Arquivos da categoria: Literatura

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Suicídios exemplares – Enrique Vila-Matas

10 junho, 2009 | Por admin

Lançamento imperdível. Quinto livro publicado pela Cosac Naify do catalão Enrique Vila-Matas. Suicídios Exemplares.

O release da editora basta: “Enrique Vila-Matas constrói, com ironia e humor afiado, dez histórias em que os protagonistas flertam constantemente com o suicídio. Este, porém, nunca chega a acontecer de fato – pelo menos não da forma como se imagina. Escrito em 1991, o livro já possui o germe do “não” (suicidar-se, desparecer, não escrever) que aparecerá em Bartleby e companhia e outros títulos do autor. Em Suicídios exemplares, a ideia de se matar torna-se a saída para as decepções ou ausências nas vidas dos personagens, mas algo sempre acontece e muda o desfecho esperado. Com narrativas cheias de imaginação, sutileza e inteligência, a obsessão pelo suicídio acaba, paradoxalmente, por afastar a tentação da morte, e torna-se um incentivo para a vida, transformando positivamente a ação dos heróis de Vila-Matas.”

O livro foi notícia no Estadão.

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Hotel Novo Mundo – Ivana Arruda Leite

10 junho, 2009 | Por admin

A editora 34 é uma daquelas editoras que fogem da segurança de publicar antologias e retrospectivas de romancistas consagrados e apostam nas novas gerações – boas ou más – de escritores brasileiros. Foi assim com Isaias Pessoti na década de 90, e é agora com Ivana Arruda Leite. Natural de Araçatuba e formada em sociologia pela USP, Hotel Novo Mundo é o primeiro romance publicado pela autora (que já havia publicado contos e uma novela).

Ivana mantém um blog desde 2007no endereço http://doidivana.wordpress.com/, atualizado com fiel frequência.

O livro se passa num hotel barato do centro de São Paulo, onde se cruzam as histórias de várias personagens, tendo como elo de ligação a figura de Renata, uma ex-prostituta que, traída pelo marido rico, abandona sua casa no Rio de Janeiro e transfere-se para a metrópole paulistana.

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Literatura

(SWR-Bestenliste) Escolhidos de maio da crítica literária alemã

29 abril, 2009 | Por admin

A SWR-Bestenliste é um ranking mensal de obras literárias escolhidas por 30 críticos literários alemães e que serve, não sei com que grau de qualidade, de termômetro para o mundo (leia mercado) editorial alemão.

A lista de maio de 2009 foi publicada hoje. Transcrevo-a abaixo:

  1. RALF ROTHMANN: Feuer brennt nicht
  2. DAVID RIEFF: Tod einer Untröstlichen
  3. Cher ami…Votre Marcel Proust
  4. NICHOLSON BAKER: Menschenrauch
  5. LARS GUSTAFSSON: Frau Sorgedahls schöne weiße Arme
  6. OLGA TOKARCZUK: Unrast
  7. REINHARD JIRGL: Die Stille
  8. CHRISTOPH PETERS: Mitsukos Restaurant
  9. ANNA KATHARINA HAHN: Kürzere Tage
  10. KATHRIN SCHMIDT: Du stirbst nicht

Os títulos acima levam você às descrições dos livros e autores selecionados. A página está em Alemão sem versão para o Inglês.

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Literatura

Flip 2009 – atualizações

28 abril, 2009 | Por admin

Direto do twitter da Flip2009, os últimos anúncios da Festa Literária:

. Cristóvão Tezza, autor do elogiado romance O filho eterno (2007), confirma presença na FLIP 2009.

. Milton Hatoum, um dos nomes mais destacados da literatura brasileira contemporânea, dividirá mesa com Chico Buarque.

. O francês Grégoire Bouillier confirma participação e dividirá mesa com Sophie Calle.

. O mexicano Mario Bellatin, um dos nomes mais importantes da nova literatura latino-americana, também estará na FLIP.

. Os autores da mesa de quadrinhos da FLIP estão no twitter – @fabiomoon, @Gabriel_Ba, @rafaelgrampa.

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lançamentos

Hanif Kureishi – Tenho Algo a te Dizer

25 fevereiro, 2009 | Por admin

O escritor londrino Hanif Kureishi ganhou a matéria de capa do Caderno 2 do Estadão de hoje. Kureishi, que quando jovem tinha vergonha de ser descendente de paquistaneses, teve seu último romance – considerado seu mais ambicioso livro pelo autor da matéria – traduzido e publicado pela Companhia das Letras.

A editora acompanha a carreira do escritor desde seu primeiro romance lançado. O Buda do Subúrbio chegou às livrarias inglesas em 1990 e foi traduzido para o português em março de 1992. Seguiram-se O Álbum Negro, Intimidade, O Dom de Gabriel, O Corpo e o recém-lançado Tenho Algo a Te Dizer. [clique nos links acima para ler um trecho de cada obra no site da Cia. das Letras]

O escritor possui um site oficial que, infelizmente, não é atualizado desde 2001, na época do lançamento d’O Dom de Gabriel. Porém, há uma coletânea de contos e ensaios disponíveis, em inglês, que valem a visita: hanifkureishi.com

Síndrome de Marienbad

O artigo publicado no Estadão faz uma referência, no primeiro parágrafo, à Síndrome de Marienbad, “Os personagens de seu novo romance, Tenho Algo a te Dizer, sofrem da síndrome de Marienbad, fazendo tudo para esquecer o que aconteceu lá atrás – e quanto mais tentam, mais lembram.” Se você fizer uma busca na internet provavelmente será infecundo. A única informação disponível que talvez esclareça a comparação do jornalista, é esta:

Ano Passado em Marienbad, filme de Alain Resnais. “Ambientado em um hotel europeu, este filme tem três personagens principais: o Narrador, que faz o voice-over do filme; a Mulher, por quem o Narrador é obcecado; e o Outro Homem, com que a Mulher veio para o hotel. O Narrador fala repetidamente para a Mulher, que eles passaram o ano anterior juntos e implora que ela parta com ele. A Mulher se mantém dizendo que desconhece o que ele está falando, mas seu comportamento demonstra o contrário.

Ainda sobre o artigo, vale a pena buscar “a tradição satírica de Jonathan Swift”, escritor irlandês do século XVII, cuja compilação de escritos satíricos Modesta Proposta e Outros Textos Satíricos foram publicados pela editora Unesp.

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Literatura

Artigos sobre John Updike

17 fevereiro, 2009 | Por admin

Há 21 dias John Updike, escritor norte-americano, morreu. Já foi tempo suficiente (perdoem-me desde já a falta de sensibilidade) para ínumeros artigos, críticas e semi-biografias serem publicados na mídia impressa e digital. Compilei aqui algumas das principais matérias sobre Updike, a maioria em inglês:

John Updike

Leia trecho do romance ‘Terrorista’, de John Updike. (Estadão)

Leia o obtuário de “John Updike, a Lyrical Writer of the Middle-Class Man, Dies at 76”, no The New York Times.

Veja um conjunto de imagens (128) em memória de John Updike, no Flickr.

Ouça um Podcast onde o próprio John Updike comenta sobre seu livro Terrorist, gravado em 6 de junho de 2007 na Free Library of Philadelphia.

Ouça um Podcast onde Roger Angell lê o conto “Playing with Dynamite”, de John Updike, e conversa com a editora chefe de ficção da revista The New Yorker, Deborah Treisman.

Leia um excelente artigo escrito pelo escritor britânico Ian McEwan: “On John Updike”, publicado no The New York Review of Books.

Leia uma matéria sobre a rotina de escritor de John Updike, considerados um dos mais prolíficos escritores modernos.

Leia aqui um outro obtuário, desta vez do editor de John Updike, Alfred A. Knopf Jr., que faleceu -infeliz coincidência – no dia 14 de fevereiro de 2009.

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Agenda

Inéditos de Julio Cortázar

16 fevereiro, 2009 | Por admin

Foi publicado hoje, 15 de fevereiro de 2009, no Estadão, uma matéria sobre o lançamento de textos inéditos, para maio, do escritor argentino Julio Cortázar. O Luis Favre prestou a gentileza de publicar em seu blog a íntegra do artigo. Leia O baú das preciosidades de Julio Cortázar.

O mote do artigo, escrito por Luiz Zanin Oricchio, é o fato de que “a editora espanhola Alfaguara promete, para maio, um sólido volume de inéditos do autor, reunidos sob o título de Papeles Inesperados.”

O site oficial da Editorial Alfaguara adiantou que “o livro reúne 11 contos nunca antes publicados; 3 histórias de cronópios que haviam desaparecido; 1 capítulo inédito d’O Livro de Manuel; 11 episódios protagonizados por Lucas [do livro Um Tal Lucas]; 4 auto-entrevistas; 13 poemas inéditos; artigos sobre literatura, pintura, política, viajens; discursos; prólogos; e textos inclassificáveis, entre outras muitas páginas de inegável valor literário.”

Leia o texto completo, Julio Cortázar, veinticinco años después, no site da Alfaguara. O livro a ser publicado em maio chamar-se-á Papeles inesperados.

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Literatura

Tradução do Francês é nova categoria do Jabuti

14 fevereiro, 2009 | Por admin

Foi publicado na Folha de São Paulo de hoje, 14 de fevereiro de 2009, a notícia da criação de uma nova categoria no tradicional prêmio literário Jabuti voltada para as traduções do Francês.

“A Câmara Brasileira do Livro decidiu incluir a categoria tradução de obras de ficção do francês para o português no tradicional Prêmio Jabuti, como homenagem à língua francesa no Ano da França no Brasil. Com a inclusão, a premiação contemplará 21 categorias no total. As inscrições para o prêmio, de obras publicadas no ano passado, vão de março a maio. Em setembro, serão escolhidos os três primeiros colocados de cada categoria, e, em novembro, serão anunciados o livro do ano de ficção e de não-ficção.”

A notícia é boa, na minha humilde opinião. Enquanto observamos a estreiteza norte-americana que possui sua vida literária voltada única e exclusivamente para o que é produzido dentro de seu território, temos um exemplo brasileiro bastante profícuo.

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Literatura

A Literatura do Império Austro-Húngaro

12 fevereiro, 2009 | Por admin

O exuberante Império Austro-Húngaro foi instituido em 1867 e dissolvido em 1918. Cinquenta e um anos foram suficientes para impelir o desenvolvimento de uma literatura vigorosa. Um artigo no blog “Conversational Reading” deixa isto claro: “Uma grandiosa cidade (Vienna) envolta por um grandioso império (Austro-Húngaro) era digna de uma grandiosa literatura.”

A lista da Ficção Austro-Húngara que o artigo da “Conversational Reading” levanta é vasta: Kafka, Elias Canetti, Rilke, Arthur Schnitzler, Italo Svevo e etc. O blog vale a visita, ainda mais se o visitante possui um cartão de crédito internacional e puder encomendar algum dos autores citados através da Amazon. Além disso, as memórias de Stefan Zweig, escritor austríaco de ascendência judaica, sintetizam a fecunda atmosfera do império.

Aqui no Brasil, os dois nomes que me saltam à memória e que reverberam este antro literário são Paulo Rónai e Otto Maria Carpeaux.

Paulo Rónai nasceu em Budapeste e imigrou ao Brasil em 1941, ganhou imenso prestígio como tradutor – em Budapeste, foi professor de latim e língua italiana, dedicou-se aos estudos acadêmicos de francês, fez parte da equipe de tradução do colossal A comédia humana, de Balzac, além de ter criado a ABRATES (Associação Brasileira de Tradutores), da qual foi também primeiro secretário-geral. Enfim, um monstro.

Otto Maria Carpeaux, veio ao mundo em Viena e chegou ao Brasil em 1939. Para se ter uma idéia da grandiosidade de Carpeaux, basta relembrarmos um artigo que Carlos Heitor Cony escreveu na Folha de São Paulo: “Foi com pavor que me aproximei de Otto Maria Carpeaux, no início dos anos 60, quando entrei para o “Correio da Manhã” … onde ele era o principal editorialista do jornal. Já haviam sido publicados os primeiros volumes de sua monumental História da Literatura Ocidental, eu havia lido a Cinza do Purgatório, Origens e Fins e Livros na Mesa. Considerava o seu prefácio à edição brasileira de Os Irmãos Karamazov tão esclarecedor e importante quanto o próprio texto de Dostoiévski. Esse monstro ali estava, andando de mesa em mesa, fumando sem parar, esperando a reunião das 18h em que se discutiria a linha do editorial e dos tópicos que compunham a página de opinião, a famosa página 6 do velho Correio … ao final de cada palestra, havia debates, os estudantes faziam as perguntas, eu respondia com milhões de palavras e não era entendido. Carpeaux pensava um pouco, dizia cinco, seis, dez palavras -e estava tudo ali. Decididamente, um monstro.”

links

A literatura húngara contemporânea pode ser contemplada no seu site oficial, Literatura Húngara Online > http://www.hlo.hu/index.ivy

O artigo do blog Conversational Reading é este > http://is.gd/jmN9

A Cosac Naify publicou a tradução de Paulo Rónai para o livro Os meninos da rua Paulo, do húngaro Ferenc Molnár > Livraria 30PorCento

A Editora do Senado reeditou em 2008 a monumental História da Literatura Ocidental, em 4 volumes, de Otto Maria Carpeaux. Para comprar > Livraria do Senado

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Literatura

Charles Darwin – Bicentenário

12 fevereiro, 2009 | Por admin

Minha contribuição ao bicentenário de nascimento do grandioso cientista britânico Charles Darwin é a indicação de uma publicação da editora Unesp que estava esgotada mas, felizmente, já está disponível para compra através do recém-criado sistema de impressão sob-demanda da editora.

O livro é As Cartas de Charles Darwin – uma seleta, 1825-1859. A sinopse disponível no site da UNESP explicíta a grandiosidade da publicação: “Uma seleção criteriosa de cartas de Darwin, feita por um dos mais respeitados especialistas na matéria [Frederick Burkhardt]. O objetivo da coletânea não é simplesmente o de fornecer elementos biográficos sobre o naturalista inglês, mas sim o de dar ao público um importante escorço para a discussão dos mais significativos aspectos do pensamento darwiniano.”

O autor, Frederick Burkhardt, morreu em setembro de 2007, vítima de uma falha congestiva do coração, aos 95 anos. Ele foi o fundador do Darwin Correspondence Project, uma força-tarefa para tentar encontrar e resumir todas as cartas escritas por Darwin ou endereçadas para ele. O projeto possui um site oficial – http://www.darwinproject.ac.uk/ -, que é bem estruturado e preparou um “presente” para as comemorações dos 200 anos de nascimento de Darwin: publicaram algumas cartas que ele escreveu ou que ele recebeu nos dias de seu aniversário. Veja aqui.

Além disso, a editora Cosac Naify montou uma página especial para o bicenternário de Darwin e está oferecendo 50% de desconto na compra do livro Fique por dentro da evolução, da coleção Fique por dentro. O livro sai por míseros R$ 19.00.

Charles Darwin - Bicentenário

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Literatura

Roberto Bolaño e W.G. Sebald

10 fevereiro, 2009 | Por admin

Estive lendo o blog Beyond Hall 8, que se auto-denomina uma plataforma para discussões sobre a publicação de livros, com uma perspectiva internacional, voltada para um público internacional. Além disso, o blog é patrocinado pela Feira do Livro de Frankfurt.

Num artigo de 29 de janeiro deste ano – 2009 -, o autor, Edward Nawotka, faz um comentário e dá o seu palpite sobre o prêmio Best Translated Book of 2008 [Melhor Livro tradução Traduzido – para o inglês – de 2008]. A aposta é que o romance 2666, de Roberto Bolaño, traduzido do espanhol por Natasha Wimmer, será o vencedor tanto do Best Translated Book of 2008 quanto do National Book Critics Circle.

Entretanto, o mais interessante do artigo vem logo em seguida. Nawotka pondera se o interesse por Bolaño irá se sustentar por muito tempo e, principalmente, nos faz lembrar que, há alguns anos atrás, W.G. Sebald atravessou um fase similar de interesse dos leitores e da crítica, mas sumiu de vista nos dias de hoje.

W. G. Sebald, alemão, faleceu num acidente de carro há 8 anos, em dezembro de 2001. O autor é pouco conhecido no Brasil. Um reflexo disto pode ser visto no fato de que, na enciclopédia Wikipedia, não há o artigo do escritor em nossa língua.

Sebald teve dois de seus romances publicados pela Companhia das Letras no ano passado (2008). Austerlitz, de 2001, e Vertigem, de 1990, ambos traduzidos por José Marcos Mariani Macedo. Os outros dois títulos públicados em português são da editora Record: Os Anéis de Saturno, de 1995, e Os Emigrantes, de 1992.

A revista Trópico publicou, na época do lançamento de Os Anéis de Saturno, em 2002, um ótimo artigo sobre o escrito alemão. Assinado por Flavio Moura, o texto revela que “o culto a uma morbidez silenciosa, a um mundo de sombras que já desistiu de se iluminar, é uma constante nos livros do autor” e “em certas passagens temos a impressão de que o narrador é um médico com olhos apenas para as enfermidades, sejam elas perpetradas pela passagem do tempo ou pela ação do homem.”

Leia o obtuário de W. G. Sebald no The Guardian.

Sobre Austerlitz, o último romance de W. G. Sebald:

“O professor de história da arquitetura Jacques Austerlitz explora a estação ferroviária de Liverpool Street, em Londres, coletando material para pesquisas, quando é tomado por uma visão que talvez o ajude a explicar não a ‘arquitetura da era capitalista’, mas o sentimento incômodo de ter vivido uma vida alheia. A partir dessa experiência, suas andanças pelas ilhas britânicas e pelo continente europeu, sua mania fotográfica e sua memória minuciosa ganham ímpeto bem mais que acadêmico – Austerlitz passa a reconstruir sua própria biografia. Para cumprir a tarefa – ou seu destino -, o herói do romance terá de ir e vir entre várias décadas, muitos países e os cenários mais díspares – um lar protestante no interior de Gales, um internato britânico, uma biblioteca em Paris, fortificações, palácios, campos de concentração, monumentos e banheiros públicos. No fim da viagem – que converterá a biografia mais íntima do professor em cifra da história européia no século XX -, está o momento em que tudo começou, com outros nomes, em outra língua, em outra estação ferroviária, quando os horrores da Segunda Guerra começavam a se anunciar.”

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cinema

Moby Dick, Woody Allen e Carta a D.

10 fevereiro, 2009 | Por admin

O site da Cosac Naify ostenta, em sua belíssimo página em preto e branco, uma coluna com os livros mais vendidos pela editora no ano passado, 2008. As três primeiras posições – como o título deste artigo já denunciou – são, nesta ordem:

Carta a D. – História de um amor, do austríaco André Gorz;

Moby Dick, de Herman Melville;

Conversas com Woody Allen, entrevistas a Eric Lax.

Carta a D., o primeiro colocado, foi lançado há exatamente 1 ano. No longínquo mês de fevereiro 2008. 5 mil exemplares do livro saíam das máquinas de impressão off-set da gráfica e caíam nas mãos dos leitores, em regozijo, que não tardariam a esgotá-los das prateleiras.

Moby Dick, de abril de 2008, ganhou fama por trazer a íntegra da obra, um glossário de termos náuticos, bibliografia, a relação das edições já lançadas no Brasil e fortuna crítica, além de um mapa onde pode-se acompanhar onde se passam os episódios que marcaram a nau comandada pelo capitão Ahab. Além disso tudo, virou ícone Pop ao ser declarado livro de cabeceira pelo presidente eleito norte-americano Obama.

Conversas com Woody Allen, o último dos três a ser lançado, em novembro de 2008, passou por sua 1a reimpressão já no mês seguinte, e reune, em 36 anos de conversa, todo o processo cinematográfico do diretor e suas reflexões. Foi matéria de capa da Bravo!, que aproveitou o lançamento de seu último filme Vicky Cristina Barcelona.

Se isso tudo bastasse, estaríamos todos satisfeitos. Lidos os três livros, resenhas feitas, diálogos travados, não haveria nada além de um lugar na estante ou um sebo afortunado. A questão aqui é que, partindo do princípio que este artigo está sendo veiculado num blog que reverbera os acontecimentos e opiniões de uma Livraria, e de seu respectivo Livreiro, nenhum exemplar desses 3 livros foi sequer vendido – desde o lançamento de Carta a D., há um ano – nesta humilde Livraria virtual que chamamos de 30PorCento.

Eis o desabafo editorial, que desmerece o conteúdo do blog por sua índole mercantil, mas que fazia-se necessário.

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cinema

Phaidon compra a Cahiers du Cinéma

9 fevereiro, 2009 | Por admin

Recebi uma ótimo notícia através do twitter. José Afonso Furtado– @jafurtado-, diretor da biblioteca de arte da Fundação Calouste Gulbenkian, relatou a compra da famosa revista de crítica cinematografica Cahiers du Cinéma pela editora Phaidon. Aos poucos que não conhecem a Phaidon, é uma editora que foi fundada em Viena em 1923, e é reconhecida mundialmente por seu primor gráfico, publicando principalmente livros de artes-visuais.

Muitos acham que a Cahiers du Cinéma estava em franca decadência. A revista foi fundada em 1951 por André Bazin, Jacques Doniol-Valcroze e Joseph-Marie Lo Duca.

A revista passou por períodos conturbados durante sua história. Serge Toubiana, atual diretor da Cinemateca Francesa e antigo redator-chefe dos Cahiers du cinéma, conta, num prefácio do livro A Rampa, de Serge Daney, que “entre os anos de 1971 e 1973, os Cahiers du cinéma conheceram um período muito politizado: ruptura com o partido comunista, influência ideológica da China e da Revolução Cultural proletária, aprendizagem trabalhosa do marxismo-leninismo – versão althusseriana. Ao mesmo tempo, essa concordância ou simultaneidade teve repercussões essenciais sobre o modelo de escrita da época, juntamente com o fascínio dos redatores por teóricos como Jacques Lacan, Roland Barthes e Louis Althusser. Era o chamado período “estruturalista” dos Cahiers. (…)

Registrou-se, no fim do verão de 1973, uma grave crise nos Cahiers du cinéma. De um lado, os que se mantêm na linha dura marxista-leninista; de outro, vários redatores, entre eles Serge Daney, que desejam romper com o dogmatismo político.”

Em 1998 a revista foi comprada pelo grupo Le Monde. A Cahiers du cinéma passou por uma reformulação em 1999 para conquistar novos leitores, tornando-se uma revista que contemplava todas as artes-visuais de abordagem pós-modernista.

Richard Schlagman, dono da Phaidon e editor, disse estar determindo a “mais uma vez fazer com que a Cahiers du cinéma tenha um papel principal no mundo da cinematografia e indispensável aos seus participantes e aspirantes.”

A revista está no número 642, e traz na capa uma foto do diretor Clint Eastwood, com uma análise crítica de seu recente Gran Torino, além de artigos sobre o Curioso Caso de Benjamin Button e Shirin, do iraniano Abbas Kiarostami.

Cahiers du cinéma 642

A Rampa, de Serge Daney. Cahiers du cinéma, 1970-1982. Cosac Naify.
A Rampa – Cahiers du cinéma [1970-1982] de Serge Daney. Por R$45,50 na Livraria 30PorCento.

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Literatura

Mário de Andrade – Cabocolinhos

9 fevereiro, 2009 | Por admin

Em seu diário de viagem de 1928, a bordo da caravana da descoberta do Brasil que Mário de Andrade chamou de trabalho etnográficas, que foi publicado em livro pela Editora Itatiaia e que recebeu o nome de O Turista Aprendiz, há uma entrada no dia 5 de fevereiro de 1928, às 23 horas, na Paraíba:

“Uma das nossas danças dramáticas de que menos se tem falado são os Cabocolinhos. A culpa dessa ausência de documentação vem dos nossos folcloristas, quase todos exclusivamente literários. O que se tem registrado nos nossos livros de folclore é quase que unicamente a manifestação intelectual do povo, rezas, romances, poesias líricas, desafios, parlendas. O resto, moita.
Ora, os Cabocolinhos são caracteziadamente um bailado. Se dança. Não tem cantigas e só de longe em longe uma fala, tão esquematizada, tão pura que atinge o cúmulo da força emotiva. Imaginem só: fazia já mais de uma hora que o pessoal estava dançando, dançando sem parada, com fúria. Matroá é uma das figuras importantes do baile. É o caboclo-velho, de-certo, espécie de pajé da figuração tribal da dança. De-repente Matroá principiou uma coreografia de arquejo, brutal, braço esquerdo engruvinhado, com o arco por debaixo, duas mãos no peito, segurando a vida. Cada vez mais. Curvando, curvando, já levantava os pés custoso. O apito bateu duas feitas, parou tudo. O Reis falou pra Piramingu, Caboclo menino:
‘- Piramingu!
– Sinhô.
– Mataram nosso Matroá.
Tururu, tarára, tururu, tarára…’ A solfa continuou. O bailado se moveu de novo e Matroá foi enrolando uma perna na outra, já não levantava pé do chão mais não. Levou uns 10 minutos se movendo em pé, difícil de morrer como em todos os teatros e na vida.
Isso é que é perfeição! Fiquei tonto. Aquelas palavras puras, só aquilo. Fiquei com dó, não sei como fiquei, fiquei tonto, está certo, numa comoção danada.”

A documentação sobre os Cabocolinhos está nas Danças Dramáticas do Brasil, da Editora Itatiaia; pode ser adquirido na Livraria Cultura por R$100,00.

Há também um vídeo no Youtube cujo título ostenta o nome Cabocolinho. Entretanto, após a leitura do texto descritivo de Mário de Andrade, fica difícil crer que a tal interpretação do Coral Lourdes Guilherme, regido por Ana Judite, aproxime-se sequer da força da dança que Mário de Andrade presenciou naquele 1928.

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Agenda

Indicação para alunos entre 11 e 14 anos

8 fevereiro, 2009 | Por admin

Recebi um email agora a pouco de uma professora de redação do ensino fundamental II numa escola da cidade de Sertãozinho, SP, cujos alunos têm entre 11 e 14 anos, interessada em adotar alguns títulos da coleção infanto juvenil da editora 34. Enviei os links do google books dos livros que ela pediu, e achei uma boa indicação:

A pequena marionete, de Gabrielle Vincent
http://books.google.com/books?id=DBR7PTBQvI8C&pg=PT80#PPP1,M1

As aves, Aristófanes
http://books.google.com/books?id=dO75qw7HlukC&pg=PP1

Tudo tem a sua história, de Duda Machado
http://books.google.com/books?id=ZRnZnRbQi30C&printsec=frontcover#PPP1,M1

O jardim secreto, de Frances H. Burnett
http://books.google.com/books?id=BA5XP3EAMXEC&printsec=frontcover

Histórias da pré-história, de Alberto Moravia.
http://books.google.com/books?id=cTGkfpJjhi0C&pg=RA1-PA240#PPP1,M1

Todos os livros estão disponíveis no site da Livraria 30PorCento.

A pequena marionete, As aves, Tudo tem a sua história, O jardim secreto, Histórias da pré-história.





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