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Da sobrevivência dos deuses

6 junho, 2014 | Por Isabela Gaglianone

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Nos anos em que viveu em Paris, Heinrich Heine escreveu uma série de trabalhos sobre a mitologia pagã, através dos quais rastreou os vestígios da sobrevivência dos deuses antigos na história do ocidente. Um desses trabalhos é a sequência de narrativas Os Deuses no Exílio, que elucubra sobre o destino das divindades antigas depois do surgimento do cristianismo.

Heine apropriou-se de diversos materiais históricos, narrativas e mitos, lendas recolhidas pelos irmãos Grimm ou sagas populares suecas – destas, três encontram-se traduzidas neste volume e uma dão ideia do modo como a mitografia heiniana reelabora as fábulas antigas: utiliza criativamente suas fontes, reinventando-as.

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Aos espíritos livres

1 abril, 2014 | Por Isabela Gaglianone

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Mais que uma coletânea panorâmica do pensamento de Friedrich Nietzsche, este volume abarca uma compreensão da obra do filósofo. Os textos, selecionados por Gérard Lebrun, saudoso professor do Departamento de Filosofia da USP, respondem a duas questões: por que e como ler Nietzsche. Há, afinal, uma maneira “lebruniana” de trabalhar a filosofia de Nietzsche, como bem analisou o professor Ivo da Silva Júnior em artigo publicado nos Cadernos Nietzsche: para Lebrun, “não se tratava de pensar a partir de Nietzsche ou com ele as questões da contemporaneidade. Tratava-se de avaliar os tempos atuais por meio da História da filosofia. Nada mais indicado então que a filosofia de Nietzsche para fornecer os “instrumentos” para esse trabalho avaliativo”. Este volume das Obras incompletas, além da cuidadosa seleção de textos, conta com a precisa tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho, prefácio e revisão técnica de Márcio Suzuki, além de posfácio de Antonio Candido. Um time de peso intelectual incomparável faz, desta edição, portanto, uma pequena joia editorial.

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Crítica Literária

Rubens Rodrigues Torres Filho .parte I.

17 maio, 2013 | Por Isabela Gaglianone

poema semipronto*

Dante fez o que quis.
–  –  –  Beatriz.

__________
*) Adicionar água e levar a fogo brando.

A arqueologia da palavra é tarefa compartilhada pelo filósofo e pelo poeta. “As palavras são símbolos que postulam uma memória compartilhada”, segundo Borges. Trabalho minucioso, do espírito e da letra. E se acontece-lhe ser feito na poesia escrita por um filósofo, como o é Rubens Rodrigues Torres Filho, ganha um polimento ambivalente porém exato, um humor fino que permite-se chegar a vocábulos eruditos ou expressões coloquiais com a mesma facilidade – e com a mesma ironia.

Poeta solitário, alheio a escolas, grupos ou modismos, mesmo porque a poesia foi-lhe tarefa secundária – quase um capricho, segundo o poeta Cacaso (Antônio Carlos de Brito) – em relação à filosofia, seu objeto de estudo e interesse primeiro. Rubens foi professor de filosofia moderna na Universidade de São Paulo, especialista na filosofia de Fichte – a respeito da qual escreveu uma notória tese, O espírito e a letra: a crítica da imaginação pura em Fichte –, comentador da filosofia alemã, sobretudo dos períodos conhecidos como o Idealismo e o Romantismo, profícuo tradutor de obras de autores como Nietzsche, Novalis, Benjamin, Adorno, Schelling, Kant e Fichte. Nos trabalhos filosóficos vemos sua poesia – a sua articulação de uma brincadeira com a hermenêutica das palavras – em germe. Suas traduções já possuem o cuidado preciso com as palavras, equilibradas como numa escultura; seus comentários de filosofia, o humor irônico que lhe é peculiar.
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Dicionário de tradutores literários do Brasil

9 maio, 2008 | Por admin

Eis uma iniciativa muito interessante do Núcleo de Pesquisas em Literatura e Tradução da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que é um mapa dos tradutores literários no Brasil batizado como Ditra – Dicionário de tradutores literários do Brasil (clique aqui para ir direto à página oficial do dicionário). A partir de uma base extensa que é o Index Translationum, uma compilação da UNESCO da bibliografia internacional de traduções, criada em 1932, uma equipe de professores e alunos do “projeto integrado Tradução, Tradição e Inovação: o papel das traduções do alemão, espanhol, francês, italiano e latim no sistema literário brasileiro (1970-2005), do Grupo de Pesquisa Literatura Traduzida” catalogou “apenas uma fração dos milhares de tradutores existentes no país”. Abra o endereço de consulta aqui e divirta-se.

“Tradução é uma atividade que exige exatidão, pois caso contrário o pensamento se perde. Por existirem teses que são traduções, há uma maior importância, pois a tradução que parte da pessoa que a quer interpretar é sempre melhor, é como se a pessoa afinasse o seu instrumento, sem citar que surgem descobertas de algumas soluções de tradução que em vez de ser uma proeza intelectual de alguém se torna uma produção coletiva, colaborando, também, para a formação de uma linguagem e bibliografia filosófica brasileira”. (Rubens Rodrigues Torres Filho)

Canto III Indiferentes

Miquel Barceló – Infierno. Canto III.

Vestíbulo: Indiferentes

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