Arquivos da categoria: Artes Plásticas

Artes Plásticas

Leilões de Arte

27 abril, 2009 | Por admin

Se você mora em São Paulo, é um entusiasta das artes plásticas, possui as noites livres para tomar algumas doses de whisky, champagne ou vinho branco, deveria, sem medo de se arrepender, frequentar os leilões de arte da capital. Hoje mesmo, dia 27 de abril, há dois leilões programados para as 21hrs. Escolha o mais próximo:

TABLEAU LEILÃO DE ARTE – 480 obras de artistas brasileiros e estrangeiros clássicos, modernos e contemporâneos, entre pinturas, esculturas, gravuras e outros itens. Há obras de artistas como Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, Alfredo Volpi, Milton Dacosta, Aldemir Martins, Mira Schendel, Rubens Gerchman, Emanoel Araujo e outros. (r. da Consolação, 2.925)

ALOÍSIO CRAVO ARTE & LEILÕESLeilão de Arte Cinética, com 100 obras de 12 artistas, entre eles Carlos Cruz-Diez, Julio Le Parc, Almir Mavignier, Jésus-Rafael Soto e Victor Vasarely. (Hotel Unique na Av. Brigadeiro Luis Antonio, 4.700)

Geralmente você recebe gratuitamente um catálogo com as obras que vão a leilão para acompanhar durante o evento.

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Artes Plásticas

XXVII Salão de Artes Plásticas de Rio Claro

27 abril, 2009 | Por admin

Estão abertas as inscrições para o XXVII Salão de Artes Plásticas de Rio Claro.  As inscrições são gratuitas e vão até dia 22 de maio.  As obras de arte deverão ser entregues no Centro Cultural de Rio Claro pelo artista ou por representante por ele designado, mediante o preenchimento da ficha de inscrição obtida na Administração do Centro Cultural “Roberto Palmari”, na Rua 2 número 2880 (Parque do Lago Azul), em Rio Claro/SP, de segunda a sexta, no horário das 8h às 11h e das 13h às 16h.

fonte: Mapa das Artes

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Vip Muniz na coluna social

27 abril, 2009 | Por admin

O artista plástico Vik Muniz – dispensa apresentações pois está altamente exposto na mídia nacional e internacional – foi alvo da mediocridade jornalística das colunas sociais. Deu azar e foi publicado na coluna social da Mônica Bergamo da Folha de São Paulo. E não gostou, como deixou claro em sua página no Facebook:

“Eu passei o dia inteiro demonstrando categoricamente a minha relação e dedicação para com o meu público e o pirralho da folha me retrata como um elitista superficial. O cara passou o dia inteiro me entrevistando para publicar apenas o que eu não disse.”

Para compensar, Vik Muniz recomendou duas matérias que considerou relevantes:

“This was not an critical essay; It was an interview! Ivan Claudio did a great job interviewing me for IstoÉ and Suzana Camará did a piece that focused on personal stuff that was very honest and complete for Poder.”

. A entrevista para Ivan Claudio > A Bienal esmagou a arte brasileira

. A matéria da Poder > Ilusões de ótica

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O que faz de um Picasso um Picasso?

27 fevereiro, 2009 | Por admin

No último dia 19, falou-se neste blog sobre a coluna dominical de Jorge Coli que ponderava sobre a exposição “Picasso e os Mestres”, no Grand Palais, em Paris: “houve raras comparações convincentes e a interrogação intelectual da exibição foi precária”; porém, indica um possível ponto positivo, ainda que inconsciente: “mesmo se involuntariamente (…) a exposição Picasso e os grandes Mestres, destinada ao grande público, trouxe um excelente exercício para os olhos: o da comparação.”

Este artigo complementar traz uma tradução do ínicio de uma matéria publicada no Artdaily.org, que revela o sucesso financeiro da exposição que foi considerada “a mais cara de Paris”:

A exposição mais cara de Paris terminou no começo deste mês após receber críticas mordazes e desfrutar de vendas de ingressos astronômicas.

por MICHAEL DAMIANO,

Picasso e os Mestres terminou no dia 2 de fevereiro em Paris. A exposição comparou trabalhos de Picasso lado a lado com obras clássicas e modernas que porventura inspiraram o artista.

A exposição, localizada no Grand Palais com mostras paralelas no Louvre e no Museu de Orsay, conquistou sucesso comercial apesar das severas críticas. De acordo com o relatório de imprensa final, a exposição atraiu 783.352 visitantes, ou 7.270 visitas por dia ao Grand Palais. Enquanto isso no Museu de Orsay e no Louvre, calcula-se que as paralelas foram vistas por 450.521 e 300.000 pessoas, respectivamente. Apesar do custo monstruoso (€4.3 milhões) para montar a exposição mais cara da história de Paris, não é preciso aprofundar-se na aritmética para descobrir que a receita gerada foi espantosa. O preço cheio do ingresso para a exposição principal no Grand Palais era de €12 (o preço da “meia” entrada para estudantes era €8). 90.000 catálogos da exposição foram vendidos a €50 cada (só eles já cobriam mais do que o custo inicial da exposição). Some a isto os 67.000 álbuns da exposição vendidos, 14.000 cópias do livro do show infantil e 5.900 DVDs. A despeito da crise financeira, o público generosamente abriu sua carteira para esta exposição de alta publicidade.

Entretanto, assim como o dinheiro entrou, as críticas mordazes também o fizeram. (leia o artigo completo em inglês)

Picasso e os grandes Mestres - Grand Palais, Paris

Com tudo isto em mente vem a calhar a proposta de um livro recém-impresso pela Cosac Naify, cujo título é: O que faz de um Picasso um Picasso?, de Richard Mühlberger. O livro faz parte da coleção infanto-juvenil organizada pelo Metropolitan Museum of Art de Nova York, onde cada livro é como uma visita guiada às obras mais importantes dos grandes mestres da arte ocidental.

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Centro Andaluz de Arte Contemporânea

26 fevereiro, 2009 | Por admin

Hoje no Estadão a matéria mais interessante do Caderno 2 fala sobre o Centro Andaluz de Arte Contemporânea (Caac). O título do artigo é O histórico e o contemporâneo juntos, pois o centro estabeleceu-se num monastério do século 14, o Monastério de la Cartuja de Santa María de Las Cuevas.

Iremos explorar a seguir alguns links que complementem o artigo de
Camila Molina:

Nancy Spero

Há um vídeo no Youtube da mostra da qual o artigo faz referência – Nancy Spero, Disidanzas -, no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri. Os comentários são de Manuel Borja-Villel, diretor do Museu Reina Sofía e de Bartomeu Marí, diretor do MACBA:

Stephen Prina

A produção artística de Stephen Prina – natural de Illinois, nos EUA -, nascido em 1954, é multifacetado: o artista, residente em Los Angeles e Boston, trabalha com distintas mídias ao mesmo tempo, é músico, compositor, cineasta e performer.

Stephen PrinaStephen Prina

Bleda y Rosa

As artistas María Bleda (Castellón, 1969) e José María Rosa (Albacete, 1970), mais conhecidas como Bleda y Rosa, possuem um site oficial com inúmeras fotos divididas em conceitos temáticos. Basta visitar: bledayrosa.com/

Matthew Richie

O britânico Matthew Richie também está presente na internet com um site oficial bem interessante. A própria instalação The Morning Line, que está presente no Centro Andaluz de Arte Contemporânea, possui uma página em Flash que tenta antecipar a fruição do público no museu: matthewritchie.com

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Matisse: O Preto é uma Cor

25 fevereiro, 2009 | Por admin

Há livros e escritos essenciais, para não dizer imprescindíveis. Matisse: Escritos e reflexões sobre arte, publicado em 2008 pela Cosac Naify, é um deles. Transcrevo aqui uma única página do livro de quase quatrocentas, sobre a cor preta: O Preto é Uma Cor.

O uso do preto como cor, da mesma maneira que as outras cores, amarelo, azul ou vermelho, não é uma novidade.

Os orientais usaram o preto como cor, notadamente os japoneses nas gravuras. Mais próximo a nós, lembro certo quadro de Manet em que o casaco de veludo preto do jovem com chapéu de palha é de um preto franco e luminoso.

No retrato de Zacharia Astruc, de Manet, outro casaco de veludo expresso por um preto franco e luminoso. Meu painel dos Marroquinos [abaixo] não tem um grande preto, tão luminoso quanto as outras cores do quadro? (Derrière le Miroir, n. 1, dez. 1946.)

O mesmo número de Derrière publicou, além desta nota, os seguintes comentários: “Antes, quando eu não sabia que cor usar, punha preto. O preto é uma força: jogo meu lastro no preto para simplificar a construção. Agora deixo os pretos” (dez. 1945). E também: “Como toda evolução, a do preto na pintura se fez aos solavancos. Mas desde os impressionistas parece tratar-se de um progresso contínuo, de uma participação cada vez maior na orquestração colorida, comparável à do contrabaixo que chegou a fazer solos” (relatado por Aimé Maeght). Outro comentário de Matisse, agora a Picasso: “Perto do final da Primeira Guerra, eu estava passando um período no sul. Renoir estava muito idoso; como eu o admirava muito, fui visitá-lo em sua casa de Cagnes, Les Collettes. Ele me recebeu cordialmente e eu lhe apresentei algumas telas minhas, para saber sua opinião. Ele as olhou com um ar um tanto desaprovador. Depois disse: ‘Na verdade, não gosto do que você faz. Quase gostaria de dizer que você não é um bom pintor, ou até que você é um péssimo pintor. Mas uma coisa me impede; quando você coloca um preto na tela, ele fica em seu plano. Durante toda a minha vida, achei que não poderia usá-lo sem romper a unidade cromática da superfície. É uma cor que bani da minha paleta. Já você, utilizando um vocabulário colorido, introduz o preto e fica bem. Então, apesar do que sinto, creio que você é seguramente um pintor” (relatado por Françoise Gilot in Vitre avec Picasso. Paris: Calmann-Lévy, 1965). Comentário confirmado por George Besson, que atribui a Renoir o seguinte comentário sobre as telas que Matisse lhe apresentou: “Como você soube exprimir a atmosfera de um quarto de hotel em Nice! Mas esse azul do mar devia vir de frente… E essa barra preta de onde pendem cortinas brancas. Ela está em seu devido lugar. Está tudo certo. Era difícil… Até me dá raiva…” (cit. in Escholier, 1956).

Matisse - Os Marroquinos

“Meu quadro Os marroquinos [Les Marocains] – tenho dificuldade em descrever essa pintura em palavras. Ele representa o começo de minha expressão por meio da cor, dos pretos e seus contrastes. São figuras de marroquinos estendidos num terraço, com melancias e melões bravos.”

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Artes Plásticas

Profissão Artista: Pintoras e escultoras acadêmicas brasileiras

24 fevereiro, 2009 | Por admin

“Durante o século XIX, a arte parecia ser uma profissão exclusivamente masculina. As poucas mulheres que ingressaram nesse sistema dominado pela Academia eram julgadas de modo pejorativo, e a pecha de amadorismo inibiu por muito tempo estudos sobre suas produções. Centrada em cinco trajetórias paradigmáticas de pintoras e escultoras acadêmicas – Abigail de Andrade, Berthe Worms, Julieta de França, Nicolina Vaz de Assis Pinto do Couto, Georgina de AlbuquerqueProfissão Artista revela a crescente inserção feminina no campo artístico brasileiro no período que vai da metade do século XIX até 1922. Ana Paula Simioni expõe questões referentes às representações dominantes sobre a condição das mulheres no tempo, às suas disposições adquiridas no curso da formação e que modelaram suas escolhas, ao caráter masculino da atividade artística, aos desafios que enfrentaram e o modo como puderam equacionar o conjunto de constrições de amplo espectro.

O release acima foi publicado no site da EDUSP, que convida a todos para o lançamento deste belíssimo livro no dia 5 de março de 2009 na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.

O título completo do livro é Profissão Artista: Pintoras e Escultoras Acadêmicas Brasileiras, e foi escrito pela socióloga Ana Paula Cavalcanti Simioni, atual docente na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP-Leste.

"Beduíno" Berthe Worms - óleo sobre tela sem data

Eis o convite para o lançamento na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo:

Lançamento Edusp: Pintoras e Escultoras Acadêmicas Brasileiras

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Artes Plásticas

O boom acabou. Vida longa à arte!

23 fevereiro, 2009 | Por admin

A Folha de São Paulo publicou hoje a tradução de um artigo de 12 de fevereiro que saiu no New York Times, assinado por Holland Cotter. O título original era “The Boom is Over. Long Live the Art”, cuja tradução literal é o título deste artigo. A Folha optou por chamá-lo de “Crise exige mudança no mercado”, e escolheu um subtítulo revelador: “É mais uma vez hora de os artistas terem outros empregos convencionais; o segredo é fazer deles uma fonte de energia”.

Como todos sabem, os artigos da Folha de São Paulo só ficam disponíveis para assinantes do UOL, assinantes da própria Folha ou para quem possuir acesso ao jornal numa banca de jornal. Como o artigo é de suma importância, tomei a liberdade de publicá-lo integralmente:

Crise exige mudança no mercado

No ano passado, a revista norte-americana “Artforum” possuía a espessura de uma lista telefônica, com edições de cerca de 500 páginas, a maioria das quais com anúncios de galerias. A edição atual tem pouco mais de 200 páginas. Muitos anúncios desapareceram.

Com sua reputação duradoura de transações pouco claras e valores inchados, o mercado de arte contemporânea é um organismo vulnerável, tradicionalmente atingido dura e precocemente por qualquer mal-estar econômico. É o que está acontecendo agora. As vendas desaparecem no ar. Carreiras estão minguando. Aluguéis em Chelsea estão sem pagar. O boom que havia deixou de existir.

A diminuição não foi quantitativa, de maneira alguma. Nunca antes houve tanto produto. Nunca antes o mundo americano das artes funcionou com tanta eficiência como indústria de marketing no modelo corporativo, dotada de todos os serviços necessários.

Todos os anos, escolas de arte em todo o país produzem milhares de formandos preparados para o sucesso, gente a quem caberá fornecer produtos desejáveis para as galerias e casas de leilões. Eles contam com o respaldo de hostes de especialistas em relações públicas (também conhecidos como críticos, curadores, editores, publishers e teóricos de carreira), que fornecem informações atualizadas e pontuais sobre o que significa “desejável”.

Muitos desses especialistas fazem parte, direta ou indiretamente, da folha de pagamentos dessa indústria, que é controlada por outro conjunto de profissionais: os marchands, corretores, assessores, financistas, advogados e (figuras cruciais nesta era de feiras de arte) planejadores de eventos, que representam a divisão de marketing e vendas da indústria.

São essas as pessoas que vasculham as escolas de arte, identificam talentos novos, orientam carreiras e, por meio de algum cálculo inescrutável, determinam o que vai vender -e por qual valor.

Não que esses departamentos sejam separados de qualquer maneira: as divisórias éticas não fazem o estilo dessa indústria. Apesar da profissionalização da década passada, o mundo da arte ainda gosta de enxergar-se como um grande e único barco do amor. Noite após noite, críticos e colecionadores consomem jantares pagos por marchands que estão promovendo artistas, ou museus que estão promovendo exposições, com todos juntos à mesa, bajulando uns aos outros, trocando ideias e farpas, pesando as vibrações.

E onde está a arte em tudo isso? Proliferando, mas enfraquecida. A “qualidade”, definida primariamente como habilidade formal, está em voga outra vez, como parte integral de um revival conservador -alguns diriam regressivo- da pintura e do desenho. E ela nos vem dando uma enxurrada de desenhos bem feitos, esculturas engenhosas, fotografias meticulosas e espetáculos cuidadosamente encenados, cada um baseado nos mesmos elementos fundamentais: uma ideia única, embutida no trabalho e exposta na declaração de um artista, e um visual ou estilo feito para captar a atenção tanto quanto o refrão numa canção de rock.

As ideias não variam muito. Durante algum tempo, ouvimos muito sobre o radicalismo da beleza; mais recentemente, sobre a política subversiva da ambiguidade estetizada. Seja o que for, é tudo alimento para o mercado. A tendência chegou a um nadir na véspera da eleição presidencial, quando, com fanfarra triunfalista, o New Museum, em Nova York, expôs uma pintura de Michelle Obama feita por Elizabeth Peyton e a acrescentou à retrospectiva da artista. O intuito promocional da exposição era evidente. E a grande declaração política? Que o establishment das artes votara no partido Democrata.

Expectativas

Os estudantes que ingressaram na escola de arte alguns anos atrás provavelmente terão que sair dela com expectativas drasticamente modificadas. Eles terão que se considerar com sorte se tiverem as facilidades profissionais hoje vistas como algo garantido e certo: a exposição solo numa fase precoce da carreira, as vendas iniciais, a possibilidade de poder viver de sua arte.

Hoje nos EUA é mais uma vez hora de artistas terem outros empregos convencionais para sobreviver, e tudo bem. Os artistas sempre tiveram esses empregos (Van Gogh foi pregador; Pollock, assistente de garçom) e os terão novamente. O segredo é fazer deles uma fonte de energia, e não algo que cansa e exaure.

Ao mesmo tempo, os artistas também poderão tomar conta da fábrica e tornar deles a indústria da arte. Coletiva e individualmente, poderão customizar os equipamentos, alterar os modos de distribuição, ajustar ritmos de produção de modo a permitir crescimento orgânico e mudanças de rumo e objetivo. Poderão fantasiar e se concentrar. Poderão fazer nada por algum tempo, ou fazer alguma coisa e fazê-la errada, poderão fracassar em paz e recomeçar.

Escolas
As escolas de arte também poderão mudar. A meta atual dos programas de ensino prático parece ser estreitar o talento até aguçá-lo para que possa penetrar agressivamente na arena competitiva. Mas, com os mercados incertos, possivelmente inexistentes, por que não afrouxar esse modo?
Por que não fazer do treinamento em ateliês uma experiência interdisciplinar, que se entrecruze com sociologia, antropologia, psicologia, filosofia, poesia e teologia? Por que não embutir em seu programa de estudos um semestre de estudos e trabalho que tire os estudantes totalmente do mundo das artes e os insira em lugares como hospitais, escolas e prisões, às vezes em ambientes extremos -ou seja, na vida real?
Mudanças como essas exigiriam novas maneiras de pensar e escrever sobre a arte, de modo que os críticos teriam que voltar à escola, faltar a algumas festas e mergulhar nos livros e na internet. A discussão sobre a “crise na crítica” percorre o mundo da arte periodicamente, sugerindo uma nostalgia pelos criadores de gosto à moda antiga, como policiais do trânsito.

Mas, se existe uma crise, não é uma crise de poder; é uma crise de conhecimento. Para dizê-lo em palavras simples, não sabemos o suficiente sobre o passado ou sobre quaisquer outras culturas exceto a nossa.

O século 21 quase certamente verá mudanças modificadoras de consciência no acesso digital ao conhecimento e na moldagem da cultura visual. O que os artistas farão com isso?

Será que a indústria da arte vai continuar a agarrar-se ao status analógico tradicional da arte, insistir que o objeto material, comprável é a única forma de arte verdadeiramente legítima, que é o que fez realmente o revival da pintura? Ou os artistas -e os professores e críticos- vão nadar para uma terra que ainda é difícil de localizar nos mapas e fazer dela seu lar e seu local de trabalho?

(Tradução de Clara Allain)

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Artes Plásticas

Como organizar exposições que ensinem a ver?

19 fevereiro, 2009 | Por admin

Como organizar mostras em que as obras interpelem o público, solicitando e estimulando o olhar? Que, em suma, ensinem a ver? Este é o epílogo da coluna dominical de Jorge Coli publicada no suplemento Mais! da Folha de São Paulo, sobre a exposição “Picasso e os Mestres”, no Grand Palais, em Paris.

Em suma, a coluna de Coli confirma as inúmeras críticas do público especializado: “houve raras comparações convincentes e a interrogação intelectual da exibição foi precária”; porém, indica um possível ponto positivo, ainda que inconsciente: “mesmo se involuntariamente (…) a exposição Picasso, destinada ao grande público, trouxe um excelente exercício para os olhos: o da comparação.”

Ao ler o artigo, imediatamente recordei-me da exposição de Josef Albers no Instituto Tomie Ohtake, especialmente o longo vídeo – Josef and Anni Albers “Art is everywhere” de Sedat Pakay – que documenta a trajetória biográfica do casal alemão.

Recém chegado nos Estados Unidos, convidado para dar aula na Black Mountain College, foi interpelado por um aluno sobre seu plano de aulas na instituição. Albers foi sintético: “make open the eyes” [fazer com que os olhos se abram]. Esta era a mesma preocupação que, anos mais tarde, Albers teria como professor visitante na Escola de Ulm: “Eu estou aqui para abrir os olhos de vocês.”

Ainda no vídeo-documentário, há um auto-depoimento onde Albers explica: “Embora eu tenha sido chamado para vir à Yale para dar aula a alunos da graduação em pintura, eu, na verdade, não os ensinava a pintar e sim a ver [seeing].

Fica explícito que não é necessário estar em Paris – privilégio de poucos – para organizar mostras em que as obras interpelem o público. Mas, no caso de Homenagem ao Quadrado, os méritos são todos do artista.

Links

A forma perfeita de Albers, no Estadão.

Sucesso de mostra de Picasso faz museu francês abrir 24 horas, no Estadão.

Livro Josef Albers: To Open Eyes, publicado pela Phaidon, e sua resenha, em inglês.

A Revista Burlington, a qual Jorge Coli faz referência em seu artigo.

Josef Albers - Homenagem ao Quadrado

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Artes Plásticas

7ª Bienal do Mercosul

18 fevereiro, 2009 | Por admin

É indiscutível o descontentamento geral em relação às grandes bienais de arte, descontentamento cujo ponto culminante foi a indecente 28ª Bienal de São Paulo, de 2008.

A porvindoura 7ª Bienal do Mercosul promete esquentar ainda mais a reflexão. Chamaram-na de Grito e Escuta, e explicaram sua proposta, que gera, de imediato, uma sensação desagradável pelas lembranças de um conturbado 2008: “a 7ª Bienal do Mercosul pretende chamar a atenção para uma reflexão sobre a própria Bienal do Mercosul, a crise do modelo Bienal em geral, a função do artista na sociedade hoje, e a gravidade das crises econômicas, sociais, políticas e culturais no mundo atual.”

Jorge Coli escreveu sobre a última edição da Bienal do Mercosul, em outubro de 2007, e nos dá, ao menos, uma esperança: “Há ótimos curadores no Brasil, está claro: a própria bienal do Mercosul teve grandes edições precedentes. Mas eles são poucos. Revezam-se nas mostras importantes. Isso significa forçosa repetição de enfoques, inevitáveis déjà vus. Pérez-Barreiro [curador da 6ª Bienal do Mercosul], espanhol de origem, com formação européia e norte-americana, responsável pelo setor latino-americano no museu de Austin, Texas, renovou expectativas que, no Brasil, tendem para o costumeiro.”

A 7ª edição da Bienal do Mercosul terá como curadores-gerais Victoria Noorthoorn (Argentina) e Camilo Yáñez (Chile). Os dois foram escolhidos através de concurso; entre 67 propostas apresentadas, Victoria e Camilo superaram propostas concorrentes de 24 países.

Camilo Yáñez

O editor da Revista APLAUSO – revista de cultura do Rio Grande do Sul -, Flávio Ilha, realizou uma entrevita com os curadores. Porém, a página do site da revista onde a entrevista fora publicada está fora do ar. Portanto, publicarei os os principais trechos da conversa aqui, até que a página oficial volte ao ar:

Juventude

Victoria
– Estamos propondo uma Bienal que tenha a juventude em sua estrutura, ou seja, uma mostra aberta e diferente em relação às anteriores. Acredito que somos bastante pretensiosos em relação a isso. É claro que não vamos reinventar a roda, mas creio que será uma Bienal muito inovadora desde sua estrutura. Sobretudo devido à sua abertura a inovações e a incorporação de um pensamento criativo à própria exposição. Nosso objetivo é oxigenar a Bienal através do pensamento dos artistas, que vão atuar como curadores. E que esse pensamento seja uma parte central da mostra.

Camilo – Quando falamos de curadores jovens, devemos considerar que também estamos em um continente jovem. Ou seja, um continente que tem, por isso, a possibilidade de se repensar constantemente, tem uma capacidade maior de sonhar, de ter utopias. Transportamos esse conceito para nosso projeto – não limitamos nossos sonhos e nossas utopias. Agora estamos baixando à terra.

A Bienal

Camilo – O papel da Bienal é de ser uma mediadora real entre os artistas contemporâneos, entre o público e entre os curadores. Um lugar de reunião e de discussão, onde a arte acontece. E não onde simplesmente se ilustra a arte. Não se trata apenas de mostrar formas de arte, mas de construir coletivamente essas formas.

Victoria – Estamos colocando nosso foco na transformação da Bienal numa efetiva experiência de arte. Ainda estamos avaliando as distintas alternativas que temos para envolver os artistas dentro da experiência da Bienal, para que ela esteja constantemente viva durante seu percurso. Não queremos que a Bienal seja apenas uma bela exposição, mas que seja uma experiência viva entre artistas e público. Queremos reinventar constantemente a Bienal. O desafio é enquadrar a exposição ao ritmo dos artistas, e não o contrário.

O projeto

Victoria – Há várias ações concretas que foram descritas no projeto. Uma das exposições propõe um diálogo entre artistas populares do Brasil – como grafiteiros, artistas de rua, anônimos – e artistas contemporâneos que trabalham a cidade como texto. É uma abertura da Bienal a esse artista que também trabalha na contemporaneidade, embora num patamar diferente.

Camilo – Outra ação é a convocatória aberta que faremos para artistas do mundo todo. Por que isso? Porque os curadores não têm a capacidade de conhecer a totalidade da produção contemporânea, isso é impossível. Então, essa convocação tem o sentido de ampliar a perspectiva de obras que poderemos mostrar. É essa oxigenação que estamos defendendo. Se os curadores foram escolhidos por concurso, muitos dos artistas que estarão aqui – e que não são visíveis, apesar de desenvolveram bons trabalhos – também poderão ser escolhidos dessa forma. Vamos selecionar projetos dirigidos especificamente à 7ª Bienal do Mercosul e que tenham a América Latina como referência. Queremos uma Bienal auto-generativa, quer dizer, uma Bienal que seja constantemente realimentada por seus próprios projetos.

Mercosul

Victoria – Não pensamos no Mercosul de forma fechada. A América Latina se formou, não só culturalmente, em diálogo constante com a história européia e norte-americana, principalmente. E hoje, com a globalização, é impossível pensar um continente fechado. Mas é claro que precisamos dar ênfase a nossos problemas e a nossas questões.

O público

Camilo – Vamos escolher um curador pedagógico, ou seja, um artista que estará focado exclusivamente em gerar mediações reais com o público – não só de Porto Alegre, mas do Rio Grande do Sul. Isso nos parece chave. Queremos que o público tenha mapas, ou uma cartografia, que lhe permita percorrer diferentes percursos para ver a Bienal. E não apenas uma única forma de leitura unidimensional, se não várias formas de ler a Bienal. O público, em linhas gerais, é que fará a exposição acontecer.

Victoria – O nosso projeto inclui performances, happenings e outras formas de expressão direta com o público, em ônibus, supermercados, em locais públicos e de grande circulação de pessoas. E em lugares não referenciais para a arte. O projeto editorial também precisa ter um papel motivador para o público, no sentido de construir seu próprio catálogo de arte. Por exemplo, cada pessoa poderá selecionar mais informações sobre trabalhos que lhe interessem – ou menos sobre os que não interessem. Queremos dinamizar a área editorial, e não fechá-la em catálogos bonitos, mas inacessíveis.

Projeto educativo

Victoria – Pretendemos que não haja apenas um relato sobre a Bienal, mas múltiplas forma de entendê-la. Isso quer dizer que o professor poderá eleger um relato que tenha mais relação com a matemática, por exemplo. Ou com a história, com as ciências sociais. Devemos vincular fortemente o projeto educativo com as publicações – mais massivas, de baixo custo, na internet. Nos interessa alcançar muita gente , pois não temos a pretensão de criar um novo modelo de Bienal. Temos sim a pretensão de que esta Bienal, em especial, seja muito forte, seja oxigenada e que chegue a muita gente. Ou seja, o mais aberta possível.

Camilo – O projeto pedagógico está pensado para ser um cadastro de metodologias de ensino da arte pela América Latina. Não só o ensino tradicional, mas também formas alternativas de se conhecer e aprender sobre arte. Nos interessa muito fazer da Bienal um processo de aprendizagem coletivo – dos curadores, dos artistas, do público.

Artistas

Victoria – Não temos nomes, mas vamos nos focar em artistas que utilizam a arte como forma de subverter a realidade e, por conseqüência, como forma de chamar a atenção para essa realidade. Estamos vivendo uma época complicada, de conflitos intensos. Os artistas são pessoas importantes para assinalar esses desafios, que propõem alternativas contundentes e, claro, possíveis. Nos interessa envolver o máximo possível, nesse processo, os artistas locais.

Camilo – O que nos interessa é fazer uma boa Bienal. E como se faz isso? Desde os artistas e desde o público. É preciso estabelecer uma energia coletiva entre esses agentes. O que podemos dizer, neste momento, é que o espírito central da Bienal é a oxigenação e a dinamização do contexto atual da arte.

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Agenda

Paulo Monteiro – Estação Pinacoteca + Cosac Naify

13 fevereiro, 2009 | Por admin

Paulo Monteiro traz invarialvelmente à memória o Grupo da Casa Sete. Uma fonte de informações disponível na internet sobre o grupo é o trabalho da pesquisadora Elaine Werneck, do programa de Pós Graduação Interunidades em Estética e História da Arte – MAC-USP, chamado “O grupo casa sete e a pintura dos anos 80”.

Grupo Casa Sete

“O Grupo Casa Sete, em São Paulo, eram autodidatas que possuíam uma formação realizada de modo informal com passagem pela FAU-USP e FFLCH-USP.”

Sobre o universo pictórico dos artistas – o grupo era formado por Carlito Carvalhosa, Fábio Miguez, Nuno Ramos, Paulo Monteiro e Rodrigo Andrade -, Werneck considera que “cada integrante do Grupo possuía uma simbologia e metáfora própria mas não exclusiva, podendo as mesmas serem apropriadas por outro colega de ateliê. As imagens da quais o Casa Sete se apropria têm origem nos meios de comunicação de massa, como personagens, caveiras, cômics, ou apresentam-se como um simbolismo mais pessoal como pedras e rochas (Paulo Monteiro).”

Ao interpretar um determinado padrão do conteúdo da obra de Paulo Monteiro – “embora Croce preferia não distinguir forma de conteúdo para afirmar a unidade da obra de arte, distinção que achava meramente convencional”, o que não vem ao caso neste artigo – Elaine Werneck diz: “Quanto ao conteúdo de suas obras, Paulo Monteiro apresenta na sua poética aspectos tragicômicos.”

O trabalho integral pode ser lido aqui.

Paulo Monteiro

Sobre Paulo Monteiro, especificamente, a fonte que tenho em mãos é o texto publicado no catálogo Paulo Monteiro, de outubro de 1994, escrito por Rodrigo Naves. A reflexão do crítico foca a produção escultural do artista, e já anuncia seu intento na primeira frase: “Afinal, as esculturas de Paulo Monteiro crescem ou definham?”

O artigo pode ser lido no livro de ensaios de Rodrigo Naves, publicado pela Companhia das Letras, sobre arte moderna e contemporânea, chamado O vento e o moinho.

Atualmente, Paulo Monteiro ministra um curso de pintura contemporânea, onde “procura, através de aulas práticas, iniciar o aluno na reflexão das recentes transformações da pintura, a sua eficácia como meio de comunicação abordando questões como a fragmentação do plano pictórico, a crise do retângulo e a multiplicação das técnicas e dos suportes da pintura”, durante infinitesimais 40 horas – infinitesimais ao considerar a profundidade do programa das aulas – ao longo do semestre.

Aos possíveis interessados: O curso é ministrado do b_arco à Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 426, na Vila Madalena, em São Paulo.

Paulo Monteiro

A Exposição na Estação Pinacoteca (2009)

Na exposição da Estação Pinacoteca, Paulo Monteiro: Uma seleção, 1989-2008, estão reunias cerca de 140 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, guaches e relevo de paredea.

Logo na entrada, há uma parede onde se lê o título da exposição “Paulo Monteiro: Uma seleção, 1989-2008 “. A fonte com a qual foi feita a inscrição do nome do artista na entrada da exposição é a Lithos, desenhada por Carol Twombly. A fonte deriva das letras geométricas livres de adornos que eram talhadas, em pedra, em templos e monumentos públicos na Grécia antiga.

Se você não mora em São Paulo, há uma galeria no Flickr onde pode-se contemplar – com uma perda significativa, se não total, da força artística das obras – algumas das esculturas, pinturas e desenhos de Paulo Monteiro que estão expostas na Pinacoteca. O endereço é: http://www.flickr.com/photos/artexplorer/tags/paulomonteiro/

Por fim, amanhã, 14 de fevereiro de 2009, haverá o lançamento do livro Paulo Monteiro, pela Cosac Naify, acompanhado por uma sessão de autógrafos do autor e uma mesa-redonda com Alberto Tassinari, Tiago Mesquita e Taísa Palhares (curadora). A solenidade começa as 10:30, na Estação Pinacoteca.

O livro possui textos de Alberto Tassinari, Paulo Venancio Filho, Taísa Palhares e Rodrigo Andrade, e já está a venda aqui na 30PorCento.

Paulo Monteiro

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Artes Plásticas

Mestres Latinoamericanos na Coleção FEMSA

11 fevereiro, 2009 | Por admin

Começa amanhã, 12 de fevereiro de 2009, a primeira exibição da Coleção FEMSA, maior companhia integral de bebidas da América Latina, no Instituto Tomie Ohtake, na sala onde estava exposto o conjunto de esculturas do brasileiro Franz Weissmann.

A Coleção FEMSA teve início em 1977 através da criação do Museu de Monterrey, que viu crescer seu acervo através de um bom programa de aquisições e generosas doações de particulares, artistas e de instituições. Segundo a FEMSA, a premissa é a de formar um acervo que mostre a evolução, pluralidade e riqueza da arte latino-americana, a partir do século XX (a obras mais antiga da coleção data de 1914), com destaque para a arte mexicana.

No site oficial da Coleção FEMSA, pode-se ler informações mais detalhadas sobre a instituição e conferir reproduções de uma parte do acervo.

A exposição foi chamada de Latitudes: Mestres Latinoamericanos na Coleção FEMSA, e ficará aberta até 5 de abril de 2009. A curadora é Rosa María Rodríguez Garza. Além disso, conta com uma quantidade razoável de artistas latinoamericanos, com 41 obras ao todo:

Antonio Berni, Jacobo Borges, Fernando Botero, Iberê Camargo, Leonora Carrington, Pedro Coronel, Olga Costa, Pedro Figari, Leonor Fini, José Gamarra, Oswaldo Guayasamin, José Gurvich, Alfredo Hlito, Arcangelo Ianelli, Frida Khalo, Wifredo Lam, Agustín Lazo, Romulo Maccio, Roberto Matta, Francisco Matto, Carlos Mérida, Guilhermo Meza, Alfonso Michel, Roberto Montenegro, Armando Morales, Gerardo Murillo, Carlos Orozco Romero, César Paternoso, Alfredo Ramos Martínez, Armando Reverón, Manuel Rodríguez Lozano, David Alfaro Siqueiros, Jesús-Rafael Soto, Rufino Tamayo, Luis Tomasello, Joaquín Torres García, Cordelia Urueta, Remedios Varo e Ángel Zárraga.

Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201, São Paulo – SP
11- 2245-1900
www.institutotomieohtake.org.br
Terça a domingo, 11-20h

Joaquín Torres-García 193

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Agenda

Conferência TOC – Tools of Change for Publishing

11 fevereiro, 2009 | Por admin

Começou no dia 9 de fevereiro de 2009 uma conferência em Nova Iorque pouco – ou melhor, nada – divulgada aqui no Brasil. A TOC, Tools of Change for Publishing, ou, Ferramentas para Mudança em Publicações,

Diz o site oficial da TOC que o evento tem como objetivo “decifrar as ferramentas de mudança na indústria editorial, além de auxiliar a percorrer o caminho através dos modismos efêmeros para um futuro vantajoso da editoração. Da criação, edição e criação do layout à distribuição e comercialização, novas tecnologias estão transformando todos os aspectos da editoração. Porém, quais das novas tecnologias são pertinentes? Qual proporciona oportunidades de negócios estimulantes? E quais perguntas estratégicas precisa-se considerar para adotar os novos modelos? Estas questões e muitas outras serão exploradas durante o TOC.”

Agora a noite a tag #TOC já está caótica no Twitter. Basta seguir as atualizações instantâneas – http://search.twitter.com/search?q=%23TOC – para perceber o quanto está sendo falado da conferência. Além disso, você pode seguir a própria TOC no Twitter: http://twitter.com/toc

A página do TOC está hospedando, como era de se esperar de uma conferência sobre editoração e publicação de conteúdo, a maioria das apresentações – em PPT -, fotos, vídeos e comentários diretos de Nova Iorque. No seguinte endereço: http://www.toccon.com/toc2009

Voltarei com uma cobertura mais detalhada outra hora. Divirtam-se.

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Artes Plásticas

Nicolas Poussin

9 fevereiro, 2009 | Por admin

Escrevi recentemente um artigo sobre a restauração da maior obra de Poussin, Hymenaeus Travestido Durante Um Sacrifício a Príapo (leia aqui). Lendo um ensaio no volume 1, O mito da pintura, da coleção A Pintura, textos essenciais, da editora 34, deparei-me com um texto de um antiquário italiano, Giovanni Pietro Bellori, que havia entrado em contato com os pintores da pequena “colônia” francesa em Roma – Nicolas Poussin e Charles-Alphonse Du Fresnoy.

Diz o texto introdutório que Bellori teve a oportunidade de observar Nicolas Poussin, seus habitos e sua vida cotidiana. Transcrevo o texto de Bellori que é um trecho de seus escritos Le vite de’ pittori, scultori et architetti moderni:

Vida de Nicolas Poussin

[…] Dessa maneira, Poussin trabalhava suas belas concepções e, solicitado de todos os lados a pintar, recusava-se, aceitando somente aqueles trabalhos que pudesse produzir num determinado tempo, pois não queria despender mais anos com os quadros do que havia prometido, nem costumava prolongar-lhes a execução. Tinha ele um estilo de vida extremamente ordenado, porque muitos são aqueles que pintam por capricho e, durante algum tempo, com grande ardor, mas depois se cansam e, por um grande período, deixam os pincéis. Nicolas tinha o costume de levantar-se cedo e fazer exercícios durante uma hora ou duas, às vezes caminhando pela cidade, mas quase sempre pelo monte da Trinità, que é o monte Pincio, não distante de sua casa, ao qual se chega por uma pequena e deliciosa ladeira de árvores e fontes, e de onde se divisa uma belíssima visão de Roma e de suas colinas amenas, que, ao lado de seus edifícios, costituem palco e platéia. Ali entretinha-se com seus amigos em curiosos e doutos discursos. Ao voltar para casa, sem interrupção, punha-se a pintar até o meio-dia e, depois de descansar o corpo, pintava ainda por algumas horas. E assim, por meio de estudo contínuo, realizou uma obra maior do que qualquer outro pintor com mais habilidade prática. À noite saía novamente e caminhava ao pé do mesmo monte ou pela praça, entre os estrangeiros que costumam frequentá-la. Estava ele sempre sempre rodeado de seus familiares, que o seguiam, e aqueles que pela fama desejavam vê-lo e conversar com ele amigavelmente, encontravam-no lá, que admitia em sua presença qualquer homem de bem. Ouvia com prazer os outros, e gravíssimos eram os seus discursos, recebidos com atenção; falava com frequência sobre arte, e com tanta eloquência que não somente os pintores, mas também os homens de engenho vinham aprender de sua boca os mais belos sentidos da pintura; não tinha o desejo de ensinar, mas nessas ocasiões discursava. Tendo ele lido muito e muito observado, não havia nada em seu falar que não tivesse contemplado, e suas palavras e seus conceitos eram de tal modo apropriados e ordenados que pareciam não fruto do momento mas de longos e meditados estudos. Isso era fruto de seu bom gênio e da leitura variada, não digo que de histórias, fábulas e erudições somente, nas quais se destacava, mas de outras artes liberais e da filosofia. Para esse fim, ele se servia de sua memória da língua latina, ainda que imperfeitamente, e sabia tão bem a italiana como se lá houvesse nascido. Era perspicaz no entender, no escolher e no conservar tudo na memória, que são os dons mais desejáveis da mente. Prova de seu saber são as figuras que ele desenhou no tratado de pintura de Leonardo da Vinci, impresso com seus desenhos em Paris, no ano de 1651.

fonte: Giovanni Pietro Bellori, Le vite de’ pittori, scultori et architetti moderni, Roma, Arnaldo Forni Editore, 1977, fac-símile da edição de 1672, pp. 435-6

tradução: Ana Elvira Luciano Gebara

Hymenaeus Travestido Durante Um Sacrifício a Príapo

Hymenaeus Travestido Durante Um Sacrifício a Príapo, de Poussin

Regina Costa Pinto Moreira, restauradora de renome e de vasta experiência, que será a responsável pela restauração:

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Artes Plásticas

Galeria Soso Arte Contemporânea Africana

6 fevereiro, 2009 | Por admin

Foi inaugurada na última quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009, a galeria Soso Arte Contemporânea Africana, que é originaria de Luanda, capital de Angola, à Rua Rainha Ginga, 10. [se alguém, por acaso, tiver acesso a este local lá na África, por favor entre em contato comigo], inspirada no pavilhão africano da Bienal de Veneza, em 2007.

Os artistas angolanos que inauguraram o espaço expositivo são 4 representantes da nova geração de artistas africanos: Cláudia Veiga (fotógrafa), Angel Ihosvanny (artista plástico), Kiluanji Kia Henda (música e fotografia) e Yonamine (artista plástico).

Os sites oficiais da Trienal de Luanda, www.trienal-de-luanda.net, e da Soso Arte de Luanda, soso-arte.net, estão fora do ar, aparentemente por falta de pagamento do domínio.

links

Encontrei o blog de uma moça chamada Sachi que é “colaboradora de uma fundação de arte contemporânea africana”, que eu creio que seja a Fundação Sindika Dokolo, que é a co-organizadora da galeria. Lá você vai encontrar fotos dos bastidores da montagem da inauguração da Galeria SOSO, fotos dos artistas, e do hotel onde eles estão hospedados. http://sachisachisachi.wordpress.com/

Kiluanji Kia Henda (música e fotografia)

http://kiahenda.blogspot.com/
http://www.sindikadokolofoundation.org/collection/artist.cfm?id=170341&num=1
http://www.artafrica.info/html/artistas/artistaficha.php?ida=473

Kiluanji Kia Henda

Angel Ihosvanny

Fotografia de Angel Ihosvanny

Yonamine

A Montagem da Galeria SOSO

SOSO arte contemporânea africana
fonte: Blog da Sachi

Galeria Soso Arte Contemporânea Africana

Avenida São João, 313, 2º andar
Tel. (11) 3222-3973
Abertura: 5 de fevereiro, às 17h, com uma festa tradicional africana
Seg a sex, das 11h às 19h; sáb, até 16h30
Grátis
Até 21/3

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