Arquivos da categoria: matraca

Breves resenhas diárias.

Literatura

O enigma da obra

30 junho, 2016 | Por Isabela Gaglianone

desenho de Robert Desnos

O agudo ensaio Raymond Roussel. A chave unificada, do argentino César Aira, ganhou no Brasil uma edição muito especial.

No ensaio, Aira afirma que a figura de Roussel para estar fadada aos erros interpretativos de sua própria legião de admiradores e estudiosos:

“Explicitar mais uma vez o famoso procedimento de Roussel é tempo perdido; por mais clara que seja a explicação, sempre ficará um mal-entendido. Roussel é a torre de Babel dos seus intérpretes e estudiosos. De algum modo, ele fez com que todos falem idiomas diferentes. Todo artigo que se escreve sobre ele poderia se intitular: Os erros mais frequentes que se cometem ao falar de Roussel. O preço que se paga por acreditar tê-lo entendido é acreditar que o outro, qualquer outro, o entendeu mal”.

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Literatura

O retorno

27 junho, 2016 | Por Isabela Gaglianone

Junho e Julho de 1975, chegada a Lisboa dos retornados das antigas colônias na África [fotografia de Alfredo Cunha]

O romance O retorno é um relato emocionante, da premiada escritora Dulce Maria Cardoso, sobre um aspecto particular da descolonização portuguesa na África, em 1975: a dramática situação de cerca de meio milhão de colonos “retornados” a Portugal.

O protagonista é o adolescente Rui, que com sua família retorna à antiga metrópole, para recomeçarem a vida, a partir de uma situação financeira precária e limitada. O rico cenário da narrativa, o conturbado período de retorno de mais de meio milhão de cidadãos portugueses, durante a descolonização dos antigos territórios ultramarinos na África, faz, deste, um romance extremamente forte e, enquanto referência histórica, incontornável. Continue lendo

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matraca

Joyce

16 junho, 2016 | Por Isabela Gaglianone

desenho de Brancusi

Hoje, dia 16 de junho, é o famoso Bloomsday, celebrado ao redor de todo o mundo por amantes de James Joyce. É neste dia, em 1904, que o protagonista de seu célebre Ulysses, Leopold Bloom, perambula por Dublin, ao longo das mais de 1.000 páginas da obra.

Em Sim, eu digo sim – Uma visita guiada ao Ulysses de James Joyce, Caetano Waldrigues Galindo, premiado pela tradução de Ulysses [Companhia das Letras, 2012] e profundo conhecedor da obra do autor irlandês, acompanha os meandros dos passos dados por Bloom, Stephen e Molly naquele 16 de junho. Galindo ao mesmo tempo analisa a própria natureza do romance e de alguns dos principais assuntos que o povoam. Sua leitura, erudita e surpreendente, é um guia de leitura agradável e profícuo. E que abre muitas portas inusitadas; Continue lendo

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lançamentos

Pallacorda

9 junho, 2016 | Por Isabela Gaglianone

O romance histórico-ensaístico Morte súbita, do mexicano Álvaro Enrigue, acaba de ser laçado no Brasil pela Companhia das Letras, com tradução, sempre muito cuidadosa, de Sérgio Molina.

O esplêndido romance foi vencedor do espanhol Prêmio Herralde em 2013 e, sua publicação no Brasil, impulsionada pela confirmação da presença do autor na FLIP – a famosa Festa Literária de Paraty.

A história inicia-se em 04 de outubro de 1599, ao meio-dia, em torno de um duelo inusitado, a ser disputado na Piazza Navona, em Roma. Os duelistas, um jovem italiano que transformava a arte pictórica e um poeta espanhol absolutamente genial: trata-se, nada menos, que a disputa de uma partida de pallacorda entre Caravaggio e Quevedo – “pallacorda” era o nome dado ao jogo de tênis na época, em que a bola [em italiano, palla] era feita de pelos e cabelos humanos.  Continue lendo

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Arquitetura

Antropologia da forma urbana

3 junho, 2016 | Por Isabela Gaglianone

O historiador de arte Joseph Rykwert (Varsóvia, 1926) vem há anos dedicando-se a pensar a arquitetura e a urbanidade.

Em A ideia da cidade: antropologia da forma urbana em Roma, Itália e no mundo antigo, a partir do estudo da Roma Antiga e de seus mitos fundadores, o autor descreve a origem das estruturas simbólicas que foram prioritárias na fundação daquela cidade, sobrepujando mesmo as estratégias comerciais e militares. Atualmente, analisa, no mundo desencantado em que vivemos, a simbologia possível foi substituída por técnicas de linguagem, como símbolos esvaziados, que servem apenas ao consumo global.  Continue lendo

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Literatura

… a nova habitação do meu velho marcador de página

30 maio, 2016 | Por Isabela Gaglianone

“[…] um caçador de temas, um escritor sucessivamente rejeitado pelas editoras, que passa o tempo desenvolvendo, oralmente, a partir do que quer que visse por perto, histórias complexas para a platéia circunstancial de uma praça da capital. E, naquilo que relata ao narrador acerca de como um redator rejeitara seu texto, é fácil entreouvir o que teria sido dito, mais de uma vez, a Krjijanovski em pessoa:

‘O senhor tem uma pena. Mas uma pena precisa ser contida por uma caneta, e a caneta, pela mão. Seus contos são… bem, como vou dizer – prematuros. Esconda-os. Que esperem”.

Marc Chagall, “Passeio” [1917/18]

O Marcador de Página, de Sigismund Krzyzanowski, foi publicado no Brasil pela primeira vez em 1997, com tradução de Maria Aparecida B. Pereira Soares, pela Editora 34 e, depois de esgotado por tempos, acaba de ganhar uma bela nova edição.

Sua prosa é profunda, marcada por uma variação especial de paradoxos. Suas narrativas adentram as entranhas do absurdo de seu presente – as décadas de 1920 a 1940 -, tendo, como horizonte, um futuro longínquo e improvável. Metaliterário, satírico, por vezes alegórico, sua enorme vocação filosófica e instinto universalista são características fortes em seus contos – comparados a Borges, Kafka, Calvino, Grombrowicz, Swift.

Na orelha do livro, Nelson Ascher diz que as informações sobre este escritor desconhecido, enigmático e instigante são “escassas, imprecisas, não necessariamente confiáveis e difíceis de obter”.

Krzyzanowski nasceu numa família de origem polonesa em 1887, em Kiev, na Ucrânia, que, então, era território do Império Russo. É autor de cinco novelas e seis livros de contos – apenas, porém, duas de suas histórias foram publicadas antes de sua morte. Dentre seus livros, três foram proibidos pela censura soviética quando já estavam a ser publicados. Frente ao crescente terror político comunista, muitas histórias Krzyzanowski permaneceram guardadas. Continue lendo

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cinema

O poeta entre crônicas e críticas

9 maio, 2016 | Por Isabela Gaglianone

cena de “O Encouraçado Potemkin”

Guilherme de Almeida (1890-1969), além de poeta modernista, ensaísta, tradutor e jornalista, foi um dos mais destacados críticos de cinema no Brasil.

A editora Unesp acaba de lançar a reunião deste trabalho crítico, no volume Cinematographos – Antologia da crítica cinematográfica, cuidadosa edição organizada por Donny Correia e Marcelo Tápia.

A crítica cinematográfica é uma vertente hoje quase desconhecida da produção do poeta. Neste volume, ela é representada por 218 textos, publicados entre 1926 e 1942 no jornal O Estado de S. Paulo. Através deles, revive-ase o período de transição entre o cinema mudo e a “arte do movimento silencioso” e o filme falado. Também perpassa-se a fecunda presença dos cinemas em São Paulo nas primeiras décadas do século XX e sua introdução enquanto relevante elemento do cotidiano cultural da cidade.

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lançamentos

Korolenko

2 maio, 2016 | Por Isabela Gaglianone

composição de Ekaterina Panikanova

O autor Vladimir Korolenko (1853-1921) é pouco familiar aos leitores brasileiros. O russo não era publicado por aqui há mais de cinquenta anos. Porém, é considerado autor fundamental, reconhecido por ninguém menos que Liev Tolstói como “um dos principais contistas da literatura russa”. O crítico literário Otto Maria Carpeaux dedicou uma análise ao escritor, que comparou ao inglês Charles Dickens [História da literatura ocidental. Edições O Cruzeiro, 1963. vol. 5], incluindo-o numa linhagem da “literatura de acusação”. Korolenko, nas palavras de Carpeaux: “Foi um realista moderado, de simpatias algo sentimentais para com os sofrimentos humanos, mas sem exacerbar a tendência, até atenuando-a pelo humorismo delicado do estilo. Nenhum outro russo parece-se tanto com Dickens. Todas essas qualidades revelaram-se de maneira magnífica no seu conto ‘O Sonho de Makar’, que o tornou logo famosísismo na Rússia e no estrangeiro”. O crítico pontua ainda que Korolenko “tinha ficado, durante anos, no exílio, na Sibéria; e os seus Contos Siberianos reuniram muito agradavelmente o encanto da paisagem exótica, o interesse geográfico-antropológico pelos povos estranhos daquelas regiões longínquas, a compaixão para com os exilados políticos e o horror do regime tirânico que os exilara. Entre os leitores europeus, Korolenko foi durante muitos anos mencionado ao lado de Tolstoi e Dostoievski”.

A editora Carambaia acaba de lançar uma edição em formato de caixa, que reúne dois formidáveis trabalhos do autor: Em Má Companhia é um romance sobre um menino, proveniente de uma família rica, que se envolve com uma turma de crianças pobres; O Músico Cego, obra mais famosa do autor, narra a história de Piótr Popélski, um garoto que nasce cego e desenvolve grande sensibilidade para a música. A delicada novela, nas palavras do crítico russo Alexandre Skabitchevsky, “é a última palavra da perfeição, uma das obras mais admiráveis com as quais o mundo literário já pôde contar. Impossível pensar em um tema tão simples, com menos artifícios, e ao mesmo tempo uma análise psicológica mais profunda”.

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lançamentos

Sexta-feira

29 abril, 2016 | Por Isabela Gaglianone

A ilha de Robinson Crusoé

Publicado originalmente em 1986, Foe é uma das obras de construção mais complexa do escritor sul africano J.M. Coetzee, ganhador do prêmio Nobel. A Companhia das Letras acaba de lançá-lo no Brasil, sob tradução de José Rubens Siqueira.

No romance, já um clássico da literatura contemporânea, Coetzee reinventa a história de Robinson Crusoé. A grandiosa novela apresenta Susan Barton, que, no início do século XVIII, encontra-se um uma pequena embracação de apoio à deriva, após o navio em que viajava ter sido palco de um motim de marinheiros. Ela acaba por chegar a uma ilha deserta e encontra com um dos únicos habitantes do local, que lhe oferece abrigo. Trata-se de um homem chamado Cruso, acompanhado por seu seu escravo Sexta-feira.

Cruso é um sujeito irascível, preguiçoso e autoritário: perdeu interesse em fugir da ilha ou mesmo em rememorar os eventos que marcaram sua chegada àquele lugar. Sexta-feira, por sua vez, não pode falar: teve a língua cortada, não se sabe se por proprietários de escravos ou pelo próprio Cruso. Depois de um ano, eles são resgatados por um navio que rumava para a Inglaterra, mas apenas Susan e Sexta-feira sobrevivem à viagem a Bristol. Determinada a contar sua história, ela busca um famoso escritor de seu tempo, Daniel Foe, na esperança de que ele escreva um livro sobre sua experiência na ilha. Continue lendo

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história

Revolucionário e humanista

25 abril, 2016 | Por Isabela Gaglianone

Índios da Amazônia escravizados durante o ciclo da borracha na região de Putumayo, Peru

Acaba de ser lançado, pela Edusp, o Diário da Amazônia de Roger Casement, organizado por Mariana Bolfarine e Laura P. Z. Izarra. Esta é a primeira edição em português da obra, muito interessante, que é resultado de uma pesquisa, sobre a investigação que Roger Casement fez: no final da época do boom da borracha no Brasil, chegaram a Londres notícias sobre os abusos de violência e escravidão, não só em relação aos indígenas e nativos, mas também envolvendo súditos da coroa; Casement foi nomeado para fazer parte de uma comissão de inquérito e avaliar até que ponto esses súditos da coroa estavam de fato sofrendo abusos e se faziam, por outro lado, parte do esquema da violência cometida contra os indígenas da região.

O diário é resultado dessa investigação. Foi escrito durante as duas vezes em que Casement esteve na Amazônia, respectivamente em 1910 e 1911. Seus manuscritos estavam armazenados no Itamaraty, pois Casement foi cônsul no Brasil em três ocasiões, em Santos, em Belém do Pará e, por último, foi cônsul geral no Rio de Janeiro.

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Literatura

Diário do hospício

18 abril, 2016 | Por Isabela Gaglianone

“Sem fazer monopólio, os loucos são da proveniência mais diversa, originando-se em geral das camadas mais pobres. São imigrantes italianos, portugueses e outros mais exóticos, são os negros, os roceiros, que teimam em dormir pelos desvãos das janelas sobre uma esteira esmolambada e uma manta sórdida: são copeiros, cocheiros, moços de cavalariça, trabalhadores braçais. No meio disto, muitos com educação, mas que a falta de recursos e proteção atira naquela geena social”.

fotografia de Antonio Fatorelli

Em seu Diário do hospício, Lima Barreto documentou, de maneira impressionante, sua internação, entre o natal de 1919 e fevereiro de 1920, no Hospício Nacional dos Alienados, no Rio de Janeiro.

O autor foi por duas vezes internado em instituições psiquiátricas, por delírios alcóolicos; este relato, lúcido e profundo, refere-se à sua última internação, em 1919.

Algumas vezes editado no Brasil, o texto teve sua publicação mais recente pela Cosac Naify em 2010, em volume que também reunia o romance inacabado O cemitério dos vivos, que, ambientado também no hospício, transfere para a chave ficcional a experiência da loucura.

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lançamentos

Inexoráveis lembranças

14 abril, 2016 | Por Isabela Gaglianone

gravura de Evandro Carlos Jardim

O premiado escritor Luiz Ruffato acredita que cada romance é uma tentativa de reconstruir a história. É o que ele faz no recentemente reeditado De mim já nem se lembra. O livro foi publicado originalmente em 2007, como literatura infanto-juvenil, para um programa de educação de jovens, e, posteriormente, em 2011, reformulado e transformado em literatura adulta. É o livro em que o autor diz ter mais se exposto, e no qual tentou fazer uma confluência do real e do imaginário.

Elaborado a partir de uma correspondência fictícia entre sua mãe e seu irmão torneiro-mecânico na cidade de Diadema situada na região do ABC paulista, De mim já nem se lembra relata as principais mudanças pelas quais a sociedade brasileira atravessou durante a décade de 1970.

O romance trata de assuntos caros ao autor: a família, o tempo, a memória. Ao abrir uma pequena caixa encontrada no quarto da mãe falecida, a caixa na qual ela “abrigara seu coração esfrangalhado”, o narrador se depara com um maço de cartas cuidadosamente atadas por um cordel. Escritas pelo irmão, vitimado por um acidente automobilístico, e dirigidas à mãe, essas cinquenta cartas reconstituem um passado: ao mesmo tempo que ilustram as mudanças políticas, econômicas e culturais durante a ditadura militar brasileira, convidam o leitor a espreitar a memória de uma família com “olhos derramando saudades”.

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lançamentos

A era pós-democrática

7 abril, 2016 | Por Isabela Gaglianone

“‘We are the champions’ [Nós somos os campeões] – esse é o hino do novo sujeito empresarial. Da letra da música, que a sua maneira anuncia o novo curso subjetivo, devemos guardar sobretudo esta advertência: ‘No time for losers’ [Não há tempo para perdedores]. A novidade é justamente que o loser é o homem comum, aquele que perde por essência. De fato, a norma social do sujeito mudou. Não é mais o equilíbrio, a média, mas o desempenho máximo que se torna o alvo da ‘reestruturação’ que cada indivíduo deve realizar em si mesmo”.

Francisco de Goya, "Regozijo" e "Bajan riñendo"

Francisco de Goya, “Regozijo” e “Bajan riñendo”

A nova razão do mundo – Ensaios sobre a sociedade neoliberal, escrito a quatro mãos pelo sociólogo Christian Laval e pelo filósofo Pierre Dardot, acaba de ser lançado no Brasil. A reflexão dos dois pesquisadores parte da percepção de que ainda não entendemos o que é o neoliberalismo e, atualmente, por isso pagamos um alto preço. Nesse sentido, a obra tem um forte senso de urgência por repensar os lugares-comuns a respeito da natureza do capitalismo contemporâneo.

Articulando uma investigação histórico-social e econômica com a psicanálise, os autores apontam que a novidade do neoliberalismo é que se trata, mais do que apenas uma doutrina econômica ou ideológica, de uma racionalidade global que funciona como espécie de lençol freático normativo global.  Continue lendo

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Literatura

Pedagogia politicamente incorreta

4 abril, 2016 | Por Isabela Gaglianone

Ilustração de Wilhelm Busch

Os nomes Juca e Chico foram os escolhidos pela primeira tradução Max und Moritz, um clássico da literatura alemã infantil, do consagrado escritor e desenhista Wilhelm Busch. A primeira tradução para o português foi feita por Olavo Bilac e publicada pela editora Melhoramentos em 1915; em 2012, voltou às livrarias brasileiras, editada pela editora Pulo do Gato, sob o título Juca e Chico — História de dois meninos em sete travessuras. Ao mesmo tempo, a editora Iluminuras também lançou sua própria edição, com tradução de Claudia Cavalcanti, sob o título As travessuras de Juca e Chico.

O livro, originalmente publicado em 1865, foi a primeira história em quadrinhos publicada.

Seu início apresenta os protagonistas mal educados: “Não têm conta as aventuras, / As peças, as travessuras / Dos meninos mal criados… / – Destes dois endiabrados”.

Como diz a tradutora da edição da editora Iluminuras, Claudia Cavalcanti, considera-se que as endiabradas travessuras são “uma crítica mordaz à burguesia da época (e de sempre), com farpas lançadas ao mundinho dos professores, profissionais liberais e até dos camponeses (classe social significativa na Alemanha do século XIX)”. Para ela, as “atrocidades praticadas pelos dois meninos nos despertam certos sentimentos de vingança, antes indolentes”, porém, “a mais pura verdade é que Juca e Chico se lê como uma grande diversão que atesta o talento de Busch tanto para as artes como para as letras. Torcemos pelos endiabrados meninos e lamentamos a falta que eles farão àquela monótona aldeia depois que o destino lhes prega uma peça” Continue lendo

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lançamentos

Conquistas, ou capturas

31 março, 2016 | Por Isabela Gaglianone

Van Gogh

“O direito de greve é um direito burguês. A greve só atinge a legalidade em certas condições, e essas condições são as mesmas que permitem a reprodução do capital”.

A tese inusual é a que defende o jurista e filósofo francês Bernard Edelman, nesta polêmica e original obra, A legalização da classe operária. Segundo Edelman, a legalização da classe operária é um dispositivo de domesticação da luta de classes.

Serão conquistas ou captura política da classe trabalhadora a regulamentação da jornada de trabalho, férias remuneradas, reforma da dispensa, direito de greve, reconhecimento da organização sindical?

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