“Escrevo. Não faço outra coisa que descrever, este sucedâneo literário que encobre minha carência, minha incapacidade. Desespero”.
Naufrágios, da conhecida artista plástica e escritora Giselda Leirner, é um livro de fragmentos e destroços de história. Nesta coletânea de contos, fragmentos de vida escritos na primeira pessoa, autora, narradora e protagonistas muitas vezes se confundem, amalgamam-se ao mesmo tempo que são estranhas a si mesmas, sombras de sombras: simbolizam o esquecido e recalcado e encaminham ficção e realidade a mostrarem-se inextricáveis. A escritura e a vida duplicam-se mutuamente, e somos lembrados disso ao longo do livro, uma metaliteratura, a movimentar sentidos de existência. A escrita é uma roupa mortuária, que conserva a existência; de uma vida que naufraga, restam as palavras, concretudes de nostalgias. Continue lendo
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O excelente livro de Renato Sztutman, professor de antropologia da Universidade de São Paulo,
um enorme rabo de baleia
“Talvez os dois pintores que maior influência exerceram em nosso século sejam Pablo Picasso e Marcel Duchamp. O primeiro pelas suas obras, o segundo por uma obra que é a própria negação da moderna noção de obra”. Assim começa o primeiro ensaio do livro 


