Arquivos da categoria: Artes Plásticas

Artes Plásticas

Exposição Franz Weissmann: Errata

2 fevereiro, 2009 | Por admin

Ontem, dia 1 de fevereiro de 2009, foi o último dia da exposição Franz Weissmann, experimentação e lirísmo, no Instituto Tomie Ohtake, aqui em São Paulo.

Vagando entre as esculturas da exposição, podia-se contemplar, no corredor à direita, ao lado do Cubo Vazado de aço inox, um grande painel informativo. Dividido cronologicamente, o painel contemplava os acontecimentos mais marcantes da década de 1950 nas seguintes categorias: panorama político internacional, panorama artístico internacional, panorama artístico brasileiro, panorama político brasileiro e a biografia de Weissmann.

Olhando de perto o ano de 1951, lia-se, entre os acontecimentos do mundo da arte no Brasil neste ano, o seguinte: “O artista Samson Flexor dá início às atividades do Atelier Abstração, em São Paulo. Integrantes: Waldemar Cordeiro, Luiz Saciolotto, Geraldo de Barros, Lothar Charoux, entre outros.”

Estive pesquisando, nos últimos dias, justamente sobre a criação do Atelier Abstração pelo imigrante romeno Samson Flexor, em decorrência da exposição de Leopoldo Raimo, na Pinacoteca, que foi o primeiro aluno do Atelier.

Surpreendeu-me o fato de não ter achado, ainda, nenhuma referência aos artistas citados pelo texto do painel na pesquisa sobre o Atelier Abstração. Mais surpreendente ainda é, percorrendo o painel, ler o mesmo conjunto de nomes, na mesma ordem, ligados à formação do Grupo Ruptura, em 1952. Esta sim é uma informação correta, mas que sugere o uso do recurso copiar e colar dos nomes dos artistas, sem usar a criteriosa ferramenta da pesquisa bibliográfica.

Se, por acaso, eu cometi uma injustiça tremenda e as informações estão todas corretas, peço imensas desculpas e retrato a palavra empenhada. Caso contrário, resta-me pedir ao curador da exposição, Marcus de Lontra Costa, e a seus pesquisadores, que façam o mesmo.

A Resposta

Senhor Tiago Pavan,

Agradecemos suas observações e retransmitimos resposta do responsável pela cronologia.
Atenciosamente,
Instituto Tomie Ohtake

*****************

Desculpe-nos pelo equívoco.
Realmente houve um erro de digitação e revisão em nosso texto cronológico sobre a década de 1950 nas artes plásticas brasileiras.
Os principais integrantes ou artistas próximos do Ateliê Abstração (1951) dos quais temos notícia foram: Leopoldo Raimo, Jacques Douchez, Norberto Nicola, Wega Nery e Alberto Teixeira.
Por mais que alguns dos artistas que fundaram o Grupo Ruptura em 1952 tenham freqüentado o grupo de Flexor, obviamente não justifica sua menção em nossa linha do tempo como principais participantes do Ateliê Abstração.

Alvaro Seixas

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Artes Plásticas

O ano no MASP

27 janeiro, 2009 | Por admin

O Masp tem um ano ambicioso pela frente, que terá a fotografia espanhola de Manoel Vilariño em maio, Vik Muniz em abril, Vera Chaves em agosto e um recorte da coleção de quase 4 mil obras do Centro Galego de Arte Contemporânea em outubro. Em novembro, esculturas de Rodin serão cotejadas com suas fotografias originais, numa mostra que virá do Museu Rodin.

fonte: Estadão

Confira as resenhas de todas as exposições do Museu de Arte de São Paulo aqui neste blog.

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Artes Plásticas

Hymenaeus Travestido Durante Um Sacrifício a Príapo de Poussin

27 janeiro, 2009 | Por admin

Pra quem leu a matéria no Estadão sobre o restauro da maior obra de Poussin, que o Masp anunciou em parceria com o Centro de Pesquisa e Restauração dos Museus da França (C2RMF), o Museu do Louvre e a Escola de Belas Artes da UFMG, e não conseguiu achar uma reprodução da obra:

Hymenaeus Travestido Durante Um Sacrifício a Príapo

Hymenaeus Travestido Durante Um Sacrifício a Príapo, de Poussin

Regina Costa Pinto Moreira, restauradora de renome e de vasta experiência, que será a responsável pela restauração:

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Artes Plásticas

Galeria: Josef Albers, série White line square

14 janeiro, 2009 | Por admin

Esta é a primeira “exposição” online com os quadros da série “White Line Square”, de 1966 de Josef Albers. Todo o material foi tirado da National Gallery of Australia, que tem um numeroso acervo de obras do pintor alemão.  São 370 obras ao todo, todas disponíveis no site do museu: Josef Albers na NGA.

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Artes Plásticas

Picasso e Gertrude Stein

13 janeiro, 2009 | Por admin

Retrato de Gertrude Stein por Picasso. Óleo  sobre tela.
Retrato de Gertrude Stein por Picasso. Óleo sobre tela. 1906
O quadro acima pertence ao acervo do The Metropolitan Museum of Art, em New York. Na série Mestres da Pintura da Abril Cultural, na edição dedicada à vida e obra de Pablo Picasso, há um capítulo de sua biografia chamada “A Influência Africana”, que começa:

“Em 1906, uma tela marca uma transformação radical na linha pictórica picassiana: O Retrato de Gertrude Stein. Formulado a partir de 80 esboços e concluído sem a presença física da modelo, essa obra, assim como Auto-Retrato e Dois Nus, apresenta uma nova estrutura na composição, marcando o distanciamento do pintor das cadências vagamente humanitárias e elegíacas das fases azul e rosa. Surge um novo mundo, duro e bárbaro.”

e depois, justifica o título do capítulo

“O encontro com a arte negra será decisivo para a confirmação desta atitude. Ao descobrir as máscaras negras, Picasso encontra também uma nova forma de entender a arte, que responde a algumas de suas inquietações. Essa  nova visão do artista é complementada pelo encontro com as máscaras polinésias e a escultura pré-histórica dos celtíberos.”

A escritora norte-americana conheceu Picasso quando este mudou-se para Paris, em 1904. No posfácio que Flora Süssekind escreveu para o livro lançado pela Cosac Naify em novembro de 2008, lemos o seguinte:

“(…)acompanhada de Leo, seu irmão mais próximo, instalaram-se em Paris, na Rue de Fleurus n. 27, em 1903. Aí os dois começam uma coleção de arte e promovem reuniões semanais muito concorridas, criando um círculo de amizades que incluiria Picasso, Guillaume Apollinaire, Georges Braque, Marie Laurencin, Matisse, Erik Satie, Jean Cocteau, e americanos também auto-exilados como Ernest Hemingway, Scott e Zelda Fitzgerald e Paul Bowles.”

Gertrude Stein (1913) por George Eastman House / Getty Images.

Gertrude Stein (1913) por George Eastman House / Getty Images.

O livro Três Vidas, de Gertrude Stein, é o último lançamento da coleção Mulheres Modernistas, da Cosac Naify, e pode ser adquirido com 30% de desconto no endereço abaixo:

http://30porcento.com.br/tres_vidas.html

Três Vidas, de Gertrude Stein. Cosac Naify.

Três Vidas, de Gertrude Stein. Cosac Naify.

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Artes Plásticas

Josef Albers

12 janeiro, 2009 | Por admin

Este artigo se baseia na matéria de capa do Caderno 2 do Estadão de hoje:  A forma perfeita de Albers. Leia a matéria antes de continuar.

A introdução da matéria reflete sobre a série Homenagem ao Quadrado através do pensamento do crítico alemão Karl Ruhrberg. A fonte é o livro Arte do século XX, publicado pela Taschen. A página de onde o autor da matéria tirou as palavras de Ruhrberg pode ser lida no Google Books, no capítulo Abstração e Realidade: Art of the 20th Century.

A matéria transparece que as exposições simultâneas são complementares. O material recolhido e criado pelo casal em viagens pela América Latina foi responsável, segundo a cuadora Brenda Danilowitz, pelo dispertar da atenção de Josef para o “forte cromatismo dos latinos”.

A mostra já esteve no Brasil ano passado, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. A fundação possui uma página dedicada a esta mostra itinerante, que além de Curitiba, já esteve na Cidade do México, em Lima, e na Europa: Anni and Josef Albers: Latin American Journeys

As Exposições

Cor e Luz: Josef Albers – Homenagem ao Quadrado no Instituto Tomie Ohtake. Av. Faria Lima, 201. De 3.ª a dom., 11h às 20h.  Grátis. Até 1/3.  Abertura dia 15.

Anni e Josef Albers na Pinacoteca. (Praça da Luz, 10h às 18h.  R$ 4 (sáb. grátis).  Até 8/3. Abertura dia 17.

Materiais Online

A Fundação Josef e Anni Albers, que tem sede em Connecticut nos EUA.

A National Gallery of Australia tem um numeroso acervo de obras do pintor alemão.  São 370 obras ao todo, todas disponíveis no site do museu: Josef Albers na NGA.

White line square X  (1966)

White line square X (1966)

White line square VIII  (1966)

White line square VIII (1966)

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Artes Plásticas

+ Bienal do Vazio – Jorge Coli FSP

11 novembro, 2008 | Por admin

Na tentativa de levar os leitores à exaustão, publico mais um pouco sobre a Bienal do Vazio. Desta vez é o artigo de Jorge Coli que saiu no domingo no caderno Mais! da Folha de Sâo Paulo.

Abre aspas.

O título deste “Ponto de fuga” está na coluna de Barbara Gancia, na Folha, dia 31 passado. Um artigo que lavou a alma. Enfim, alguém berrou: “O rei está nu”.

Ou melhor: a Bienal de São Paulo está vazia. Vazia. Sem floreios ou firulas: vazia, irremediavelmente vazia, pateticamente vazia. Vazia de obras, de idéias, de vergonha.

Não é gesto artístico: Yves Klein [1928-62] pintou de branco a galeria Iris Klert, em Paris, e expôs o vazio, provocando filas de gente querendo entrar para ver o que não havia.
Isso em 1958. Cinqüenta anos depois, está lá, no pavilhão do Ibirapuera, o cavo, o inane, o chocho.

Não adianta vir com história de que essa Bienal causa “polêmica”, palavra hedionda porque reduz argumentos e debates a um espetáculo de circo. Não pode haver “polêmica” com alguma coisa que se situa entre o simplório e o safado. Não é admissível contemporizar, dizendo que a arquitetura do Niemeyer ficou visível, patati e patatá.

Nem que houve seminários, conferências e quejandos: a Bienal de São Paulo não é academia ou universidade. Existe para mostrar arte recente.

Nem que ela “questiona” a produção de hoje ou a natureza das próprias bienais. Questiona nada, porque é um nada.

O que ela traz, sem querer, não é artístico ou estético, é ético. Aracy Amaral, com sua serenidade de sábia, tocou num nervo exposto, declarando à Folha: “Existe uma produção nacional muito vigorosa que não está aqui e poderia”.

Basta comparar a atual Bienal de São Paulo com as últimas edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre.

Lá, as mostras, nacionais e internacionais, são vivas, agudas, brilhantes.

Parquinho

No segundo andar da Bienal não há nada. Literalmente. No primeiro, algumas obras minguadas. Entre elas, um escorregador, de Carsten Höller. Escorregador mesmo.

Na Tate Modern, de Londres, há dois anos, eram cinco. Aqui é um só, perdido no desânimo.

Se é para perturbar a seriedade sagrada dos lugares reservados às artes, uma sugestão: instalar a próxima bienal no Playcenter. Tanya Barson, da Tate Modern (Londres), que lamentou, na Folha, ter voado 14 horas para ver a Bienal do Vazio, poderia ao menos se divertir na montanha-russa, no chapéu mexicano.

Charabiá

Como muitas pessoas são fascinadas por aquilo que não conseguem entender, a crítica e a teoria das artes abusam.

Jonathan Shaughnessy sobre Carsten Höller: “Esses objetos tentam ao mesmo tempo embrulhar e revelar os sentidos a fim de que inibam a subjetividade e o sentimento de si ao invés de favorecê-los”. Tradução possível: depois de escorregar no tobogã a gente fica tonto.

Coronéis

Um problema de certas instituições brasileiras voltadas para a arte e para a cultura é que se acham nas mãos de ricaços.

Nos EUA, contribuições vão para o MoMA ou a Metropolitan Opera. Uma direção especializada decide o destino das verbas. Aqui, quem tem dinheiro mete o bedelho. Os resultados são desastrosos. Sem contar a freqüência com que dinheirama e falcatrua se tornam sócias.

Ilustração evidente, o caso de Edemar Cid Ferreira. Chegou a ser mais poderoso do que o ministro da Cultura no Brasil e acabou na cadeia.

Tristes fraquezas pressupostas naquele latim: “Sic transit gloria mundi”, ou seja, uma hora por cima, outra hora por baixo. Edemar Cid Ferreira vivia circundado por uma corte de intelectuais que se agitava ao seu serviço. Que se escafedeu ao sentir o cheiro de queimado.

Fecha aspas.

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Arquitetura

Yukio Futagawa / Feira de Livros de Artes, Design e Arquitetura na FAU

12 junho, 2008 | Por admin

A livraria 30PorCento esteve – e estará, até sexta feira 13 – representando a Ateliê Editorial na Feira de Livros de Artes, Design e Arquitetura (FADA) na FAU-USP. Coincidentemente, abri o caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo esta manhã e li “Yukio Futagawa cerca com lentes o modernismo” (clique aqui para ler o artigo em PDF), matéria sobre a visita ao Brasil do fundador da revista-referência “Global Architecture“. Além disso, tive a sorte de saber que Futagawa descobriu Vilanova Artigas nesta viagem ao Brasil e que ficou boquiaberto com a FAU-USP; sobre o prédio da faculdade (onde eu me encontrava e onde pude percorrer os olhos a partir do ponto mais baixo da construção para comprovar a admiração do japonês) ele disse: é de uma proeza impressionante como ele (Vilanova Artigas, dono do projeto da FAU) usa o concreto com força, de forma plástica.

No tópico arquitetura a livraria 30PorCento possui 57 títulos:

antoni gaudi
De 42.0 Por 29.4
COSACNAIFY

aprendendo com las vegas
De 55.0 Por 38.5
COSACNAIFY

arquitetura do ferro e arq. ferroviaria em s. paulo
De 60.0 Por 42.0
ATELIE

arquitetura do seculo XX
De 31.0 Por 21.7
COSACNAIFY

arquitetura do tempo
De 58.0 Por 40.6
COSACNAIFY

arquitetura e trabalho livre
De 65.0 Por 45.5
COSACNAIFY

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Artes Plásticas

Poderá haver fotografia abstrata? Geraldo de Barros

22 maio, 2008 | Por admin

Artigo extraído de Letras e Artes, Rio de Janeiro, 10 de agosto de 1952.

Poderá haver fotografia abstrata?
Sim – responde o jovem artista brasileiro Geraldo de Barros, em entrevista concedidada a “Letras e Artes”.

Paris – julho (Via Scandinavian Airlines) – Geraldo de Barros pode reivindicar a honra de ser um dos pioneiros a fotografia como arte, pois que, atualmente, não há no mundo vinte fotógrafos que tenham enveredado elo mesmo caminho que êle, ou ao menos, dividem dessa possibilidade. Há um ano e meio, em São Paulo, uma exposição ali realizada, Geraldo de Barros revelou que a fotografia poderia ser uma arte tão desinteressada, tão independente da realidade quanto a pintura e a escultura. Utilizada até aqui como documentação, como cópia, irá ela de agora em diante, conhecer dias de glória e de verdade intrínseca. A bem dizer, as fotografias abstratas que Geraldo de Barros expôs chocaram uma parte do público – estava convencionado que a fotografia, devendo reproduzir fielmente a relidade, havia por isso mesmo prestado à pintura o serviço de libertá-la dessa tarefa assoberbante, dando-lhe as asas que lhe faltavam. E eis que por sua vez a fotografia, pela arte de Geraldo de Barros, quer também ganhar impulso e voar.
Eis a indústria, as molas de uma máquina se revoltando contra sua sorte e se declarando arte.

Geraldo de Barros expertimentava, no entanto, a necessidade de vir à Europa sentir o perfume de Piero de la Francesca, de Giotto, de Masaccio, de Cezanne, de Klee. Embarcou com sua máquina a tiracolo, e durante um ano vem percorrendo todos os países da Europa e todos os museus de Amsterdam, de Londres, da Baviera, de Madrid, de Florença e de Paris. No entanto, êsse estranho rapaz alto, tímido e meio selvagem, recusou-se a ir procurar os mestres vivos e falar-lhes. Ao contrário de todos os artistas que vêm respirar o ar europeu, Geraldo de Barros tem vivido só, esquivando-se aos convívios mundanos, não se interessando ela côr dos cabelos de Picasso, nem pelo acento estrangeiro de Marc Chagall.

Foram-me necessários três dias de luta para forçá-lo a visitar o seu patrício Cícero Dias, e durante a visita manteve-se êle mais ou menos silencioso.

No momento, Geraldo de Barros preparava-se para retornar ao Brasil, cada vez mais firma na sua vocação, no seu gosto artístico e vibrando ainda pela contemplação de vinte séculos de arte européia. Com êle, o Brasil participa das descobertas mais belas e mais revolucionárias da arte da fotografia, o divórcio com a realidade.

Num pequeno hotel parisiense de Saint-Germain des Prés encontrei Geraldo de Barros reclamando contra o clima parisiense, a cabeça coberta por uma boina basca. Percorremos a longa série de suas composições fotográficas, que nos levam, sucessivamente, através de uma fase realista, uma fase supra-realista, e afinal, a uma fase mais ou menos abstrata.

(A continuação deste artigo, que é a entrevista feita por Louis Wiznitzer, será publicado em breve; provavelmente na semana que vem)

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Artes Plásticas

Pintura e Samba – A arte de Helio Oiticica

25 abril, 2008 | Por admin

O múseu britânico Tate Modern possui uma seleção mensal de vídeos curtos a respeito da arte moderna e contemporânea. A edição número 6 contou com uma matéria sobre o artista plástico brasileiro Helio Oiticica e seu trabalho “Parangolés”.

A matéria diz:

“Esta performance recria o trabalho inovador do artista brasileiro helio oiticica. frustrado com as limitações da pintura, oiticica dedicou-se a achar meios nos quais a pintura pudesse ser tirada das paredes das galerias e saíssem para o espaço tridimensional. um dos resultados foi seu “parangolés” da metade dos anos 1960. literalmente uma pintura habitável, eles foram desenhados para serem vestidos durante uma dança no ritmo de samba. Esta idéia surgiu de seu envolvimento com as pessoas do morro da mangueira, uma favela carioca, e a famosa escola de samba da mangueira. o sobrinho do artista, césar oiticica filho, prossegue com a história.”

Para assistir ao vídeo da matéria, clique aqui. Abaixo, a tradução dos comentários do sobrinho do artista. Clique aqui para a versão PDF.

PARANGOLÉS

César Oiticica Filho:

Helio Oiticica foi um artista Brasileiro que começou a pintar nos anos 50. Ele então tomou as cores das pinturas nas paredes das galerias e museus e trouxe para este espaço, através do Parangolés. Parangolés é um trabalho que você pode vestir, mais conhecido pelas capas, pois as capas que as pessoas vestem para dançar, para a performance e é um trabalho que funciona muito bem com o corpo.

O que você verá aqui é o modo como ele trouxe essas cores dos objetos para a vida das pessoa. Em 1964 Helio foi para a Mangueira, que é uma favela na cidade do Rio de Janeiro e ele começou a dançar samba com os dançarinos que eram apenas os negros naquela época. E então ele levou esta experiência para seu trabalho e com o Parangolés ele convidou estes dançarinos para vestirem as capas e dançarem com elas num grande museu, numa exposição. Entretanto a entrada deles não foi permetida e eles ficaram do lado de fora dançando com a bateria e todo o pessoal da Mangueira. A vida era bem chocante naquela época.

Aqui em Londres temos a Escola de Samba, a Escola de Samba de Londres. Há dançarinos daqui e eu acho isso muito bom. É incrível e pessoas normais que querem participar desta exibição, deste evento, têm sido convidadas a participar. Quando as pessoas executam Parangolés elas estão movendo as cores. Eu acho que a lição mais significativa do Parangolés é o espírito de liberdade pois quando você começa a brincar você transforma-se numa espécie de criança e então começa a descobrir a liberdade da alma através deste trabalho, o que é incrível.

Data: 31 Julho 2007

A Edusp possui um livro de Celso Favaretto que reconstrói a trajetória de Helio Oiticica. Clique aqui para acessar o livro na livraria 30PorCento. O preço especial é de R$ 58,00 por R$ 40,60.

Ornamento de Divisão

“A Cia. Teatro e Dança Mariana Muniz apresenta na Galeria Olido, entre os dias 26 e 29 de junho de 2008, o supracitado Parangolés.  Os figurinos atuam em conjunto com um objeto síntese, no caso um bambu, que cada bailarino carrega consigo durante a dança. A relação das roupas com esse objeto estrutura a idéia das cores e espaço presentes no trabalho do artista plástico. “A utilização desses elementos em cena simbolizam a idéia de que no espetáculo o corpo é a obra”, explica a bailarina e diretora Mariana Muniz. Para o produtor José Renato Almeida, um dos principais objetivos do trabalho é promover uma interação com a platéia. “Como na obra de Oiticica, o público deixa de ser apenas um espectador, tornando-se parte integrante da obra”, afirma. Com músicas que misturam samba, timbres e batidas, a trilha sonora original foi composta por Celso Nascimento e Ricardo Severo.” (fonte: Portal da Prefeitura da Cidade de São Paulo)

Galeria Olido – Sala Paissandu. Av. São João, 473 – Centro. De 26 a 29. 5ª a sáb., 20h. Dom., 19h. Grátis

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Artes Plásticas

Ateliê Editorial: Goethe e Hackert – Sobre a Pintura de Paisagem

17 março, 2008 | Por admin
  • Aos 38 anos, na Itália, Goethe tornou-se aluno de pintura de paisagens com o alemão Jacob Philipp Hackert, 12 anos mais velho. Tornaram-se amigos e muito provavelmente admiravam-se um ao outro. O livro lançado pela Ateliê Editorial gira em torno dos “Fragmentos Teóricos” do pintor, editados pelo poeta.
  • A autora, Claudia Valladão de Mattos, da Unicamp, escreveu um artigo em tom de prefácio para a revista do programa de pós-graduação do departamento de letras da UFRJ – link para o número 10 da edição online da revista – entitulado “A pintura de paisagem entre arte e ciência: goethe, hackert, humboldt” em 2004.
  • Há no MASP uma exposição batizada de “A Natureza das Coisas: Paisagens e naturezas-mortas na coleção MASP”, no segundo andar do edifício. Em uma das paredes que sustentam um texto introdutório e explicativo lê-se: “A idéia da paisagem como tema da arte é atribuida, não a um pintor, mas a um poeta: Francesco Petrarca (1304-1374), conhecido como o pai do humanismo e quem primeiro se referiu à Idade Média como a Idade das Trevas. Em 26 de abril de 1336 ele subiu o Monte Ventoux, de 1900m de altura, na Provence, com isso abrindo lugar, simbolicamente, no mundo erudito e na pintura em particular, para o prazer de olhar. Ele mesmo não transformou essa experiência sensorial aguda que é escalar uma montanha numa nova filosofia de vida: tendo lido Santo Agostinho que ‘os homens adimiram-se de ver a altura dos montes, as grandes ondas do mar, a latitude imensa do oceano e o curso dos astros e com isso se esquecem do muito que têm de admirar em si mesmos”, Petrarca reconheceu que nada é tão vasto quanto a alma humana e que nela havia temas mais urgentes a tratar. De todo modo, a partir do século XVI a paisagem é visível cada vez mais na pintura até transformar-se, com o Romantismo, em tema auto-suficiente. Desde então, e até o Modernismo, foi vista como modo de entender a vida humana, em variante da proposta renascentista de conhecer o mundo através do homem. A natureza deixou de ser o cenário inevitável da ação humana num mundo ainda vastamente desurbanizado para tornar-se sinal de algo maior do que o homem e que detinha seu mistério. (Teixeira Coelho, Curador-coordenador, MASP)
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Artes Plásticas

‘Piero della Francesca’ e ‘Dom Quixote’, na Folha de hoje.

8 dezembro, 2007 | Por admin

O lançamento da Cosac NaifyPiero della Francesca, de Roberto Longhi – conquistou a notícia de capa da Ilustrada. Numa escalada pitoresca, saiu da última página na quarta-feira com o livro do arquiteto Marcos Acayaba e conquistou, atrevidamente, a fachada do caderno de cultura da Folha. O jornal entrevistou o historiador e antropólogo italiano Carlo Ginzburg, autor do prefácio desta primeira tradução ao português da obra do também italiano Roberto Longhi.

Obs: Acabo de descobrir que o Estado publicou, com o título de ‘Obras para entender Piero della Francesca: Estudo de Roberto Longhi e ensaio de Braudel explicam época do pintor italiano’, esse lançamento da Cosac Naify há exatamente uma semana atrás, dia 1 de dezembro. Talvez seja uma boa idéia começar a acompanhar o Estadão.

Mais à frente, na página E4, O ‘Engenhoso Cavaleiro d. Quixote de La Macha‘ finalmente dá as caras no lançamento da segunda parte da tradução de Sérgio Molina da Editora 34. Havia muito tempo que me perguntavam em feiras de livro a respeito desse livro, a tão aclamada versão bilíngue com ilustrações de Gustave Doré. A primeira parte foi lançada em 2002; um hiato de 5 anos quase intransponíveis. Façam seus pedidos!

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