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Artes Plásticas

O que faz de um Picasso um Picasso?

27 fevereiro, 2009 | Por admin

No último dia 19, falou-se neste blog sobre a coluna dominical de Jorge Coli que ponderava sobre a exposição “Picasso e os Mestres”, no Grand Palais, em Paris: “houve raras comparações convincentes e a interrogação intelectual da exibição foi precária”; porém, indica um possível ponto positivo, ainda que inconsciente: “mesmo se involuntariamente (…) a exposição Picasso e os grandes Mestres, destinada ao grande público, trouxe um excelente exercício para os olhos: o da comparação.”

Este artigo complementar traz uma tradução do ínicio de uma matéria publicada no Artdaily.org, que revela o sucesso financeiro da exposição que foi considerada “a mais cara de Paris”:

A exposição mais cara de Paris terminou no começo deste mês após receber críticas mordazes e desfrutar de vendas de ingressos astronômicas.

por MICHAEL DAMIANO,

Picasso e os Mestres terminou no dia 2 de fevereiro em Paris. A exposição comparou trabalhos de Picasso lado a lado com obras clássicas e modernas que porventura inspiraram o artista.

A exposição, localizada no Grand Palais com mostras paralelas no Louvre e no Museu de Orsay, conquistou sucesso comercial apesar das severas críticas. De acordo com o relatório de imprensa final, a exposição atraiu 783.352 visitantes, ou 7.270 visitas por dia ao Grand Palais. Enquanto isso no Museu de Orsay e no Louvre, calcula-se que as paralelas foram vistas por 450.521 e 300.000 pessoas, respectivamente. Apesar do custo monstruoso (€4.3 milhões) para montar a exposição mais cara da história de Paris, não é preciso aprofundar-se na aritmética para descobrir que a receita gerada foi espantosa. O preço cheio do ingresso para a exposição principal no Grand Palais era de €12 (o preço da “meia” entrada para estudantes era €8). 90.000 catálogos da exposição foram vendidos a €50 cada (só eles já cobriam mais do que o custo inicial da exposição). Some a isto os 67.000 álbuns da exposição vendidos, 14.000 cópias do livro do show infantil e 5.900 DVDs. A despeito da crise financeira, o público generosamente abriu sua carteira para esta exposição de alta publicidade.

Entretanto, assim como o dinheiro entrou, as críticas mordazes também o fizeram. (leia o artigo completo em inglês)

Picasso e os grandes Mestres - Grand Palais, Paris

Com tudo isto em mente vem a calhar a proposta de um livro recém-impresso pela Cosac Naify, cujo título é: O que faz de um Picasso um Picasso?, de Richard Mühlberger. O livro faz parte da coleção infanto-juvenil organizada pelo Metropolitan Museum of Art de Nova York, onde cada livro é como uma visita guiada às obras mais importantes dos grandes mestres da arte ocidental.

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Artes Plásticas

Centro Andaluz de Arte Contemporânea

26 fevereiro, 2009 | Por admin

Hoje no Estadão a matéria mais interessante do Caderno 2 fala sobre o Centro Andaluz de Arte Contemporânea (Caac). O título do artigo é O histórico e o contemporâneo juntos, pois o centro estabeleceu-se num monastério do século 14, o Monastério de la Cartuja de Santa María de Las Cuevas.

Iremos explorar a seguir alguns links que complementem o artigo de
Camila Molina:

Nancy Spero

Há um vídeo no Youtube da mostra da qual o artigo faz referência – Nancy Spero, Disidanzas -, no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri. Os comentários são de Manuel Borja-Villel, diretor do Museu Reina Sofía e de Bartomeu Marí, diretor do MACBA:

Stephen Prina

A produção artística de Stephen Prina – natural de Illinois, nos EUA -, nascido em 1954, é multifacetado: o artista, residente em Los Angeles e Boston, trabalha com distintas mídias ao mesmo tempo, é músico, compositor, cineasta e performer.

Stephen PrinaStephen Prina

Bleda y Rosa

As artistas María Bleda (Castellón, 1969) e José María Rosa (Albacete, 1970), mais conhecidas como Bleda y Rosa, possuem um site oficial com inúmeras fotos divididas em conceitos temáticos. Basta visitar: bledayrosa.com/

Matthew Richie

O britânico Matthew Richie também está presente na internet com um site oficial bem interessante. A própria instalação The Morning Line, que está presente no Centro Andaluz de Arte Contemporânea, possui uma página em Flash que tenta antecipar a fruição do público no museu: matthewritchie.com

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Matisse: O Preto é uma Cor

25 fevereiro, 2009 | Por admin

Há livros e escritos essenciais, para não dizer imprescindíveis. Matisse: Escritos e reflexões sobre arte, publicado em 2008 pela Cosac Naify, é um deles. Transcrevo aqui uma única página do livro de quase quatrocentas, sobre a cor preta: O Preto é Uma Cor.

O uso do preto como cor, da mesma maneira que as outras cores, amarelo, azul ou vermelho, não é uma novidade.

Os orientais usaram o preto como cor, notadamente os japoneses nas gravuras. Mais próximo a nós, lembro certo quadro de Manet em que o casaco de veludo preto do jovem com chapéu de palha é de um preto franco e luminoso.

No retrato de Zacharia Astruc, de Manet, outro casaco de veludo expresso por um preto franco e luminoso. Meu painel dos Marroquinos [abaixo] não tem um grande preto, tão luminoso quanto as outras cores do quadro? (Derrière le Miroir, n. 1, dez. 1946.)

O mesmo número de Derrière publicou, além desta nota, os seguintes comentários: “Antes, quando eu não sabia que cor usar, punha preto. O preto é uma força: jogo meu lastro no preto para simplificar a construção. Agora deixo os pretos” (dez. 1945). E também: “Como toda evolução, a do preto na pintura se fez aos solavancos. Mas desde os impressionistas parece tratar-se de um progresso contínuo, de uma participação cada vez maior na orquestração colorida, comparável à do contrabaixo que chegou a fazer solos” (relatado por Aimé Maeght). Outro comentário de Matisse, agora a Picasso: “Perto do final da Primeira Guerra, eu estava passando um período no sul. Renoir estava muito idoso; como eu o admirava muito, fui visitá-lo em sua casa de Cagnes, Les Collettes. Ele me recebeu cordialmente e eu lhe apresentei algumas telas minhas, para saber sua opinião. Ele as olhou com um ar um tanto desaprovador. Depois disse: ‘Na verdade, não gosto do que você faz. Quase gostaria de dizer que você não é um bom pintor, ou até que você é um péssimo pintor. Mas uma coisa me impede; quando você coloca um preto na tela, ele fica em seu plano. Durante toda a minha vida, achei que não poderia usá-lo sem romper a unidade cromática da superfície. É uma cor que bani da minha paleta. Já você, utilizando um vocabulário colorido, introduz o preto e fica bem. Então, apesar do que sinto, creio que você é seguramente um pintor” (relatado por Françoise Gilot in Vitre avec Picasso. Paris: Calmann-Lévy, 1965). Comentário confirmado por George Besson, que atribui a Renoir o seguinte comentário sobre as telas que Matisse lhe apresentou: “Como você soube exprimir a atmosfera de um quarto de hotel em Nice! Mas esse azul do mar devia vir de frente… E essa barra preta de onde pendem cortinas brancas. Ela está em seu devido lugar. Está tudo certo. Era difícil… Até me dá raiva…” (cit. in Escholier, 1956).

Matisse - Os Marroquinos

“Meu quadro Os marroquinos [Les Marocains] – tenho dificuldade em descrever essa pintura em palavras. Ele representa o começo de minha expressão por meio da cor, dos pretos e seus contrastes. São figuras de marroquinos estendidos num terraço, com melancias e melões bravos.”

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Profissão Artista: Pintoras e escultoras acadêmicas brasileiras

24 fevereiro, 2009 | Por admin

“Durante o século XIX, a arte parecia ser uma profissão exclusivamente masculina. As poucas mulheres que ingressaram nesse sistema dominado pela Academia eram julgadas de modo pejorativo, e a pecha de amadorismo inibiu por muito tempo estudos sobre suas produções. Centrada em cinco trajetórias paradigmáticas de pintoras e escultoras acadêmicas – Abigail de Andrade, Berthe Worms, Julieta de França, Nicolina Vaz de Assis Pinto do Couto, Georgina de AlbuquerqueProfissão Artista revela a crescente inserção feminina no campo artístico brasileiro no período que vai da metade do século XIX até 1922. Ana Paula Simioni expõe questões referentes às representações dominantes sobre a condição das mulheres no tempo, às suas disposições adquiridas no curso da formação e que modelaram suas escolhas, ao caráter masculino da atividade artística, aos desafios que enfrentaram e o modo como puderam equacionar o conjunto de constrições de amplo espectro.

O release acima foi publicado no site da EDUSP, que convida a todos para o lançamento deste belíssimo livro no dia 5 de março de 2009 na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.

O título completo do livro é Profissão Artista: Pintoras e Escultoras Acadêmicas Brasileiras, e foi escrito pela socióloga Ana Paula Cavalcanti Simioni, atual docente na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP-Leste.

"Beduíno" Berthe Worms - óleo sobre tela sem data

Eis o convite para o lançamento na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo:

Lançamento Edusp: Pintoras e Escultoras Acadêmicas Brasileiras

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Artes Plásticas

O boom acabou. Vida longa à arte!

23 fevereiro, 2009 | Por admin

A Folha de São Paulo publicou hoje a tradução de um artigo de 12 de fevereiro que saiu no New York Times, assinado por Holland Cotter. O título original era “The Boom is Over. Long Live the Art”, cuja tradução literal é o título deste artigo. A Folha optou por chamá-lo de “Crise exige mudança no mercado”, e escolheu um subtítulo revelador: “É mais uma vez hora de os artistas terem outros empregos convencionais; o segredo é fazer deles uma fonte de energia”.

Como todos sabem, os artigos da Folha de São Paulo só ficam disponíveis para assinantes do UOL, assinantes da própria Folha ou para quem possuir acesso ao jornal numa banca de jornal. Como o artigo é de suma importância, tomei a liberdade de publicá-lo integralmente:

Crise exige mudança no mercado

No ano passado, a revista norte-americana “Artforum” possuía a espessura de uma lista telefônica, com edições de cerca de 500 páginas, a maioria das quais com anúncios de galerias. A edição atual tem pouco mais de 200 páginas. Muitos anúncios desapareceram.

Com sua reputação duradoura de transações pouco claras e valores inchados, o mercado de arte contemporânea é um organismo vulnerável, tradicionalmente atingido dura e precocemente por qualquer mal-estar econômico. É o que está acontecendo agora. As vendas desaparecem no ar. Carreiras estão minguando. Aluguéis em Chelsea estão sem pagar. O boom que havia deixou de existir.

A diminuição não foi quantitativa, de maneira alguma. Nunca antes houve tanto produto. Nunca antes o mundo americano das artes funcionou com tanta eficiência como indústria de marketing no modelo corporativo, dotada de todos os serviços necessários.

Todos os anos, escolas de arte em todo o país produzem milhares de formandos preparados para o sucesso, gente a quem caberá fornecer produtos desejáveis para as galerias e casas de leilões. Eles contam com o respaldo de hostes de especialistas em relações públicas (também conhecidos como críticos, curadores, editores, publishers e teóricos de carreira), que fornecem informações atualizadas e pontuais sobre o que significa “desejável”.

Muitos desses especialistas fazem parte, direta ou indiretamente, da folha de pagamentos dessa indústria, que é controlada por outro conjunto de profissionais: os marchands, corretores, assessores, financistas, advogados e (figuras cruciais nesta era de feiras de arte) planejadores de eventos, que representam a divisão de marketing e vendas da indústria.

São essas as pessoas que vasculham as escolas de arte, identificam talentos novos, orientam carreiras e, por meio de algum cálculo inescrutável, determinam o que vai vender -e por qual valor.

Não que esses departamentos sejam separados de qualquer maneira: as divisórias éticas não fazem o estilo dessa indústria. Apesar da profissionalização da década passada, o mundo da arte ainda gosta de enxergar-se como um grande e único barco do amor. Noite após noite, críticos e colecionadores consomem jantares pagos por marchands que estão promovendo artistas, ou museus que estão promovendo exposições, com todos juntos à mesa, bajulando uns aos outros, trocando ideias e farpas, pesando as vibrações.

E onde está a arte em tudo isso? Proliferando, mas enfraquecida. A “qualidade”, definida primariamente como habilidade formal, está em voga outra vez, como parte integral de um revival conservador -alguns diriam regressivo- da pintura e do desenho. E ela nos vem dando uma enxurrada de desenhos bem feitos, esculturas engenhosas, fotografias meticulosas e espetáculos cuidadosamente encenados, cada um baseado nos mesmos elementos fundamentais: uma ideia única, embutida no trabalho e exposta na declaração de um artista, e um visual ou estilo feito para captar a atenção tanto quanto o refrão numa canção de rock.

As ideias não variam muito. Durante algum tempo, ouvimos muito sobre o radicalismo da beleza; mais recentemente, sobre a política subversiva da ambiguidade estetizada. Seja o que for, é tudo alimento para o mercado. A tendência chegou a um nadir na véspera da eleição presidencial, quando, com fanfarra triunfalista, o New Museum, em Nova York, expôs uma pintura de Michelle Obama feita por Elizabeth Peyton e a acrescentou à retrospectiva da artista. O intuito promocional da exposição era evidente. E a grande declaração política? Que o establishment das artes votara no partido Democrata.

Expectativas

Os estudantes que ingressaram na escola de arte alguns anos atrás provavelmente terão que sair dela com expectativas drasticamente modificadas. Eles terão que se considerar com sorte se tiverem as facilidades profissionais hoje vistas como algo garantido e certo: a exposição solo numa fase precoce da carreira, as vendas iniciais, a possibilidade de poder viver de sua arte.

Hoje nos EUA é mais uma vez hora de artistas terem outros empregos convencionais para sobreviver, e tudo bem. Os artistas sempre tiveram esses empregos (Van Gogh foi pregador; Pollock, assistente de garçom) e os terão novamente. O segredo é fazer deles uma fonte de energia, e não algo que cansa e exaure.

Ao mesmo tempo, os artistas também poderão tomar conta da fábrica e tornar deles a indústria da arte. Coletiva e individualmente, poderão customizar os equipamentos, alterar os modos de distribuição, ajustar ritmos de produção de modo a permitir crescimento orgânico e mudanças de rumo e objetivo. Poderão fantasiar e se concentrar. Poderão fazer nada por algum tempo, ou fazer alguma coisa e fazê-la errada, poderão fracassar em paz e recomeçar.

Escolas
As escolas de arte também poderão mudar. A meta atual dos programas de ensino prático parece ser estreitar o talento até aguçá-lo para que possa penetrar agressivamente na arena competitiva. Mas, com os mercados incertos, possivelmente inexistentes, por que não afrouxar esse modo?
Por que não fazer do treinamento em ateliês uma experiência interdisciplinar, que se entrecruze com sociologia, antropologia, psicologia, filosofia, poesia e teologia? Por que não embutir em seu programa de estudos um semestre de estudos e trabalho que tire os estudantes totalmente do mundo das artes e os insira em lugares como hospitais, escolas e prisões, às vezes em ambientes extremos -ou seja, na vida real?
Mudanças como essas exigiriam novas maneiras de pensar e escrever sobre a arte, de modo que os críticos teriam que voltar à escola, faltar a algumas festas e mergulhar nos livros e na internet. A discussão sobre a “crise na crítica” percorre o mundo da arte periodicamente, sugerindo uma nostalgia pelos criadores de gosto à moda antiga, como policiais do trânsito.

Mas, se existe uma crise, não é uma crise de poder; é uma crise de conhecimento. Para dizê-lo em palavras simples, não sabemos o suficiente sobre o passado ou sobre quaisquer outras culturas exceto a nossa.

O século 21 quase certamente verá mudanças modificadoras de consciência no acesso digital ao conhecimento e na moldagem da cultura visual. O que os artistas farão com isso?

Será que a indústria da arte vai continuar a agarrar-se ao status analógico tradicional da arte, insistir que o objeto material, comprável é a única forma de arte verdadeiramente legítima, que é o que fez realmente o revival da pintura? Ou os artistas -e os professores e críticos- vão nadar para uma terra que ainda é difícil de localizar nos mapas e fazer dela seu lar e seu local de trabalho?

(Tradução de Clara Allain)

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Agenda

Paulo Monteiro – Estação Pinacoteca + Cosac Naify

13 fevereiro, 2009 | Por admin

Paulo Monteiro traz invarialvelmente à memória o Grupo da Casa Sete. Uma fonte de informações disponível na internet sobre o grupo é o trabalho da pesquisadora Elaine Werneck, do programa de Pós Graduação Interunidades em Estética e História da Arte – MAC-USP, chamado “O grupo casa sete e a pintura dos anos 80”.

Grupo Casa Sete

“O Grupo Casa Sete, em São Paulo, eram autodidatas que possuíam uma formação realizada de modo informal com passagem pela FAU-USP e FFLCH-USP.”

Sobre o universo pictórico dos artistas – o grupo era formado por Carlito Carvalhosa, Fábio Miguez, Nuno Ramos, Paulo Monteiro e Rodrigo Andrade -, Werneck considera que “cada integrante do Grupo possuía uma simbologia e metáfora própria mas não exclusiva, podendo as mesmas serem apropriadas por outro colega de ateliê. As imagens da quais o Casa Sete se apropria têm origem nos meios de comunicação de massa, como personagens, caveiras, cômics, ou apresentam-se como um simbolismo mais pessoal como pedras e rochas (Paulo Monteiro).”

Ao interpretar um determinado padrão do conteúdo da obra de Paulo Monteiro – “embora Croce preferia não distinguir forma de conteúdo para afirmar a unidade da obra de arte, distinção que achava meramente convencional”, o que não vem ao caso neste artigo – Elaine Werneck diz: “Quanto ao conteúdo de suas obras, Paulo Monteiro apresenta na sua poética aspectos tragicômicos.”

O trabalho integral pode ser lido aqui.

Paulo Monteiro

Sobre Paulo Monteiro, especificamente, a fonte que tenho em mãos é o texto publicado no catálogo Paulo Monteiro, de outubro de 1994, escrito por Rodrigo Naves. A reflexão do crítico foca a produção escultural do artista, e já anuncia seu intento na primeira frase: “Afinal, as esculturas de Paulo Monteiro crescem ou definham?”

O artigo pode ser lido no livro de ensaios de Rodrigo Naves, publicado pela Companhia das Letras, sobre arte moderna e contemporânea, chamado O vento e o moinho.

Atualmente, Paulo Monteiro ministra um curso de pintura contemporânea, onde “procura, através de aulas práticas, iniciar o aluno na reflexão das recentes transformações da pintura, a sua eficácia como meio de comunicação abordando questões como a fragmentação do plano pictórico, a crise do retângulo e a multiplicação das técnicas e dos suportes da pintura”, durante infinitesimais 40 horas – infinitesimais ao considerar a profundidade do programa das aulas – ao longo do semestre.

Aos possíveis interessados: O curso é ministrado do b_arco à Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 426, na Vila Madalena, em São Paulo.

Paulo Monteiro

A Exposição na Estação Pinacoteca (2009)

Na exposição da Estação Pinacoteca, Paulo Monteiro: Uma seleção, 1989-2008, estão reunias cerca de 140 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, guaches e relevo de paredea.

Logo na entrada, há uma parede onde se lê o título da exposição “Paulo Monteiro: Uma seleção, 1989-2008 “. A fonte com a qual foi feita a inscrição do nome do artista na entrada da exposição é a Lithos, desenhada por Carol Twombly. A fonte deriva das letras geométricas livres de adornos que eram talhadas, em pedra, em templos e monumentos públicos na Grécia antiga.

Se você não mora em São Paulo, há uma galeria no Flickr onde pode-se contemplar – com uma perda significativa, se não total, da força artística das obras – algumas das esculturas, pinturas e desenhos de Paulo Monteiro que estão expostas na Pinacoteca. O endereço é: http://www.flickr.com/photos/artexplorer/tags/paulomonteiro/

Por fim, amanhã, 14 de fevereiro de 2009, haverá o lançamento do livro Paulo Monteiro, pela Cosac Naify, acompanhado por uma sessão de autógrafos do autor e uma mesa-redonda com Alberto Tassinari, Tiago Mesquita e Taísa Palhares (curadora). A solenidade começa as 10:30, na Estação Pinacoteca.

O livro possui textos de Alberto Tassinari, Paulo Venancio Filho, Taísa Palhares e Rodrigo Andrade, e já está a venda aqui na 30PorCento.

Paulo Monteiro

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Artes Plásticas

Mestres Latinoamericanos na Coleção FEMSA

11 fevereiro, 2009 | Por admin

Começa amanhã, 12 de fevereiro de 2009, a primeira exibição da Coleção FEMSA, maior companhia integral de bebidas da América Latina, no Instituto Tomie Ohtake, na sala onde estava exposto o conjunto de esculturas do brasileiro Franz Weissmann.

A Coleção FEMSA teve início em 1977 através da criação do Museu de Monterrey, que viu crescer seu acervo através de um bom programa de aquisições e generosas doações de particulares, artistas e de instituições. Segundo a FEMSA, a premissa é a de formar um acervo que mostre a evolução, pluralidade e riqueza da arte latino-americana, a partir do século XX (a obras mais antiga da coleção data de 1914), com destaque para a arte mexicana.

No site oficial da Coleção FEMSA, pode-se ler informações mais detalhadas sobre a instituição e conferir reproduções de uma parte do acervo.

A exposição foi chamada de Latitudes: Mestres Latinoamericanos na Coleção FEMSA, e ficará aberta até 5 de abril de 2009. A curadora é Rosa María Rodríguez Garza. Além disso, conta com uma quantidade razoável de artistas latinoamericanos, com 41 obras ao todo:

Antonio Berni, Jacobo Borges, Fernando Botero, Iberê Camargo, Leonora Carrington, Pedro Coronel, Olga Costa, Pedro Figari, Leonor Fini, José Gamarra, Oswaldo Guayasamin, José Gurvich, Alfredo Hlito, Arcangelo Ianelli, Frida Khalo, Wifredo Lam, Agustín Lazo, Romulo Maccio, Roberto Matta, Francisco Matto, Carlos Mérida, Guilhermo Meza, Alfonso Michel, Roberto Montenegro, Armando Morales, Gerardo Murillo, Carlos Orozco Romero, César Paternoso, Alfredo Ramos Martínez, Armando Reverón, Manuel Rodríguez Lozano, David Alfaro Siqueiros, Jesús-Rafael Soto, Rufino Tamayo, Luis Tomasello, Joaquín Torres García, Cordelia Urueta, Remedios Varo e Ángel Zárraga.

Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201, São Paulo – SP
11- 2245-1900
www.institutotomieohtake.org.br
Terça a domingo, 11-20h

Joaquín Torres-García 193

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Artes Plásticas

O ano no MASP

27 janeiro, 2009 | Por admin

O Masp tem um ano ambicioso pela frente, que terá a fotografia espanhola de Manoel Vilariño em maio, Vik Muniz em abril, Vera Chaves em agosto e um recorte da coleção de quase 4 mil obras do Centro Galego de Arte Contemporânea em outubro. Em novembro, esculturas de Rodin serão cotejadas com suas fotografias originais, numa mostra que virá do Museu Rodin.

fonte: Estadão

Confira as resenhas de todas as exposições do Museu de Arte de São Paulo aqui neste blog.

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Artes Plásticas

Picasso e Gertrude Stein

13 janeiro, 2009 | Por admin

Retrato de Gertrude Stein por Picasso. Óleo  sobre tela.
Retrato de Gertrude Stein por Picasso. Óleo sobre tela. 1906
O quadro acima pertence ao acervo do The Metropolitan Museum of Art, em New York. Na série Mestres da Pintura da Abril Cultural, na edição dedicada à vida e obra de Pablo Picasso, há um capítulo de sua biografia chamada “A Influência Africana”, que começa:

“Em 1906, uma tela marca uma transformação radical na linha pictórica picassiana: O Retrato de Gertrude Stein. Formulado a partir de 80 esboços e concluído sem a presença física da modelo, essa obra, assim como Auto-Retrato e Dois Nus, apresenta uma nova estrutura na composição, marcando o distanciamento do pintor das cadências vagamente humanitárias e elegíacas das fases azul e rosa. Surge um novo mundo, duro e bárbaro.”

e depois, justifica o título do capítulo

“O encontro com a arte negra será decisivo para a confirmação desta atitude. Ao descobrir as máscaras negras, Picasso encontra também uma nova forma de entender a arte, que responde a algumas de suas inquietações. Essa  nova visão do artista é complementada pelo encontro com as máscaras polinésias e a escultura pré-histórica dos celtíberos.”

A escritora norte-americana conheceu Picasso quando este mudou-se para Paris, em 1904. No posfácio que Flora Süssekind escreveu para o livro lançado pela Cosac Naify em novembro de 2008, lemos o seguinte:

“(…)acompanhada de Leo, seu irmão mais próximo, instalaram-se em Paris, na Rue de Fleurus n. 27, em 1903. Aí os dois começam uma coleção de arte e promovem reuniões semanais muito concorridas, criando um círculo de amizades que incluiria Picasso, Guillaume Apollinaire, Georges Braque, Marie Laurencin, Matisse, Erik Satie, Jean Cocteau, e americanos também auto-exilados como Ernest Hemingway, Scott e Zelda Fitzgerald e Paul Bowles.”

Gertrude Stein (1913) por George Eastman House / Getty Images.

Gertrude Stein (1913) por George Eastman House / Getty Images.

O livro Três Vidas, de Gertrude Stein, é o último lançamento da coleção Mulheres Modernistas, da Cosac Naify, e pode ser adquirido com 30% de desconto no endereço abaixo:

http://30porcento.com.br/tres_vidas.html

Três Vidas, de Gertrude Stein. Cosac Naify.

Três Vidas, de Gertrude Stein. Cosac Naify.

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Artes Plásticas

Josef Albers

12 janeiro, 2009 | Por admin

Este artigo se baseia na matéria de capa do Caderno 2 do Estadão de hoje:  A forma perfeita de Albers. Leia a matéria antes de continuar.

A introdução da matéria reflete sobre a série Homenagem ao Quadrado através do pensamento do crítico alemão Karl Ruhrberg. A fonte é o livro Arte do século XX, publicado pela Taschen. A página de onde o autor da matéria tirou as palavras de Ruhrberg pode ser lida no Google Books, no capítulo Abstração e Realidade: Art of the 20th Century.

A matéria transparece que as exposições simultâneas são complementares. O material recolhido e criado pelo casal em viagens pela América Latina foi responsável, segundo a cuadora Brenda Danilowitz, pelo dispertar da atenção de Josef para o “forte cromatismo dos latinos”.

A mostra já esteve no Brasil ano passado, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. A fundação possui uma página dedicada a esta mostra itinerante, que além de Curitiba, já esteve na Cidade do México, em Lima, e na Europa: Anni and Josef Albers: Latin American Journeys

As Exposições

Cor e Luz: Josef Albers – Homenagem ao Quadrado no Instituto Tomie Ohtake. Av. Faria Lima, 201. De 3.ª a dom., 11h às 20h.  Grátis. Até 1/3.  Abertura dia 15.

Anni e Josef Albers na Pinacoteca. (Praça da Luz, 10h às 18h.  R$ 4 (sáb. grátis).  Até 8/3. Abertura dia 17.

Materiais Online

A Fundação Josef e Anni Albers, que tem sede em Connecticut nos EUA.

A National Gallery of Australia tem um numeroso acervo de obras do pintor alemão.  São 370 obras ao todo, todas disponíveis no site do museu: Josef Albers na NGA.

White line square X  (1966)

White line square X (1966)

White line square VIII  (1966)

White line square VIII (1966)

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Artes Plásticas

+ Bienal do Vazio – Jorge Coli FSP

11 novembro, 2008 | Por admin

Na tentativa de levar os leitores à exaustão, publico mais um pouco sobre a Bienal do Vazio. Desta vez é o artigo de Jorge Coli que saiu no domingo no caderno Mais! da Folha de Sâo Paulo.

Abre aspas.

O título deste “Ponto de fuga” está na coluna de Barbara Gancia, na Folha, dia 31 passado. Um artigo que lavou a alma. Enfim, alguém berrou: “O rei está nu”.

Ou melhor: a Bienal de São Paulo está vazia. Vazia. Sem floreios ou firulas: vazia, irremediavelmente vazia, pateticamente vazia. Vazia de obras, de idéias, de vergonha.

Não é gesto artístico: Yves Klein [1928-62] pintou de branco a galeria Iris Klert, em Paris, e expôs o vazio, provocando filas de gente querendo entrar para ver o que não havia.
Isso em 1958. Cinqüenta anos depois, está lá, no pavilhão do Ibirapuera, o cavo, o inane, o chocho.

Não adianta vir com história de que essa Bienal causa “polêmica”, palavra hedionda porque reduz argumentos e debates a um espetáculo de circo. Não pode haver “polêmica” com alguma coisa que se situa entre o simplório e o safado. Não é admissível contemporizar, dizendo que a arquitetura do Niemeyer ficou visível, patati e patatá.

Nem que houve seminários, conferências e quejandos: a Bienal de São Paulo não é academia ou universidade. Existe para mostrar arte recente.

Nem que ela “questiona” a produção de hoje ou a natureza das próprias bienais. Questiona nada, porque é um nada.

O que ela traz, sem querer, não é artístico ou estético, é ético. Aracy Amaral, com sua serenidade de sábia, tocou num nervo exposto, declarando à Folha: “Existe uma produção nacional muito vigorosa que não está aqui e poderia”.

Basta comparar a atual Bienal de São Paulo com as últimas edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre.

Lá, as mostras, nacionais e internacionais, são vivas, agudas, brilhantes.

Parquinho

No segundo andar da Bienal não há nada. Literalmente. No primeiro, algumas obras minguadas. Entre elas, um escorregador, de Carsten Höller. Escorregador mesmo.

Na Tate Modern, de Londres, há dois anos, eram cinco. Aqui é um só, perdido no desânimo.

Se é para perturbar a seriedade sagrada dos lugares reservados às artes, uma sugestão: instalar a próxima bienal no Playcenter. Tanya Barson, da Tate Modern (Londres), que lamentou, na Folha, ter voado 14 horas para ver a Bienal do Vazio, poderia ao menos se divertir na montanha-russa, no chapéu mexicano.

Charabiá

Como muitas pessoas são fascinadas por aquilo que não conseguem entender, a crítica e a teoria das artes abusam.

Jonathan Shaughnessy sobre Carsten Höller: “Esses objetos tentam ao mesmo tempo embrulhar e revelar os sentidos a fim de que inibam a subjetividade e o sentimento de si ao invés de favorecê-los”. Tradução possível: depois de escorregar no tobogã a gente fica tonto.

Coronéis

Um problema de certas instituições brasileiras voltadas para a arte e para a cultura é que se acham nas mãos de ricaços.

Nos EUA, contribuições vão para o MoMA ou a Metropolitan Opera. Uma direção especializada decide o destino das verbas. Aqui, quem tem dinheiro mete o bedelho. Os resultados são desastrosos. Sem contar a freqüência com que dinheirama e falcatrua se tornam sócias.

Ilustração evidente, o caso de Edemar Cid Ferreira. Chegou a ser mais poderoso do que o ministro da Cultura no Brasil e acabou na cadeia.

Tristes fraquezas pressupostas naquele latim: “Sic transit gloria mundi”, ou seja, uma hora por cima, outra hora por baixo. Edemar Cid Ferreira vivia circundado por uma corte de intelectuais que se agitava ao seu serviço. Que se escafedeu ao sentir o cheiro de queimado.

Fecha aspas.

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Artes Plásticas

‘Piero della Francesca’ e ‘Dom Quixote’, na Folha de hoje.

8 dezembro, 2007 | Por admin

O lançamento da Cosac NaifyPiero della Francesca, de Roberto Longhi – conquistou a notícia de capa da Ilustrada. Numa escalada pitoresca, saiu da última página na quarta-feira com o livro do arquiteto Marcos Acayaba e conquistou, atrevidamente, a fachada do caderno de cultura da Folha. O jornal entrevistou o historiador e antropólogo italiano Carlo Ginzburg, autor do prefácio desta primeira tradução ao português da obra do também italiano Roberto Longhi.

Obs: Acabo de descobrir que o Estado publicou, com o título de ‘Obras para entender Piero della Francesca: Estudo de Roberto Longhi e ensaio de Braudel explicam época do pintor italiano’, esse lançamento da Cosac Naify há exatamente uma semana atrás, dia 1 de dezembro. Talvez seja uma boa idéia começar a acompanhar o Estadão.

Mais à frente, na página E4, O ‘Engenhoso Cavaleiro d. Quixote de La Macha‘ finalmente dá as caras no lançamento da segunda parte da tradução de Sérgio Molina da Editora 34. Havia muito tempo que me perguntavam em feiras de livro a respeito desse livro, a tão aclamada versão bilíngue com ilustrações de Gustave Doré. A primeira parte foi lançada em 2002; um hiato de 5 anos quase intransponíveis. Façam seus pedidos!

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