O crítico de arte Hal Foster identifica no conceito de “complexo” e na condição de inerência da arte e da arquitetura elementos que definem a cultura contemporânea. Em O complexo arte-arquitetura, lançamento no Brasil pela Cosac Naify, ele aponta que a arquitetura e a arte estão intrinsecamente unidas, desde o final do século passado, até o início deste século XXI. A arte, com suas instalações e obras em larguíssima escala, remete à arquitetura; obras de arquitetos, vendidas como de artistas a colecionadores, lembram que parte fundamental da arte é o chamado projeto.
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A arquitetura do viver poético
“Quantos são os que sabem distinguir o moderno “autêntico” das remastigações?” (Lina Bo, 1951).
Lina por escrito reúne 33 artigos que a arquiteta Lina Bo Bardi publicou em revistas italianas, como Lo Stile, Grazia, Domus e A – Cultura della Vita, e em periódicos brasileiros, como Habitat e Diário de Notícias de Salvador. São textos que discutem novos conceitos aplicados a temas como habitação, mobiliário, museologia, restauro, educação, arte popular e políticas culturais. Os textos são ilustrados por desenhos originais, fotografias e obras gráficas de Lina Bo. Organizados pela antropóloga Silvana Rubino e pela arquiteta Marina Grinover, são escritos que clamam por uma liberdade estética e política que permanece surpreendente no Brasil.
Arquitetura do Oriente Médio ao Ocidente
Para falar de Arquitetura do Oriente Médio ao Ocidente é impossível não lembrar dos relatos de Le Corbusier sobre sua viagem ao oriente no início do século XX onde o jovem arquiteto franco-suiço narrou em seu primeiro e último livro – publicado em português pela primeira vez em 2007, com o título A viagem do Oriente, tradução de Paulo Neves – seus mais de cinco meses de experiência estética através de lugares como os Balcãs, Atenas e Istambul.
Menos subjetivo que o relato de impressões de Le Corbusier, o livro de Andrea Piccini analisa as manifestações arquitetônicas influenciadas pelas culturas médio-orientais, árabe e islâmica no Mediterrâneo entre os anos 1000 e 1400.
O foco se aproxima, em seu quarto capítulo, de Florença, na Itália, onde a influência oriental se acentua durante a transição para a Renascença, citando exemplos como o batistério de San Giovanni ou a igreja de San Miniato AL Monte.
Andrea Piccini é professor doutor de Engenharia de Construção Civil na Escola Politécnica da USP e Arquitetura do Oriente Médio ao Ocidente – a transferência de elementos arquitetônicos através do Mediterrâneo até Florença é seu segundo livro publicado pela editora Annablume.
Arquitetura e atitudes nos cemitérios de São Paulo
Estive catalogando os livros da editora Annablume no site da Livraria 30PorCento e me deparei com um título bem incomum: Cidades dos Vivos – arquitetura e atitudes perante a morte nos cemitérios do estado de São Paulo. Renato Cymbalista, pesquisadora da Unicamp, “recupera a história do fim dos sepultamentos nas igrejas, no século XIX, processo que significou a chegada de novos – e pretensamente civilizados – costumes fúnebres ao estado, e resultou na constituição dos cemitérios municipais no final desse século.” Um tema que, destituído de seu primeiro impacto fúnebre, parece interessante.
O livro conta com um levantamento fotográfico que analisa, entre outras coisas, uma certa convergência das formas que os túmulos podem assumir entre classes sociais e grupos culturais nas últimas décadas do século XX.
Lina Bo Bardi por escrito
Duas páginas inteiras da Folha de São Paulo de hoje foram dedicadas à memória de Lina Bo Bardi, renomada arquiteta italiana modernista, sempre (e só) lembrada por seu projeto do MASP. Apesar do legado arquitetônico desprezado (na reportagem há um quadro com duas fotos, uma delas é a de um restaurante que não funciona e a da Ladeira da Misericórdia, no Pelourinho, abandonada, ambas em Salvador), um projeto recente da editora Cosac Naify publicou em livro um conjunto de textos (33) escritos por Bardi e recolhidos em periódicos brasileiros e italianos, onde se evidencia a posição da arquiteta como “peça-chave na constituição de um olhar moderno sobre a cultura”.
De temática variada, o conjunto de artigos reunidos “repassam e propõem novos conceitos para temas como habitação, mobiliário, arte popular, museologia, restauro, educação e políticas culturais.” O livro faz parte da Coleção Face Norte, dedicada à teoria e história da arquitetura e coodernada por Cristina Fino.
O MASP, o Sesc Pompéia, o Museu de Arte Moderna da Bahia, a Casa de Vidro no Morumbi e o Teatro Oficina são alguns dos principais projetos de Lina Bo Bardi que podem ser vistos, conservados, pelo Brasil.
Para mais informações sobre o assunto visite o site oficial do Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi.
Arquitetura: Inquietação teórica e estratégia projetual
A editora Cosac Naify possui uma coleção de livros de arquitetura chamada FACE NORTE, que é “dedicada à teoria e história da arquitetura, abrangendo um amplo leque de ensaios recentes, nacionais e estrangeiros, que contemplam a arquitetura moderna e contemporânea.” Cristina Fino é a coordenadora da coleção.
É nesta coleção que a Cosac Naify acaba de lançar mais um volume: Inquietação teórica e estratégia projetual, onde oito arquitetos protagonistas do cenário internacional contemporâneo são tema de textos de Rafael Moneo, originados de conferências que o arquiteto espanhol proferiu na Universidade de Harvard: James Stirling, Venturi & Scott Brown, Aldo Rossi, Peter Eisenman, Álvaro Siza, Frank O. Gehry, Rem Koolhaas e Herzog & De Meuron.
Os outros títulos já publicados na coleção FACE NORTE são:
- Nova York delirante: um manifesto retroativo para Manhattan
- Uma nova agenda para a arquitetura – antologia teórica (1965-1995)
- Arquitetura e trabalho livre
- Um modo de ser moderno – Lucio Costa e a crítica contemporânea
- Precisões: sobre um estado presente da arquitetura e do urbanismo
- Modernidade e tradição clássica – ensaios sobre arquitetura (1980-1987)
- Aprendendo com Las Vegas
- Depoimento de uma geração
- Oscar Niemeyer e o modernismo de formas livres no Brasil
- Arquitetura moderna – a arquitetura da democracia
- Caminhos da arquitetura
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Concreto Armado + Álvaro Siza
Começou no dia 1 de novembro, na Caixa Cultural da avenida Paulista, a exposição de fotografias Um Século de Concreto Armado no Brasil, do fotógrafo ítalo-brasileiro Lamberto Scipioni.
São 100 anos de uso deste material que possibilitou uma das grandes revoluções estéticas da arquitetura. Os exemplos brasileiros mais famosos são o prédio do MASP, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU), o Palácio da Alvorada em Brasília, o Museu de Arte Contemporânea em Niterói e inúmeros outros. Entre as fotos, há uma curiosidade histórica que são fotos do primeiro edifício em concreto armado construído no Brasil, ainda existente na Praça Patriarca, em São Paulo.
Entretanto, há um prédio que não foi fotografado e que deveria ter sido: O prédio da nova sede da Fundação Iberê Camargo, “um marco internacional em arquitetura e soluções em engenharia. Uma das inovações do projeto é a construção em concreto armado em toda sua extensão, sem utilizar tijolos ou elementos de vedação, formando contornos arredondados como uma grande escultura para destacar a forma e o movimento das rampas que foram construídas em todos os pavimentos. Além disso, é o único do País construído totalmente em concreto branco”. Crédito para o arquiteto português Álvaro Siza.
Visite a exposição que fica em cartaz até dia 30 de novembro na Caixa Cultural mas, e sobretudo, vá para Porto Alegre e contemple tanto o interior quanto o exterior da nova Fundação Iberê Camargo.
A editora Cosac Naify já lançou dois livros, há pouco menos de um mês, que tratam da obra de Álvaro Siza (Modern Redux) e, mais especificamente, da Fundação Iberê Camargo (Fundação Ibere Camargo – Álvaro Siza). Basta clicar aqui para acessar a página da 30PorCento sobre os livros destacados.
Arquitetura Contemporânea e Cidade Global – curso com Guilherme Wisnik
Yukio Futagawa / Feira de Livros de Artes, Design e Arquitetura na FAU
A livraria 30PorCento esteve – e estará, até sexta feira 13 – representando a Ateliê Editorial na Feira de Livros de Artes, Design e Arquitetura (FADA) na FAU-USP. Coincidentemente, abri o caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo esta manhã e li “Yukio Futagawa cerca com lentes o modernismo” (clique aqui para ler o artigo em PDF), matéria sobre a visita ao Brasil do fundador da revista-referência “Global Architecture“. Além disso, tive a sorte de saber que Futagawa descobriu Vilanova Artigas nesta viagem ao Brasil e que ficou boquiaberto com a FAU-USP; sobre o prédio da faculdade (onde eu me encontrava e onde pude percorrer os olhos a partir do ponto mais baixo da construção para comprovar a admiração do japonês) ele disse: é de uma proeza impressionante como ele (Vilanova Artigas, dono do projeto da FAU) usa o concreto com força, de forma plástica.
No tópico arquitetura a livraria 30PorCento possui 57 títulos:
antoni gaudi
De 42.0 Por 29.4
COSACNAIFY
aprendendo com las vegas
De 55.0 Por 38.5
COSACNAIFY
arquitetura do ferro e arq. ferroviaria em s. paulo
De 60.0 Por 42.0
ATELIE
arquitetura do seculo XX
De 31.0 Por 21.7
COSACNAIFY
arquitetura do tempo
De 58.0 Por 40.6
COSACNAIFY
arquitetura e trabalho livre
De 65.0 Por 45.5
COSACNAIFY