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O sentido da vanguarda (Antonio Cicero)

6 maio, 2008 | Por admin

Leia aqui o artigo escrito pelo poeta e colunista da Folha de S. Paulo Antonio Cicero publicado no último sábado, dia 4 de maio. Eis a seguir meu comentário em seu blog e sua resposta:

Antonio Cicero,

Lendo este artigo publicado na FSP me lembrei de uma entrevista do dia 1 de março deste ano no Estadão, onde o entrevistado (Lee Siegel) dizia (clique aqui para ler o artigo. O título da matéria foi: “A Ansiedade de Exposição“, no Caderno 2) :
“Quando todos têm o mesmo direito de falar, acaba a discordância. É o igualitarismo antidemocrático. Vivemos um clima de hostilidade ao mérito e ao talento que destaca certas pessoas.”

Esta é a modernidade onde não há nenhum caminho a ser indicado ou aberto por alguns poucos, para ser seguido pelos outros muitos? Não há mais vanguarda?

Tiago Pavan

Resposta:

Não há por que pensar que “Quando todos têm o mesmo direito de falar, acaba a discordância”. Nem há por que pensar que o igualitarismo seja antidemocrático. O fato de que todos têm o mesmo direito de falar não significa que leiamos e escutemos a todos ou que demos o mesmo peso a todas as opiniões. Eu, pelo menos, não sou hoje menos seletivo no que leio ou ouço do que era no passado. Sempre foi preciso saber selecionar. Ademais, longe de ter hostilidade ao mérito ou ao talento que destaca certas pessoas, considero a admiração um dos sentimentos mais nobres que há, e admiro muita gente. E o fato de não haver mais vanguarda não significa que não haja distinção de valor entre as obras de arte. Nem sempre houve vanguarda e sempre houve tais distinções. Como sempre, há obras geniais, obras boas, obras medíocres, obras ruins e obras péssimas. Não vejo por que seria de outro modo.

Antonio Cicero

Avant-Garde

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Agenda

Agenda da semana (5 a 11/05 – SP)

5 maio, 2008 | Por admin

06maio

  • Foucault – Aula Teatro 3 do nu-sol no Tucarena, as 19:30. (Rua Monte Alegre, 1.024 – Perdizes/SP). Os ingressos esgotaram-se antes das 18hrs!! Cheguei atrasado e perdi a exibição. Pelo menos eles marcaram 2 re-exibições para os dias 26 e 27 de maio. Não perca. Não se atrase.

07maio

  • A professora Beatriz Perrone-Moisés (USP) discorre sobre Leví-Strauss e o professor Edgard de Assis Carvalho (PUC) sobre Edgar Morin. Às 19hrs na Aliança Francesa. (Rua General Jardim, 182 – Centro/SP). A conferência durou cerca de 2 horas; o teatro da Aliança Francesa tinha por volta de 35 pessoas, principalmente alunos do professor Edgard da PUC. A professora Beatriz baseou sua palestra no livro “Tristes Trópicos“, uma espécie de auto-biografia encomendada do filósofo e etnólogo francês Leví-Strauss, com muitas citações do livro e uma boa análise da relação entre Levi-Strauss e o Brasil. Já o professor Edgard prolongou sua exposição nas idéias centrais de Edgar Morin, oferecendo apenas nos últimos 5 minutos de seu tempo uma rápida relação entre Morin e o Brasil, apesar de ter nomeado sua palestra como “Edgar Morin: Um pensador para o Brasil”. Uma boa dica do professor da PUC foi o futuro lançamento da tradução do primeiro livro escrito por Morin, entitulado “O ano zero da Alemanha“, talvez para o segundo semestre deste ano (2008).

08maio

  • A professora Fernanda Arêas Peixoto (USP) e o professor Aziz Ab-Saber (USP) falam de Roger Bastide e Pierre Mombeig. Às 19hrs na Aliança Francesa. (Rua General Jardim, 182 – Centro/SP). As exposições começaram com um significativo atraso devido às complicações que o trânsito paulista proporcionou à chegada do professor Aziz Ab’Saber. A primeira a falar foi a carioca Fernanda Peixoto e a relação do sociólogo e antropólogo francês Roger Bastide com o Brasil, principalmente com São Paulo e seu cargo de professor da recém-formada USP, em 1934. Assim como Levi-Strauss, Bastide definiu sua vida intelectual com a vinda ao Brasil; deu início à pesquisa das religiões afro-brasileiras e exerceu um fecundo “hobby” de crítica jornalística de arte de cunho sociológico. Já Pierre Monbeig teve sua passagem pelo Brasil revelada pelo famoso geográfo brasileiro Aziz Ab’Saber. A exposição foi borrifada pelas bem humoradas histórias da época em que Aziz era aluno recém chegado do interior paulista do próprio Monbeig.

09maio

  • Adeus à MPB? Debate com Alfredo Manevy, André Gardel, Walter Garcia e lançamento da nova edição da revista Cultura e Pensamento. Às 20hrs na Mariantônia. (Rua Maria Antônia, 294 – Centro/SP).

11maio

  • Exibição do documentário “Entreatos” (João Moreira Salles, 2004). Às 15hrs no Centro de Cultura Social de São Paulo. (Rua General Jardim, 253 – sala 22 – 2ª sala – Centro/SP).
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Literatura

Mario de Andrade – 80 anos de Macunaíma e da Missão de Pesquisa Folclórica

3 maio, 2008 | Por admin

“Long-Lost Trove of Music Connects Brazil to Its Roots” (clique aqui para o artigo original, em inglês)

Por Larry Rohter

A partir da metade dos anos 1930, o etnomusicólogo norte americano Alan Lomax liderou expedições para a região sudeste dos EUA (Carolina do Sul, Georgia, Alabama, Mississippi e Louisiana), procurando por autênticos cantores de blues e música folk. Graças a essa diligência, Muddy Water e Woody Guthrie fizeram suas primeiras gravações e estabeleceram um modelo para a musica popular norte americana.

No início de 1938, Mario de Andrade, secretário municipal de cultura de São Paulo na época, enviou para o nordeste brasileiro quatro membros da Missão de Pesquisa Folclórica numa expedição semelhante. Seu intuito era gravar o mais rápido possível a maior quantidade de música que conseguisse antes que as influências prejudiciais do rádio e do cinema começassem a transformar a cultura da região.

Viajando ora de caminhão, ora a cavalo e com burros, eles gravaram o que quer e quem quer que fosse interessante: carregadores de piano, vaqueiros, mendigos, macumbeiros, trabalhadores das minas, pescadores, dançarinos e até crianças brincando.

Entretanto, o material coletado pela expedição brasileira foi logo esquecido. Somente agora, após aproximadamente 70 anos, os registros aos quais Mario de Andrade se referia como “tesouro extraordinário condenado ao desaparecimento” estão disponíveis, incorporados numa caixa de seis CDs que documentam as raízes de praticamente todos os estilos de música popular brasileira importantes, do samba ao mangue beat.

“Este é um acontecimento importante pois todas as principais tendências, seja de origem européia, afriacana ou indígena, estão representadas e são reconheciveis”, disse Marcos Branda Lacerda, o diretor do projeto da caixa de CDs, organizado pelo governo da mais importante e próspera cidade brasileira. “Tudo foi incluido, e quando ouvi-lo, você poderá perceber as influências que iriam propagar-se dali em diante” e fazer da música brasileira a potência global que representa hoje.

A coletânea de CDs, chamada “Música Tradicional do Norte e Nordeste 1938“, é formada por mais de sete horas de música, extraidas de 1299 faixas de 80 artistas, totalizando aproximadamente 34 horas, que a comissão gravou em cinco estados do norte e nordeste brasileiros durante a primeira metade de 1938.

Muitos dos estilos documentados nas gravações evidemciaram-se como influências do movimento do Tropicalismo, que emergiu no Brasil nos anos 1960 e hoje em dia possui entusiastas internacionais como David Byrne, Beck e Devendra Benhart. Os fundadores do Tropicalismo, principalmente Caetano Veloso, Tom Zé e Gilberto Gil – atual ministro da cultura – vieram do nordeste, do interior do estado da Bahia e reconhecem abertamente esta influência.

“Esta é a música que eu ouvia quando criança na loja de meu pai, e é de onde toda a riqueza e força da música popular brasileira vem”, declarou Tom Zé numa entrevista. “Filhos de portugueses, Caetano e Gil e todo o resto dos tropicalistas absorveram essa influência popular, transmutaram-na e mostraram-na ao mundo”.

Tom Zé também notou que a música do nordeste brasileiro que veio de Portugal era já um resultado de miscigenação cultural, especialmente da dominação árabe do território portugues durante a Idade Média. As letras de algumas canções da compilação datam de antes das histórias de trovadores daquela época, mas a presença árabe manifestou-se principalmente no estilo de voz caracterizado pela predileção por modulações vocais (bend notes).

“Esta influência ainda permanece na musica popular brasileira de hoje em dia”, ele disse. “Eu a ouço de maneira clara e bonita quando Caetano canto. Ele desenvolveu um jeito sofisticado e inventivo de usar estas modulações que era comuns nos cantores que costumávamos ouvir nos sertões nordestinos.”

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lançamentos

Inimigo Rumor 20 – CosacNaify

30 abril, 2008 | Por admin

Para comemorar os 10 anos da publicação da revista “Inimigo Rumor”, publicação editada inicialmente pelos poetas Carlito Azevedo e Júlio Castañon Guimarães, o Blog da livraria 30PorCento disponibilizou uma resenha da edição de estréia da revista. Esta resenha foi publicada em 14/06/1997, no extinto “Jornal de Resenhas”, suplemento dominical da Folha de S. Paulo que hoje nos faz tanta falta. A resenha publicada neste artigo pode ser encontrado na página 787 do volume 1 do livro que reuniu toda a trajetória do Jornal de Resenhas, editado em 2001 pela Discurso Editorial. Clique aqui para encomendar o livro. Para comprar a edição 20 de “Inimigo Rumor” com 30% de desconto, clique aqui.

Eis a transcrição literal:

Vozes da Poesia Brasileira
Heitor Ferraz

Inimigo Rumor n1. Carlito Azevedo e Júlio Castñon Guimarães (Orgs.) Sette Letras, 110 págs.

Numa carta enviada a Clarice Lispector, nos anos 40, João Cabral de Melo Neto propunha a criação de uma revista literária que se chamaria “Antologia”. Pela proposta do poeta, a revista não teria um “programa formulado”. Seria “qualquer coisa como um balanço de antes do fim do ano”. Ele mesmo se encarregaria de imprimir os textos em sua prensa manual. Até onde se sabe, o projeto não vingou. A carta de Cabral a Clarice, escrita numa época em que escritores tão diferentes mantinham diálogo aberto e constante, reaparece agora nas páginas da revista de poesia “Inimigo Rumor”.

Certamente a proposta de Cabral agradou aos dois editores. Neste primeiro número, eles preferiram não escrever um editorial, no qual exporiam suas pretensões. Em cinco breves linhas, contentaram-se em anotar a origem do nome da revista (que provém do título de um livro do poeta cubano José Lezama Lima, “Enemigo Rumor”) e dizer que ela se destina “preponderantemente à publicação de poemas e de textos críticos ou documentais referentes a poesia”.

Com essa postura, os editores se abrem, de alguma forma, para a pluralidade de vozes que circula hoje na poesia brasileira. A mostra que trazem já neste número de estréia é prova disso. A revista publica, numa primeira seção, poemas inéditos de poetas já consolidados pela crítica e público, como Haroldo de Campos, Sebastião Uchôa Leite, Francisco Alvim e Armando Freitas Filho, além de poemas de Ronald Polito. O leitor atento poderá fazer comparações curiosas entre essas vozes aparentemente dissonantes, encontrando possíveis pontos de afinação durante a leitura de um e outro poeta.

Apontar equivalências poderia soar disparatado ou pura heresia, já que sabemos como este campo é minado pelas divergências, na maior parte das vezes mais pessoais do que propriamente literárias. A revista acaba servindo como sugestão para um exercício: perceber até onde a poesia de grande plasticidade de Haroldo de Campos encontra surpreendentes afinidades com a de Armando Freitas Filho, ou a brevidade poética e a coloquialidade de Francisco Alvim podem se aproximar dos versos curtos e mentais de Sebastião Uchôa Filho.

A ausência de um editorial, no caso, acaba permitindo a curiosa pesquisa, já que nenhum programa foi formulado nas páginas da revista, a não ser o não-programa de Cabral, o de fazer “qualquer coisa fora do tempo e do espaço – um pouco como nós vivemos”. Esta “ausência”, que ainda simplesmente agrega poetas que se colocavam em campos opostos, já apresenta subliminarmente em debate uma questão nuclear: até onde as discordâncias resistem a um exame crítico mais detido – já que partem, todos, dentro da poesia brasileira, da leitura dos poetas do primeiro modernismo até João Cabral de Melo Neto?
Mesmo assim, “Inimigo Rumor”, que terá uma periodicidade quadrimestral, põe em circulação uma produção intelectual que raramente encontra espaço em outras revistas do gênero. Os três textos acolhidos na seção de ensaios versam sobre poetas historicamente consagrados. O crítico Sergio Alcides comparece com uma instigante investigação sobre a memória e a melancolia na obra de Claudio Manuel da Costa, dialogando com a melhor tradição crítica do arcadismo mineiro; já Telê Ancona Lopez, na tônica da crítica genética, analisa os manuscritos e a gênese de “Lira Paulistana”, de Mário de Andrade; e, por fim, Murilo Marcondes de Moura esmiuça o poema “Noturno à Janela do Apartamento”, de Carlos Drummond de Andrade.

A revista traz também, além da carta de Cabral, traduções de poemas de José Lezama Lima, feitas pela poeta Josely Vianna Baptista, e uma série de poemas francesa que vai de Valéry ao contemporâneo Jacques Roubaud. E ainda uma seção de resenhas. O único problema editorial encontrado é a falta de informações sobre os tradutores e ensaistas, um problema que poderá ser resolvido no próximo número que já está em preparação.

Num momento em que pelo menos outras duas revistas do gênero já circulam no Rio – “Poesia Sempre” e “Carioca” -, a caçula “Inimigo Rumor” procura, com toda simplicidade gráfica e seguindo um modelo mais tradicional na sua divisão interna, ser mais do que um prazeroso espaço de divulgação poética, mas de fato uma “antologia” de textos que suscita o debate estético, pela sua própria abertura e conformação. Se hoje ele ainda não é explícito, em breve o será, já que a revista se apresenta como uma importante câmara de ecos da produção poética brasileira mais significativa e – tomando como base o primeiro número – consegue fugir do personalismo habitual.

Geometria Urbana 1

Dia 3 de maio (sábado): Não perca neste Blog uma tradução em comemoração aos 80 anos da publicação de Macunaíma, de Mario de Andrade. O título do artigo foi “Long-Lost Trove of Music Connects Brazil to Its Roots” publicado dia 25/01/2007.

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Sugestão de Roteiro cultura para hoje, em São Paulo

29 abril, 2008 | Por admin

Os horários das atividades culturais de hoje encaixam-se perfeitamente uns aos outros. Confira:

16hrs: O CCSP apresenta uma coletânea de filmes do diretor francês Eric Rohmer. Não pague nada mas retire os ingressos com uma hora de antecedência. O filme em questão é um curta metragem dirigido pelo frances e estrelado por Jean-Luc Godard e Stéphane Audran. Eis a sinopse: “Após acompanhar Clara à estação, Walter se convida para ir à casa de Charlotte com o propósito de beijá-la, mas ela prepara um café e um bife para ele e finalmente o beija.” Charlitte et son steak, França, 1951, P&B, 12min.

19,5hrs: A Livraria Martins Fontes da Paulista (Avenida Paulista 509 – loja 17 (esquina com Rua Manoel da Nóbrega) oferece ao público um encontro com a blogueira e poeta francesa Laura Limongi. O encontro promete “falar sobre sites literários, revistas de literatura eletrônica, blogs literários, trocar informações sobre o que acontece neste sentido no Brasil e na França, e discutir em que medida a Literatura ganha com esse movimento eletrônico.”

20hrs: Lançamento da aclamada revista de poesia Inimigo Rumor. A comemoração de 10 anos da revista culminam no lançamento da edição Inimigo Rumor 20. “As novidades deste número incluem a primeira versão integral em português do ensaio ‘Crise do verso’, do poeta francês Stéphane Mallarmé, e o texto inédito ‘Hagiografias’, em que Flora Süssekind discute a dificuldade da crítica manter-se ‘crítica’ diante da obra de autores mortos como Paulo Leminski, Cacaso e Ana Cristina Cesar.” (fonte: cosacnaify).
A festa tem endereço marcado: Bar Balcão, R. Dr. Melo Alves, 150. A revista já pode ser encomendada na livraria 30PorCento por um preço muito mais agradável do que o comercializado normalmente. De R$33,00 por R$23,10! Compre aqui.

 

Dica: Use um ônibus ou um metrô para chegar aos destinos.

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Artes Plásticas

Pintura e Samba – A arte de Helio Oiticica

25 abril, 2008 | Por admin

O múseu britânico Tate Modern possui uma seleção mensal de vídeos curtos a respeito da arte moderna e contemporânea. A edição número 6 contou com uma matéria sobre o artista plástico brasileiro Helio Oiticica e seu trabalho “Parangolés”.

A matéria diz:

“Esta performance recria o trabalho inovador do artista brasileiro helio oiticica. frustrado com as limitações da pintura, oiticica dedicou-se a achar meios nos quais a pintura pudesse ser tirada das paredes das galerias e saíssem para o espaço tridimensional. um dos resultados foi seu “parangolés” da metade dos anos 1960. literalmente uma pintura habitável, eles foram desenhados para serem vestidos durante uma dança no ritmo de samba. Esta idéia surgiu de seu envolvimento com as pessoas do morro da mangueira, uma favela carioca, e a famosa escola de samba da mangueira. o sobrinho do artista, césar oiticica filho, prossegue com a história.”

Para assistir ao vídeo da matéria, clique aqui. Abaixo, a tradução dos comentários do sobrinho do artista. Clique aqui para a versão PDF.

PARANGOLÉS

César Oiticica Filho:

Helio Oiticica foi um artista Brasileiro que começou a pintar nos anos 50. Ele então tomou as cores das pinturas nas paredes das galerias e museus e trouxe para este espaço, através do Parangolés. Parangolés é um trabalho que você pode vestir, mais conhecido pelas capas, pois as capas que as pessoas vestem para dançar, para a performance e é um trabalho que funciona muito bem com o corpo.

O que você verá aqui é o modo como ele trouxe essas cores dos objetos para a vida das pessoa. Em 1964 Helio foi para a Mangueira, que é uma favela na cidade do Rio de Janeiro e ele começou a dançar samba com os dançarinos que eram apenas os negros naquela época. E então ele levou esta experiência para seu trabalho e com o Parangolés ele convidou estes dançarinos para vestirem as capas e dançarem com elas num grande museu, numa exposição. Entretanto a entrada deles não foi permetida e eles ficaram do lado de fora dançando com a bateria e todo o pessoal da Mangueira. A vida era bem chocante naquela época.

Aqui em Londres temos a Escola de Samba, a Escola de Samba de Londres. Há dançarinos daqui e eu acho isso muito bom. É incrível e pessoas normais que querem participar desta exibição, deste evento, têm sido convidadas a participar. Quando as pessoas executam Parangolés elas estão movendo as cores. Eu acho que a lição mais significativa do Parangolés é o espírito de liberdade pois quando você começa a brincar você transforma-se numa espécie de criança e então começa a descobrir a liberdade da alma através deste trabalho, o que é incrível.

Data: 31 Julho 2007

A Edusp possui um livro de Celso Favaretto que reconstrói a trajetória de Helio Oiticica. Clique aqui para acessar o livro na livraria 30PorCento. O preço especial é de R$ 58,00 por R$ 40,60.

Ornamento de Divisão

“A Cia. Teatro e Dança Mariana Muniz apresenta na Galeria Olido, entre os dias 26 e 29 de junho de 2008, o supracitado Parangolés.  Os figurinos atuam em conjunto com um objeto síntese, no caso um bambu, que cada bailarino carrega consigo durante a dança. A relação das roupas com esse objeto estrutura a idéia das cores e espaço presentes no trabalho do artista plástico. “A utilização desses elementos em cena simbolizam a idéia de que no espetáculo o corpo é a obra”, explica a bailarina e diretora Mariana Muniz. Para o produtor José Renato Almeida, um dos principais objetivos do trabalho é promover uma interação com a platéia. “Como na obra de Oiticica, o público deixa de ser apenas um espectador, tornando-se parte integrante da obra”, afirma. Com músicas que misturam samba, timbres e batidas, a trilha sonora original foi composta por Celso Nascimento e Ricardo Severo.” (fonte: Portal da Prefeitura da Cidade de São Paulo)

Galeria Olido – Sala Paissandu. Av. São João, 473 – Centro. De 26 a 29. 5ª a sáb., 20h. Dom., 19h. Grátis

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tradução

Tradução: Carta Aberta a uma vítima da propaganda falaciosa de Ben Stein

23 abril, 2008 | Por admin

Há pouco mais de 1 semana estreiou nos Estados Unidos um polêmico filme de viés propagandista entitulado “Expelled: No Intelligence Allowed” (Expulso: Inteligência Não Permitida”). O diretor é Nathan Frankowski – estreante na direção – e o filme conta com a atuação e roteiro de um notório defensor do movimento do Design Inteligente – se você ainda não sabe do que se trata, clique aqui. Em meio às inúmeras polêmicas que o filme suscita, algumas entrevistas com renomados cientistas evolucionistas como Michael Shermer, editor da revista Cético e Richard Dawkins, da Universidade de Oxford, geraram controvérsias que culminaram na carta traduzida neste presente artigo.

O autor da carta foi o supracitado Richard Dawkins, em resposta à uma carta enviada a seu colega Michael Shermer com o seguinte trecho:

Agora eu realmente compreendo quem vocês, ateistas e darwinistas, são! Vocês acreditam que não houve problema algum em meus bisavôs morrerem no Holocausto! Quão desprezível. Seu artigo passado sobre o Holocausto foi somente uma fachada. Nós judeus lutaremos para manter pessoas como você fora dos Estados Unidos!

Michael Shermer respondeu as acusações perguntando se ele havia ao menos assistido ao filme. Uma nova resposta chegou:

Sim eu vi. Você sabe, eu respeito você como ser humano e você fez um ótimo trabalho desmascarando paranormais e impostores, mas este é um problema muito delicado que afeta a mim e a minha família emocionalmente. Os negócios de nossa família foram afetados por Auschwitz e por isso nossa família não possui mais nada. Tudo se foi. As coisas começaram a fazer sentido assim que eu assisti o filme e agora eu estou chocado. Aprendi muito com Ben Stein, um irmão judeu, que abriu meus olhos.

Richard Dawkins tomou conhecimento destes acontecimentos de bastidores e resolveu endereçar a seguinte carta a este enfurecido indivíduo (clique aqui para ler a carta em PDF):

Caro Sr. J,

Michael Shermer repassou-me uma carta sua na qual há indícios de que você foi lamentavelmente enganado pelas sugestões falaciosas e/ou ignorantes de Ben Stein de que Darwin é, de alguma maneira, responsável por Hitler. Eu espero que você não se importe se eu escrever-lhe tentando desfazer este grave erro.

1. Eu simpatizo profundamente com você pelas perdas de seus parentes no Holocausto. Entretanto, eu não acho que isso possa ser dito para justificar o tom da sua carta para Michael Shermer, que é um homem decente, como você mesmo pareceu confessar em sua segunda carta a ele, e a antítese de um simpatizante nazista.

Agora eu realmente compreendo quem vocês, ateistas e darwinistas, são! Vocês acreditam que não houve problema algum em meus bisavôs morrerem no Holocausto! Quão desprezível. Seu artigo passado sobre o Holocausto foi somente uma fachada. Nós judeus lutaremos para manter pessoas como você fora dos Estados Unidos!

Repare nas suas palavras. Provavelmente você arrepende-se delas agora. Eu certamente espero que sim, mas continuarei a escrever minha carta para você, presumindo que você ainda sente ao menus um pouco do que escreveu.

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tradução

Noticiário Semanal em Latim

23 abril, 2008 | Por admin

A Companhia de Radiodifusão Finlandesa possui, curiosamente para um país cuja língua oficial não tem aparentemente nenhum grau de parentesco com a família de línguas itálicas da qual pertence o Latim, um programa semanal de notícias mundiais falado em Latim Clássico! O programa chamado Nuntii Latini é transmitido pelo mundo em ondas curtas e médias – só para constar –  e também pela internet, no endereço http://www.yleradio1.fi/nuntii. Os editores do programa são professores da Universidade de Helsinki e predispõe-se a discutir dúvidas e comentários dos ouvintes pelo email nuntii.latini@yle.fi. Provavelmente não encontra-se um material desta qualidade em nenhum outro lugar na internet.

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fotografia

Os negativos perdidos de Capa

21 abril, 2008 | Por admin

O jornal The New York Times publicou em 27 de janeiro deste ano uma matéria sobre a descoberta de milhares de negativos do famoso fotografo de guerra Robert Capa. Leia abaixo a tradução integral do artigo e clique aqui para acessar uma série de fotos que o jornal americano disponibilizou para ilustrar a matéria. Disponibilizamos também uma versão em PDF da tradução.

Robert Capa

O esconderijo de Capa

– The New York Times (27-01-2008)
Por Randy Kennedy

Para o pequeno grupo de peritos em fotografia a par de sua existência, ela era simplesmente conhecida como “a maleta mexicana”. E, no panteão dos tesouros perdidos da cultura moderna, era cercado pela mesma aura mítica que rodeiam os primeiros manuscritos de Hemingway, que desapareceram de uma estação de trem em 1922.

A maleta – na verdade três frágeis valises de papelão – continham centenas de negativos de fotografias que Robert Capa, um dos pioneiros da fotografia moderna de guerra, tirou durante a Guerra Civíl Espanhola antes de fugir da Europa para os Estados Unidos em 1939, deixando para trás o conteúdo de sua sala-escura parisiense.

Capa achava que esse material havia se perdido durante a invasão nazista, e morreu em 1954, trabalhando no Vietnã, ainda achando. Mas em 1995 correram rumores de que os negativos haviam sobrevivido à destruição após uma jornada digna de um romance de John le Carré: de Paris à Marselha e então para as mãos de um general e diplomata mexicano que havia servido Pancho Villa, na Cidade do México.

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Últimas

Apoio ao Conversa Afiada de Paulo Henrique Amorim

19 março, 2008 | Por admin

Ontem, dia 18 de março de 2008, o blog do jornalista Paulo Henrique Amorim foi desativado. Era hospedado no portal IG e recebeu uma notificação assinada por Caio Túlio Costa, para avisar que o contrato se rescindia. A livraria 30PorCento apoia o jornalista e seu Conversa Afiada e repudia a iniciativa do Sr. Costa. Eis o link para a continuação do blog Conversa Afiada.

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Artes Plásticas

Ateliê Editorial: Goethe e Hackert – Sobre a Pintura de Paisagem

17 março, 2008 | Por admin
  • Aos 38 anos, na Itália, Goethe tornou-se aluno de pintura de paisagens com o alemão Jacob Philipp Hackert, 12 anos mais velho. Tornaram-se amigos e muito provavelmente admiravam-se um ao outro. O livro lançado pela Ateliê Editorial gira em torno dos “Fragmentos Teóricos” do pintor, editados pelo poeta.
  • A autora, Claudia Valladão de Mattos, da Unicamp, escreveu um artigo em tom de prefácio para a revista do programa de pós-graduação do departamento de letras da UFRJ – link para o número 10 da edição online da revista – entitulado “A pintura de paisagem entre arte e ciência: goethe, hackert, humboldt” em 2004.
  • Há no MASP uma exposição batizada de “A Natureza das Coisas: Paisagens e naturezas-mortas na coleção MASP”, no segundo andar do edifício. Em uma das paredes que sustentam um texto introdutório e explicativo lê-se: “A idéia da paisagem como tema da arte é atribuida, não a um pintor, mas a um poeta: Francesco Petrarca (1304-1374), conhecido como o pai do humanismo e quem primeiro se referiu à Idade Média como a Idade das Trevas. Em 26 de abril de 1336 ele subiu o Monte Ventoux, de 1900m de altura, na Provence, com isso abrindo lugar, simbolicamente, no mundo erudito e na pintura em particular, para o prazer de olhar. Ele mesmo não transformou essa experiência sensorial aguda que é escalar uma montanha numa nova filosofia de vida: tendo lido Santo Agostinho que ‘os homens adimiram-se de ver a altura dos montes, as grandes ondas do mar, a latitude imensa do oceano e o curso dos astros e com isso se esquecem do muito que têm de admirar em si mesmos”, Petrarca reconheceu que nada é tão vasto quanto a alma humana e que nela havia temas mais urgentes a tratar. De todo modo, a partir do século XVI a paisagem é visível cada vez mais na pintura até transformar-se, com o Romantismo, em tema auto-suficiente. Desde então, e até o Modernismo, foi vista como modo de entender a vida humana, em variante da proposta renascentista de conhecer o mundo através do homem. A natureza deixou de ser o cenário inevitável da ação humana num mundo ainda vastamente desurbanizado para tornar-se sinal de algo maior do que o homem e que detinha seu mistério. (Teixeira Coelho, Curador-coordenador, MASP)
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lançamentos

Lançamentos CosacNaify

11 março, 2008 | Por admin

Há uma longa lista de lançamentos da editora Cosac Naify desde o último artigo deste blog. Vou enumerá-los abaixo com as respectivas matérias de destaque na imprensa – principalmente a Folha e o Estadão – e os links para a 30PorCento. Os lançamentos são:

  • Matisse – escritos e reflexões sobre arte. Com fotografia de Henri Cartier-Bresson (exclusivas do volume brasileiro) e tradução de Denise Bottmann. Clique aqui para ler as resenhas da Folha, da Bravo e do Estadão. Na livraria 30PorCento o preço especial é de R$120,00 por R$84,00.
  • Alexandre Herchcovitch (Coleção Moda Brasileira – vol. 1). O autor é Charles Cosac – um dos sócios da editora. São 160 páginas permeadas por 179 ilustrações. De R$48,00 por R$33,60.
  • Paris não tem fim, de Enrique Vila-Matas. No site da editora há uma interessante entrevista com o autor intitulada MOLDADO À LITERATURA. O tradutor é Joca Reiners Terron. Na 30PorCento, de R$45,00 por R$31,50. Opiniões da imprensa, aqui.
  • A África fantasma, de Michel Leiris. É mais um livro que a editora lança no tema de Sociologia, neste caso uma “Missão Etnográfica e Lingüística” africana. O livro conta com 36 imagens da missão em preto-e-branco, entre fotografias, desenhos e mapas. De R$69,00 por R$48,30.
  • Carta a D. – História de um amor. De André Gorz. Último livro do filósofo e sociologo austríaco, tem mais de cem mil exemplares vendidos entre França e Alemanha. É uma co-edição com a editora Annablume. Críticas aqui. De R$29,00 por R$20,30.
  • A verdade da poesia, do poeta, crítico literário e tradutor Michael Hamburger. De R$65,00 por 45,50.
  • Satíricon, de Petrônio. É considerada uma das obras mais importantes da literatura mundial. A tradução desta edição é nova e foi realizada diretamente do latim, com apresentação do escritor francês Raymond Queneau. Notas da imprensa escrita, aqui. Na livraria 30PorCento este livro sai de R$55,00 por R$38,50.

Fique atento às atualizações do Blog da 30PorCento; estamos de volta para 2008.

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Literatura

Paulo Rónai

18 dezembro, 2007 | Por admin

PAULO RÓNAI é tradutor, filólogo e ensaísta. Ou melhor, era. O centenário de nascimento do húngaro Paulo Rónai, falecido em 1992, foi lembrado na Universidade de São Paulo semana passada com uma mesa redonda comemorativa. Rónai formou-se em Literatura e Línguas Latina e Neolatina e chegou a especializar-se em literatura francesa ao defender uma tese sobre Balzac, 1m 1930. Entrou em contato com a língua portuguesa quando ainda estudava na universidade francesa Sourbonne, e sentiu a impressão de que a línguar era “um latim falado por crianças ou velhos, de qualquer maneira gente que não tivesse dentes. Se os tivesse, como haveria perdido tantas consoantes?” (fonte: Instituto Moreira Salles).

De Rónai, a 30PorCento conta com duas traduções. A primeira, da editora Cosac Naify, é um premiado juvenil chamado Os Meninos da Rua Paulo, do húngaro Ferenc Molnár, escrito em 1907. O livro foi adaptado ao cinema por Zoltán Fábri – o link é para a versão em VHS na Amazon, foi a única que achei – e recebeu uma indicação para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1969. O preço na 30PorCento é de R$ 31.00 Por R$ 21.70. A segunda tradução é da Edusp; Contos Húngaros, da coleção Criação e Crítica. Este volume é uma continuação dos contos magiares reunidos na Antologia do conto húngaro, publicado em 1957, com prefácio de seu amigo João Guimarães Rosa. Infelizmente, o livro da Edusp está esgotado.

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Natal com cultura – Presenter para Ler

17 dezembro, 2007 | Por admin

No último sábado, dia 15 de dezembro, a página E12 do caderno Ilustrada da Folha de São Paulo foi dedicada à indicação de 20 livros, de diferentes gêneros, para as compras deste fim de ano. Os créditos são de Adriano Schwartz, Eduardo Simões, Gabriela Romeu, Manuel da Costa Pinto, Marcelo Pen, Marcos Strecker, Mario Gioia e Noemi Jaffe.

Os diferentes gêneros são 5. Ficção estrangeira, ficção brasileira, não-ficção, arte/poesia e infantil. A 30PorCento só ficou de fora de uma categoria: ficção brasilieira. Foram sugeridos 4 livros por gênero, mas eu só vou citar os 4 da Cosac Naify e um da Ateliê Editorial e outro da Editora 34, ou seja, nossas editoras. Eles são:

Cosac Naify

Editora 34

Ateliê Editorial

Um dos livros citados foi ‘O livro dos Seres Imaginários’, um dos quatro lançados nas reedições recentíssima da Cia. das Letras da obra do argentino Jorge Luis Borges. O escritor portenho foi tema de uma boa matéria na revista piauí do mês de novembro. Não tenho ela aqui comigo então não lembro o nome do escritor autor do artigo.

4 livros da Cosac Naify

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Geraldo de Barros e a Moda

14 dezembro, 2007 | Por admin

Rei Kawakubo, Comme des Garçons e Geraldo de Barros. Uma combinação poliglota que espantou a filha de Geraldo, Fabiana de Barros. A grife nasceu no Japão em 1969; as roupas são criadas em Aoyama, Tokyo e fabricadas no Japão, na França e na Turquia. Rei tem 65 anos de idade e é “supercultuada”, como disse Alcino Leite Neto na matéria da Folha de São Paulo, que usou o feliz trocadilho no título do artigo: “Comme Geraldo”.

As camisetas – ao todo 5 – estampam obras em que o artista paulista usava muros e intervenções no negativo, todas dos anos 40 e 50. A editora Cosac Naify possue uma maravilhosa caixa chamada Geraldo de Barros: Sobras + Fotoformas organizada por Rubens Fernandes Junior. São dois livros, o fac-similar catálogo da exposição Geraldo de Barros: Peintre et Photographe de 1993 e Sobras, com colagens e montagens fotográficas de Geraldo.

O livro custa R$140,00 – o preço na 30PorCento é de R$98,00.

Aproveite para dar uma olhada nas coleções de moda e fotografia que temos no catálogo da livraria!

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