Arquivos da categoria: Artes Plásticas

Artes Plásticas

“Oceano, aceita-me?”

29 maio, 2014 | Por Isabela Gaglianone

desenho de Leonilson

Todo o trabalho de Leonilson (1957-1993) é profundamente poético.

Predominantemente autobiográfica, embora ainda uma espécie de crônica – a um só tempo delicada e mordaz – angustiosa da vida moderna, a obra do artista cearense ocupa um lugar muito particular na arte brasileira.

Ao definir a sua própria obra, o artista insistia que seu sentido original deveria restringir-se ao registro de sua vida privada: “O mundo exterior não existe. O que a gente procura está dentro de nós”, dizia. Cada uma de suas obras, assim, pode ser vista como um fragmento de um diário íntimo, a organizar, e mesmo traduzir, vivências de maneira pictórica e plástica.

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Artes Plásticas

Desenhos de Iberê

15 abril, 2014 | Por Isabela Gaglianone

iberecamargo

Este volume da coleção “Cadernos de desenho” dedicado a Iberê Camargo traz 111 desenhos, percorrendo mais de meio século da produção do artista: desde seus primeiros desenhos, feitos em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, passando por aqueles realizados no período em que viveu em Roma e Paris, chegando até os desenhos feitos às vésperas de sua morte. Organizado por Lygia Eluf, o livro conta com uma introdução analítica escrita pelo professor Eduardo Kickhöfel. As imagens pertencem ao acervo da Fundação Iberê  Camargo e muitos são, aqui, publicados pela primeira vez.

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Artes Plásticas

Posteridade, presente

12 março, 2014 | Por Isabela Gaglianone

O crítico e historiador da arte Hal Foster é conhecido por suas reflexões sobre as vanguardas artísticas do pós modernismo. Em O retorno do real, propôs um modelo das recorrências históricas das vanguardas, em que reconhece um movimento cíclico, no qual as vanguardas sobrepõem-se, colocando-se em relação a inevitáveis falhas das anteriores. Para Foster, esses ciclos são complementares, não opostos. Analisando os modelos críticos na arte e na teoria a partir de 1960 por meio de uma nova narrativa da vanguarda histórica e da neovanguarda, ele argumenta que a vanguarda retorna para nós do futuro, reposicionada por práticas inovadoras do presente. Segundo Foster, vivenciamos, agora, um retorno ao real, em que arte e teoria voltam-se para a materialidade de corpos reais e de lugares concretos. O livro, originalmente publicado em 1996, agora é lançado no Brasil pela Cosacnaify, com tradução de Célia Euvaldo e texto de orelha de Sônia Salzstein.

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Artes Plásticas

Retrospectiva contemporânea: sobre arte e tempo

10 março, 2014 | Por Isabela Gaglianone

Um livro dedicado a realizar uma retrospectiva do trabalho da artista plástica Laura Vinci. Dedicada ao desenvolvimento de instalações desde 1997, a artista tem como um dos fios condutores de seu trabalho reflexões sobre o tempo e a transitoriedade, quer da própria matéria, quer enquanto reflexão histórica e consequente maneira de pensar a contemporaneidade.

Editado pela Coscnaify, o livro apresenta, além das monumentais instalações exibidas em importantes museus e centros culturais, também as mais relevantes intervenções feitas pela artista em espaços públicos. Laura Vinci enfatiza a transitoriedade presente nos trabalhos através de legendas aos registros fotográficos; Continue lendo

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Artes Plásticas

Passageiro de seu tempo

9 janeiro, 2014 | Por Isabela Gaglianone

Alberto Martins, Sem título, 1990, xilogravura

Alberto Martins espelhou, sob o título Em trânsito, o entroncamento da poesia e das artes plásticas na composição de sua poética artística. A primeira manifestação do título foi a exposição de gravuras e esculturas, cujo catálogo, Em trânsito foi publicado pela Pinacoteca em 2007. A segunda materialização foi o trabalho de poesias no livro também intitulado Em trânsito, publicado como livro pela Companhia das Letras em 2010. Ambos os livros, assim como ambos os trabalhos, traçam um trânsito artístico, cuja poética, longe de melancólica, mostra o “frescor de certos crepúsculos”, como define Francisco Alvim na orelha do livro de poesias.

Alberto Martins formou-se em Letras pela Universidade de São Paulo em 1981 e, no mesmo ano, começou a fazer gravuras, sob a orientação de Evandro Carlos Jardim, na mesma universidade. Em 2007 a Estação Pinacoteca apresentou “Em trânsito”, exposição retrospectiva que reuniu gravuras e esculturas produzidas desde 1987. Como escritor, Alberto publicou, entre outros, os livros Goeldi: história de horizonte, vencedor do prêmio Jabuti; A floresta e o estrangeiroCais, com xilogravuras do autor; A história dos ossos, segundo lugar no Prêmio Telecom de Literatura; A história de BirutaLívia e o Cemitério Africano e a peça de teatro Uma noite em cinco atos.

O livro de poemas Em trânsito consegue deter uma percepção contundente da passagem do tempo, da experiência humana inscrita na consciência constante de um compartilhamento alheio, sentimento de estar no mundo na companhia de uma multidão de desconhecidos.

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Artes Plásticas

Melodia

19 dezembro, 2013 | Por Isabela Gaglianone

Paul Klee foi um artista revolucionário. Suas obras possuem um humor seco, ao mesmo tempo inventivo e também mágico, que, aliado à perspectiva abstrata, as preenchem com uma singular musicalidade. Seu trabalho penetra o inconsciente, a infância, é singularmente lúdico, desvenda a absoluta subjetividade da arte. Seu objetivo não era representar, mas visualizar: evitando a mera transposição, para a formalidade de uma linguagem, daquilo que se traduz em fenômeno na realidade, substituiu com refinamento gráfico único a compreensão dos objetos em sua consistência maciça pela materialidade ambígua do signo, frágil e incorpórea. A imagem, em seu trabalho, transmite-se em sua subjetividade absoluta.

O crítico de arte Giulio Carlo Argan, no livro Arte moderna, analisa: “[…] inteiramente dedicado a perscrutar as profundezas do ser para captar as raízes primeiras e mais secretas da consciência, Klee nunca sucumbe à vertigem […]. Não traduz a imagem em conceito, o que equivaleria a destruí-la; limita-se a torna-la visível, pois a percepção já é consciência”.

Tão talentoso quanto pintor, Klee também o foi enquanto músico. E é sobretudo interessante o entroncamento único, entre música e pintura, por ele desenvolvido e que representa a tônica de sua fabulosa expressão artística. Violinista, transformou sua leitura dos ritmos e estruturas musicais em arte abstrata Continue lendo

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Artes Plásticas

Diálogo andarilho

25 novembro, 2013 | Por Isabela Gaglianone

Marco Buti, sem título, 1995, gravura em metal.

Em coedição com a Pinacoteca do Estado de São Paulo, A editora Cosacnaify publicou Ir até aqui, reunião de gravuras e fotografias de Marco Buti. O livro conta com textos de Alberto Martins – que também é responsável por sua organização –, de Antonio Gonçalves Filho e de Priscila Sacchettin.

Segundo Marco Buti, suas obras inspiram-se em caminhadas pela cidade, nas quais ele observa diferentes incidências da luz na paisagem urbana, a construção ou a demolição de edifícios, os caminhares e deslocamentos das pessoas, os reflexos, as sombras e os espaços, as misturas de linguagens. Daí o título, “Ir até aqui”. Outro dos interessantes casos de artista andarilho, que encontra no ato de caminhar parte de seu processo criativo e inspirador.

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Artes Plásticas

Goeldi, Lasar Segall e Iberê Camargo.

8 novembro, 2013 | Por Isabela Gaglianone

– Goeldi

Registro impresso da mostra homônima, o livro Cálculo da expressão aproxima as gravuras de Goeldi, Lasar Segall e Iberê Camargo a partir do reconhecimento da matriz expressionista em comum. Na exposição e consequentemente no livro, a pesquisadora e curadora Vera Beatriz Siqueira propôs um rico confronto entre os três artistas, mestres da xilogravura, através da contraposição de suas produções e também de suas diferentes visões do expressionismo. Segundo Vera, o intuito da exposição foi exibir “tanto as proximidades da expressividade na arte, quanto os caminhos individuais de cada um dos artistas. Os três trabalham com mesmo universo temático, o individuo no mundo, a solidão, a morte. Cada um lida com essas influências de maneira muito diferente”. Continue lendo

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Artes Plásticas

Pelas ruas, bares e prostíbulos – A poética expressionista de Hansen Bahia

1 fevereiro, 2013 | Por Isabela Gaglianone

Um autoretrato em xilogravura de Hansen Bahia

“Como é simplista o trabalho dos escrivinhadores de
arte, e mais simples ainda, quando conseguem situar alguém
dentro da linha, desde há muito totalmente encalhada, da
arte-de-moda-universalmente-aceita contemporânea”
(HANSEN, Jornal da Bahia, 1970).

Na alegria pacata da ida Bahia do início da segunda metade do século XX, reduto de tranquila espontaneidade, dos saveiros e dos coqueirais, o artista alemão Karl Heinz Hansen encontrou os motivos de maior inspiração para suas xilogravuras. Marinheiro traumatizado após ter lutado na segunda guerra mundial, veio ao Brasil e aqui descobriu ancoragem propícia ao desenvolvimento de sua poética expressionista. Continue lendo

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Artes Plásticas

Amilcar de Castro e Willys de Castro

20 agosto, 2009 | Por admin

Neoconcretistas brasileiros. Pintores, designers, diagramadores, gravuristas, pensadores; artistas. Ficaram em cartaz no Instituto de Arte Contemporânea até 2 semanas atrás na exposição Desenho e Design: Amilcar de Castro e Willys de Castro. Tinha uma mesa de madeira do Amilcar, estampas para vestidos do Willys, o jornal de resenhas cujo layout – diagramação e logo – foi desenvolvido por Amilcar, estudo de marcas e logotipos institucionais de Willys, enfim, Desenho e Design de dois mestres contemporâneos.

 

A exposição terminou – infelizmente, pois tal projeto deveria ser acervo permanente de alguma instituição de fomento à cultura pública – mas ainda poderemos sentir o último reverberar da mostra: o lançamento do catálogo da exposição Desenho e Design: Amilcar de Castro e Willys de Castro, que ocorrerá hoje, 20 de agosto de 2009, no Centro Universitário Maria Antonia, às 19:30.

 

Onde

Centro Universitário Maria Antonia, Edifício Joaquim Nabuco
Rua Maria Antonia, 258
São Paulo, SP

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Artes Plásticas

Oswaldo Goeldi: luz noturna

17 agosto, 2009 | Por admin

Abriu dia 15 de agosto na Caixa Cultural de São Paulo – na Galeria da Paulista, dentro do conjunto nacional – a exposição Goeldi: luz noturna. São aproximadamente 60 obras em xilogravura, livros ilustrados, uma cronologia ilustrada do artista, estudos, registros, manuscritos, cartas, documentos, fotos, objetos pessoais e video com depoimento de gravadores.

Parte do material presente na exposição é inédito graças à cooperação entre o Projeto Goeldi (responsável pro catalogar e autenticar sua obra) e a Associação Goeldi. A curadoria é de Lani Goeldi, sobrinha-neta do artista.

Onde

Exposição ‘Goeldi – Luz Noturna’
Caixa Cultural São Paulo – Galeria Vitrine da Paulista
Conjunto Nacional – Av. Paulista, 2083 térreo – São Paulo (SP)
Entrada: franca
15 de agosto de 2009 a 20 de setembro de 2009

Livros Relacionados

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Artes Plásticas

100 Livros Clássicos Sobre Design Gráfico

5 agosto, 2009 | Por admin

Lançamento simultâneo no mundo todo em agosto de 2009, o livro 100 Livros Clássicos Sobre Design Gráfico chega também ao Brasil em sua primeira edição, pela Cosac Naify.

Jason Godfrey – o autor – é designer, bibliófilo, diretor da Godfrey Design, em Londres, e escreveu os comentários publicados no livro. A edição é organizada em seis seções: “Tipografia”, “Livros de referência”, “Didáticos”, “Histórias”, “Antologias” e “Monografias”.

Bibliográfico

Manuais de design gráfico de László Moholy-Nagy e Josef Müller-Brockmann, antologias de design de logos, cartazes de filmes poloneses, listas de livros selecionados por designers de suas bibliotecas pessoais são alguns dos exemplos contidos neste almanaque ilustrado.

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Arquitetura

Inteligência brasileira: uma reflexão cartesiana – Max Bense

10 junho, 2009 | Por admin

Max Bense foi um importante crítico alemão da escola de Ulm que estabeleceu uma relação estreita com os poetas concretos brasileiros.  A filiação fica clara no seguinte trecho extraído do livro Poesia concreta brasileira, de Gonzalo Moisés Aguilar, publicado pela Ateliê:

“Em um gesto estratégico que tinha como fim mostrar o caráter universal dessa obra [o manifesto plano-piloto para poesia concreta, relacionado à construção de Brasília], os poetas deram a palavra a um dos teóricos que mais os influenciou nesse período: Max Bense. Por intermédio de Haroldo de Campos, que foi um dos difusores de sua obra no Brasil, Max Bense começou a ter uma presença muito forte, sobretudo na página ‘Invenção’, convertendo-se, segundo Mário Chamie, no ‘teórico do momento’.”

O ensaísta alemão ficou famoso por formular postulados “científicos”, segundo Alberto Lucena Júnior, para a estética, com denominações como estética informacional, estética matemática, estética tecnológica, estética gerativa, etc., cuja “escola” ocuparia o lugar de referencial terórico para a computer art dos anos 1960.

Em 1965 Max Bense publicou, em alemão, o livro Inteligência brasileira, onde o pensador alemão, que visitou o Brasil durante a década de 1960, observa com simpatia um dos momentos altos da cultura brasileira. Diz o release da editora Cosac Naify que “a síntese de sua visão poderia ser exemplificada na relação que faz entre as cidades do Rio de Janeiro (o espírito tropical) e Brasília (o espírito cartesiano) – e de Guimarães Rosa como a melhor expressão da fusão de ambos.”

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Artes Plásticas

Espelho Diário, de Rosângela Rennó

16 maio, 2009 | Por admin

Espelho Diário é uma instalação multimídia resultante da parceria entre a artista Rosângela Rennó e a escritora convidada Alicia Duarte Penna.”

A Edusp publicou um livro homônimo, Espelho Diário, que será lançado hoje, as 15h, na Galeria Vermelho em São Paulo: Rua Minas Gerais, 350. (como chegar?)

O site oficial da artista mineira, rosangelarenno.com.br, possui preciosas informações sobre a instalação Espelho Diário “que faz uma referência ao jornal inglês Daily Mirror (ou seja, Espelho Diário), conhecido pelo seu conteúdo sensacionalista.”

A instalação foi concebida em 2001 e tem duração de 121’ em cada tela de projeção. A ideia central é a seguinte: notícias de jornais brasileiros que envolviam alguém cujo nome é Rosângela foram colecionadas durante oito anos, entre 1992 e 2000, e então foram organizadas num diário-colagem pela artista, e recontadas, sob a forma de monólogos, pela escritora. Os 133 monólogos constituíram, assim, um diário, que condensa oito anos em um, de uma personagem múltipla nomeada Rosângelas.

Visite a página do Espelho Diário no site da artista para assistir dois vídeos relacionados à instalação.

Espelho Diário - Rosângela Rennó - EDUSP

preço: De 80.0 Por 56.0
editora: EDUSP
autor: Rosângela Rennó, Alícia Duarte Penna
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Artes Plásticas

Geraldo de Barros na Virada Cultural

28 abril, 2009 | Por admin

O fabuloso artista moderno Geraldo de Barros, conhecido por suas fotografias e membro do ilustre grupo Ruptura e do abstracionismo recente dos anos 1950, vai ganhar uma mostra nos dias 02 e 03 de maio no SESC Pinheiros. A exposição contará com fotografias pertencentes à coleção do SESC-SP das séries de fotografias Fotoformas e Sobras. Além delas, uma parte da produção do artista em design de móveis na cooperativa Unilabor (onde trabalhou entre 1954 e 64) e na Hobjeto (de 1964 ao início dos anos 80), e, ainda, alguns de seus quadros-objeto construídos em fórmica laminada (década de 80).

A mostra será acompanhada pela exibição do filme Geraldo de Barros – Sobras em Obras, de Michel Favre.

ONDE

Térreo e 3º andar.
SESC Pinheiros
Dia(s) 02/05, 03/05
Sábado, às 18h e domingo, às 10h30

Geraldo de Barros - Fotoformas e Sobras

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