, com grande ardor, mas depois se cansam e, por um grande período, deixam os pincéis. Nicolas tinha o costume de levantar-se cedo e fazer exercícios durante uma hora ou duas, às vezes caminhando pela cidade, mas quase sempre pelo monte da Trinità, que é o monte Pincio, não distante de sua casa, ao qual se chega por uma pequena e deliciosa ladeira de árvores e fontes, e de onde se divisa uma belíssima visão de Roma e de suas colinas amenas, que, ao lado de seus edifícios, costituem palco e platéia. Ali entretinha-se com seus amigos em curiosos e doutos discursos. Ao voltar para casa, sem interrupção, punha-se a pintar até o meio-dia e, depois de descansar o corpo, pintava ainda por algumas horas. E assim, por meio de estudo contínuo, realizou uma obra maior do que qualquer outro pintor com mais habilidade prática. À noite saía novamente e caminhava ao pé do mesmo monte ou pela praça, entre os estrangeiros que costumam frequentá-la. Estava ele sempre sempre rodeado de seus familiares, que o seguiam, e aqueles que pela fama desejavam vê-lo e conversar com ele amigavelmente, encontravam-no lá, que admitia em sua presença qualquer homem de bem. Ouvia com prazer os outros, e gravíssimos eram os seus discursos, recebidos com atenção; falava com frequência sobre arte, e com tanta eloquência que não somente os pintores, mas também os homens de engenho vinham aprender de sua boca os mais belos sentidos da pintura; não tinha o desejo de ensinar, mas nessas ocasiões discursava. Tendo ele lido muito e muito observado, não havia nada em seu falar que não tivesse contemplado, e suas palavras e seus conceitos eram de tal modo apropriados e ordenados que pareciam não fruto do momento mas de longos e meditados estudos. Isso era fruto de seu bom gênio e da leitura variada, não digo que de histórias, fábulas e erudições somente, nas quais se destacava, mas de outras artes liberais e da filosofia. Para esse fim, ele se servia de sua memória da língua latina, ainda que imperfeitamente, e sabia tão bem a italiana como se lá houvesse nascido. Era perspicaz no entender, no escolher e no conservar tudo na memória, que são os dons mais desejáveis da mente. Prova de seu saber são as figuras que ele desenhou no tratado de pintura de Leonardo da Vinci, impresso com seus desenhos em Paris, no ano de 1651.

fonte: Giovanni Pietro Bellori, Le vite de’ pittori, scultori et architetti moderni, Roma, Arnaldo Forni Editore, 1977, fac-símile da edição de 1672, pp. 435-6

tradução: Ana Elvira Luciano Gebara

Hymenaeus Travestido Durante Um Sacrifício a Príapo

Hymenaeus Travestido Durante Um Sacrifício a Príapo, de Poussin

Regina Costa Pinto Moreira, restauradora de renome e de vasta experiência, que será a responsável pela restauração:

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Artes Plásticas

O ano no MASP

27 janeiro, 2009 | Por admin

O Masp tem um ano ambicioso pela frente, que terá a fotografia espanhola de Manoel Vilariño em maio, Vik Muniz em abril, Vera Chaves em agosto e um recorte da coleção de quase 4 mil obras do Centro Galego de Arte Contemporânea em outubro. Em novembro, esculturas de Rodin serão cotejadas com suas fotografias originais, numa mostra que virá do Museu Rodin.

fonte: Estadão

Confira as resenhas de todas as exposições do Museu de Arte de São Paulo aqui neste blog.

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Artes Plásticas

Hymenaeus Travestido Durante Um Sacrifício a Príapo de Poussin

27 janeiro, 2009 | Por admin

Pra quem leu a matéria no Estadão sobre o restauro da maior obra de Poussin, que o Masp anunciou em parceria com o Centro de Pesquisa e Restauração dos Museus da França (C2RMF), o Museu do Louvre e a Escola de Belas Artes da UFMG, e não conseguiu achar uma reprodução da obra:

Hymenaeus Travestido Durante Um Sacrifício a Príapo

Hymenaeus Travestido Durante Um Sacrifício a Príapo, de Poussin

Regina Costa Pinto Moreira, restauradora de renome e de vasta experiência, que será a responsável pela restauração:

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Artes Plásticas

Ateliê Editorial: Goethe e Hackert – Sobre a Pintura de Paisagem

17 março, 2008 | Por admin
  • Aos 38 anos, na Itália, Goethe tornou-se aluno de pintura de paisagens com o alemão Jacob Philipp Hackert, 12 anos mais velho. Tornaram-se amigos e muito provavelmente admiravam-se um ao outro. O livro lançado pela Ateliê Editorial gira em torno dos “Fragmentos Teóricos” do pintor, editados pelo poeta.
  • A autora, Claudia Valladão de Mattos, da Unicamp, escreveu um artigo em tom de prefácio para a revista do programa de pós-graduação do departamento de letras da UFRJ – link para o número 10 da edição online da revista – entitulado “A pintura de paisagem entre arte e ciência: goethe, hackert, humboldt” em 2004.
  • Há no MASP uma exposição batizada de “A Natureza das Coisas: Paisagens e naturezas-mortas na coleção MASP”, no segundo andar do edifício. Em uma das paredes que sustentam um texto introdutório e explicativo lê-se: “A idéia da paisagem como tema da arte é atribuida, não a um pintor, mas a um poeta: Francesco Petrarca (1304-1374), conhecido como o pai do humanismo e quem primeiro se referiu à Idade Média como a Idade das Trevas. Em 26 de abril de 1336 ele subiu o Monte Ventoux, de 1900m de altura, na Provence, com isso abrindo lugar, simbolicamente, no mundo erudito e na pintura em particular, para o prazer de olhar. Ele mesmo não transformou essa experiência sensorial aguda que é escalar uma montanha numa nova filosofia de vida: tendo lido Santo Agostinho que ‘os homens adimiram-se de ver a altura dos montes, as grandes ondas do mar, a latitude imensa do oceano e o curso dos astros e com isso se esquecem do muito que têm de admirar em si mesmos”, Petrarca reconheceu que nada é tão vasto quanto a alma humana e que nela havia temas mais urgentes a tratar. De todo modo, a partir do século XVI a paisagem é visível cada vez mais na pintura até transformar-se, com o Romantismo, em tema auto-suficiente. Desde então, e até o Modernismo, foi vista como modo de entender a vida humana, em variante da proposta renascentista de conhecer o mundo através do homem. A natureza deixou de ser o cenário inevitável da ação humana num mundo ainda vastamente desurbanizado para tornar-se sinal de algo maior do que o homem e que detinha seu mistério. (Teixeira Coelho, Curador-coordenador, MASP)
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