![](http://impostor.files.wordpress.com/2012/04/ilha-samico.jpg)
gravura de Samico.
O feitiço da ilha do Pavão, de João Ubaldo Ribeiro, foi publicado originalmente em 1997, após um silêncio editorial de oito anos – dois anos depois, ele lançaria o polêmico A casa dos budas ditosos.
O romance narra uma epopeia, da qual participam os habitantes de uma ilha imaginária no recôncavo bahiano, no Brasil colonial. A ilha do Pavão, geografia fantástica, é o microcosmo de uma sociedade composta por colonizadores portugueses, índios e negros – mundo ficcional que é também a representação de um povo, com suas peculiaridades de formação, seus pontos de tensão, suas glórias.
Uma utopia, mistura de crítica histórica e farsa de costumes, povoada por arquétipos caracterizados por variações linguísticas.
“Na verdade, não se fala na ilha do Pavão. Jamais se escutou alguém dizer ter ouvido falar na ilha do Pavão, muito menos dizer que a viu, pois quem a viu não fala nela e quem ouve falar nela não a menciona a ninguém. […] É sabido, porém, que a ilha frequenta os sonhos e pesadelos da gente do Recôncavo, que muitas vezes desperta no meio da noite entre suores caudalosos e outras vezes para entrar em delírios que perseveram semanas a fio. […] E muitos desaparecidos que nunca mais foram vistos podem bem estar na ilha do Pavão, embora certeza não haja, nem se converse ou escreva sobre o assunto”. Continue lendo
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