Arquivos da categoria: Literatura

lançamentos

Joaquim Nabuco – Coleção “Prosa do Observatório” da CosacNaify

8 junho, 2008 | Por admin

A coleção Prosa do Observatório da editora CosacNaify ganhou recentemente seu quarto título: do brasileiro Joaquim Nabuco, o célebre político, diplomata, historiador, jurista e jornalista brasileiro, foi lançado o livro Balmaceda, análise dos acontecimentos políticos envolvendo o presidente do Chile José Manuel Balmaceda, do fim do século XIX.

Esta coleção tem como coordenador editorial Davi Arrigucci Jr. que define o pitoresco conjunto de títulos da seguinte forma:

“Uma coleção misturada e aberta, reunindo em livros de ficção ou ensaio escritores hispano-americanos e brasileiros que não podem deixar de ser lidos. Faz eco ao projeto de prosa experimental de Julio Cortázar, mas recolhe desde narrativas raras e estranhas do uruguaio Felisberto Hernández, até um ensaio histórico de nosso Joaquim Nabuco. Além disso, pode trazer para o diálogo textos latino-americanos de todos os tempos, sobre outras artes – pintura, arquitetura, escultura, fotografia ou cinema -, tudo de cambulhada, como diria Machado, patrono de nossas letras mestiças.”

A série compõe-se, em ordem cronológica, dos seguintes títulos:

  1. A invenção de MorelAdolfo Bioy Casares. Como bem definiu borges: “Discuti com o autor os pormenores da trama e a reli; não me parece uma imprecisão ou uma hipérbole qualificá-la de perfeita.” (De R$ 42.00 Por R$ 29.40)
  2. O cavalo perdido e outras históriasFelisberto Hernández. Do autor, Italo Calvino disse: “Felisberto é um escritor que não se parece com nenhum outro: com nenhum europeu e nenhum latino-americano; é um franco-atirador que desafia toda classificação ou rótulo, mas que se mostra inconfundível ao abrirmos qualquer uma de suas páginas.” (De R$ 47.00 Por R$ 32.90)
  3. Só para fumantesJulio Ramón Ribeyro. Seu compatriota Mario Vargas Llosa definiu: “Considero Ribeyro um contista magnífico, um dos melhores da América Latina e provavelmente da língua espanhola, injustamente não reconhecido como tal.” (De R$ 47.00 Por R$ 32.90)
Send to Kindle
Literatura

Mario de Andrade – 80 anos de Macunaíma e da Missão de Pesquisa Folclórica

3 maio, 2008 | Por admin

“Long-Lost Trove of Music Connects Brazil to Its Roots” (clique aqui para o artigo original, em inglês)

Por Larry Rohter

A partir da metade dos anos 1930, o etnomusicólogo norte americano Alan Lomax liderou expedições para a região sudeste dos EUA (Carolina do Sul, Georgia, Alabama, Mississippi e Louisiana), procurando por autênticos cantores de blues e música folk. Graças a essa diligência, Muddy Water e Woody Guthrie fizeram suas primeiras gravações e estabeleceram um modelo para a musica popular norte americana.

No início de 1938, Mario de Andrade, secretário municipal de cultura de São Paulo na época, enviou para o nordeste brasileiro quatro membros da Missão de Pesquisa Folclórica numa expedição semelhante. Seu intuito era gravar o mais rápido possível a maior quantidade de música que conseguisse antes que as influências prejudiciais do rádio e do cinema começassem a transformar a cultura da região.

Viajando ora de caminhão, ora a cavalo e com burros, eles gravaram o que quer e quem quer que fosse interessante: carregadores de piano, vaqueiros, mendigos, macumbeiros, trabalhadores das minas, pescadores, dançarinos e até crianças brincando.

Entretanto, o material coletado pela expedição brasileira foi logo esquecido. Somente agora, após aproximadamente 70 anos, os registros aos quais Mario de Andrade se referia como “tesouro extraordinário condenado ao desaparecimento” estão disponíveis, incorporados numa caixa de seis CDs que documentam as raízes de praticamente todos os estilos de música popular brasileira importantes, do samba ao mangue beat.

“Este é um acontecimento importante pois todas as principais tendências, seja de origem européia, afriacana ou indígena, estão representadas e são reconheciveis”, disse Marcos Branda Lacerda, o diretor do projeto da caixa de CDs, organizado pelo governo da mais importante e próspera cidade brasileira. “Tudo foi incluido, e quando ouvi-lo, você poderá perceber as influências que iriam propagar-se dali em diante” e fazer da música brasileira a potência global que representa hoje.

A coletânea de CDs, chamada “Música Tradicional do Norte e Nordeste 1938“, é formada por mais de sete horas de música, extraidas de 1299 faixas de 80 artistas, totalizando aproximadamente 34 horas, que a comissão gravou em cinco estados do norte e nordeste brasileiros durante a primeira metade de 1938.

Muitos dos estilos documentados nas gravações evidemciaram-se como influências do movimento do Tropicalismo, que emergiu no Brasil nos anos 1960 e hoje em dia possui entusiastas internacionais como David Byrne, Beck e Devendra Benhart. Os fundadores do Tropicalismo, principalmente Caetano Veloso, Tom Zé e Gilberto Gil – atual ministro da cultura – vieram do nordeste, do interior do estado da Bahia e reconhecem abertamente esta influência.

“Esta é a música que eu ouvia quando criança na loja de meu pai, e é de onde toda a riqueza e força da música popular brasileira vem”, declarou Tom Zé numa entrevista. “Filhos de portugueses, Caetano e Gil e todo o resto dos tropicalistas absorveram essa influência popular, transmutaram-na e mostraram-na ao mundo”.

Tom Zé também notou que a música do nordeste brasileiro que veio de Portugal era já um resultado de miscigenação cultural, especialmente da dominação árabe do território portugues durante a Idade Média. As letras de algumas canções da compilação datam de antes das histórias de trovadores daquela época, mas a presença árabe manifestou-se principalmente no estilo de voz caracterizado pela predileção por modulações vocais (bend notes).

“Esta influência ainda permanece na musica popular brasileira de hoje em dia”, ele disse. “Eu a ouço de maneira clara e bonita quando Caetano canto. Ele desenvolveu um jeito sofisticado e inventivo de usar estas modulações que era comuns nos cantores que costumávamos ouvir nos sertões nordestinos.”

Continue lendo

Send to Kindle
Literatura

Paulo Rónai

18 dezembro, 2007 | Por admin

PAULO RÓNAI é tradutor, filólogo e ensaísta. Ou melhor, era. O centenário de nascimento do húngaro Paulo Rónai, falecido em 1992, foi lembrado na Universidade de São Paulo semana passada com uma mesa redonda comemorativa. Rónai formou-se em Literatura e Línguas Latina e Neolatina e chegou a especializar-se em literatura francesa ao defender uma tese sobre Balzac, 1m 1930. Entrou em contato com a língua portuguesa quando ainda estudava na universidade francesa Sourbonne, e sentiu a impressão de que a línguar era “um latim falado por crianças ou velhos, de qualquer maneira gente que não tivesse dentes. Se os tivesse, como haveria perdido tantas consoantes?” (fonte: Instituto Moreira Salles).

De Rónai, a 30PorCento conta com duas traduções. A primeira, da editora Cosac Naify, é um premiado juvenil chamado Os Meninos da Rua Paulo, do húngaro Ferenc Molnár, escrito em 1907. O livro foi adaptado ao cinema por Zoltán Fábri – o link é para a versão em VHS na Amazon, foi a única que achei – e recebeu uma indicação para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1969. O preço na 30PorCento é de R$ 31.00 Por R$ 21.70. A segunda tradução é da Edusp; Contos Húngaros, da coleção Criação e Crítica. Este volume é uma continuação dos contos magiares reunidos na Antologia do conto húngaro, publicado em 1957, com prefácio de seu amigo João Guimarães Rosa. Infelizmente, o livro da Edusp está esgotado.

Send to Kindle
Artes Plásticas

‘Piero della Francesca’ e ‘Dom Quixote’, na Folha de hoje.

8 dezembro, 2007 | Por admin

O lançamento da Cosac NaifyPiero della Francesca, de Roberto Longhi – conquistou a notícia de capa da Ilustrada. Numa escalada pitoresca, saiu da última página na quarta-feira com o livro do arquiteto Marcos Acayaba e conquistou, atrevidamente, a fachada do caderno de cultura da Folha. O jornal entrevistou o historiador e antropólogo italiano Carlo Ginzburg, autor do prefácio desta primeira tradução ao português da obra do também italiano Roberto Longhi.

Obs: Acabo de descobrir que o Estado publicou, com o título de ‘Obras para entender Piero della Francesca: Estudo de Roberto Longhi e ensaio de Braudel explicam época do pintor italiano’, esse lançamento da Cosac Naify há exatamente uma semana atrás, dia 1 de dezembro. Talvez seja uma boa idéia começar a acompanhar o Estadão.

Mais à frente, na página E4, O ‘Engenhoso Cavaleiro d. Quixote de La Macha‘ finalmente dá as caras no lançamento da segunda parte da tradução de Sérgio Molina da Editora 34. Havia muito tempo que me perguntavam em feiras de livro a respeito desse livro, a tão aclamada versão bilíngue com ilustrações de Gustave Doré. A primeira parte foi lançada em 2002; um hiato de 5 anos quase intransponíveis. Façam seus pedidos!

Send to Kindle