Arquivos da categoria: lançamentos

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Aurélio Becherini [Cosac Naify]

13 janeiro, 2009 | Por admin

A Revista da Cultura – publicação mensal gratuita da Livraria Cultura – de janeiro de 2009 ostenta em sua quarta capa um belíssimo anúncio da editora Cosac Naify. Seguindo a tradição P&B (preto e branco) da editora, o anúncio publicitário é sobre o próximo lançamento em comemoração ao aniversário de 455 anos da cidade de São Paulo, dia 25 de janeiro. Veja:

Aurélio Becherini - Cosac Naify

Aurélio Becherini - Cosac Naify

Como relata o anúncio, Aurélio Becherini foi o primeiro repórter fotográfico da capital paulista, cujo trabalho é fundamental para a história visual de São Paulo.

O livro terá ensaios de Rubens Fernandes Junior, Angela C. Garcia e José de Souza Martins. São 236 páginas e 193 ilustrações, datadas do período que vai de 1904 a 1934. A edição só estará a venda a partir do dia 24 de janeiro:

Lançamento

Lançamento de Aurélio Becherini e abertura da exposição
Aurélio Becherini: São Paulo em transição
Dia 24 de janeiro, às 16 horas.
Local: Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro, 1000, Paraíso
[Realização do Museu da Cidade de São Paulo e curadoria de Rubens Fernandes Junior]
Até 10 de maio. Segunda à sexta, das 10 às 20h.
Sábados, domingos e feriados, das 10 às 18h.
Tel.: (11) 3397 4000

O preço na 30PorCento será de R$29,40. Reservas: contato@30porcento.com.br

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Artes Plásticas

Picasso e Gertrude Stein

13 janeiro, 2009 | Por admin

Retrato de Gertrude Stein por Picasso. Óleo  sobre tela.
Retrato de Gertrude Stein por Picasso. Óleo sobre tela. 1906
O quadro acima pertence ao acervo do The Metropolitan Museum of Art, em New York. Na série Mestres da Pintura da Abril Cultural, na edição dedicada à vida e obra de Pablo Picasso, há um capítulo de sua biografia chamada “A Influência Africana”, que começa:

“Em 1906, uma tela marca uma transformação radical na linha pictórica picassiana: O Retrato de Gertrude Stein. Formulado a partir de 80 esboços e concluído sem a presença física da modelo, essa obra, assim como Auto-Retrato e Dois Nus, apresenta uma nova estrutura na composição, marcando o distanciamento do pintor das cadências vagamente humanitárias e elegíacas das fases azul e rosa. Surge um novo mundo, duro e bárbaro.”

e depois, justifica o título do capítulo

“O encontro com a arte negra será decisivo para a confirmação desta atitude. Ao descobrir as máscaras negras, Picasso encontra também uma nova forma de entender a arte, que responde a algumas de suas inquietações. Essa  nova visão do artista é complementada pelo encontro com as máscaras polinésias e a escultura pré-histórica dos celtíberos.”

A escritora norte-americana conheceu Picasso quando este mudou-se para Paris, em 1904. No posfácio que Flora Süssekind escreveu para o livro lançado pela Cosac Naify em novembro de 2008, lemos o seguinte:

“(…)acompanhada de Leo, seu irmão mais próximo, instalaram-se em Paris, na Rue de Fleurus n. 27, em 1903. Aí os dois começam uma coleção de arte e promovem reuniões semanais muito concorridas, criando um círculo de amizades que incluiria Picasso, Guillaume Apollinaire, Georges Braque, Marie Laurencin, Matisse, Erik Satie, Jean Cocteau, e americanos também auto-exilados como Ernest Hemingway, Scott e Zelda Fitzgerald e Paul Bowles.”

Gertrude Stein (1913) por George Eastman House / Getty Images.

Gertrude Stein (1913) por George Eastman House / Getty Images.

O livro Três Vidas, de Gertrude Stein, é o último lançamento da coleção Mulheres Modernistas, da Cosac Naify, e pode ser adquirido com 30% de desconto no endereço abaixo:

http://30porcento.com.br/tres_vidas.html

Três Vidas, de Gertrude Stein. Cosac Naify.

Três Vidas, de Gertrude Stein. Cosac Naify.

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The Paris Review: nova Edição (187) de Inverno

12 janeiro, 2009 | Por admin

Não seremos redundantes. Se você quiser saber o que é a The Paris Review, como surgiu e etc., leia: The Paris Review na wikipedia (en).

O número 187 da revista literária – a edição de inverno, já que a revista é impressa com uma “trimestralidade sazonal” –  saiu há poucos dias atrás. Eis a capa:

Número 187 da The Paris Review

Número 187 da The Paris Review

Esta edição vem com uma entrevista concedida pela poetisa norte-americana Kay Ryan. Nada se falou sobre ela aqui no Brasil, mesmo depois de ter sido nomeada “Poet Laureate” pela Biblioteca do Congresso dos EUA em 2008. Uma matéria sobre a poetisa saiu no New York Times, com alguns poemas entremeados no artigo.

An hour
of city holds maybe
a minute of these
remnants of a time
when silence reigned,
compact and dangerous
as a shark.

Como de costume, novas obras de ficção foram publicadas. Os autores, também desconhecidos para nós, são: Damon Galgut, Maile Meloy, e Padgett Powell.

Além disso, há uma série de correspondências do roteirista Vijay Balakrishnan (todas as obras são inéditas no Brasil) onde ele relembra sua cidade natal Tamil Nadu, na Índia.

“Porfólios” de poesia de David Baker e D. Nurkse.

+ 5 poemas de Kay Ryan e fotografias do Alaska e da Noruega, por Corey Arnold.

A revista disponibiliza excertos das matérias na página da nova edição: Edição 187 da The Paris Review.

PS: Se alguém souber de algum lugar ond e pode-se comprar a revista aqui no Brasil (de preferência em São Paulo), por favor me avise.

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Coleção Adorno – Editora Unesp

6 novembro, 2008 | Por admin

A Editora Unesp lançou este mês o primeiro volume de sua nova coleção sobre a filosofia de Theodor W. Adorno. Segundo o boletim da editora:

“Empreendimento editorial que visa fornecer ao leitor brasileiro, de maneira padronizada, os principais textos publicados por Adorno. Serão editados os trabalhos mais importantes ainda não publicados em português, assim como novas traduções, em quatro coletâneas: Escritos sobre música, Escritos sobre sociologia, Indústria cultural e Escritos de psicologia
social e psicanálise. Todos seus volumes são acompanhados por uma Introdução que contextualiza a obra no interior da experiência intelectual adorniana, atualiza os debates
dos quais ela fazia parte e expõe os desdobramentos e influências da referida obra no cenário intelectual do século XX.”

Livro inaugural da Coleção Adorno, As estrelas descem à Terra aborda temas tradiconal- mente ligados ao “núcleo duro” do pensamento do filósofo, como a interpenetração entre o racional e o irracional, o processo de dominação característico do capitalismo tardio e a cultura de massas. Analisando o conteúdo da coluna astrológica de Carroll Righter, consultor de vários atores e atrizes de Hollywood, no Los Angeles Times dos anos 50, Adorno busca entender o que este tipo de publicação significa em termos da reação dos leitores, tanto em um nível aparente e evidente como em um nível mais profundo.

O livro sai por R$22.40 no site da 30PorCento. Clique aqui para comprar.

As Estrelas Descem - Theodor W. Adorno

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Manguebeat revisitado em show e livro

26 setembro, 2008 | Por admin

Na última página do caderno ilustrada na Folha de São Paulo de hoje fiquei sabendo de uma série de apresentações que começam hoje e vão até domingo no Sesc Pompéia e que fazem referência ao Manguebeat, gênero marcante dos anos 90 na cena musical brasileira.

Diz a reportagem que os shows fazem parte da série Era Iluminada, um projeto do Sesc que se propõe apresentar um panorama de movimentos da música brasileira. Esta é a nona edição e o tema é o Manguebeat.

Hibridismos Musicais de Chico Science & Nação Zumbi

Coincidência ou não, a Ateliê Editorial lançou no primeiro semestre deste ano um livro que trata dos Hibridismos Musicais de Chico Science & Nação Zumbi, respondendo à perguntas como: “Que importância e significados teve o Manguebeat para a cultura de Pernambuco e para a música brasileira?”, ou “Como se estruturam as letras e músicas do grupo Chico Science & Nação Zumbi, um dos principais expoentes da cena musical recifense dos anos 1990?” e também “Quais foram as polêmicas causadas pelas mesclas poético-musicais entre tradição e modernidade que o grupo produziu?“.  As respostas são dadas através de análises de letras de músicas do movimento. O autor é Herom Vargas que, segundo o site da Ateliê Editorial, é doutor em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e professor e é também membro da seção latino-americana da International Association for Study of Popular Music.

Para adquirir o livro basta clicar neste link e pagar R$23,10.

E para o show, basta ir ao Sesc Pompéia (Rua Clélia, 93, Lapa) hoje ou amanhã às 21h ou domingo às 18h. Ingressos de R$6 a R$24.

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Lasar Segall: arte em sociedade

21 setembro, 2008 | Por admin

Para quem não conhece Luciano Trigo (escritor, jornalista, tradutor e editor de livros) e seu blog (Máquina de Escrever) fique sabendo que todo domingo ele publica uma seleção de livros recomendados de diversos assuntos. E este domingo um livro publicado pela editora Cosac Naify foi alvo de suas resenha:

Lasar Segall: arte e sociedade

Lasar Segall: arte e sociedade, de Fernando Antonio Pinheiro Filho.

Diz Trigo: “o autor envereda por duas trilhas pouco exploradas nos ensaios sobre o artista. Primeiro, ele recupera a importância dos trabalhos decorativos de Segall, feitos por encomenda para a alta sociedade paulistana das décadas de 20 e 30 (e todos hoje desaparecidos) – a mesma alta sociedade que rejeitara, num primeiro momento, a arte modernista. Segundo, revela como a bem-sucedida trajetória do pintor se entrelaçou com uma estratégia de inserção nos círculos sociais que patrocinavam a atividade artística.”

O livro foi lançado em junho de 2008 pela Cosac Naify  e está a venda na Livraria 30PorCento por R$ 29,40.

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Lançamento CosacNaify – Cadernos Etíopes de J. R. Duran

15 setembro, 2008 | Por admin

O lançamento de Cadernos etíopes da Cosac Naify, de J. R. Duran, um dos fotógrafos de maior evidência internacional, registra a passagem do fotógrafo pela Etiópia em um livro que mescla diário de viagem e ensaio fotográfico, promovendo um diálogo lúdico e lírico entre fotografia, literatura e etnografia.

Infelizmente o lançamento ocorreu durante a I-Contemporâneo – Circuito de Fotografia 2008 que terminou ontem no Shopping Iguatemi. O livro já pode ser adquirido pela Livraria 30PorCento clicando aqui.

Menino da tribo Dhasanech, Etiópia.

Menino da tribo Dhasanech, Etiópia, fotografada por J.R. Duran

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Alan Pauls no Brasil para lançar seu novo livro pela Cosac Naify

2 setembro, 2008 | Por admin

O escritor argentino Alan Pauls desembarcou hoje no Brasil para divulgar seu novo livro “História do Pranto“. Os lançamentos ocorrerão hoje a noite no Rio de Janeiro e amanhã em São Paulo, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional às 19hrs. O autor já esteve no Brasil em 2007 para participar da FLIP (festa literária internacional de paraty) em um debate sobre seu primeiro livro publicado pela Cosac Naify “O Passado“, livro que ganhou destaque ao servir de roteiro para o filme homônimo do diretor brasileiro Hector Babenco. O lançamento no Conjunto Nacional contará com a presença da jornalista Sylvia Colombo, que entrevistará Alan Pauls.

Alan Pauls no Brasil para lançar seu novo livro pela Cosac Naify

Alan Pauls na Livraria 30PorCento.

O Passado.

História do Pranto.

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Lançamento CosacNaify – História do Pranto de Alan Pauls

5 agosto, 2008 | Por admin

Acaba de sair pela Cosac Naify o segundo livro publicado pela editora do escritor argentino Alan Pauls. Recorde de vendas da editora, o primeiro livro do autor, O Passado, fez sucesso no cinema com a adaptação do brasileiro Hector Babenco e o ator Gael Garcia Bernal.

História do Pranto - Alan Pauls

O release no site da editora diz que “o livro mescla de modo original o romance psicológico e a novela política. Alan Pauls usa o testemunho vertiginoso de um garoto que acreditava ser o Super-Homem para recuperar a história da esquerda argentina dos anos 70.”

Para comprar na Livraria 30PorCento – de 29 por 20,30 reais – clique aqui.

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Emily Dickinson traduzida por Augusto de Campos

4 agosto, 2008 | Por admin

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Emily Dickinson: Não sou ninguém

Emily Dickinson traduzida por Augusto de Campos

Emily Dickinson nasceu em Amherst, Massachusetts, em 1830, e morreu na mesma cidade em 1886. Por volta de 1860, iniciou a fase madura de sua poesia e, salvo dez poemas divulgados em jornal, a obra de Emily só foi difundida após a sua morte. De intensa emoção concentrada, sua poesia é única e antecipatória em termos de densidade léxica e liberdade sintática. Esse volume traz 45 poemas traduzidos por Augusto de Campos, poeta e ensaísta, um dos fundadores da poesia concreta, com longo percurso como tradutor, abrangendo, em numerosos livros, dos trovadores provençais até Cummings.” (fonte: site oficial da editora unicamp)

Na livraria 30PorCento de 25,00 por R$17,50. Aqui.

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Joaquim Nabuco – Coleção “Prosa do Observatório” da CosacNaify

8 junho, 2008 | Por admin

A coleção Prosa do Observatório da editora CosacNaify ganhou recentemente seu quarto título: do brasileiro Joaquim Nabuco, o célebre político, diplomata, historiador, jurista e jornalista brasileiro, foi lançado o livro Balmaceda, análise dos acontecimentos políticos envolvendo o presidente do Chile José Manuel Balmaceda, do fim do século XIX.

Esta coleção tem como coordenador editorial Davi Arrigucci Jr. que define o pitoresco conjunto de títulos da seguinte forma:

“Uma coleção misturada e aberta, reunindo em livros de ficção ou ensaio escritores hispano-americanos e brasileiros que não podem deixar de ser lidos. Faz eco ao projeto de prosa experimental de Julio Cortázar, mas recolhe desde narrativas raras e estranhas do uruguaio Felisberto Hernández, até um ensaio histórico de nosso Joaquim Nabuco. Além disso, pode trazer para o diálogo textos latino-americanos de todos os tempos, sobre outras artes – pintura, arquitetura, escultura, fotografia ou cinema -, tudo de cambulhada, como diria Machado, patrono de nossas letras mestiças.”

A série compõe-se, em ordem cronológica, dos seguintes títulos:

  1. A invenção de MorelAdolfo Bioy Casares. Como bem definiu borges: “Discuti com o autor os pormenores da trama e a reli; não me parece uma imprecisão ou uma hipérbole qualificá-la de perfeita.” (De R$ 42.00 Por R$ 29.40)
  2. O cavalo perdido e outras históriasFelisberto Hernández. Do autor, Italo Calvino disse: “Felisberto é um escritor que não se parece com nenhum outro: com nenhum europeu e nenhum latino-americano; é um franco-atirador que desafia toda classificação ou rótulo, mas que se mostra inconfundível ao abrirmos qualquer uma de suas páginas.” (De R$ 47.00 Por R$ 32.90)
  3. Só para fumantesJulio Ramón Ribeyro. Seu compatriota Mario Vargas Llosa definiu: “Considero Ribeyro um contista magnífico, um dos melhores da América Latina e provavelmente da língua espanhola, injustamente não reconhecido como tal.” (De R$ 47.00 Por R$ 32.90)
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Especial cosacnaify: O Passado em filme e livro + uma sacola de pano

1 junho, 2008 | Por admin

A editora Cosac Naify lançou uma sacola para os livros de O Passado. São duas versões: a primeira é o romance escrito por Alan Pauls que serviu de base para o filme de Hector Babenco. A segunda é o making of do filme, assinado pelo próprio Babenco. A sacola não é novidade na editora. Há alguns meses foi lançado uma bela sacola com 7 volumes da coleção escritoras modernistas, descrita aqui neste blog. A 30PorCento, como sempre, passa a comercializar esta coleção – com a sacola, diga-se de passagem – de R$ 118,00 Por R$ 82,60.

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Inimigo Rumor 20 – CosacNaify

30 abril, 2008 | Por admin

Para comemorar os 10 anos da publicação da revista “Inimigo Rumor”, publicação editada inicialmente pelos poetas Carlito Azevedo e Júlio Castañon Guimarães, o Blog da livraria 30PorCento disponibilizou uma resenha da edição de estréia da revista. Esta resenha foi publicada em 14/06/1997, no extinto “Jornal de Resenhas”, suplemento dominical da Folha de S. Paulo que hoje nos faz tanta falta. A resenha publicada neste artigo pode ser encontrado na página 787 do volume 1 do livro que reuniu toda a trajetória do Jornal de Resenhas, editado em 2001 pela Discurso Editorial. Clique aqui para encomendar o livro. Para comprar a edição 20 de “Inimigo Rumor” com 30% de desconto, clique aqui.

Eis a transcrição literal:

Vozes da Poesia Brasileira
Heitor Ferraz

Inimigo Rumor n1. Carlito Azevedo e Júlio Castñon Guimarães (Orgs.) Sette Letras, 110 págs.

Numa carta enviada a Clarice Lispector, nos anos 40, João Cabral de Melo Neto propunha a criação de uma revista literária que se chamaria “Antologia”. Pela proposta do poeta, a revista não teria um “programa formulado”. Seria “qualquer coisa como um balanço de antes do fim do ano”. Ele mesmo se encarregaria de imprimir os textos em sua prensa manual. Até onde se sabe, o projeto não vingou. A carta de Cabral a Clarice, escrita numa época em que escritores tão diferentes mantinham diálogo aberto e constante, reaparece agora nas páginas da revista de poesia “Inimigo Rumor”.

Certamente a proposta de Cabral agradou aos dois editores. Neste primeiro número, eles preferiram não escrever um editorial, no qual exporiam suas pretensões. Em cinco breves linhas, contentaram-se em anotar a origem do nome da revista (que provém do título de um livro do poeta cubano José Lezama Lima, “Enemigo Rumor”) e dizer que ela se destina “preponderantemente à publicação de poemas e de textos críticos ou documentais referentes a poesia”.

Com essa postura, os editores se abrem, de alguma forma, para a pluralidade de vozes que circula hoje na poesia brasileira. A mostra que trazem já neste número de estréia é prova disso. A revista publica, numa primeira seção, poemas inéditos de poetas já consolidados pela crítica e público, como Haroldo de Campos, Sebastião Uchôa Leite, Francisco Alvim e Armando Freitas Filho, além de poemas de Ronald Polito. O leitor atento poderá fazer comparações curiosas entre essas vozes aparentemente dissonantes, encontrando possíveis pontos de afinação durante a leitura de um e outro poeta.

Apontar equivalências poderia soar disparatado ou pura heresia, já que sabemos como este campo é minado pelas divergências, na maior parte das vezes mais pessoais do que propriamente literárias. A revista acaba servindo como sugestão para um exercício: perceber até onde a poesia de grande plasticidade de Haroldo de Campos encontra surpreendentes afinidades com a de Armando Freitas Filho, ou a brevidade poética e a coloquialidade de Francisco Alvim podem se aproximar dos versos curtos e mentais de Sebastião Uchôa Filho.

A ausência de um editorial, no caso, acaba permitindo a curiosa pesquisa, já que nenhum programa foi formulado nas páginas da revista, a não ser o não-programa de Cabral, o de fazer “qualquer coisa fora do tempo e do espaço – um pouco como nós vivemos”. Esta “ausência”, que ainda simplesmente agrega poetas que se colocavam em campos opostos, já apresenta subliminarmente em debate uma questão nuclear: até onde as discordâncias resistem a um exame crítico mais detido – já que partem, todos, dentro da poesia brasileira, da leitura dos poetas do primeiro modernismo até João Cabral de Melo Neto?
Mesmo assim, “Inimigo Rumor”, que terá uma periodicidade quadrimestral, põe em circulação uma produção intelectual que raramente encontra espaço em outras revistas do gênero. Os três textos acolhidos na seção de ensaios versam sobre poetas historicamente consagrados. O crítico Sergio Alcides comparece com uma instigante investigação sobre a memória e a melancolia na obra de Claudio Manuel da Costa, dialogando com a melhor tradição crítica do arcadismo mineiro; já Telê Ancona Lopez, na tônica da crítica genética, analisa os manuscritos e a gênese de “Lira Paulistana”, de Mário de Andrade; e, por fim, Murilo Marcondes de Moura esmiuça o poema “Noturno à Janela do Apartamento”, de Carlos Drummond de Andrade.

A revista traz também, além da carta de Cabral, traduções de poemas de José Lezama Lima, feitas pela poeta Josely Vianna Baptista, e uma série de poemas francesa que vai de Valéry ao contemporâneo Jacques Roubaud. E ainda uma seção de resenhas. O único problema editorial encontrado é a falta de informações sobre os tradutores e ensaistas, um problema que poderá ser resolvido no próximo número que já está em preparação.

Num momento em que pelo menos outras duas revistas do gênero já circulam no Rio – “Poesia Sempre” e “Carioca” -, a caçula “Inimigo Rumor” procura, com toda simplicidade gráfica e seguindo um modelo mais tradicional na sua divisão interna, ser mais do que um prazeroso espaço de divulgação poética, mas de fato uma “antologia” de textos que suscita o debate estético, pela sua própria abertura e conformação. Se hoje ele ainda não é explícito, em breve o será, já que a revista se apresenta como uma importante câmara de ecos da produção poética brasileira mais significativa e – tomando como base o primeiro número – consegue fugir do personalismo habitual.

Geometria Urbana 1

Dia 3 de maio (sábado): Não perca neste Blog uma tradução em comemoração aos 80 anos da publicação de Macunaíma, de Mario de Andrade. O título do artigo foi “Long-Lost Trove of Music Connects Brazil to Its Roots” publicado dia 25/01/2007.

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Artes Plásticas

Ateliê Editorial: Goethe e Hackert – Sobre a Pintura de Paisagem

17 março, 2008 | Por admin
  • Aos 38 anos, na Itália, Goethe tornou-se aluno de pintura de paisagens com o alemão Jacob Philipp Hackert, 12 anos mais velho. Tornaram-se amigos e muito provavelmente admiravam-se um ao outro. O livro lançado pela Ateliê Editorial gira em torno dos “Fragmentos Teóricos” do pintor, editados pelo poeta.
  • A autora, Claudia Valladão de Mattos, da Unicamp, escreveu um artigo em tom de prefácio para a revista do programa de pós-graduação do departamento de letras da UFRJ – link para o número 10 da edição online da revista – entitulado “A pintura de paisagem entre arte e ciência: goethe, hackert, humboldt” em 2004.
  • Há no MASP uma exposição batizada de “A Natureza das Coisas: Paisagens e naturezas-mortas na coleção MASP”, no segundo andar do edifício. Em uma das paredes que sustentam um texto introdutório e explicativo lê-se: “A idéia da paisagem como tema da arte é atribuida, não a um pintor, mas a um poeta: Francesco Petrarca (1304-1374), conhecido como o pai do humanismo e quem primeiro se referiu à Idade Média como a Idade das Trevas. Em 26 de abril de 1336 ele subiu o Monte Ventoux, de 1900m de altura, na Provence, com isso abrindo lugar, simbolicamente, no mundo erudito e na pintura em particular, para o prazer de olhar. Ele mesmo não transformou essa experiência sensorial aguda que é escalar uma montanha numa nova filosofia de vida: tendo lido Santo Agostinho que ‘os homens adimiram-se de ver a altura dos montes, as grandes ondas do mar, a latitude imensa do oceano e o curso dos astros e com isso se esquecem do muito que têm de admirar em si mesmos”, Petrarca reconheceu que nada é tão vasto quanto a alma humana e que nela havia temas mais urgentes a tratar. De todo modo, a partir do século XVI a paisagem é visível cada vez mais na pintura até transformar-se, com o Romantismo, em tema auto-suficiente. Desde então, e até o Modernismo, foi vista como modo de entender a vida humana, em variante da proposta renascentista de conhecer o mundo através do homem. A natureza deixou de ser o cenário inevitável da ação humana num mundo ainda vastamente desurbanizado para tornar-se sinal de algo maior do que o homem e que detinha seu mistério. (Teixeira Coelho, Curador-coordenador, MASP)
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lançamentos

Lançamentos CosacNaify

11 março, 2008 | Por admin

Há uma longa lista de lançamentos da editora Cosac Naify desde o último artigo deste blog. Vou enumerá-los abaixo com as respectivas matérias de destaque na imprensa – principalmente a Folha e o Estadão – e os links para a 30PorCento. Os lançamentos são:

  • Matisse – escritos e reflexões sobre arte. Com fotografia de Henri Cartier-Bresson (exclusivas do volume brasileiro) e tradução de Denise Bottmann. Clique aqui para ler as resenhas da Folha, da Bravo e do Estadão. Na livraria 30PorCento o preço especial é de R$120,00 por R$84,00.
  • Alexandre Herchcovitch (Coleção Moda Brasileira – vol. 1). O autor é Charles Cosac – um dos sócios da editora. São 160 páginas permeadas por 179 ilustrações. De R$48,00 por R$33,60.
  • Paris não tem fim, de Enrique Vila-Matas. No site da editora há uma interessante entrevista com o autor intitulada MOLDADO À LITERATURA. O tradutor é Joca Reiners Terron. Na 30PorCento, de R$45,00 por R$31,50. Opiniões da imprensa, aqui.
  • A África fantasma, de Michel Leiris. É mais um livro que a editora lança no tema de Sociologia, neste caso uma “Missão Etnográfica e Lingüística” africana. O livro conta com 36 imagens da missão em preto-e-branco, entre fotografias, desenhos e mapas. De R$69,00 por R$48,30.
  • Carta a D. – História de um amor. De André Gorz. Último livro do filósofo e sociologo austríaco, tem mais de cem mil exemplares vendidos entre França e Alemanha. É uma co-edição com a editora Annablume. Críticas aqui. De R$29,00 por R$20,30.
  • A verdade da poesia, do poeta, crítico literário e tradutor Michael Hamburger. De R$65,00 por 45,50.
  • Satíricon, de Petrônio. É considerada uma das obras mais importantes da literatura mundial. A tradução desta edição é nova e foi realizada diretamente do latim, com apresentação do escritor francês Raymond Queneau. Notas da imprensa escrita, aqui. Na livraria 30PorCento este livro sai de R$55,00 por R$38,50.

Fique atento às atualizações do Blog da 30PorCento; estamos de volta para 2008.

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