Arquivo da tag: jornalismo

Literatura

Análise vivenciada

25 maio, 2015 | Por Isabela Gaglianone

“Como se os deuses quisessem provar que um museu só volta à vida quando eles decidem, a estação das chuvas está a cair no pátio toda de uma vez. A água desaba em lençóis e acendem-se relâmpagos que depois ribombam. Começa a subir um cheiro intenso a terra. As árvores brilham. As copas agitam-se. O céu ruge. Os turistas correm”.

fotografia de Frida Kahlo

fotografia de Frida Kahlo

A jornalista portuguesa Alexandra Lucas Coelho é um dos nomes confirmados na programação da FLIP. Ela vai dividir uma mesa com a argentina Beatriz Sarlo, sobre suas experiências literárias enquanto reflexões de turistas aprendizes.

Viva México é um interessante livro, cujos textos, escritos à guisa de artigos de uma viagem jornalística, extrapolam contudo a classificação de livro-reportagem.

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matraca

Reportagem literária

13 abril, 2015 | Por Isabela Gaglianone

“Seres humanos, com a ajuda de mulas, trabalhavam essa terra para que pudessem viver. A esfera de poder de uma só família humana e uma mula é pequena; e dentro dos limites de cada uma dessas pequenas esferas a essencial fragilidade humana, a chaga finalmente morta que é viver e a força indignada para não perecer, ergueram contra suas circunstâncias hostis esta casca de ferida, este abrigo para uma família e seus animais”.

fotografia de Walker Evans

fotografia de Walker Evans

Para a realização de uma longa reportagem para a revista Fortune, o repórter, ficcionista, poeta, roteirista e critico de cinema James Agee e o fotógrafo Walker Evans perpassaram as entranhas do sul dos Estados Unidos, em 1936, com o intuito de retratar os efeitos da Grande Depressão que devastava o país. Ao longo de quatro semanas, os dois conviveram intimamente com três famílias de trabalhadores rurais das fazendas de algodão do Alabama, para retratar suas condições de vida brutais e miseráveis.

A matéria nunca chegou a ser publicada na imprensa: tornou-se de uma vez livro. O texto foi reescrito, repensado e refinado ao longo dos anos seguintes e finalmente lançado em 1941 sob o título Elogiemos os homens ilustres. Continue lendo

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Literatura

“É que as piores deformações são as invisíveis”

18 junho, 2014 | Por Isabela Gaglianone

A premiada jornalista Eliane Brum integrará uma das mesas da Flip deste ano, “Poesia e prosa”, em que debaterá com Gregorio Duvivier e Charles Peixoto. Brum é notória por suas reportagens literárias. Lançou neste ano o livro Meus desacontecimentos, autobiografia romanceada, mas seu trabalho mais conhecido é como repórter-cronista, desenvolvido em colunas semanais de veículos jornalísticos – durante 233 segundas-feiras, até ano passado, na revista Época, atualmente, na versão brasileira do El País.

O livro A vida que ninguém vê, lançado em 2006, reúne 21 das crônicas-reportagens publicadas na edição de sábado do jornal Zero Hora – para o qual Brum trabalhou por onze anos. Vencedor do Prêmio Jabuti Prêmio Jabuti 2007 na categoria “melhor livro de reportagem”, o conjunto dos textos é extremamente poético. Concretização da busca jornalística por acontecimentos que não viram notícia e por pessoas que não são celebridades; da busca literária pelo extraordinário contido em cada vida anônima: o resultado é o mergulho no cotidiano que prova que não existem vidas comuns. Continue lendo

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gaza

Dia do Jornalista – contra as atitudes burlescas de Israel

29 janeiro, 2009 | Por admin

Venho convocar todos os jornalistas a manifestarem-se hoje, dia do jornalista, 29 de janeiro de 2009, contra a atitude burlesca de Israel de impedir a entrada da imprensa internacional na Faixa de Gaza.

A ONG inglesa Artigo XIX, batizada em homenagem ao artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que versa sobre o direito de liberdade de expressão do ser humano, expressa em seu site:

“O Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) adotada em 1948 afirma que:

Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e idéias por qualquer meio de expressão.

O Artigo 19 da DUDH cria o direito de liberdade de opinião e de expressão. E parte deste direito é a liberdade para ´procurar, receber e difundir informação´.”

O futuro do jornalismo cultural impresso vem sofrendo inúmeras baixas nos últimos anos. Lembro, com pesar, da extinção do suplemento literário da Folha de São Paulo, descontinuado em 2001, chamado Jornal de Resenhas. Publicou 1200 resenhas de mais de 500 colaboradores escolhidos por suas áreas de especialização. Nós aqui no Brasil tivemos, além do Jornal de Resenhas, dois grandes periódicos culturais que foram a Revista Clima, dos anos 1940, e o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, no final da década de 1950 – responsável pelo lançamento do manifesto neo-concreto, em 1959.

No âmbito internacional, recebemos ontem a notícia de que o suplemento literário dominical do Washington Post irá terminar em fevereiro: http://30porcento.com.br/blog/?p=378

Resta saber se a internet é capaz – e, na minha opinião, ainda não é – de absorver e estimular todo este material crítico que se esvai, sem que ele se perca no meio da inundação de informações nas quais estamos afogando nosso juízo.

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Música

Jornalismo Cultural OnLine

14 janeiro, 2009 | Por admin

São 3 os comentários deste artigo sobre jornalismo:
1: Na primeira semana de maio será realizado o I Congresso de Jornalismo Cultural no TUCA, em São Paulo. As inscrições  começam dia 15 de janeiro; para inscrever-se fale com Flávia Moreira (11) 3385-3385 ou eventos@revistacult.com.br. Não sei se vai ser muito produtivo, mas vale a pena tentar.

TUCA, em São Paulo

TUCA, em São Paulo

2: O suplemento +Mais da Folha de São Paulo de domingo passado (11 de janeiro de 2009) tratava sobre a Batalha da Informação, usando como ponto de partida o “ataque a Gaza, acompanhado de intensa campanha midiática de Israel, que expõe dilemas do jornalismo na guerra e cacofonia da internet”. (em breve colocarei o link para que se possa ler as matérias do +mais do dia 11)

Quem acompanhou os primeiros dias da invasão terrestre israelense aqui neste blog deve recordar-se da batalha ideológica travada no Twitter e a proliferação de blogs posicionados dos dois lados da guerra.

3: Li o artigo O futuro do jornalismo num blog chamado träsel – o autor é jornalista, professor de Comunicação Digital da Famecos/PUCRS – que me fez lembrar da iniciativa da TV Cultura em “abraçar o webjornalismo participativo”, como disse träsel, no programa semanal Roda Viva. As transmissões acontecem ao vivo pela internet, com uma câmera exclusiva dos bastidores da gravação, um feed do Twitter com a tag #rodaviva e um chat para que os internautas possam fazer perguntas ao sabatinado da noite.

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