Max Bense foi um importante crítico alemão da escola de Ulm que estabeleceu uma relação estreita com os poetas concretos brasileiros. A filiação fica clara no seguinte trecho extraído do livro Poesia concreta brasileira, de Gonzalo Moisés Aguilar, publicado pela Ateliê:
“Em um gesto estratégico que tinha como fim mostrar o caráter universal dessa obra [o manifesto plano-piloto para poesia concreta, relacionado à construção de Brasília], os poetas deram a palavra a um dos teóricos que mais os influenciou nesse período: Max Bense. Por intermédio de Haroldo de Campos, que foi um dos difusores de sua obra no Brasil, Max Bense começou a ter uma presença muito forte, sobretudo na página ‘Invenção’, convertendo-se, segundo Mário Chamie, no ‘teórico do momento’.”
O ensaísta alemão ficou famoso por formular postulados “científicos”, segundo Alberto Lucena Júnior, para a estética, com denominações como estética informacional, estética matemática, estética tecnológica, estética gerativa, etc., cuja “escola” ocuparia o lugar de referencial terórico para a computer art dos anos 1960.
Em 1965 Max Bense publicou, em alemão, o livro Inteligência brasileira, onde o pensador alemão, que visitou o Brasil durante a década de 1960, observa com simpatia um dos momentos altos da cultura brasileira. Diz o release da editora Cosac Naify que “a síntese de sua visão poderia ser exemplificada na relação que faz entre as cidades do Rio de Janeiro (o espírito tropical) e Brasília (o espírito cartesiano) – e de Guimarães Rosa como a melhor expressão da fusão de ambos.”